Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




O que é uma Familia de acolhimento?

por Jorge Soares, em 30.11.07

Hoje fui confrontado com esta noticia do Publico, devo começar por esclarecer que tenho dois filhos, um é adoptivo e outro é biológico. Passei portanto por um processo de adopção e conheço muitas pessoas que adoptaram, sei portanto como pode ser complicado, doloroso e por vezes humilhante todo o processo.

 

Há uns 5 ou seis anos atrás, estive numa reunião promovida pela governadora civil de Setúbal em que estavam familias adoptantes, casais candidatos à adopção e familias de acolhimento, cada um contou a sua historia  e no fim a Sra. Governadora tirou as suas conclusões que seriam utilizadas na discussão da nova lei.

 

De tudo o que ouvi, retive algumas coisas, em primeiro lugar os processos de adopção eram complicados, não era só o nosso, era assim em 95% dos casos. Em segundo lugar, fiquei com a ideia que as famílias de acolhimento que ali estavam tinham optado por essa via com a esperança que isso lhes abrisse as portas para uma futura adopção. Aliás, uma das senhoras que ali estava confessou isso mesmo, que se tinha candidatado para família de acolhimento porque não reunia todas as condições necessarias para adoptar e tinha a esperança de poder ficar com a criança que lhe tinha sido entregue.

 

Mas afinal o que é uma família de acolhimento? vejamos o que diz a lei:

 

Decreto- Lei n.º 190/92 de 3 SET

O QUE É?

O acolhimento familiar é uma prestação de acção social que consiste em fazer acolher transitória e temporariamente, por famílias consideradas idóneas para a prestação desse serviço, crianças e jovens cuja família natural não esteja em condições de desempenhar a sua função socio-educativa .

 

Retirado de:

http://www.pcd.pt/biblioteca/imprimir.php?action=completo&id=27&id_doc=40&id_cat=11

 

Chamo a atenção para a parte donde diz, transitória e temporariamente, ora, o que acontece é que as crianças são entregues às famílias de acolhimento e depois tanto a segurança social como as famílias se esquecem da parte do provisório, e todo o mundo espera que seja definitivo. Ora, se é para ser definitivo, a criança deve ser encaminhada para a adopção, para as famílias que passam pelo processo e que são avaliadas e aprovadas como candidatos idóneos.

 

Do meu ponto de vista, se passado um ano a família biológica não se mostra capaz de acolher os seus filhos, então as crianças devem ser encaminhadas para a adopção, ponto final. Deixar uma criança seis anos numa situação transitória e temporaria é um crime, até porque mais tarde ou mais cedo isto pode acontecer.

 

Por outro lado, aquela família tinha plena consciência de que a situação era transitória e que isto poderia acontecer, aquela criança não lhes tinha sido entregue em adopção, eles eram família de acolhimento, portanto não percebo porque aquele papel de coitadinhos e tanto barulho na comunicação social. E eles sabiam que não podiam adoptar aquela criança, simplesmente porque ela não estava para adopção.

 

Lamento se estou a ser injusto com alguém, mas a verdade é que há sempre outro ponto de vista, este é o meu.

 

Jorge

 

Dá-me a tua mão

 

Imagem retirada de :http://atuleirus.weblog.com.pt/

publicado às 22:39


17 comentários

Sem imagem de perfil

De António Manuel Dias a 01.12.2007 às 12:14

Devia ter comentado apenas aqui, mas penso que este assunto (e este artigo) merece toda a visibilidade que lhe pudermos dar. Assim, aproveitei para o comentar também no meu diário (http://maracuja.homeip.net/blog/comentarios?art=424).

As minhas desculpas se isso trouxer visitantes indesejados ao teu sítio.
Imagem de perfil

De Mara_Liza a 27.02.2008 às 12:09

Bom dia,

Eu estou na lista de espera para adopção, também na s.s. de setubal...
Gostava, independentemente disso ser familia de acolhimento. Será que me pode ajudar com algumas informações?
Será viavel ter os dois processos a decorrer em simultaneo?
Agradeço-lhe desdo já.

Mara
Imagem de perfil

De Jorge Soares a 28.02.2008 às 21:24

Olá Mara

Bom, parece-me que não me reconheceste,... por acaso estive prestes a responder ao teu email para o grupo nos-adoptamos, quando falaste disto.

Não sei responder à tua pergunta, imagino que uma coisa não tem a ver com a outra, mas terás que expor o caso às assistentes sociais, elas serão as pessoas certas para te responder.

Tu és corajosa..... pensas adoptar e ser familia de acolhimento? ou quando te propuserem uma criança para adopção devolves as crianças que estiveres a acolher?

Jorge
Imagem de perfil

De Mara_Liza a 29.02.2008 às 08:54

Olá, desculpa não te ter reconhecido. Sim ,eu gostava das duas coisas, como normalmente a familia de acolhimento é temporário eu veria se dava para conciliar tudo ( a minha filha biologica, meu filho adoptivo e a criança que acolhesse em casa)
Já entrei em contacto com algumas pessoas e devido a uma alinea da nova lei que saiu se não estou em erro em Janeiro, os casais com processos de adopção não podem ser familias de acolhimento!!! Não vá o o diabo tecê-las e nos querermos ficar com elas... Enfim, não posso fazer nada...
Obrigado na mesma.
Imagem de perfil

De Jorge Soares a 29.02.2008 às 09:49

Mara, eu sei que o ser humano tem a capacidade de crescer de acordo com as necessidades do momento.... e que cada caso é um caso e cada criança é diferente... mas a minha experiência como pai biológico e adoptivo é que um filho adoptivo necessita a todos os niveis de um esforço muito maior por parte do pais que um biológico, seja bebé ou já crescido.

