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Imagem do Facebook da Marta

“Propomos que [a] todas as mulheres que abortem no Serviço Público de Saúde, por razões que não sejam de perigo imediato para a sua saúde, cujo bebé não apresente malformações ou tenham sido vítimas de violação, devem ser retirados os ovários, como forma de retirar ao Estado o dever de matar recorrentemente portugueses por nascer, que não têm quem os defenda no quadro actual.”  

É até difícil de comentar, é muito difícil de acreditar que em 2020, já na segunda década do século XXI, exista alguém que de forma séria(?) seja capaz de apresentar tal ideia para ser incluída no programa de um partido, mas aconteceu mesmo, em Portugal... em 2020. O autor do aborto de ideia existe mesmo e dá pelo nome de Rui Roque, ex-militante do Partido Nacional Renovador (2007-2014) e do Aliança (2019), actual militante do Chega, o partido de André Ventura.

Sim, é verdade que a moção foi rejeitada, mas acreditemos ou não, segundo o Observador, houve 38 militantes do tal partido que votaram a favor da ideia. É caso para dizer CHEGA!

Há muito quem acredite que nas próximas eleições o André Ventura e o partido(?) dele serão a terceira força política, a sério? Um partido que tem entre as suas fileiras pelo menos 38 pessoas que apoiam uma ideia destas pode mesmo a vir a ser importante em Portugal?  Vou emigrar para onde?

Vamos lá ver, se às mulheres que abortam vão-lhes retirar os ovários, aos palermas que vão pelo mundo fazendo filhos a torto e a direito vão cortar-lhes os tomates?  E aos que  apesar dos testes de ADN se negam a reconhecer os filhos e nunca pagam a pensão de alimentos deixando as mães a criar e educar as crianças  sozinhas vão cortar-lhe o coiso? E o que propõe fazer aos violadores?

Independentemente de a moção ter sido rejeitada ou não, convém percebermos que é deste tipo de pessoas que se faz um CHEGA, o populismo é isto.  Falar contra os ciganos, contra quem sobrevive com um RSI, com um subsidio de desemprego. O populismo é meter todas as pessoas no mesmo saco, porque os ciganos são todos iguais e nenhum gosta de trabalhar, porque as pessoas só recebem subsídios de desemprego porque não querem trabalhar e claro, as mulheres só abortam porque querem, não é por falta de educação sexual em casa, na escola, na sociedade, ou porque a miséria as obriga a dizer sim, mesmo quando querem dizer não.... porque as mulheres são todas iguais e cabem todas no mesmo saco, como os pobres, os refugiados, os emigrantes.

No outro dia algures a meio de uma caminhada alguém me disse que ia votar no Ventura só porque sim, só para chatear... bom, é nisto que essa pessoa vai votar, só para chatear.

Nestas alturas fico triste e deixo de acreditar no mundo.

Jorge Soares

publicado às 22:40

pintar as unhas.jpeg

Imagem retirada de aqui

Percebemos que o Cristiano Ronaldo da economia faz uns orçamentos que são mesmo uma seca, quando até uma deputada do partido de governo aproveita para pintar as unhas em plena bancada parlamentar durante a discussão na generalidade.

 

Lá ao fundo discute-se se pagamos ou não mais impostos, se a gasolina desce e o gasóleo sobe, se para os salários só há 50 milhões ou se deve haver mais ....  se os 0,2 de défice são reais ou se são só uma previsão do governo... nada disso deve importar muito à senhora deputada Isabel Moreira, afinal, como muitos outros ela hoje só lá estava mesmo para levantar a mão nas votações ...e convém que quando se levanta a mão, as unhas estejam apresentáveis.

 

Ainda bem que era dia de pintar as unhas e não  de depilação .....  .. não sejam mal pensados, nesse caso ela tinha faltado , não sei se à depilação, ou à sessão do parlamento.

 

Jorge Soares

PS: Eu sei que no nosso parlamento já não se vota de mão no ar.... mas pronto.

