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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
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Como hoje, era Terça de Carnaval, tinha ido passar o Carnaval à terra, mas tinha um exame na quarta-feira, tinha por isso vindo cedo durante o dia para Lisboa com a ideia de ainda dar uma olhadela nos apontamentos e claro, dormir e descansar do Carnaval.
Depois do episódio do morto nas escadas de que falei no post do outro dia, a judiciaria tinha limpado a pensão do segundo andar e se exceptuarmos a "menina" barulhenta do terceiro andar, a calma tinha-se instalado no prédio. Por volta da meia noite comecei a ouvir um enorme estardalhaço, portas arrombadas, vidros partidos.... depois acalmou. Passados uns minutos ouvi um carro a travar na rua, alguém a gritar fogo e a campainha da rua a tocar desalmadamente.
Levantei-me e olhei pela minha janela, o fumo já tinha invadido o prédio e viam-se claramente as labaredas no segundo andar. Enfiei as calças e uma camisola e saí para o corredor.. onde o resto dos habitantes da casa já andava de um lado para o outro em Pijama.
Sair para as escadas estava fora de questão, eu talvez conseguisse chegar à rua, mas as restantes pessoas não. Entretanto chegaram os bombeiros, o fogo já era bem visível, principalmente da parte de trás do prédio. ...e eu estava a ver a coisa complicada.
Passado algum tempo os bombeiros chegaram até ao apartamento, e mandaram vir uma auto escada,... podiam era ter ficado ali connosco. Colocaram a escada numa varanda encostada a uma grade, e nenhuma das outras pessoas conseguia subir para lá, tive que carregar em braços uma a uma.
Entretanto os bombeiros lá conseguiram atacar o incêndio que para além de destruir o segundo andar e causar alguns estragos no terceiro, não alastrou. Por volta das 3 da manhã voltei ao meu quarto...... e não me lembro de ter dormido muito.
O incêndio do Chiado era algo que estava bem fresco, no sitio onde hoje está o centro comercial do Chiado havia um enorme buraco, na Rua Garret havia um passadiço para peões e tudo estava ainda destruído.... e eu passava lá quase todos os dias.... não, não foi fácil dormir..... ainda que desta vez não houve mortos nas escadas.
Não me lembro como me correu o exame do dia a seguir....
Jorge