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Crianças com problemas, o que deve fazer a escola?

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É mais que evidente que o tema educação tem muito por onde "puxar",  e não é nada pacifico, basta ler os comentários ao meu post da passada Quarta-feira.  

 

Curiosamente na passada Sexta-Feira, a conversa de bloguers veio-me dar mais alguns argumentos e apesar de o caso de que se falou ser completamente oposto aos que referi no post, o problema é o mesmo: será o nível de exigência dos professores e da escola o adequado?

 

Ao contrario de mim e dos pais que deixaram comentários no post da semana passada, os filhos da Ana são miúdos aplicados e sem problemas de aprendizagem, mas a Ana tem queixas, queixas que para a maioria de nós não fazem muito sentido, mas para ela fazem, porque ela é exigente com os seus filhos e com a sua educação. 

 

Contava a Ana que costuma ir ver os textos de Português de um dos filhos e apesar das notas máximas e até elogios da professora, ela acha que o miúdo pode fazer muito melhor. É claro que o miúdo acha que a mãe é uma exagerada e que não tem que se esforçar mais, se a professora até o dá como exemplo. À  primeira vista, todos estamos de acordo com ele, mas as coisas não são assim tão simples, está claro que tirando os exageros da Ana, a professora coloca o nível por baixo, mas o que acontece se no ano seguinte vem uma professora que coloca o nível mais alto e não se contenta com pouco para dar notas máximas?

 

Voltando ao post da semana passada, a Mara e a Anabela dão o exemplo dos seus filhos, crianças que como o N. tem problemas que afectam a sua normal aprendizagem, tal como nós, ambas se questionaram se seria boa ideia os filhos passarem para o ano seguinte se não tinham atingido os objectivos necessários. Ambas concluem o mesmo que a professora do N., as crianças esforçaram-se e seria cruel e péssimo para a auto-estima se ficassem retidas. É um ponto de vista válido e de certeza partilhado por profissionais da área.

 

Na verdade eu não o partilho, quando as crianças não atingem os objectivos é porque não adquiriram os conhecimentos necessários, no ano a seguir há novos objectivos e novos conhecimentos a adquirir e nas disciplinas básicas o background é fundamental, uma criança que não consegue ler e escrever bem, de certeza que não conseguirá fazer composições ou analisar textos, uma criança que não sabe fazer as contas como deve ser, terá muitas dificuldades em conseguir resolver problemas lógicos. Os colegas vão avançar e a professora vai dar a matéria do ano, ninguém se vai lembrar que aquela criança não conseguiu adquirir os conhecimentos todos e ninguém voltará atrás a explicar o que já se deveria saber. Resultado, estas crianças não conseguirão avançar, ficarão muito mais atrasadas e a sua auto-estima, que até estava alta porque passou de ano, virá por aí abaixo e será muito difícil que volte acima.... principalmente se no fim de este novo ano ele voltar a transitar para o seguinte acumulando falhas e deficiências.

 

Eu acho que a escola deve preocupar-se em ensinar e em avaliar conhecimentos, e o aluno ou os adquiriu ou não e se não os adquiriu deve ficar retido, será muito mais fácil repetir a matéria e voltar a ver o mesmo do que avançar e acumular lacunas que irão impedir que tenha bases para poder seguir em frente.

 

Talvez este meu ponto de vista seja antiquado e até cruel, mas não será mais cruel criar nas crianças a ilusão de que está tudo bem quando todos sabemos que no ano a seguir as coisas serão muito mais difíceis?

 

Jorge Soares

 

 

publicado às 22:03


2 comentários

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De Escondida a 31.07.2009 às 01:11

Boa noite!

A meu ver o aluno não sabe não passa.
É preciso é ter em atenção o porquê do aluno não saber. Mas isso não são medidas para se lembrarem no fim do ano, é no decorrer do ano lectivo, em que ainda se podem corrigir as coisas.

Na minha escola primária, os alunos não sabiam, reprovavam. Mas já ali havia uma fasquia muito baixa. Eu lembro-me de a minha mãe ir falar com a professora por esse mesmo motivo e a professora á minha frente dizer "Não, nem pense, ela não tem de trabalhar, não é preciso".

Lá, naquela altura (xiii, até pareço velha a falar), os professores não tinham a formação que estes apresentam, nem conheciam medidas para ajudar os alunos, excepto os professores com vocação para o serem, que não precisavam dessas medidas, sabiam dar a volta.
Assim, um aluno vindo de um lar, com uma infancia até ao momento muito torbulenta, e que ainda apresentava pouca estabilidade, era criticado por não se conseguir concentrar.
Sempre achei isto cruel.

Actualmente há formação, e se o aluno não sabe TEORICAMENTE não seria por ensino não adequado.

Tendo em conta o evoluir do ensino e todos os exemplos que referi, estando a fasquia como estiver (e que a meu ver deve estar alta), na sociedade em que vivemos, o aluno não consegue atingir certos niveis, o aluno não passa.
E se assim não for, não consigo imaginar estas crianças na vida adulta!
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De Jorge Soares a 03.08.2009 às 22:02

Sim, tens razão, é difícil imaginar estas crianças na vida adulta, por vários motivos, primeiro porque vão ser pouco mais que analfabetos funcionais, segundo porque vão achar que as coisas na vida se conseguem sem esforço.

É claro que cada caso é um caso, mas algo deveria ser garantido, quem não sabe, não passa.

Jorge

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