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Desafios de ser pai, os vícios da leitura

por Jorge Soares, em 17.10.11

Os vícios da leitora

 

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Há vícios e vícios, cá em casa há uma miúda que tem o vicio da leitura, porque é que isso pode ser mau?, porque é compulsivo e tudo o que é compulsivo termina por atrapalhar, neste caso, atrapalha-a a ela e sobretudo aos nervos da mãe.

 

Para as férias nas Astúrias ela levou 3 livros, um deles era daquela série dos vampiros e tinha umas 500 páginas, ao fim de 3 ou 4 dias já os tinha lido, como não havia hipótese de comprar mais, ela ainda não lê em espanhol, recomeçou, quando demos por nós já tinha lido o das 500 páginas 3 vezes em pouco mais que uma semana. Assim à primeira vista não é tão mau, enquanto está a ler está entretida e não chateia ninguém, o problema é quando começa a aproveitar qualquer minuto para ler, do estilo:

 

- R. já fizeste a cama?

- Não mãe.

- Vai lá fazer.

 

Ela vai, chega lá, olha para a cama e repara que está lá um livro, senta-se, pega nele, começa a ler e esquece que o mundo existe.

 

Ou:

 

R: Vai-te calçar.

 

Ela vai, como está com o livro na mão, senta-se abre o livro e .....  agora imaginem a cena de manhã, quando a mãe quer que ela se despache para sair de casa e descobre que em lugar de se vestir ela se sentou a ler, ou que quando achamos que ela está a tomar o pequeno almoço, ela está sentada à mesa com o pacote do leite e os cereais por despejar para a taça, mas com o livro aberto e absorta na leitura.

 

Depois há aquelas vezes em que acordo de madrugada e vejo que há luz no quarto... e lá está ela a ler... ou a dormir com o livro aberto ao lado. E não interessa quantas vezes já leu o livro, o interesse é o mesmo, quando não há novos ela pega num qualquer... o que interessa é que tenha letras.

 

É claro que isto tem vantagens, com tanta leitura o vocabulário e os conhecimentos aumentam rapidamente e os efeitos já se notam na escola, além disso, enquanto está a ler não está a ver parvoíces na televisão e além da paciência dos pais, não chateia mais ninguém.

 

Neste momento tenho dois problemas, arranjar livros para a idade dela que demore mais que um par de horas a ler, ela deve ser a única pessoa do mundo que lê mais rápido que o professor Marcelo, e lidar com os nervos e a impaciência da  mãe que já não aguenta o esquecimento e até desleixo que os livros provocam. ..... Ainda por cima a biblioteca de Setúbal, segundo as palavras dela, é uma miséria, só tem livros de há 30 anos atrás e mesmo assim, pouco que se aproveite. Por mim deixava-a ler a minha biblioteca toda, a começar pelo 100 anos de solidão, sempre queria ver se a velocidade de leitura era a mesma.... mas a mãe não vai na história nem em saltar etapas do conhecimento....

 

Mas como ela diz quando os gritos da mãe excedem os decibéis aceitáveis: Antes este vicio que os outros todos que poderia ter.

 

Pai sofre.

 

Jorge

publicado às 22:11


26 comentários

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De Sandra Cunha a 18.10.2011 às 01:33

Jorge, eu estou contigo e deixava-a ler tudo. Acho que a Pat está enganada. As etapas de conhecimento e de desenvolvimento de cada um são diferentes de pessoa para pessoa e é mais do que evidente que a R. não é uma miúda, pelo menos nesse campo, capaz de ser formatada às etapas de conhecimento próprias para esta ou aquela idade. E este «próprias« é já de si muito duvidoso. Na maior parte das vezes nem sequer concordo com os especialistas da matéria. Acho que é uma coisa muito mais pessoal e individual. E que o conhecimento nunca fez mal a ninguém, independentemente da idade. Se ela não perceber um livro passa a outra coisa que perceba e depois volta a esse livro. Se ela o ler mesmo que não o perceba, qual é o mal que isso traz? Se conseguem ir controlando o que ela lê, porque não aproveitar para discutir os livros com ela?

