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Casamento entre pessoas do mesmo sexo

 

 

O Presidente da República anunciou hoje ao início da noite que decidiu promulgar o diploma que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas lamentou que não tenha sido encontrado um consenso no Parlamento.

 

 

De vez em quando apetece-me repetir-me, foi em Setembro de 2008 que escrevi neste post, o seguinte:

 

Sobre orientações sexuais e casamento... discriminação!

 

Para mim o facto de viver em sociedade significa que os meus direitos terminam exactamente onde começam os das pessoas que me rodeiam e evidentemente  espero que o resto do mundo se comporte assim quando olha para mim. Dito isto, a mim faz-me alguma confusão que a discussão da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo levante tanta poeira. Do meu ponto de vista, a pessoa com quem nos queremos casar é algo do foro pessoal, quando eu me casei com a P. só lhe perguntei a ela se  queria casar comigo, porque só  ela e a mim nos interessava o assunto, não me passou pela cabeça perguntar a mais ninguém e muito menos que haveria uma lei que permitiria ou não o casamento.

 

A orientação sexual das pessoas é algo pessoal, algo que só diz respeito a ela e aos seus parceiros, até porque quando falamos de sexo é muito difícil falar do que é ou não normal, basta uma simples pesquisa no google para encontrarmos muitos exemplos de orientações sexuais que incluem pessoas de sexos diferentes e que para a maioria  são completas aberrações.

 

Cada um deveria poder casar com quem bem entender, independentemente de sexo, raça ou religião, desde que ambos estejam de acordo e o façam de livre vontade, o que é que temos a ver com isso? O que estamos a discutir não é o casamento, é a discriminação, o facto de discriminarmos ou não alguém pelo simples facto de ter gostos diferentes dos nossos.

 

Somos um país com uma mentalidade mesquinha, um país de virtudes publicas vícios privados e sabem que mais, há muita gente por aí que deveria ter vergonha.

 

Bom, esta barreira já caiu... agora faltam todas as outras... a luta continua.

 

Jorge Soares

publicado às 21:18


12 comentários

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De Inês Antunes a 17.05.2010 às 23:16

Finalmente.
Acho que o PR agiu de forma sensata. Apesar da sua posição, que é do conhecimento público, decidiu promulgar o documento que permite o casamento homossexual. Fê-lo porque Portugal tem outros assuntos mais importantes que devem ser discutidos e porque caso o não promulgasse, ele iria avante na mesma, devido ao apoio que tem de alguns partidos da Assembleia. Concordo plenamente com isto.

Como ontem disse, não percebo por que continuam a negar a realidade: os homossexuais existem, inevitavelmente gostam, atraem-se ou querem estar (por opção) com alguém do mesmo sexo. O que é que temos a ver com isso, quando não nos prejudica em nada? Seremos assim tão superiores para acharmos que podemos orientar a vida e as decisões dos outros? De todo, não.

A próxima coisa que vai mudar, relacionada com este assunto, é, sem dúvida, a adopção. Os homossexuais podem-no fazer, caso estejam legalmente solteiros. A acrescentar a isto, ninguém vai saber a orientação sexual desse homem ou dessa mulher que decide adoptar uma criança e ser pai ou mãe solteiro/a. Por isso, esta lei, que não prevê a adopção, é no mínimo hipócrita. Por muito que custe a muita gente, é possível um homossexual adoptar uma criança legalmente.

O resto é tudo uma questão de palavras. Já ouvi vários argumentos. Uns apelam à não discriminação, à liberdade de escolha de cada um; outros são totalmente contra ao casamento homossexual; e ainda há aqueles que pedem para que não se nomeie a união entre pessoas do mesmo sexo de "casamento". Apelam a isso, alegando que o casamento é uma instituição criada há milhares de anos e não podem, de um momento para o outro, mudar a sua abrangência; além disso, existem casais heterossexuais que não querem (e/ou não gostam) de estar no mesmo patamar de casais homossexuais. Apesar de não me fazer confusão a palavra "casamento" para a união entre pessoas do mesmo sexo, acho que estes argumentos são legítimos e devia ser tidos em conta. Até que ponto não estarão a interferir na liberdade dos heterossexuais que pensam desta maneira?

Para mim é uma questão de palavras mas há que respeitar também os heterossexuais que quiseram reger o seu casamento perante leis religiosas.