 

publicado às 20:40

Afinal, quem queria o Brexit?

por Jorge Soares, em 05.07.16

Nigel Farage.jpg

 

Imagem do Observador

 

De repente o Brxit ficou órfão, conscientes do que por aí vem, os políticos britânicos abandonam o barco a toda a pressa.

 

Visto desde fora o que parece é que afinal ninguém queria o Brexit, Camerom convocou o referendo para calar a oposição e ganhar alguns votos de quem era a favor da manutenção, nunca lhe passou pela cabeça que o sim ao abandono da união Europeia pudesse vencer.

 

A oposição, encabeçada pelo Ukip, só era a favor porque isso trazia dividendos políticos e votos, na realidade eles tampouco acreditavam que o desfecho pudesse ser o que aconteceu... De repente acordaram para a realidade e perceberam que as consequências vão muito para além daquilo que poderiam imaginar..  o resultado foi uma debandada de políticos.

 

Nos primeiros dias havia quem acreditasse que a queda da Libra seria temporária, a realidade é bem diferente, não só a moeda britânica não recupera, como muitas das grandes empresas britânicas começam a procurar alternativas dentro da união europeia e há muitíssimos cidadãos britânicos a procurar formas de ter passaportes  irlandeses, franceses, espanhóis e até portugueses.

 

Acredito que nesta altura haverá muita gente na Gran Bretanha a tentar perceber como é que se dá a volta ao texto e como é que não se sai da União Europeia.

 

Pode ser que as coisas mudem, mas assim de repente o que parece é que quem votou no brexit para não ter imigrantes vai conseguir os seus objectivos, não porque se fechem as fronteiras e sim porque uma libra fraca e uma economia em crise, dificilmente atrairão trabalhadores estrangeiros.

 

Moral da História (alô bloco de esquerda) por vezes é preciso ter cuidado com o que se deseja.

 

Jorge Soares

publicado às 22:23

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Imagem da TSF

 

O bloco de esquerda vai apresentar uma moção na assembleia da República para mudar o nome do Cartão do Cidadão para "Cartão da cidadania", dizem eles que cartão do Cidadão  não respeita a identidade de género de mais de metade da população portuguesa.

 

Na realidade o documento chama-se "Cartão de Cidadão" não "do cidadão". Fui ver ao dicionário, segundo o Priberam, cidadão é um substantivo masculino, o feminino é cidadã ou cidadoa,  

 

Reconheço o mérito ao Bloco de esquerda na luta contra a descriminação e pela igualdade e paridade de direitos, mas convenhamos que esta vez foram um bocadinho longe demais. Alegam que não há razão para a utilização de linguagem sexista num documento oficial, não poderia estar mais de acordo, só que a mim pessoalmente não me parece que dizer "Cartão de cidadão" ou "do cidadão" seja linguagem sexista, tal como não o é quando dizemos "Cartão de Eleitor" ou mesmo simplesmente eleitor.

 

Por outro lado, "cidadania" que é a palavra sugerida pelo bloco para substituir cidadão é, de novo segundo o Priberam, um substantivo feminino, ou seja, deixamos de discriminar uma metade da população para passar a discriminar a outra metade,,,, não me parece lá muito lógico.

 

Ia sugerir que voltassem a chamar "Bilhete de identidade"... mas lá está, identidade também é um substantivo feminino... e continuamos a discriminar... 

 

Pessoal do Bloco de Esquerda, estão a fazer um bom trabalho, sinto que o meu voto valeu mesmo a pena quando votei em vós... mas vamos lá concentrar-nos no que é mesmo importante, pode ser?

 

Jorge Soares

publicado às 22:12

A (falta de) cultura à bofetada!

por Jorge Soares, em 07.04.16

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Imagem do Público

 

"Em 1999 prometi-lhe publicamente um par de bofetadas. Foi uma promessa que ainda não pude cumprir. Não me cruzei com a personagem, Augusto M. Seabra, ao longo de todos estes anos. Mas continuo a esperar ter essa sorte. Lá chegará o dia.... Estou a ver que tenho de o procurar, a ele e já agora ao Vasco Pulido Valente, para as salutares bofetadas. Só lhes podem fazer bem. A mim também."