Eu também tive uns bons anos em que lia compulsivamente (agora sou muito mais, aliás sou completamente selectiva). E lia tudo o que me aparecesse à frente. Desde os livros da minha irmã (nove anos mais velha do que eu!) às revistas do Reader's Digest do meu pai; Desde as enciclopédias médicas (e todas as que apanhasse lá em casa) às revistas "Maria" (sim, horror dos horrores, a minha mãe comprava isso. Por muito má que seja, devo dizer que foi a "Maria", honra lhe seja feita, que me ensinou, por volta dos doze anos, que aquelas coisas que eu fazia e sentia sem perceber muito bem porquê, davam pelo nome de masturbação e orgasmo e que afinal era uma coisa normal e que todo o mundo as fazia). Das bandas desenhadas às colecções de livros inteiras que o meu pai me comprava. Dos manuais da Verbo que ensinavam a montar coisas estranhas (!!) aos romances mais ou menos libidinosos (alguns muito, muito libidinosos!!!) que a minha mãe fechava à chave no móvel da entrada (mas para um viciado não é uma chaveca qualquer que vai atrapalhar), tudo o que tivesse letras era para ler. E li isso tudo com 12 e 13 e 14 anos.

E não fiquei maluquinha nem coisa nenhuma (ou talvez sim...?). Vá lá Pat, deixa-a a ler de tudo (com regras claro. Nisso de se despachar para a escola ou para qualquer tarefa que tenha para fazer estou contigo!). Não há idades para se ler isto ou aquilo...

Beijos
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De Patricia a 18.10.2011 às 11:55

Quem ve um episodio da serie "Ossos" e a seguir fica uma noite sem dormir...e muitas outras a seguir com pesadelos, ainda não está preparada para ler tudo.

Uma miuda que sofre horrores, porque numa aula passam um filme sobre extra-terrestes...e que jura que manteve os olhos fechadados o filme todos, mas mesmo assim chega-me branca e livida a casa....Essa miuda ainda não pode ler tudo.


Patricia



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De Jorge Soares a 18.10.2011 às 23:56

É enfrentando os nossos medos que aprendemos a a viver com eles.... penso eu de que.

Jorge
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De Sandra Cunha a 19.10.2011 às 00:14

Se calhar é necessário desmistificar essas coisas e explorá-las com ela... mas não sei, de facto nunca tive esse problema. A Nessa com 8 aninhos viu o Poltergeist todo sem pestanejar. E depois disso então viu quase de tudo. Acompanhada e de forma a que fossemos explicando partes mais complexas e principalmente desmistificando uma série de coisas. Por outro lado ela apesar de ler, não tem esse impulso compulsivo da leitura...que eu lamento um bocadinho.

Bjs
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De Jorge Soares a 18.10.2011 às 23:55

Olá Sandra

Concordo contigo, eu tinha pouco mais que a idade dela quando comecei a ler tudo o que me vinha parar às mãos, tinha 13 anos quando li a cidade e os cachorros de Mário Vargas Llosa... que é um livre forte..e claro, não morri...

Mas viver em sociedade significa respeitar as ideias dos outros...e a mãe pensa um bocadinho diferente...

Ninguém fica maluqinho por ler .... bom, não é que tu eu sejamos muito normais....

Jorge
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De naterradosplatanos a 18.10.2011 às 03:52

Jorge, não haverá vícios bons? Será que esse vício da minha neta não é mau, pelo menos?
Já agora discordo que ela possa ler tudo. Lembro-me que aí com 14 anos li a "Servidão Humana" do Emílio Zola e acho que não foi boa ideia! Claro que naquela altura não havia TV e portanto não estava habituada a ver todos os horrores que hoje as crianças/jovens vêem...
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De Jorge Soares a 18.10.2011 às 23:59

Olá

Claro que há vicios bons.... eu não acho que seja um mau vicio...excepto naquelas alturas em que a P. perde a paciência e ameaça deitar todos os livros pela janela :-)

Eu tinha 13 anos quando li a Cidade e os Cachorros e Cem anos de solidão ..... e não acho que tenha sido má ideia... acho que me mostrou partes da vida das que não me tinham falado....e que me fizeram crescer.

