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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
Não me lembro de ter convidado o papa a vir a Portugal, nem tal coisa me passaria pela cabeça, afinal eu sou ateu e se há instituição que eu dispensava mesmo era a igreja católica, papa incluído evidentemente.
Mas se é verdade que eu não o convidei, não deixa de ser verdade que mesmo sendo ateu, mesmo sendo completamente indiferente à vinda do senhor, a verdade é que queira ou não queira, esta visita vai-me custar dinheiro, e vai-me custar a mim, a si e a todos nós, porque é dos impostos de todos nós que vai sair uma boa parte dos muitos milhares de Euros que estes 3 dias vão custar ao estado. A outra parte vai sair dos cofres da igreja, que de certeza não tem mais nada que fazer ao dinheiro.
Para a missa que se vai celebrar no Terreiro do Paço em Lisboa, vai ser erguido um altar que vai custar a módica quantia de 200 mil Euros (ver noticia do Público), durante mais ou menos uma semana o lobby da igreja tentou tudo e mais alguma coisa para que a câmara de Lisboa se chegasse à frente com o dinheiro, mas foi em vão, logo será a igreja a pagar 200 mil euros que servirão para uma estrutura que será utilizada umas 3 ou 4 horas e depois será destruída ... isto faz algum sentido?
No Porto o lobby da igreja teve mais sucesso e será a Câmara Municipal a pagar a factura, ou seja, todos nós, porque o dinheiro sai dos impostos de todos nós.
Para além destes gastos, há que contabilizar a ida de um avião da TAP a Roma buscar e levar o senhor e a sua comitiva, que papa que se preze não viaja em Low Cost nem em voos normais. No outro dia vi uma noticia em que se explicava que um dos helicópteros da marinha estará à disposição do senhor para as viagens, ir de Lisboa a Fátima e de Fátima a Lisboa de carro é uma seca. A juntar a tudo isto, há que somar o preço da segurança e de tudo o resto que gira em volta de uma visita destas... dinheiro, muito dinheiro que irá sair dos bolsos de todos nós...
Ora, para um país que está em plena crise, um país onde supostamente se tenta cortar na despesa a todo custo, um país em que os salários vão estar congelados até pelo menos 2013, um país em que o desemprego cresce todos os dias, um país em que se acabam de cortar os benefícios fiscais em despesas de educação e saúde, todos estes gastos não seriam desnecessários? ,Será que não dispensávamos tudo isto e utilizávamos este dinheiro em coisas que realmente fossem úteis?
Jorge Soares