 

Que me lembre foi esta a primeira vez em que o ministro da cultura foi noticia desde que o governo socialista tomou posse, e na altura foi noticia  pela surpresa  da sua nomeação para o cargo .

 

Hoje foi noticia pelas piores razões,não li o artigo de Augusto Seabra, nem este nem o original de 1999, não faço ideia do que terá deixado o ministro da cultura tão irritado, mas por muito critico e ofensivo que o mesmo tenha sido, nada desculpa a reacção pública de João Soares.

 

Todos temos direito á indignação, mas um ministro não pode esquecer que é uma figura pública e membro do governo, um ministro não pode  reagir como uma criancinha em idade escolar e ameaçar com resolver as coisas à estalada. A atitude de João Soares é uma falta de respeito para o cargo que  representa,para o país e para todos os portugueses.

 

Hoje João Soares mostrou que não percebe o que significa ser ministro, no passado houve quem se demitisse de cargos de ministro por fazer uma piada de mau gosto  ou por fazer corninhos a um deputado na Assembleia da República, a atitude de João Soares não é menos grave que as que deram origem às demissões de Carlos Borrego e Manuel Pinho... 

 

Senhor ministro hoje mostrou muita falta de cultura, mostre algum respeito pelos portugueses e demita-se, quem sabe e a seguir António Costa elege alguém ligado à cultura, alguém que perceba os problemas e necessidades da cultura, para o cargo.

 

Jorge Soares

publicado às 22:06

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Imagem do Público

 

"O primeiro-ministro Sigmundur Gunnlaugsson apresentou a sua demissão e tornou-se a primeira baixa política do escândalo Panamá Papers. Gunnlaugsson não resistiu à pressão da rua: cerca de vinte mil pessoas exigiram na véspera que se demitisse, devido à sua ligação a uma empresa offshore, através da qual ocultou milhões de euros."

 

A Islândia é mesmo um mundo diferente, em que outro país, por mais pequeno que seja, basta uma manifestação de cerca de vinte mil pessoas para fazer cair um governo?

 

Há um blogue português que nos dois últimos dias se tem dedicado a tentar desmistificar a importância do que está a acontecer, há mesmo quem em Portugal se queira convencer que não há nada de errado com os offshore e a fuga de dinheiro para paraísos fiscais, diz quem por lá escreve que lá por ser imoral não quer dizer que seja ilegal... Bom, se calhar para os Islandeses não há assim tanta diferença entre ilegal e imoral ...

 

É evidente que nem sempre offshore significa ilegalidades, há formas e motivos legais, por norma de moralidade duvidosa, para se colocar dinheiro em paraísos fiscais, mas convenhamos que o que serve para esconder dinheiro legal, servirá de certeza absoluta para esconder, lavar e no fim gastar com toda a impunidade do mundo, dinheiro das mais obscuras e ilegais proveniências.

 

Rezam as crónicas que foram entregues 2 Terabytes de informação, 2 Terabytes é uma quantidade absurda de informação, é difícil  imaginar como se irá conseguir separar o trigo do joio no meio de tantos documentos. Vai de certeza demorar muito tempo, esperemos que que existam recursos e vontade suficientes para se chegar até ao fim.

 

Segundo um Jornal Irlandês, terão sido até agora encontrados documentos que referem 34 nomes de portugueses ou residentes em Portugal, para além de 244 empresas.... mas a procissão ainda vai no adro, de certeza que haverá muito mais para descobrir.

 

Curioso mesmo é que havendo um Jornal (o Expresso) e uma Televisão (a TVI) portugueses com acesso aos documentos, seja um Jornal Irlandês quem deite cá para fora estes números.... de certeza há uma explicação qualquer, esperemos que não tenha a ver com a quem pertencem estes dois meios de comunicação....

