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 Desde o PREC até Hoje, analfabetos funcionais

Imagem retirada do Público 

 

Nos dois ultimo dias a blogosfera tem sido um reboliço por causa desta noticia que podemos ler no Público:

 

Escola de Vila Nova de Anha passou um aluno com nove negativas

 

Lembrei-me de algumas coisas, coisas de há bastante tempo e outras bem recentes cá em casa

 

Estava eu na primeira classe lá na aldeia em Oliveira de Azemeis, já lá vai muito tempo desde essa altura, quando as crianças deixaram de chumbar na primeira classe, havia 3 ou 4 colegas meus que finalmente passaram para a segunda, e acho que foi aí, algures em 1974 ou 75 quando a desgraça começou... ou seja, a culpa é do PREC e desde então para cá, é repartida por muita gente.

 

Voltei para Portugal em 1989, e  uma das primeiras coisas em que reparei, é que havia muita gente na faculdade com muitíssimas dificuldades a matemática, percebi porquê quando alguém me explicou que em Portugal, os alunos podiam chegar à faculdade sem nunca terem aprovado a matemática, na altura podia-se chumbar até duas disciplinas sem se chumbar o  ano (ficar retido, dizem agora)  e sem ter que as aprovar.

 

Ora, eu no 10º ano cheguei a Julho e tinha 9 a Física, para mal dos meus pecados, porque passei todas as férias a ter explicações, mas quando cheguei a Setembro tive 16 no exame, se não tivesse passado em Setembro tinha exame em Dezembro, e depois em Março..e se chumbasse em Março, voltava ao 10 º ano, ninguém avançava na escola sem aprovar TODAS as disciplinas... isto era na Venezuela e acho que continua assim, Chavez ou não Chavez, e a Venezuela é um dos países no mundo com maior percentagem de  pessoas com educação superior.

 

Recordo-me que foi mais ou menos por essa altura, 1989 ou 90, estava o Cavaco Silva no governo, quando se deixou de chumbar até ao 9º ano, de então para cá as coisas mudaram várias vezes, até chegar ao estado actual em que qualquer professor consegue explicar que dá muito mais trabalho chumbar um aluno que fazer com que este passe, principalmente porque é preciso convencer os paizinhos da criança.

 

O resultado de tudo isto, que recordo, começou com o PREC, só podia ser este. Eu nem critico a escola, estive a ler a noticia e até fiquei com pena do aluno, imagino que a vida não será fácil para ele... mas por muita boa vontade que se possa ter, acho que a escola fez um mau serviço neste caso e não fez favor nenhum ao miúdo, mas eu não critico ninguém, é a educação que temos. Já passaram quase todos os partidos pelo governo e nenhum tentou mudar as coisas, como dizia alguém, todos falam, falam, mas a verdade é que ninguém está para mexer nisto... e digo eu,  infelizmente.

 

Já disse aqui que o meu filho N. tem Dislexia e défice de atenção, para além de muita falta de confiança e auto-estima, chegamos ao fim do ano escolar e eu e a P. ponderamos se não seria melhor para ele ficar retido, não é bom para ele ser sempre dos ultimos da turma, fazer sempre pior e mais devagar que os outros, achamos que se ficasse retido teria oportunidade para amadurecer um pouco mais e ao voltar a ver tudo de novo, melhorar. Fomos falar com a professora, que para nosso espanto, até porque é uma professora das antigas, ela desaconselhou completamente, achou que ele evoluiu muito, que consegue recuperar, etc, etc, etc. A sensação com que fiquei é que não ia ficar bem na fotografia ter uma criança retida, isso para mim não era problema, mas quando percebemos que ele iria permanecer na mesma turma, com os mesmos colegas e não com outros do mesmo ano, desistimos, a única alternativa era mudar o miúdo de escola para passar para uma turma do ano dele, e isso nem era garantido, há escolas do primeiro ciclo em Setúbal com turmas em que estão os 4 anos juntos....