Jorge
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De Cris a 18.10.2011 às 09:15

Bom, eu não vou dar conselhos. Quem sou eu? Mas vou sugerir o seguinte site:
www.winkingbooks.com
Sempre pode trocar livros e assim já tem novos livros para a sua filha ler :)
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De Jorge Soares a 19.10.2011 às 00:01

Olá.. eu tenho uma certa aversão a separar-me dos meus livros.... mas concordo que para ela é uma excelente opção

Obrigado
Jorge
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De Abigai a 18.10.2011 às 10:38

Olá Jorge... tem graça que me revejo na tua R...
O meu marido desespera comigo, também tenho tendência em não largar os livros e de manhã, quando a pressa aperta para conseguirmos levar o G. a horas para escola, é o cabo das tormentas, acho sempre que tenho tempo para mais umas linhas...
Acho um hábito muito bom, claro que às vezes atrapalha mas não deixa de ser bom! Quanto à escola, sinceramente, não me parece mal que leia de tudo, tu conheces os livros que tens e podes seleccionar alguns, não digo que possa ler já tudo, mas com algum controlo poderá ler uma boa parte. Eu sempre tive tendência em ler tudo o que me aparecia (excepto revistas e jornais que sempre detestei), alguns não entendia mas lia até ao fim e anos mais tarde voltava a eles, para mim, o essencial foi sempre ler, fosse o que fosse...
Antes viciada em livros do que em outras coisas, não?
Abraço,
Anabela
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De Jorge Soares a 19.10.2011 às 00:04

Acabo de descobrir que afinal.. é um vicio mais comum que aquilo que podia parecer.....

Mas tens razão, é um hábito excelente...daqueles que deixa marcas positivas, porque o conhecimento e a cultura nunca fizeram mal a ninguém.

Jorge
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De lagoa_azul a 18.10.2011 às 11:03

Bom dia Jorge,

Bem…. Os meus parabéns, a tua filhota é cá das minhas, finalmente sei que existe algures alguém que é devoradora de livros, estou muito contente e sinto-me menos desamparada nesse gosto.

Aos dez anos também eu já devorava os seis volumes das mil e uma noites, e devo dizer-te que não lia uma história por noite…
Ainda hoje acontece que tenho sempre cinco ou seis livros de reserva para ler, outras tantas vezes, um ou dois anos depois de ler um livro volto a relê-los.

Mas efectivamente reconheço que esse vício é muitas vezes perturbador da ordem familiar, a sorte é que aqui em casa já ninguém liga, e quando vou a algum sítio onde existem livros à venda dão uma volta a dobrar para nem me aperceber que eles lá estão, ou então deixam-me logo no local e voltam mais tarde para me vir buscar.

Aqui há uns anos, o meu filho comentou que eu gosto tanto de ler, que até os folhetos informativos, incluindo os das caixas dos medicamentos tenho que ler.

Por isso acho que, deves deixa-la ler a biblioteca toda (risos), muitas vezes digo que se eu pudesse gostava de viver numa durante uns tempos, mas como não posso, vou fazendo uma mini biblioteca cá em casa e como compreendes, isso fica caro. Guardo também todos os livros incluindo os escolares, os comemorativos, os informativos…tudo mesmo, já me vai faltando estantes para por tudo ordenado como eu gosto.

Sei que com estas palavras não ajudei muito, mas posso fazer uma lista dos livros que tenho e mandar para ela escolher quais quer ler, e empresto-lhe (agora com esta oferta é que a mãe vai-se aos arames), quanto à impaciência pelo desleixo que o vício da leitura provoca aí não sei mesmo como ajudar, mas vou perguntar cá em casa como conseguem aturar-me e depois já te digo algo.

Beijinho
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De Jorge Soares a 19.10.2011 às 00:08

Olá

Pelos vistos podíamos fazer aqui um clube de leitores empedernidos :-)

Concordo contigo em dar-lhe liberdade de escolha.... mas há que respeitar a opinião da mãe... de todos modos ela cresce num instante e breve está a escolher os livros sem nos dizer nada.

