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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem da Internet
O post de ontem da Cigana, para além de me levar há uns 30 anos atrás a uma aula de electricidade no 7º ano, deixou-me a pensar, afinal, eu tenho dois filhos quase adolescentes e mais cedo que tarde, vou dar por mim a ter que enfrentar a situação. E lembrei-me da aula do 7º ano, porque tínhamos um professor com ideias de esquerda e nada conservador, que numa das aulas em lugar de falar de corrente eléctrica e resistências, decidiu falar-nos da vida e recordo perfeitamente a forma como ele descreveu como tinha tido uma conversa sobre sexo e contraceptivos com a filha de 14 ou 15 anos...demais está dizer que todos prestamos absoluta atenção.
Dos meus tempos de adolescente não me lembro de alguma vez alguém ter falado comigo do assunto, felizmente no 9 ano havia uma disciplina que se chamava Puericultura onde aprendi tudo o que havia a saber sobre contraceptivos, algo sobre sexualidade e relações entre as pessoas, já fossem hetero ou homossexuais, que a professora era toda prá-frentex e para ela não havia questões tabus, respondia a todas as perguntas e sem muitos rodeios, e como éramos curiosos. E até ser adulto, tudo o resto que aprendi sobre sexo foi por mim, já fosse a espreitar uma que outra revista que alguém conseguia comprar, ou na conversa com colegas e amigos.
Muita agua passou por debaixo das pontes desde então, mas não me parece que as coisas tenham mudado assim tanto, vivemos numa sociedade e uma cultura em que o sexo é um tema que não é para falar abertamente, na maioria das escolas não há educação sexual e em casa não se fala do assunto, pelo menos não tão abertamente como se deveria falar.
A Cigana tem dois filhos e a situação de que ela fala no post foi tratada desde um ponto de vista claramente masculino, mas será que se em lugar de um filho ela tivesse uma filha a abordagem seria a mesma? e seria da mesma forma? E será que as mães das colegas do filho dela falaram assim com as meninas? e ficam tão descansadas como ela?
Eu tenho uma filha e um filho que tem 6 meses diferença de idade entre si, eu diria que falar com os dois ao mesmo tempo está fora de questão, existe uma enorme diferença no desenvolvimento e de amadurecimento, mas não fosse isso, acho que sim, que a conversa deveria ser a 3 e que os conselhos para um deveriam servir da mesma forma para o outro.
E vocês o que acham?, a conversa que a Cigana teve com o filho seria igual se fosse uma filha? e quem já passou por isso, como tratou o assunto?, como se fala com uma filha sobre sexo? e com um filho?... vá, não se acanhem, contem-me tudo!
Jorge Soares