 

A conclusão que retiro é que na situação em que estamos, é mesmo difícil reter um aluno, de aí até chegarmos aos casos extremos como o da noticia, vai um curto, muito curto, passinho... o corolário de tudo isto, é que cada vez mais seremos um país de analfabetos funcionais, pessoas com escolaridade mas sem conhecimentos ou cultura... mas nem tenho a certeza se isso será muito mau..afinal não é essa a imagem que temos dos americanos?...e eles é que são a grande potência e o país das ideias e oportunidades.

 

Jorge Soares

publicado às 21:12


29 comentários

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De xana a 22.07.2009 às 23:47

Eu não sei como se passam as coisas nas escolas de hoje. No meu tempo ninguém ia para a universidade se não tivesse passado a todas as discilplinas, nem que ficasse um ano ou dois até as terminar, mas ´só se prestavam provas se se tivesse passado a todas as disciplinas. Por isso, eu não me candidatei, porque deixei filosofia em atraso, e as contigências da vida só me deixaram terminar esta dissciplina já eu tinha 22 anos, e estava a iniciar a vida laboral. E só fiquei com o secundário completo após ser aprovada nesta coisa de filosofia. Não entendo nada da escola de hoje. Na turma da minha sobrinha, há um menino que não passou para a segunda classe, é uma criança com problemas, que necessita de apoio, mas não é a integração que o Governo defende, por isso anda a fechar instituições de apoio, para intergrar as crianças com necessidades especiais, sejam elas fisicas ou não?
Já não entendo nada, é o que é. Agora qualquer pessoa vai uns meses à escola, faz um dossier com um resumo da sua vida e obtém o 12º ano. Afinal eu podia ter saído da escola, quando acebei o 9º ano, e não tinha tido tanto sacrificio e desgaste para terminar o 12º ano. Ia agora com um dossier, ou usava o meu blog como resumo e pronto obtinha o diploma que me custou tantas noites, muitas madrugadas, e muitas brigas em casa. Mais vale desistir da escola, e depois durantes uns meses, vai-se falar com uma psicóloga, prepara-se um dossier, faz-se umas provas que até os miudos do 2º ciclo fazem de olhos fechados, ainda se tem direito a um computador a preço da banana e já está, o 12º ano no papo. Eu que o tenho completo como deve ser, e trabalho há uns bons anos, que facilidade me dá o Governo em entrar na Universidade? Nenhuma, porque o Had-hoc, segundo estou informada não é pera doce, além de ter de fazer um exame, e comprovar tudo o que estiver no curriculo profissional. Até parece que que trabalha há uma porrada de anos ainda tem recibos, ou cópias de contractos de trabalho, para porvar que não mente. Mais vale, inscrever-me na escola onde terminei o 12º ano e fazer um exame de história do mesmo ano(12º). Pessoas come que que andaram na escola a "marrar" durante 12 anos é que deviam ser ajudadas, não os que se estavam a marimbar para a escola e não foram além do obrigatório. ( sei que há quem não tenha seguido os estudos por razões económicas, mas são uma pequena parte, a maioria desistiu mesmo porque não era obrigado a andar lá mais anos).
E olha, com um post sobre um aluno que passou com negativas, eu deixei um testamento de lamúrias.
A educação em Portugal precisa ser revista com urgência, porque como está, só caminhamos para um país de analfabetos com a mania das Engenharias, com canudos duvidosos, etc e tal
bjks
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De xana a 23.07.2009 às 23:56