 

O que está a acontecer terá a importância que o mundo lhe queira dar, se for como na Islândia talvez nada fique como dantes e no futuro se tomem medidas reais para se acabar com a impunidade dos paraísos fiscais. Se for como na Rússia em que vá lá saber-se porquê, os jornais importantes nem sequer falam do assunto, estamos conversados.

 

Certo mesmo é que: Quando uma borboleta bate as asas no Panamá, cai o governo na Islândia... vamos ver quantos outros governos e governantes abanam e se cai mesmo mais algum.

 

Jorge Soares

 

publicado às 22:42

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Imagem do Facebook 

 

Democracia é a forma de governo em que a soberania é exercida pelo povo.

 

"um tribunal de Luanda condenou a penas entre dois anos e três meses e oito anos e seis meses de prisão efectiva 17 activistas angolanos" os jovens activistas foram detidos a 20 de Junho do ano passado, rejeitaram sempre as acusações que lhes foram imputadas e declararam em tribunal que os encontros semanais  promoviam a discussão política e não qualquer acção violenta para derrubar o regime.

 

Hoje na assembleia da República o PS e o Bloco de esquerda apresentaram a votação moções que condenavam a prisão dos 17 jovens. Ambas foram chumbadas com os votos contra  do PCP, do PSD e do CDS, os três partidos consideraram estas moções uma ingerência na vida interna daquele país.

 

Não deixa de ser curioso ouvir falar de ingerência na vida interna de um país aos deputados de dois partidos que nos últimos 4 anos governaram Portugal, seguindo à risca e sem desvios,  um guião que para além de ser ditado por instituições estrangeiras era rigorosamente controlado de três em três meses por funcionários menores dessas instituições.

 

Acho que não restam dúvidas a ninguém que estes 17 jovens agora condenados a penas que vão até aos 8 anos, são para todos os efeitos presos políticos. O ano passado estes mesmos partidos votaram a favor da condenação da Arábia Saudita pela prisão e as chicotadas  ao bloguer Raif Badawi. Alguém consegue ver a diferença entre os presos políticos da Arábia Saudita e os de Angola? Condenar a Arábia Saudita não era ingerência e condenar Angola é? Em 2003, num caso idêntico ao angolano, o PSD condenou a prisão de 12 opositores ao regime cubano.Onde está a coerência?

 

Sabemos que o PCP é próximo do partido que governa Angola e a forma como costumam pensar, mas será que haverá mesmo no PSD e no CDS algum deputado que acredite na mensagem que passaram hoje no parlamento? Não me parece que seja assim tão difícil entender a diferença entre condenação e ingerência... será que os senhores deputados tem consciência? E vergonha, terão?

 

Jorge Soares

publicado às 22:52

Jesus é uma miragem

por Jorge Soares, em 28.02.16

af_cartaz_jesus_2_0.jpg

 

Imagem de Esquerda Net

 

Disclaimer, eu sou ateu, Deus não existe, ponto final (vão ler o post), dito isto, vamos ao que interessa.

 

Gosto muito mais do cartaz  do Outdoor do que deste, é de igualdade que se fala, a promulgação da lei que permite a adopção por casais do mesmo sexo é um marco, todos gostaríamos que fosse o fim da desigualdade e da discriminação, sabemos que é só mais um passo, um passo muito importante,  mas também  que falta muito por fazer.

 

É assim que entendo o cartaz com a imagem de Jesus Cristo: é uma pedrada no charco, uma forma de chamar a atenção.. e não há dúvida que o conseguiu, com esta imagem e todo a poeira e o barulho levantados, não há forma que o país passe ao lado do assunto.

 

Evidentemente há por aí muita gente que se sente ofendida, não percebo porquê, pensei que a indignação com os infiéis era coisa de muçulmanos radicais... vai-se a ver e há católicos radicais por cá... esperemos que não tenham armas debaixo das batinas.