Jorge
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De sentaqui a 18.10.2011 às 11:08

Penso que é a primeira vez que ouço um pai queixar-se de tal vício! Quantos pais não desejariam que os seus filhos trocassem os vícios maléficos dos seus filhos, por um como o da tua R.?
Pelo que li há alguns contras, mas acredito que os prós sem em número bem superior.
Se a tua filha lê tanto e tão rapidamente , penso que estará preparada para ler coisas mais avançadas, desde que não sejam livros com conteúdos chocantes e aí não há que haver receios, porque tenho a certeza que vocês vão ter o cuidado de controlar.
Pena não saber disto há mais tempo, tenho dado muitas dezenas de livros por não ter espaço para os colocar e ainda porque herdei cerca de seiscentos de uma senhora que não me pagou uma renda, isto já lá vão alguns anos, mas ainda restam muitos por aqui, quem sabe se não poderei dar uma ajudinha
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De Jorge Soares a 19.10.2011 às 00:09

Olá

Tens razão, a maioria dos pais queixa-se do contrário, mesmo cá em casa é um castigo par que o irmão leia 3 ou 4 páginas ....

Acho que vou aceitar a tua ajuda :-)

Jorge
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De Oficinas RANHA a 18.10.2011 às 14:42

Lá em casa toda a gente lia e eu nunca fui impedida de ler qualquer livro que houvesse na estante. No entanto sempre fui selectiva, e as fases de leitura compulsiva também dependiam muito do tipo de leitura que me vinha parar às mãos. A minha mãe ralhava porque eu não a ouvia e eu não ligava nenhuma. Mas havia regras e a mais importante era que enquanto se comia ninguém lia, era tempo de conversar, de "pensar na vida" de discutir assuntos, mas não de ler.
Quanto à maturidade para se poder ler de tudo, eu também concordo com a P, cada um conhece os filhotes que tem e se acham que ela é infantil não lhe ponham à disposição toda a vossa biblioteca, mas alguns podem com toda a certeza.
Ana Cristina
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De Jorge Soares a 19.10.2011 às 22:56

Por cá também há algumas regras... é claro que não s elê às refeições... bom, excepto ao pequeno almoço e ao lanche.

Quanto às escolhas, temos que respeitar a opinião da mãe... mas ela cresce num instante e breve está a ler tudo o que encontrar.

Jorge
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De golimix a 18.10.2011 às 16:06

É que tenho o mesmo problema cá em casa!!!
Que bom esta troca de experiências.
Eu tento não ir aos arames quando lhe digo para fazer isto ou aquilo e ele se esquece, só porque no caminho encontrou um livro. Tento pensar que ler é positivo, mas ás vezes não há pachorra!!!
De manhã tenho que andar tipo sargento a ver se não pega num qualquer livro e se vista! Se lhe mando fazer uma tarefa e começo a sentir o silêncio (nós as mães somos equipadas com radar :)) já sei que está a ler.
Acho que temos é que, com bom senso(seja lá o que isso for), ensinar-lhes o meio termo. Depois de algumas conversas tem moderado e tentado respeitar quando lhe peço algo, mas é uma criança e por isso passa-lhe o combinado, mas isso faz parte do crescimento. Quanto à escolha dos livros, é acompanhada por nós. Mas acho que não há idade para isto ou para aquilo porque cada criança é diferente de outra. Claro está que há limites, pelos quais nós pais temos de nos cingir.
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De Jorge Soares a 19.10.2011 às 22:59

Olá

Parece que o problema é mais comum que o que ao principio eu poderia pensar... e desde há muito que afecta várias gerações :-)

Concordo que o bom senso deve imperar por sobre todas as coisas, com o tempo eles conseguem atingir o equilíbrio...e nós aprendemos a lidar com isso... afinal, a julgar pelos comentários ao post, muita gente passou por isso e todos acham que foi positivo.

Os blogs também são para isso, para trocarmos experiências e aprendermos uns com os outros

Jorge
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De Maria a 18.10.2011 às 16:18

Se todo o sofrimento de um pai ou de uma mãe fosse esse!!