Ainda metendo a colherada, mas diferindo um pouco do meu comentário anterior, ou talvez não... eu reprovei na 4ª classe porque simplesmente a professora embirrou comigo logo no inicio do ano. Daí até ao final do ano, tentou sempre rebaixar-me ao ponto de sugerir à minha mãe que eu precisava de explicações. Como ela era de fora, e pagava renda de casa para colmatar, dava ela as explicações, que comigo nunca deram em nada, afinal eu não necessitava... o ano todo, eu fazia os trabalhos nas aulas e as colegas copiavam por mim, elas passaram de ano eu não. Elas reprovaram quase todas no 5º ano... o pior de tudo, foi a justificação que ela deu à minha mãe... que eu era muito pequena para ir para o ciclo em Palmela, que depois os outros me batiam e ficava mais um ano a crescer, que as colegas iam para outra escola, o ciclo tv que era mais perto e mais fácil tinham passado. Ainda teve a lata de dizer à minha mãe que se ela lhe tivesse levado uma galinha ou um saco de batatas, como outras mães fizeram, ( não chegou tudo o que lhe tinhamos dado ao longo do ano, porque antigamente no campo havia o hábito de repartir com os professores) podia fazer um esforço e passar-me de ano. A minha mãe irou e em frente de toda a gente que estava naquele momento na escola, virou-se para mim e deu-me uma valente tareia... sim eu levei por causa daquela v... era ela que devia de ter levado e ter sido feita uma queixa ao delegado escolar, mas eu é que sofri, naquele dia e em todos os anos seguintes em que estudei. Senti que perdi um ano de vida, e isso reflectiu-se no 12º ano, que deixei uma disciplina, desisti da universidade, porque a tinha 18 anos, e a maioridade reflectiu-se num namoro que atrapalhou e não ajudou. Hoje passados 25 anos ainda me está entalada esta história, faço por a esquecer, como esquecemos as dores, aquelas dores que o subconsciente se encarrega de fazer esquecer, mas que virou o meu futuro completamente mudou. Nunca baixei as notas, fui sempre boa aluna, mas perante alguma dificuldade baixava os braços, já me tinha tramado uma vez para quê lutar? Felizmente hoje já não sou assim, recuperei a minha auto-estima, mas só lá pelos 25 anos...
Uns anos mais tarde encontrei a dita professora,mas isso já dava mais um comentário longo, e eu não quero fazer do teu blog, um local para desabafos e crises antigas.
bjks
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De Jorge Soares a 28.07.2009 às 00:14

Há pessoas mesmo estúpidas neste mundo... essa tua professora não tem nome.

Beijinho
Jorge
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De Jorge Soares a 28.07.2009 às 00:12

Olá Xana

Os teus comentários são sempre uma enorme fonte de informação, é por isso que gosto deles.

A Educação em Portugal é algo cada vez mais complexo, agora há as novas oportunidades, e não sei quantas coisas que supostamente dão equivalência ao décimo segundo, mas isso só serve para as pessoas dizerem que tem o diploma, porque na hora da verdade, quando é necessário mostrar conhecimentos, quando se chega à faculdade por exemplo, esses conhecimentos não vão lá estar.

Quanto à tua pergunta sobre a entrada na faculdade, bom, eu estava lá quando começou aquela historia dos maiores de 23, foi um ano em que não havia alunos normais e preencheram as vagas com estes alunos, a verdade é que a grande maioria das pessoas não estava minimamente preparada para o que lhe esperava, a experiência profissional é importante, mas de pouco serve para fazer cadeiras de matemática e até de informática, de toda aquela gente que entrou naquele ano por essa via, eu ficaria muito admirado se 5% terminasse alguma vez o curso.

Mas tu tens o 12 ano, não vejo porque não conseguirias ter sucesso.

Beijinho
Jorge
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De Sandra Cunha a 22.07.2009 às 23:53

Falas bem Jorge:

"Já passaram QUASE todos os partidos pelo governo e nenhum tentou mudar as coisas".

Quase todos, mas não todos :)

Beijos
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De Jorge Soares a 28.07.2009 às 00:16

Olá Sandra...