 

A meio da tarde, num comentário do Facebook sobre a imagem li o seguinte:

 

"O mundo será um dia melhor quando a maioria das pessoas perceber que a ofensa é da responsabilidade de quem se sente ofendido. Se uma pessoa não se sentir ofendida, não existe ofensa... e qualquer pessoa se pode sentir ofendida com qualquer coisa, tenha ou não tenha havido intenção de a ofender! A dificuldade de aceitar críticas e a falta de sentido de humor é demasiadamente limitativa e uma coisa muito triste."

 

Para quem é crente, Cristo deveria representar a fé e a tolerância, não é nada de novo, mas hoje, uma  vez mais, ficou à vista que 2000 anos de religião católica conseguiram que esses princípios sejam letra morta, bastou uma imagem e uma frase para percebermos isso.

 

Ainda por cima é suposto ser verdade, para quem acredita, ele teve mesmo dois pais... e uma mãe ... virgem!

 

Jorge Soares

publicado às 21:59

JorgeSilva.jpg

 

Imagem do Público

 

O Rendimento de Cidadania  ou ainda Renda Básica, é uma quantia paga em dinheiro incondicionalmente a cada cidadão pertencente a uma determinada região. O valor é distribuído pelo poder público de forma igualitária, não importando o nível social ou disposição para o trabalho de quem recebe. A retribuição garante o direito inalienável de todos usufruírem de uma parte das riquezas produzidas na região. (in Wikipédia)

 

A primeira vez que ouvi falar deste conceito foi através do Podemos, partido político da esquerda anti-sistema espanhola, esta proposta está entre as linhas mestras do Partido e  será de certeza um dos pontos que está neste momento em discussão entre Pablo Iglésias e Pedro Sanches, líder do partido Socialista.  com vista à formação de um governo de alternativa de esquerda ao PP do actual primeiro ministro Rajoy.

 

Traduzindo por miúdos, a Renda básica seria uma quantia a distribuir pelo estado a todos os cidadãos independentemente da situação financeira, familiar ou profissional, e, idealmente, deveria dar para viver de forma digna.

 

É uma ideia que se encontra em discussão em alguns países e que segundo uma noticia do Público estará prestes a ser aplicada de forma experimental na Finlândia e em algumas cidades da Holanda. Em Macau os gigantescos lucros do jogo são utilizados para algo parecido.

 

Em Portugal a ideia foi hoje apresentada na assembleia da República pelo Deputado Jorge Silva do PAN.

 

O conceito não deixa de ser interessante, sobretudo se for levada à letra a parte "deveria dar para viver de forma digna", resta uma questão muito interessante, num país como Portugal,sem petróleo ou outros recursos naturais e sem os lucros do jogo de Macau, como seria possível financiar algo assim?

 

Ao fim do dia na Antena 1 alguém, não me lembro do nome do senhor, defendia o conceito e a sua aplicação, como forma de financiamento propunha o fim dos paraísos fiscais e o pagamento justo e sério  de impostos por empresas e cidadãos. Mesmo que isto fosse possível, não sei se o dinheiro que de aí resultaria seria suficiente para manter a medida e a continuação do estado e das garantias tal como as conhecemos.

 

Não vou entrar na discussão sobre se uma medida destas  faria ou não que as pessoas simplesmente deixassem de se preocupar por ter um emprego e um salário para além do que daqui receberiam, mas não há duvidas que esta medida resolveria muitos dos males que afligem a nossa sociedade....O meu bom senso diz-me que simplesmente é impossível de concretizar.

 

Com respeito ao PAN, está muito longe de ser o Podemos, assim como Jorge Siva nunca será Pablo e Iglesias, para o bem e para o mal.

 

Jorge Soares

publicado às 22:15

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Imagem de aqui

 

Por norma as eleições em Portugal tem sempre muitos vencedores, acho que esta vez não restam dúvidas,estas eleições só tiveram um vencedor, Marcelo teve mais de 50 % dos votos, todos os outros candidatos apostavam numa segunda volta em que a união da esquerda pudesse derrotar o candidato mediático e dos média, isso não aconteceu e portanto, não me parece que esta vez possam existir vitórias morais.

