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Referendar o quê? a discriminação!

por Jorge Soares, em 05.11.09

 Referendar a discriminação!

 

Já fez um ano que sobre casamentos disse, neste post, o seguinte:

 

"Para mim o facto de viver em sociedade significa que os meus direitos terminam exactamente onde começam os das pessoas que me rodeiam e evidentemente  espero que o resto do mundo se comporte assim quando olha para mim. Dito isto, a mim faz-me alguma confusão que a discussão da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo levante tanta poeira. Do meu ponto de vista, a pessoa com quem nos queremos casar é algo do foro pessoal, quando eu me casei com a P. só lhe perguntei a ela se  queria casar comigo, porque só  ela e a mim nos interessava o assunto, não me passou pela cabeça perguntar a mais ninguém e muito menos que haveria uma lei que permitiria ou não o casamento."

 

Esta semana dei por mim incrédulo a ler noticias em que alguém sugeria um referendo para decidir sobre este assunto, desculpem?... um referendo???!!!!!...  mas estamos parvos ou quê?

 

Sempre achei todo este assunto uma questão de discriminação, cada vez me faz mais confusão porque é que o facto de duas pessoas se casarem pode incomodar tanta gente? E acho ainda mais ridículo aqueles que dizem que essas pessoas até podem viver juntas e ter direitos, mas não se podem casar... afinal, que diferença faz um papel? O que os incomoda é o facto de as pessoas assinarem um papel? E querem fazer um referendo para ver se eles podem ou não assinar o papel?, mas estão todos parvos ou quê?

 

Nestes dias nos comentários deste post  do Pedro no Vilaforte, alguém falava da perca do  conceito de família,  repito aqui o que disse lá:

 

Para mim o conceito de família não tem nada a ver com casamento, sempre existiram famílias muito antes de existirem casamentos, o casamento é só um papel, um contrato assinado entre duas pessoas, que é perfeitamente dispensável para qualquer família. O que define o conceito família não é o papel que as pessoas assinaram, é a partilha e a convivência e para isso não é preciso papel nenhum assinado.

 

Toda esta discussão à volta dos direitos das pessoas a casarem-se ou não, não passa de conservadorismo triste e de um enorme sinal de que existe neste país muita gente que se escuda em supostos valores para discriminar quem não pensa ou age de acordo como eles. E pensava eu que tudo isso tinha acabado há 35 anos atrás, há coisas que demoram mesmo muito tempo a mudar.

 

Evidentemente esta sugestão de referendar este assunto é de quem já esgotou os argumentos válidos para poder discutir e se tenta socorrer do suposto conservadorismo do povo para impor os seus pontos de vista.

 

Aceitam-se sugestões para  coisas que não interessam a ninguém para serem referendadas.

 

Jorge Soares

 

publicado às 21:33


13 comentários

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De Cristina a 08.11.2009 às 21:34

Olá,

Sei que não é essa a questão, mas ainda assim gostava de saber quantos homossexuais querem ou gostavam de casar.

O casamento não é apenas um papel, casar ou não casar reflecte um modo de pensar, uma postura de vida e nessa perspectiva acho que seria interessante perceber como a maioria dos homossexuais encara o casamento. Mas, obviamente o que está em causa é o direito a fazê-lo e não a opção de cada um.

Quanto a referendos, o do aborto também nunca deveria ter sido feito.

Cristina
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De Jorge Soares a 08.11.2009 às 22:25

Olá

Imagino que a maioria não quer mesmo casar, assim como cada vez menos pessoas querem casar pela igreja e cada vez há mais gente que decide simplesmente juntar os trapinhos....

Mesmo que sejam só aquelas duas senhoras que há algum tempo apareceram a dizer que se queriam casar, é um direito que lhes assiste, e se são só elas duas, pois sejam, mas não deixam de ter direito.

Mas eu acredito que como nos restantes casais, haverá de tudo.

Jorge
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De Maria João a 09.11.2009 às 01:37

Há tantos modelos de família quantos aqueles que criamos e que vivenciamos. O modelo de família não nos pode ser imposto pelo Código Civil.
Se nos tivéssemos agarrado aos estigmas sociais ao longo da história, ainda hoje estávamos na pré-história, não teríamos evoluído

Um país que lutou tanto pela liberdade, ainda, contínua a condenar muitas pessoas à prisão do preconceito para ao qual são atiradas.

Maria João

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