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Mergulhadores procuram criança no Tua em Mirandela

 

Ontem ao ver as noticias sobre a criança que desapareceu em Mirandela dei por mim a lembrar-me deste post que foi escrito há dois anos e em que contava o seguinte:

 

A semana passada o meu filho de 7 anos foi agredido na hora do almoço por uma criança que tem 11 anos e está no segundo ano, colocaram-lhe um ferro no pescoço ao mesmo tempo que lhe agarravam pelos pés, lá conseguiu safar-se e fugiu para perto de uma auxiliar que quase era agredida também.

....


Fomos falar com a directora da escola que diz que não pode fazer nada, que o outro miúdo só causa problemas mas que não podem fazer nada e que só tem uma auxiliar para vigiar a hora do almoço e que não podem colocar mais. E que a culpa é da câmara que não disponibiliza mais pessoal.

 

Hoje questionei a professora sobre o assunto, resposta dela.

 

- Nós avisamos os pais no inicio do ano que não temos condições para termos as crianças a almoçar cá!

 

Lembrei-me porque na altura fiquei com a sensação de que a escola se desresponsabilizava completamente e que se a situação se repetisse, teria que ser eu a resolver as coisas ... de uma forma ou de outra. E ontem lá estava a desresponsabilização completa, nem a escola, nem os funcionários da escola nem a associação de pais sabia de nada, não havia nenhuma queixa, logo, eles não sabem de nada. Parece que em Portugal as coisas só existem se estiverem escritas numa queixa....

 

Entretanto a noticia continuava, há pouco mais de um ano o Leandro, que era assim que se chamava a criança, esteve dois dias internado no hospital depois de ter sido agredido, a noticia não dizia, mas imagino eu que pelos mesmos energúmenos que agora o levaram ao rio. A noticia no Público diz que a mãe do Leandro chegou a ir várias vezes à escola para falar desta situação, como é que agora alguém pode dizer que não sabia?  Neste país as coisas só existem quando estão escritas numa queixa? e a escola diz o quê?

 

Como pais, toda esta situação deixa-me muito preocupado, porque isto pode acontecer com qualquer criança, aliás, como vimos acima já aconteceu com um dos meus filhos, e a sensação com que ficamos é que todo o mundo lava as mãos como Pilatos, ninguém é responsável, ninguém sabe nada,  pelos vistos ninguém quer saber.

 

Nós entregamos os nossos filhos na escola todos os dias, eles passam lá a maior parte do dia, mas na realidade estão entregues a quem? está a escola obrigada a cuidar da sua segurança e bem estar enquanto eles lá estão?, há alguém que seja responsável e a quem pedir contas pelas coisas que lá se passam? É a escola responsável por garantir a segurança dos nossos filhos? Alguém me sabe responder? Quantos Leandros tem que morrer para que alguém resolva fazer algo?

 

Toda esta situação é deveras preocupante, porque a ideia que fica é que existe uma total impunidade por parte dos agressores e uma total desresponsabilização  por parte dos conselhos directivos das escolas e associações de pais..... desculpem lá, mas isto é assustador.

 

Jorge Soares

 

publicado às 21:48


31 comentários

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De DH a 05.03.2010 às 09:46

Olá Marta.
A sensibilidade também se educa.

Os meus filhos chegaram a casa no outro dia a dizer que o T. cheira mal. O T. é um menino do ATL onde ambos estão. Um menino que perdeu o pai com 4 anos, e que ao mesmo tempo deixou de falar (está agora em terapia da fala e já se percebe melhor). Um menino que revela uma carência afectiva e sensibilidade enormes. Um menino que tem carências materiais e afectivas notórias. Um menino a quem eu normalmente pago os passeios, sem os meus filhos saberem, sempre que o ATL organiza alguma coisa, porque senão ele não ía.

Conversei com eles... expliquei tudo aquilo que escrevi agora. Eles foram-me dizendo que o T. não tomava banho há vários dias (foi o menino que lhes disse). E eu perguntei-lhes se algum deles tinha a iniciativa de ir tomar banho, se não fosse eu a dizer e a insistir.... a conversa começou por aí.

Claro que é fácil embarcar no gozo, quando há várias crianças que se juntam (em grupo conseguimos ser ainda piores do que somos).

Mas como dizia a sensibilidade também se educa. Treina-se em casa.
Dulce

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