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Imagem do Facebook 

 

Curiosamente descobri a reportagem porque alguém  ligou para a R. a dizer que ela estava na televisão, ela é a que não é adoptada mas a vida é feita de coincidências. O programa foi gravado em época de férias universitárias e tiveram que arranjar miúdos para estar na aula com o Jorge, ela andava pelo ISEL naquela altura e lá foi fazer de aluna universitária.

 

A mim, como à maioria das pessoas que adoptou faz-nos sempre muita confusão ver como há pessoas que aceitam expor daquela forma a sua vida e nesta reportagem há muita gente que se expôs, o Jorge, os pais adoptivos, os pais biológicos... mas não era disso que queria falar.

 

Querer saber do seu passado e das suas origens é algo natural em todas as crianças adoptadas, mais tarde ou mais cedo todos passam por isso e é algo para o que os pais adoptivos temos que estar preparados. Cada criança é um caso e cada uma enfrenta o assunto de forma diferente, havendo quem comece a questionar mal dá  pelas diferenças e quem tente fugir ao assunto de modo a que ele não exista.

 

Cá em casa temos as duas versões, o curioso que chegava ao ponto de quando se chateava dizer que ia para a outra família e a que simplesmente ignora o assunto e até foge quando se fala de adopção.

 

A reportagem pode dar a ideia errada de que não é difícil encontrar os pais adoptivos, convém recordar que a grande maioria das crianças são retiradas à família biológica e muitas  vezes não há mesmo forma de saber de onde vieram, porque com o tempo as pessoas mudam de vida e de sitio e perdem-se as referências ou porque muitas vezes os pais adoptivos ou não sabem ou não querem dizer que sabem  

 

Aliás, se virmos com atenção, quem termina por encontrar a família do Jorge é a TVI, já agora gostava de saber como lá chegaram, convém recordar que estamos a falar de informação supostamente está protegida por lei.

 

Ninguém quer reconhecer, mas a nós pais este tema é algo que nos causa sempre alguma angustia, afinal é dos nossos filhos que se fala e pensar que eles possam querer saber de outros pais, de outra família, não é algo que se aceite com facilidade. Não há mãe nenhuma que aceite que os seus filhos possam ter outra mãe, a outra senhora, a que os pariu, é a progenitora, não é a mãe, mãe só há uma e essa é a que os criou...  E há mesmo  pais que se puderem evitar não dizem nem aos filhos nem a ninguém que aquela criança é adoptada.

 

Curiosamente isto foi tema de conversa no facebook logo a seguir à reportagem, alguém tentava confortar uma mãe incomodada com o que viu na reportagem, dizendo que o carinho que ela dava aos seus filhos iria fazer com que isso não lhe acontecesse... 

 

A verdade é que podemos dar todo o carinho do mundo, podemos educar e criar, fazer tudo por eles, dar-lhes tudo e todo o carinho do mundo,  mas tal como bem explicava o Jorge na reportagem, nada disso irá fazer a diferença, no fim, mais tarde ou mais cedo todos vão tentar fazer essa viagem.... mas também podemos ter a certeza que passado o momento, vai haver sempre uma volta, porque não há novidade que se sobreponha ao amor.

 

Jorge Soares

 

PS:Quem não viu pode ver aqui

publicado às 22:22


3 comentários

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De Tânia a 16.10.2015 às 12:20

Gostei! concordo plenamente...
Não podemos ter receio de adotar por ter medo que a criança um dia queira descobrir as suas origens biológicas. Como tu dizes, o amor sobrepõe-se a qualquer coisa!
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De maria Lopes a 16.10.2015 às 17:24

acho que quem adota são pessoas fantásticas e que, por norma dão todo o amor que tem. È sempre melhor uma criança ser adotada a permanecer numa instituição, pese embora o facto de poder ser muito bem tratada na instituição, mas... há sempre um mas.
Uma amiga minha recebeu em sua casa (como familia de acolhimento) uma criança com 3 meses, muito mal tratada, filha de toxicodependentes cujo pai biológico veio a falecer. nunca foi contactada pela familia biologica. Acabou por ser adotada e agora, ao fim de 19 anos e um dia, a mãe biológica telefona-lhe, foram tomar um café e para espanto de toda a gente comunicou á mãe que ia "experimentar" viver com a mãe biológica, deixando toda a sua família e ami9gos de sempre em estado de choque.
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De DyDa/Flordeliz a 19.10.2015 às 00:33

Não conhecia a reportagem.
O Jorge não encontrou respostas para as perguntas que levava, mas encontrou certezas para o quanto foi amado por quem o acolheu. Possivelmente a partir de agora vai deixar de pensar se foi, ou porque foi, rejeitado no passado, talvez até consiga deixar de pensar se no caso dele, há ou não culpados.

Tem uma família que gosta dele e o respeita. Ficou a saber que a família biológica nunca o escondeu.
A viagem tem um final feliz. Mas nem todas as histórias terminam assim.
E se as dúvidas e as desilusões fossem maiores à chegada que à partida? Como se arrumaria o "sótão" quando isso acontece?

Não deve ser fácil.
Que o amor prevaleça. Quero acreditar que prevalece, para o bem de todos.

Beijinho Jorge,

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