Jorge
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 04.06.2008 às 18:23

acho o sr mt injusto.estou do lado do sargento luis gomes.nota-se que é homem.porque quando a«dita mae« teve a criança na barriga ele n quis saber dp de meia criada a conversa é outra...
Sem imagem de perfil

De Admirada a 13.11.2008 às 11:50

Pena que só foi dito aos pais de acolhimento que era uma situação provisória e que não tivessem dito à criança de 1 ano que também era uma situação provisória. Afinal de contas as crianças tem que ser mais fortes do que os adultos. Coitadinhas delas!!!!
Imagem de perfil

De Jorge Soares a 13.11.2008 às 12:00

Sim, coitadinhas das crianças.

Mas a mim resta-me sempre a dúvida, se esses pais queriam um filho porque não foram pelo processo de adopção normal?

Sabe, se a criança não foi para adopção é porque não podia ir, e quando as pessoas tomam a decisão de serem familia de acolhimento devem ter em conta que o mais certo é que isto mais tarde ou mais cedo venha a acontecer. Se a criança foi para acolhimento e não para adopção é porque a familia pretende manter os laços.. e isto por norma significa que mais tarde ou mais cedo vai querer a criança de volta.

Quando tomamos uma decisão é porque sabemos as consequências, e se alguém decide ser familia de acolhimento em lugar de adoptar, deve saber que isso tem consequências... mais tarde ou mais cedo.

Jorge
Sem imagem de perfil

De Ismael a 24.11.2008 às 15:18

A verdade é que as situações por vezes nos vêm bater à porta não?
Agora, mais importante do que saber quem são os culpados, parece-me que s deve saber o que é melhor, emocionalmente, para a criança ou será que temos que, com o intuito de castigar sopostos culpados, castigar a maior vítima do processo....
Ela não pediu para a mãe a entregar, não pediu para o pai, pelo menos inicialmente, não querer saber que ela existia, nem pediu para ser a familia Gomes a ficar com ela, mas esta é que é a realidade e não foi a criança que a escolheu.
Estaria ela ainda viva, não fosse a familia Gomes te-la acolhido quandop o pai se ´"lembrou" que ela existia não teria já morrido de fome? e aí já não haveria ninguém para dispotar.
Sem imagem de perfil

De Ana a 26.06.2009 às 20:18

Eu estou numa instituição desde os 13 anos e sempre desejei que conseguisse ter uma familia de acolhimento. Hoje com 20 anos e ainda numa instituição esse desejo ainda não desapareceu mas sei que nunca a vou ter.
Sou só eu e eu.
É bom que hajam pessoas como voces interessadas em ajudar as crianças que nao tem culpa de nada.
Cumprimentos
Sem imagem de perfil

De celia martins a 08.09.2009 às 10:26

adoptei dois irmãos k na altura tinham 9 e 10 anos.custa-me dizer isto mas a verdade é k mais ninguém os queria pela idade deles. já passaram 3 anos e posso dizer k a idade nunca foi problema e k eles são os meus filhos, aqueles k eu não podia ter mas k agora não podia viver sem eles. compreendo bem o drama das crianças institucionalizadas k vêem a idade a passar e por culpa das leis nunca conseguem uma família e também as pessoas k procuram ser pais não tenham medo de adoptar uma criança com mais idade pois eles também vos vão amar e ser vossos filhos. A minha experiencia diz-me até que para além do amor que vos têm acabam a ter uma gratidão enorme. não tenham medo por favor!
Sem imagem de perfil

De Ana Faria a 04.04.2012 às 17:02

Adorava adoptar uma criança poderia ter mais de 10 anos e de cor, mas é um processo tão demorado...Quanto tempo demorou o seu processo de adopção, Célia?
Sem imagem de perfil

De celia martins a 05.04.2012 às 15:31

devido á idade das crianças o meu processo demorou apenas 6 meses. quando o processo terminou os meus filhos vieram logo viver connosco.
Sem imagem de perfil

De Ana Nunes a 27.02.2010 às 22:14

Boa Noite

Eu sou de Aveiro e gostava de saber onde me posso dirigir aqui nesta zona, para poder ser uma familia de acolhimento.
Alguem me pode ajudar?
Obrigada
Imagem de perfil

De Jorge Soares a 28.02.2010 às 23:01

Olá Ana

Para ser família de acolhimento deverá dirigir-se à segurança Social em Aveiro e apresentar a sua candidatura.

Joprge

Sem imagem de perfil

De cristina melo a 10.02.2011 às 17:16

Eu gostaria de ser uma familia de akolhimento amo crianças e tbem velhotes
Sem imagem de perfil

De Elis a 14.04.2011 às 01:10

Boa noite!
Sua postagem tem grande valor para mim, pois cita uma lei que estou procurando há tempo.
Há mais de dois anos sou mãe acolhedora, e penso como você.
No momento de entregar a criança para a família biológica ou adoção existe um grande sofrimento, pois a capacidade do ser humano amar seu próximo é muito grande e assim acontece. Porém, cada família que se canditada ao acolhimento sabe que acolhimento não é adoção. Assim não vejo motimos para a família que acolhe ficar como vítima de piedade no momento em que deve se separar da criança.
Parabéns pelo blog. Beijos

Comentar post



Ó pra mim!

foto do autor


Queres falar comigo?

Mail: jfreitas.soares@gmail.com






Arquivo

  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2019
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2018
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2017
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2016
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2015
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2014
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2013
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2012
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2011
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2010
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2009
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2008
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2007
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D