Acredites ou não, eu tive o cuidado de dizer quase todos... porque me lembrei de ti :-)

Beijo
Jorge
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De Mara a 23.07.2009 às 11:24

Olá Jorge,

Este assunto esteve presente na minha casa agora no final do ano lectivo por isso não pude deixar de comentar. O G. tem muitas, muitas dificuldades na escola, ainda não lê um texto, apenas frases curtas, nem todas as sílabas ele consegue ler, não conhece nem domina todos os números até 60, tem muitas dificuldades em fazer contas de somar e diminuir e quando chega o final de um ano lectivo coloca-se a pergunta de passar ou não o G. para o 3º ano nestas condições???
A opção foi passar. E porquê? Porque ele fez um esforço enorme para conseguir aprender, porque ele evoluiu a olhos vistos nestes últimos 6 meses, porque ele, como também tem a auto-estima muito em baixo, precisa que lhe reforcem que com trabalho e esforço da parte dele ele vai conseguir.
Não concordo que não "retenham" os miúdos , não concordo que os mantenham sempre na mesma turma quando uns estão com matéria do 4º ano e outros ainda no 2º, assim acaba por não haver aproveitamento escolar nenhum, mas não há regra sem excepção e no caso do G. vejo que já lhe está a fazer bem ver o seu esforço recompensado por ter passado de ano.

Bj
Mara
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De Jorge Soares a 28.07.2009 às 00:16

Olá Mara, ainda esta semana vou voltar a falar disto...e do teu comentário.

Beijinho
Jorge
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De Anabela a 23.07.2009 às 12:25

Olá Jorge,

Não conheço o caso em questão pelo que não posso dar opinião, mas conheço o caso do meu próprio filho que tem imensas dificuldades na escola. Tem défice de atenção com hiperactividade e dislexia, algo que também conheces bem. Terminou agora o 3º ano com algumas negativas e passou para o 4º ano. Eu também questionei quer a professora, quer a pedopsiquiatra que o acompanha se não seria melhor ficar retido. Eu tinha muitas dúvidas, tinha receio que ao chumbar a auto-estima dele ainda baixasse mais, já era tão pouca mas ele ainda se esforçava muito para conseguir progredir... o que seria se chumbasse, ficasse numa turma diferente e com uma professora diferente, que ainda teria que aprender a lidar com ele e saber as dificuldades que tem? A professora foi de opinião que tinha que passar para o 4º ano, para não perder o que já tinha conseguido, para não desistit, para não se encontrar num contexto diferente e sentir-se inferior aos colegas, algo que ele já sente a algum tempo, pois com 8 anos já tem consciência que apesar do esforço, não consegue acompanhar...
A pedopsiquiatra e o psicologo que o acompanham foram da mesma opinião, ficar retido não iria resolver as dificuldades mas levá-lo a entender que todo o esforço que fez ao longo do ano de nada valeu, pois ficou na mesma para trás, poderia levá-lo a "desistir" de tentar. Vai pois para o 4º ano mas com apoio do ensino especial.
Não temos todos as mesmas facilidades em aprender nem as mesma capacidade... Algumas crianças simplesmente não conseguem.
Concordo plenamente que os professores não devem ter em conta apenas os resiltados dos teste, há de facto todo um contexto a ter em conta.
No caso do meu filho, oralmente é capaz de responder às perguntas feitas, sabe fazer todo o tipo de contas, mas nos testes não tem capacidade de resposta, pois os testes são escritos, têm que ser lidos, e ele é incapaz de perceber e interpretar o que lê, nem mesmo entender os problemas metemáticos, pelo que de nada serve saber fazer contas.
Penso que acima de tudo temos que confiar nos professores e na sua capacidade de análise. Nem sempre as notas traduzem as reais capacidades dos alunos.
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De Jorge Soares a 28.07.2009 às 00:18

Olá

Bom, são opiniões e formas de ver as coisas, mas como disse à Mara, ainda esta semana falarei disto e deste comentário.

