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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Depois do incêndio da terça de Carnaval de que falei aqui, as coisas acalmaram por uns tempos.
Entretanto uma das irmãs da dona da casa que era criada de servir algures num casarão em Lisboa, decidiu reformar-se e foi viver para o quarto em frente ao meu... na verdade não me consigo lembrar muito bem como, mas sei que passado algum tempo a senhora morreu, não tenho bem a certeza, mas deve ter sido em época de férias, porque não guardo especiais memórias desta morte ... que se bem se lembram os que leram este post, era já a 4ª no prédio desde que eu fui para lá morar.
Depois de umas férias de verão passadas na terra, quando voltava para o ultimo ano do curso, fui recebido com uma surpresa, agradável para os restantes moradores da casa.... nem tanto para mim.
Depois de anos de chuva e reclamações, o senhorio lá se tinha decidido a fazer as mais que necessárias obras no telhado...a parte chata é que como o meu quarto era uma das poucas divisões da casa que não seria afectada, era necessário para os donos da casa... e lá tive que sair. Com a promessa de que as obras durariam dois ou três meses e eu poderia voltar. Na verdade as obras duraram 3 ou 4 anos e evidentemente eu não voltei.
Arranjei um quarto bem perto da Faculdade, do outro lado da Alameda por cima da Fonte Luminosa. Era um quarto agradável, a senhoria era uma senhora muito simpática e os meus passeios a pé de e para o IST passaram a ser bem mais curtos.
Estava no ultimo ano do curso, entre as aulas e o trabalho final, mal ia dormir ao quarto, saia de manhã cedo e voltava quase sempre tarde, motivo pelo que mal via os restantes habitantes da casa, a simpática senhora e o seu neto.. que não me lembro de ter conhecido... até aquele dia.
Estava ali à dois ou 3 meses, um dia voltei cedo para casa e quando entrei deparei-me com um casalinho que romanticamente jantava na mesa da sala. Dei as boas noites e fui para o quarto... passado um ou dois minutos, alguém me bateu à porta.
O rapaz vinha-me informar que a sua avó tinha falecido na semana anterior, ele agora era o dono da casa e claro, eu tinha que me mudar! Não queiram imaginar o meu ar de parvo a olhar para ele... é que nem consegui dizer nada de jeito.....
Passado uns dias lá arranjei outro quarto.... e fui viver ali paredes meias com o Elefante Branco na Rua Luciano Cordeiro... foram só uns meses..mas que eu saiba.. ninguém por lá morreu!
Jorge
PS:Imagem minha, as cores de Lisboa, retirada de:Momentos e olhares