Bom ano Jorge!!
É muito triste, mas a mais pura das verdades! É realmente uma coisa que me assusta muito. Muitos de nós pensamos que nunca nos vai acontecer porque temos família, gostam de nós etc etc etc. Mas o dia de amanhã nunca o sabemos. Sabes, também conheço gente que fez tanta maldade (mas tanta!!) que em velhos não lhes desejo melhor! Eu sei que posso parecer má, mas olha-me para este caso que aconteceu aqui em Fátima:
"O Tribunal de Ourém considerou culpadas duas mulheres residentes em Fátima acusadas pelo Ministério Público de 15 crimes de maus-tratos a menores. Mas as arguidas, Maria de Oliveira e Julieta Rodrigues, respectivamente directora e cozinheira da Casa do Coração de Maria - Obra das Gaiatas, não foram condenadas por estes 15 crimes nem por mais três crimes de maus-tratos que o tribunal lhes imputou. “Porque o procedimento criminal extinguiu-se em Agosto de 2002”, lamentou Fernanda Ventura, a juíza que presidiu ao tribunal colectivo que julgou, durante cinco meses, aquelas duas mulheres.
“Para a consciência não há absolvição”, foram as últimas palavras da juíza no final da leitura do acórdão que decorreu na tarde da passada quarta-feira.
O colectivo de juízes considerou provado que a Obra das Gataias acolhia “crianças desvalidas”, tendo recebido durante anos “jovens do sexo feminino com idades compreendidas entre os dez e os 17 anos” de agregados familiares com dificuldades sócio-económicas sem que existissem limites estanques nas idades de admissão.
As utentes, refere o acórdão, eram obrigadas a levantar-se às 6h30 da manhã, indo à missa uma hora depois, sendo que eram essas utentes que faziam a limpeza da casa, ajudavam na cozinha e serviam os hóspedes. Uma situação que levava a que muitas delas se deitassem por volta das 23 ou 24 horas, mesmo em período de aulas.
Quanto às gorjetas que recebiam dos hóspedes - que pernoitavam na casa quando se deslocavam a Fátima em peregrinação - eram entregues à directora da insituição ou a outra funcionária, de seu nome Paula Ramalho. A esta mulher foi por várias vezes atribuída a responsabilidade de situações de maus-tratos, embora não tivesse sido constituída arguida.
Alimentação deficiente. Para o Tribunal de Ourém, não ficaram dúvidas quanto ao facto de a alimentação que era fornecida às crianças ser de “deficiente qualidade”, além de que “os alimentos eram escassos e de pouca variedade” e se apresentavam “estragados”. Por outro lado, não raras vezes as crianças “comiam o que sobrava das refeições dos hóspedes”. O colectivo de juizes admitiu também que houve utentes obrigadas a comer vomitado.
Quanto à higiene pessoal, explica o acórdão, “as internadas só estavam autorizadas a tomar um banho semanal - normalmente à sexta-feira -”, e não tinham objectos de higiene pessoal. Por outro lado, as crianças viviam permanentemente com o temor de castigos corporais.
Como prova, o tribunal considerou os depoimentos das vítimas, mas Fernanda Ventura particularizou várias situações: as palavras de duas jovens - de seus nomes Edna e Tânia -, de Ilda, que tem problemas psíquicos, e ainda de Liliana, uma utente que sofria de paralisia infantil e “foi sujeita a muitos maus-tratos psíquicos”. Considerou ainda como válidos os depoimentos de uma psicóloga, de uma assistente social e, por fim, da actual responsável pela casa, hoje sob a alçada do Santuário de Fátima.
“Apesar de todos estes factos estarem provados, apesar de todos estes crimes, estes estão prescritos”, disse a juíza que acrescentou: “as senhoras não são condenadas. É uma situação dolorosa, mas não somos nós que fazemos as leis”, sublinhou a juíza."
in região de Leiria - ed. 3501, 23 de Abril de 2004
Agora diz-me lá...não merecem estas "estimadas senhoras" um destino do pior. Por mim...jamais as ajudaria!!
PS- Desculpa o alongamento