A tua filha deve ser da mesma linhagem de uma amiga minha que diz que a maior tristeza que sente é saber que morre sem ter lido os livros todos que existem no mundo...



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De Jorge Soares a 19.10.2011 às 23:00

Ora nem mais, todos os problemas fossem deste tipo... na realidade..e agora que ninguém nos escuta, o verdadeiro problema é a impaciência da mãe :-)

Acho que esse pensamento da tua amiga era bem capaz de sair da cabecinha da minha filha

Jorge
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De xana a 18.10.2011 às 16:44

Imagino as brigas com a mãe... eu também as tive, embora o tema fosse o mesmo, as razões das brigas eram outras. Já a tua filha, parece-me um pouco mais compulsiva, do que eu era. Se calhar era boa ideia deixá-la ler qualquer coisa mais "pesada" tal como dizes o 100 Anos de Solidão. Quem sabe, poderia fazer com que tivesse que ler mais devagar para conseguir compreender o que estivesse a ler. Eu li o livro há poucos anos, e não foi leitura fácil, mesmo para mim.
Eu queria ter um ordenado que me permitisse ter um fundo mensal de 75€ ou mais para gastar em livros. Sempre sonhei ter uma estante de parede, a parede, daquelas que até tem uma escadinha, cheia de livros, lidos e para ler.
Quisera eu com a idade dela apanhar assim livros para ler... eram os da Anita e já era uma sorte. Já estavam mais que lidos e sabidos, se bem que eu tinha muito mais com que me entreter, afinal vivo no campo e enquanto não fosse noite, era na rua que havia muito por onde me entreter... bem até de noite... havia jogos de bola à porta de casa, mas também éramos muitos.
Depois, aos 12 anos comecei a deitar a mão a fotonovelas, a crónicas femininas perdidas, a livros de bolso de romances como as Sabrinas, as Biancas, Júlias etc e tal. Tudo o que aparecia marchava, bd Disney, Turma da Mónica, Os cinco, e também nada disso durava mais que uma sesta... mas eu também escrevia, e muito. A minha mãe também brigava comigo, mas porque nunca entendeu o valor do livros, apesar de ter sido ela que me comprou a colecção da Anita, quando eu era mais nova. Depois, sempre que me apanhav de livro na mão chateva-me, que eu devia era estar a fazer bordados ou rendas, tricot, essas coisas, que eu também sei fazer, e metade delas aprendi sozinha, tal como usar a máquina da costura. Mas o tempo dos livros era sagrado. Ainda hoje é. Odeio que me interrompam quando estou dentro de um livro. Se abri um livro, já estou lá dentro, agora o mundo é ali, quando fechar o livro, logo regresso a este mundo.
Eu adorava ir ler para cima de uma oliveira enorme que havia atrás da minha casa, ou com os meus primos ler BD Disney em cima de uma tangerineira da minha avó, a comer tangerinas.
No entanto eu fazia as coisas que tinha de fazer, incluindo lavar a louça, varrer, arumar, os tpc. Também adormecia quase todos os dias com um ou mais livros ao lado.
Agora que não tenho net em casa, se não tenho livros para ler, é um stress do camandro. Levei, todos os livros para o t1, e na semana passada deixei no meu sofá japonês, as almofadas no chão o livro que estava a ler. Quando domingo depois do jantar dei conta que tinha lá deixado o livro, fiquei em stress... Como não ia a Setúbal, andei uma semana a bater mal. No domingo já o trouxe, e terminei-o logo a seguir... mas desta vez, veio outro no saco.
bjks
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De Jorge Soares a 19.10.2011 às 23:02

Sabes que já tive esse sonho das prateleiras até ao tecto?... e tenho o escritório cheio de livros, não tantos como gostaria... mas mesmo assim :-)

Quem sabe o que a vida te reserva.


Jorge
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De Oficinas RANHA a 20.10.2011 às 23:56

Eu também sempre tive o sonho de morar numa biblioteca mas, apesar de ter uma boa estante de livros, a biblioteca vai ficando pelo sonho...
Ana Cristina

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