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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem minha do Momentos e olhares
Normalmente enviamos os postais quando nos encontramos nos lugares... eu até fui carregado com o portátil, afinal vivemos na era da internet e estamos sempre comunicáveis desde qualquer lugar.... bom, mais ou menos. Este será portanto um postal especial, porque é enviado desde o conforto da sala da minha casa... um postal em que para além de vós, também eu estou à distância do lugar e do momento.... mas não deixa de ser um postal.. veremos se o consigo ilustrar.
É difícil descrever a cidade da Praia, a primeira impressão é que está tudo a meio construir: as ruas, os prédios, as casas, e o que não está meio construído, está degradado e a precisar de obras. As ruas são de paralelepípedos e exceptuando as mais centrais, os passeios são de terra ressequida. Mas mesmo assim a cidade é limpa, não há lixo pelo chão nem pelos cantos.
As pessoas são simpáticas e por norma recebem bem, mas a vida é para levar com alguma calma, o stress é algo que existe algures na Europa, não no centro do atlântico.
Quando andamos pela cidade a sensação com que ficamos é que a Praia é a cidade dos serviços e repartições públicas, porta sim porta não há algo ligado ao governo, o comercio tradicional há muito que deu lugar às lojas dos chineses e para além delas pouco mais há, ainda hoje me pergunto de que vive tanta gente.
Fazendo jus ao seu nome, é uma cidade que fica frente ao mar, mas ao contrário do que se possa pensar não é uma cidade virada para o mar, apesar dos 24 ou 25 graus da agua do mar, as praias estão descuidadas e raramente se vê lá alguém, não há um porto e os raros pescadores que vi andavam aos pares em barcos a remo.
As coisas nos supermercados são caras, os produtos são os mesmos de cá e aos preços de cá ou mesmo mais caros, os restaurantes são a baratos, sendo que os mais caros são a preços de restaurantes médios de cá, come-se excelente peixe... mas lá está, não tenha pressa.
Depois há coisas que nos colocam os cabelos em pé, precisamos de vários documentos do tribunal, sentenças, autorizações, certidões, não houve um único que saísse bem à primeira, ou eram os nomes trocados, ou as datas, ou ambas as coisas, tudo vinha e voltava para ser corrigido e depois voltava, com outros erros... para nós que precisávamos dos documentos com tempo para entregar na embaixada e tratar de vistos e autorizações, era de arrepiar,...
A internet no hotel era cara, muito cara, 6 Euros à hora, dispus-me a pagar.... é claro que wireless a funcionar só na recepção e ali à volta, funcionava.... mas muito lentamente, demorei 35 minutos a colocar uma dúzia de fotografias online e enviar um mail... e lá se foram as minhas ideias de escrever uns posts.... além de que no segundo dia, qualquer tentativa de utilizar o mail esbarrava numa página de sites bloqueados... desisti de vez.
Mesmo assim, eu gostei, e quero lá voltar, com tempo e disposição para desfrutar da paz e do clima.
Fotografia do Largo que fica em frente à Embaixada Portuguesa na Achada de Santo António, ao fundo vemos o edifício da Assembleia nacional de Cabo verde
Jorge Soares