Jorge
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De DH a 23.07.2009 às 13:05

Olá Jorge.
Eu pergunto-me se não haverá nada de errado no ensino... Depois de ter ouvido Sir Ken Robinson na famosa TED talk "schools kill creativity", eu própria me interrogo se as escolas tão normalizadas poderão responder a crianças tão diferentes... Eu tenho o problema contrario ao teu, Jorge, tenho um filho que tem muita facilidade de aprendizagem, com capacidade de concentração, mas que rapidamente perde porque aquilo que a professora está a ensinar para ele já não é novidade. E embora possas pensar que estou a "falar de barriga cheia", também tenho o problema de ele não se adequar ao ensino que temos (e a eterna dúvida se não deveria fazê-lo avançar um ano "em falso" para ele não se desinteressar completamente da escola).
Passar ou chumbar com 9 negativas? Eu digo que se escolhe a solução mais fácil e barata... E no ensino nunca se devia "poupar".
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De Jorge Soares a 28.07.2009 às 00:23

Olá

Já aqui disse isto antes:Parece que nos encaminhamos para uma sociedade normalizada, uma sociedade em que se deseja que tudo seja igual, que siga os padrões e as normas, e quando digo tudo, refiro-me a tudo, incluindo as crianças. Quando uma criança sai um pouco que seja para forma do que a escola, e muitas vezes os pais, acha normal é de imediato catalogada como sendo um problema. Parece que já esquecemos o que é ser criança e o bom que é ser diferente.

A escola e os professores deveriam assumir mais vezes as suas responsabilidades de entidade formadora, já seja a nível de conehcimentos ou de caracteres...parece que ao invés, cada vez quer assumir menos estes papeis.

Jorge
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De Iris Barroso a 23.07.2009 às 14:06

Realmente ando um pouco a leste do que se passa, mas depressa posso afirmar que as crianças chumbam a partir da 2a classe, pelo que não entendo essa do 9º e do Cavaco Silva, ma vá lá, estavas na Venezuela e por isso dou um desconto, mas seja quem for que te explicou que podemos chegar à Universidade sem nunca termos passado a Matemática, está simplesmente louco. Não se passa para a Universidade sem o 12º todo feito. O que pode acontecer é haver alunos na Universidade a terem matemática pela 1ª vez, como é o exemplo de todos aqueles alunos, que frequentaram humanísticas e no 12º ano decidiram ir para uma universidade de Gestão, por exemplo.

As coisas não são um primor na educação em Portugal, mas nem tudo é mau e existem escolas que não se ensaiam nada em chumbar toda uma turma se for caso disso. Eu sei, conheci pessoalmente u caso desses.

Creio que este caso é notícia exactamente, porque é fora do vulgar.

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De Jorge Soares a 28.07.2009 às 00:33

Olá Iris, eu não sei como é agora, mas sei que já houve uma altura em que só havia exames no 9 ano. Quanto às crianças chumbarem a partir da segunda classe, bom, eles podem chumbar, mas na verdade raramente isso acontece.

Jorge
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De Ribatejana a 23.07.2009 às 19:24

Não é caso único. Na escola da minha filha houve duas alunas com 6 negativas na mesma turma. Uma passou, a outra não. Ao que parece a que chumbou foi porque "era respondona". Onde é que já se viu passar uma criança com 6 negativas e deixar outra para trás com precisamente as mesmas 6 negativas? não só não devia ser permitido passar com tantas negativas, como claramente há abuso de poderes e injustiça. Acho escandaloso e inaceitável!
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De Jorge Soares a 28.07.2009 às 00:39

Ora, dizia a Iris no comentário anterior que esta era uma situação rara... pois, parece que não é assim tão rara.

E acho que tens razão, isso a mim parece-me abuso de poder e favorecimento,e sem duvida é escandaloso e inaceitável.

Estas coisas deviam ter regras, passar com 6 disciplinas significa o quê?, elas vão alguma vez fazer as disciplinas que chumbaram? E no ano a seguir fzem o quê? sem as bases como conseguem fazer as disciplinas?

Enfim, isto não tem ponta por onde se lhe pegue.