 

A maior derrotada foi sem dúvida nenhuma Maria de Belém Roseira, que pagou muito caro a forma e o momento em que lançou a sua candidatura, fez uma campanha pobre e vazia de conteúdo e não se conseguiu afastar do facto de ser um dos 30 deputados que pediu a fiscalização do tribunal constitucional da lei que exigia a prova de rendimentos para quem pretendia receber subvenções vitalícias.

 

Um resultado ao nível do Tino de Rens é um castigo pesado, mas também é a prova de que os nomes e o prestigio político já não são garantia de votos, o resultado obtido esteve ao nível do discurso e da campanha feita pela candidata.

 

Para mim, como para uma grande parte dos  portugueses,  Sampaio da Nóvoa era um perfeito desconhecido, fez uma campanha longa e afirmativa, apesar da falta de apoio do PS e mesmo contra alguns dos pesos pesados deste partido, conseguiu afirmar-se pelo discurso positivo, é verdade que não conseguiu chegar à segunda volta, mas também é verdade que contra um candidato que todo o mundo conhece e que teve os meios de comunicação ao seu serviço, conseguiu um resultado que poucos esperariam. Tem o enorme mérito de conseguir provar que é mesmo possível termos candidatos oriundos da sociedade civil com resultados...

 

Marisa Matias era a minha candidata, mais uma mulher do bloco com um discurso afirmativo, cheio de conteúdo e de sucesso. Os 10% de votos são sem dúvida um excelente resultado, mas não foram suficientes para impedir que Marcelo vencesse na primeira volta. Com este resultado o Bloco de Esquerda mantém a dinâmica de crescimento... e verá sem dúvida fortalecida a sua posição nas muitas e duras negociações com António Costa e o PS que irão acontecer nos próximos tempos.

 

Ao contrário do que costuma acontecer, hoje não vimos ambiente de vitória na sede do Partido Comunista português, apesar de todo o empenho colocado pela máquina partidária do partido, Edgar Silva  teve um resultado parecido ao do Tino de Rans. O partido comunista português é cada vez mais uma organização longe da realidade do mundo e isso notou-se no discurso e na  forma de encarar a campanha de Edgar Silva. No século XXI é preciso muito mais que falar de Abril e dos direitos dos trabalhadores para se conquistarem votos, não é que isso não seja importante, mas há muitas outras coisas que também são importantes e raramente se ouviu o que quer que fosse na campanha do Ex Padre madeirense.

 

Falta falar da grande surpresa destas eleições, Vitorino Silva, ou Tino De Rans, com uma campanha de um homem só, muitas vezes esquecido e até ostracizado pela comunicação social, consegui ter mais de 3% dos votos. Durante esta semana alguém dizia que Vitorino é o Marcelo Rebelo de Sousa dos pobres, alguém que conseguiu aproveitar ao máximo a sua notoriedade para se fazer ouvir. Ele queixou-se muitas vezes que não lhe era dado o mesmo tempo de antena que aos outros candidatos, a verdade é que ele soube aproveitar muito bem os poucos momentos que lhe deram e sobretudo o tempo que teve no último debate.

 

Dos outros candidatos não reza a história, Já aqui falei de Paulo Morais e da sua suposta "cruzada" contra a corrupção,achoque o resultado obtido está à altura da sua credibilidade, vão ler o post,não me vou repetir.

 

É sempre positivo termos muitos candidatos e muitas opções de escolha, mas convém que estes tenham alguma coisa para dizer a quem vai votar, nestas eleições a grande maioria tinha pouco para dizer, mas havia mesmo quem não tivesse mesmo nada e não se perceba muito bem para que se candidataram.

 

Marcelo tentou convencernos de que era um candidato independente e longe do seu partido e da sua origem política, todos sabemos que nem sempre o que ele diz é para se levar a sério e que muda de opinião com alguma facilidade, há quem diga que António Costa é o outro grande vencedor da noite... esperemos que sim, para bem do país e de todos os portugueses.

 

Jorge Soares

 

publicado às 23:32


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