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Em Portugal há quem morra de solidão

por Jorge Soares, em 07.01.10

Em Portugal há quem morra de solidão

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Amanhã discute-se na assembleia da República a alteração da lei dos casamentos, há quem ache que se discute o casamento, há quem ache que se discute a família, há até quem tenha feito da adopção um cavalo de batalha.... eu continuo a achar que se discute a discriminação e o direito a ser diferente.

 

Entretanto a vida segue, e há tantas outras coisas mais importantes com que nos deviamos preocupar, andou um batalhão de pessoas a recolher assinaturas nas igrejas, no futebol, nos centros comerciais, tanta energia que se podia ter gasto de alguma forma bem mais útil.. porque todos sabemos que as assinaturas não vão servir para nada.

 

No DN online podemos ler o seguinte

 

Entre  as 10.00 e as 22.00 de domingo  foram encontrados mortos nove idosos, sete homens e duas mulheres, que viviam sós.


"Janeiro e Fevereiro levam e o velho e o cordeiro", diz o adágio popular a admitir que aqueles meses são os mais ameaçadores para a vida dos idosos. Mas as nove mortes, sete homens e duas mulheres, que a PSP registou entre as 10.00 e as 22.00 de domingo apresentam características que violam a ordem natural da existência humana. Uns morreram abandonados, outros em situação de solidão, outros provavelmente às mãos de gente criminosa, e outros porque os desespero ditou o fim da linha.

 

Enquanto o país monta um circo em volta de algo que nem devia ser tema de discussão, há quem morra de solidão..... 

 

«Morrer é só não ser visto.»

 

A morte é a curva da estrada,

Morrer é só não ser visto.

Se escuto, eu te oiço a passada

Existir como eu existo.

 

A terra é feita de céu.

A mentira não tem ninho.

Nunca ninguém se perdeu.

Tudo é verdade e caminho.

 

Fernando Pessoa

 


Jorge Soares

publicado às 21:26


12 comentários

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De Abigai a 08.01.2010 às 09:05

Olá Jorge, antes de mais e uma vez que este é o meu primeiro comentário do ano, desejo-te a ti e à tua família um bom ano.
A minha sogra ainda é nova e vive sozinha. Tem os seus defeitos como toda a gente mas preocupa-se muito com todos, conhecidos e desconhecidos. Tem por conta própria ajudado muitas idosas que vai conhecendo e que não têm ninguém (pelo menos ninguém que se interesse!) Uma senhora a quem ela arranjou um lar, sem família e que apenas confiava nela, faleceu antes do Natal, no mesmo dia em que a minha sogra teve um pequeno acidente e partiu a perna. O lar, que iria também ficar com todos os bens da senhora tratou do funeral. Apesar de não nos pertencer, a senhora era para nós como família, há anos que a minha sogra tratava dela e o meu filho consderava-a avó. Apesar das dificuldades em movimentar-se, a minha sogra fez questão de ir ao funeral.
Nunca assisti a nada assim, fiquei profundamente chocada. Houve uma pequena homilia no lar com meia dúzia de gatos pingados e seguimos para o cemitério. Estavam presentes a minha sogra, o meu marido, eu e o coveiro! Não foi acompanhado pelo padre, não houve uma palavra, foi um despejar de um corpo numa campa...
É triste ficar só, é triste não ter família, é triste não haver ninguém que se interesse pelos mais idosos que em tempos deram muito.
O lar ficou com os bens, recebeu o subsidio de funeral e das associações da senhora, mas nem um funeral digno lhe deu, nem uma presença, nada!
Uma morte esquecida, uma morte roubada!
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De Jorge Soares a 11.01.2010 às 00:16

Olá

É cada vez mais o reflexo do mundo em que vivemos, ´so contam os interesses... infelizmente.

Beijinho boa semana

Jorge
PS:Então e leituras para o clube?

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