Jorge
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De Escondida a 24.07.2009 às 00:48

E agora desafio-te a fazer um post sobre como reagem os alunos pertencentes à turma dos que passam com muitas negativas.

Conheço bastantes miudos que chegaram à conclusão que "se isto é assim, vou deixar de trabalhar até ao nono ano. Passo na mesma e para já as notas não contam para a média, por isso..."

Alem de ser mau, parecer mal, desmotiva quem trabalha, quem se esforça, quem luta para alcançar mais uma nota, mais um pontinho.

Mas atenção que isto só acontece até ao terceiro ciclo. No secundário nada disto acontece, e se as disciplinas não estiverem feitas os anos não estão concluidos.

Mas ainda mais normal é ve-los a terminar o terceiro ciclo á rasca, e depois fazerem o secundário pelos profissionais, onde também existe mais facilidade nas notas. Assim sendo, para quem não quer seguir a via "curso superior" é a melhor opção.

O ensino está degradante, mas contra mim falando, a culpa não é só do ministra, mas sim dos alunos e professores. A lei ultimamente beneficia os menos correctos, ainda assim, se os professores quiserem trabalhar, não há muitos alunos a passar com quilos de negativas. Se um professor for correcto e justo, não se irá importar com a carga de trabalhos que terá de modo a honrar quem trabalhou e reprovar quem não o fez. Porque o professor queixa-se que a lei está para os maus alunos, mas em geral o professor não quer ter trabalho em penaliza-los, preferindo o "dolce faire niente" do que trabalhar, durante as ferias dos aprendizes.

Ficaria aqui horas a escrever sobre isto em geral, o ensino em particular, mas amanha o dever chama por mim.

E já agora, lanço-te um outro desafio: faz um post em que comentes a tua opinião sobre os colégios no secundário. É um tema que não sei se já o trataste aqui, mas que gostaria imenso de saber a tua opinião.

Beijinhos
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De Jorge Soares a 28.07.2009 às 00:45

OLá

São desafios interessantes, tal como todo o comentário, mas pelo menos para já, tenho que declinar, não consigo falar sobre o que não conheço.

Mas não duvido que tens razão, estes exemplos só servem para que os miúdos deixem de se esforçar, afinal, não é preciso.

Quanto aos colégios, tenho opinião sobre a primária, sobre o secundário não conheço, e e novo, acho que não é bonito falar sobre o que não se conhece.

Mas gostei do teu comentário e de te ver por cá.

Jorge
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De Paola a 24.07.2009 às 12:03

Nem me vou alongar, amigo. Sou parte envolvida no processo, mas concordo. Se concordo! Não conheço o caso em particular, nem interessa... porque estamos assim! A fabricar sucesso para a Europa ver... Há fantasmas na educação que nenhum partido governamental afastou... por medo... pelo eleitoralismo... pela modernidade... sei lá eu que mais. Num tempo em que os professores são responsabilizados, no quadro da lei, pelos resultados dos alunos, pelo abandono escolar... e que à maioria dos pais apenas importa que eles passem... que o ministério dá sempre razão aos EEs.... o professor só tem mesmo que salvar a sua pele...

Somos, sim! Somos um país de analfabetos funcionais... e culturalmente pobres... Viva a panaceia do choque tecnológico! Resolverá tudo, não te preocupes.

Beijinhos
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De Jorge Soares a 28.07.2009 às 00:55

Olá

Pois, tocaste na tecla certa, estamos a fabricar sucesso para a Europa ver...e analfabetos funcionais.. é triste, mas é a realidade.

Beijinho
Jorge
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De Óscarito a 24.07.2009 às 16:52

Eu acho isto tão, mas tão estranho que nem sei como comentar. Isto é, sei!, mas não não comento.
Gostava era de saber os reais motivos porque foi decidido assim. Mas isso se calhar nunca será dito...
Abraço/Óscar.
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De Jorge Soares a 28.07.2009 às 00:58

Olá

Pois, era engraçado que explicassem os critérios... não era?

Abraço
Jorge

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