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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Desde que me lembro que me habituei a falar de Kioto, uma cidade japonesa onde há muito tempo se escreveu um protocolo que pretendia lançar uma serie de medidas que iriam fazer com que o mundo em que irão viver os nossos filhos e netos fosse um mundo melhor. A maior parte dessas medidas nunca saíram do papel porque o protocolo nunca foi rectificado pelas principais economias, entendeu-se que tomar medidas para defender um mundo melhor seria penalizador para as empresas (poluentes e pouco eficazes) desses países e o verde do dinheiro foi mais importante que o verde da natureza.
Por estes dias discute-se em Bruxelas um novo protocolo, há quem tenha esperanças de um resultado diferente,.... ver para crer, que a cor do dinheiro que impera na economia mundial, continua a ser o mesmo verde.
Entretanto por cá, e à semelhança do que havia acontecido com o a cimenteira da Arrábida em Setúbal, segundo esta noticia do Público o tribunal deu luz verde para a co-incineração de resíduos perigosos na cimenteira de Souselas, perto de Coimbra. Neste como em muitos outros temas, recuso-me a ir a favor do vento, acho que na actualidade a única solução sustentável para os resíduos é mesmo a incineração, (seja ela co ou não) que é feita em unidades preparadas e controladas. A maioria das pessoas com quem falo é contra, mas quando lhes pergunto qual é a alternativa que apresentam, o uníco que ouço é que os resíduos devem ser enviados para outro lado qualquer, de preferência para outro país, depois o que fazem com eles lá, já não importa.
Enviar os resíduos para outro lado qualquer não é resolver o problema, é simplesmente passar a bola para outros, não resolve nada, simplesmente tira o lixo de debaixo do nosso nariz.. pelo menos enquanto a pilha que o vizinho acumula não é mais alta que o muro e não transborda de novo para o nosso lado.
A tecnologia actual não permite que a maioria dos resíduos de que falamos sejam tratados de uma forma eficaz, quanto a mim é melhor que estes sejam queimados a que sejam colocados em aterros clandestinos onde mais tarde ou mais cedo se converterão num veneno que pouco a pouco irá matar tudo o que está à volta, incluindo-nos a nós.
Sei que a maioria das pessoas não está de acordo comigo e que não sou dono da verdade, mas se alguém acha que existe uma solução melhor, uma solução que não seja enviar para o quintal do vizinho, gostaria de ser esclarecido.
Jorge Soares