Não quero casar. Pela Igreja está mesmo fora de questão. Depois logo se vê, porque nunca se sabe o dia de amanhã. De qualquer maneira, até prefiro chamar-lhe união, mesmo sendo heterossexual. Afinal a palavra "casamento" não me diz nada; união reflecte aquilo que considero que fazem duas pessoas que se amam, sejam ou não do mesmo sexo. Afinal o que importa é isso mesmo: que se amem, que se respeitem, que sejam felizes, sem magoar ou desrespeitar alguém. Que sejam unos.
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De Jorge Soares a 19.05.2010 às 10:24

Olá Inês

Estou de acordo em que a seguir terá que vir a adopção, porque se é de direitos que estamos a falar, os direitos das pessoas não podem ser afectados ou diminuídos só porque estas tem gostos ou opções diferentes...

O tema adopção é recorrente cá no blog, e durante bastante tempo andei pela blogosfera a debater ideias sobre isto.. conheço quase de cor todos os argumentos de quem é contra...e para mim, nenhum faz sentido, porque nada que retire direitos a alguém faz sentido.

Sou casado, mas sou dos que acha que o casamento é só um papel.. um papel que tantas vezes serve para amarrar pessoas a vidas que não gostam, ao sofrimento, quanto a mim o casamento deveria ser abolido, as pessoas devem estar juntas porque o desejam, não porque há um papel que as obriga. Mesmo assim, de novo acho que é de direitos que se fala,.... logo, acho que se há casamento para uns, deve haver para todos.. igual e com o mesmo nome. De resto, não consigo perceber essa ideia de ter outro nome... os heterossexuais que acham que não devem ter um papel igual ao dos homossexuais.. podem sempre divorciar-se... ou simplesmente não casarem..

Jorge
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De Ribatejana a 17.05.2010 às 23:24

Se pensarmos que deixámos de ser uma ditadura há pouco mais de 30 anos é perceptível que este tipo de leis demore a ser aprovada. Mas por acaso até acho que nesta matéria a maior parte dos portugueses está-se a borrifar. Com relação ao casamento entre homossexuais não conheço ninguém que perca muito tempo a manifestar-se sobre isso, seja para se mostrar contra ou a favor.
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De Jorge Soares a 19.05.2010 às 10:26

Tu tens andado pela blogosfera nos últimos tempos?... Esta é daquelas coisas em que todo o mundo tem opinião.. mesmo.. isto e a adopção...
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De Abigai a 18.05.2010 às 10:41

É verdade Jorge, uma barreira caiu e o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi finalmente legalizado, mas confesso que não apreciei de forma alguma a actuação do PR que deixou claro promulgar o diploma apenas para não criar mais uma discussão política numa altura de crise económica, e mostrou claramente estar contra. Não gostei!
Anabela
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De Jorge Soares a 19.05.2010 às 10:29

Olá

Anabela, o homem teve que engolir um sapo, um sapo enorme, ele e muita gente que estava à espera que ele mandasse a lei para trás... não ia deixar os apoiantes sem algo a que agarrar-se... tudo isto é politica... Com o Passos Coelho as coisas no PSD mudaram.. e vai haver muitos sapos para o PR engolir.

Jorge
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De Maria a 18.05.2010 às 15:59

As mentalidades não se mudam por decreto (infelizmente), logo, é continuar a lutar para que esta discussão deixe, num futuro próximo, de fazer sentido.

E sim, há pessoas que deviam pagar impostos agravados pela quantidade de m**** que debitam por segundo! Uma vergonha!
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De Jorge Soares a 19.05.2010 às 10:30

Ol+a

Bela ideia essa dos impostos... resolvíamos a crise num instantinho

Jorge
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De Existe um Olhar a 18.05.2010 às 20:04

Penso que com lei aprovada ou sem ela, as relações continuam e ninguém vai deixar de seguir a sua orientação sexual por causa disso. Esta aprovação veio apenas repor alguma justiça em termos de regalias sociais,...heranças, contribuições, impostos, empréstimos, etc.
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De Jorge Soares a 19.05.2010 às 10:37

Desculpa Manu, mas isto vai muito além disso, ninguém se casa por causa das regalias, até porque para isso basta a união de facto, isto tem a ver principalmente com direitos e discriminação... o direito a não ser discriminado por ter gostos e opções diferentes.. é disso que se trata.

Jorge
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De Sónia Pessoa a 18.05.2010 às 21:27

E que prazer me deu, amigo, vê-la cair! É mais um passo, dizes bem, e eu acredito que a gente chega lá. Até me apetece embrulhar o meu livrinho e oferecê-lo de presente ao nosso Presidente. Que achas? Tens a morada lá de Belém? rsss...
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De Jorge Soares a 19.05.2010 às 10:38

Olá Sonia...

Bela ideia essa de enviares o livrinho ao PR... não sei é se ele ia gostar :-)

Beijinho

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