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Desafio:De que são feitos os meus sonhos

por Jorge Soares, em 30.11.08

Adopção

 

Esta semana a Mieepe e a Estupefacta lançaram-me o desafio dos sonhos, a ideia é escrevermos uma lista com 8 sonhos.... já aqui falei de que são feitos os meus sonhos

 

Dificilmente eu poderia escrever uma lista com 8 sonhos, eu não sou assim, mas desde Janeiro, quando escrevi o post que vou copiar aqui, até agora, evoluí algo....já consigo ter dois sonhos:

 

1-Que os meus filhos tenham a mana com que sonham o mais rapidamente possível

 

2-Que os serviços de adopção deste país alguma vez funcionem como deve ser, para que não existam crianças com um natal muito triste e pais que sonham onde estarão os filhos que povoam os seus sonhos.

 

Sim, eu sei, estou a pedir muito, estou a pedir demais... mas é disso que são feitos os sonhos, de coisas difíceis. O resto, o que falta para os outros 8 desejos, está aqui:

 

 

Ontem em conversa que tive com a minha meia laranja ela disse que se lembrava que antes de nos casarmos eu tinha o sonho de ter uma casa com jardim, três filhos e um Jipe.... não sei se por esta ordem ou não. Lembro-me de algures na minha vida ter querido um Jipe...mas essa memória é posterior ao meu casamento e a ter filhos, não me lembro de sonhar com uma vivenda com jardim e de ter querido três filhos... o que não quer dizer que não seja verdade.... diga-se de passagem, que dadas as circunstâncias.... neste momento sonhar com a vivenda está indexado a sonhar com o euromilhões... eu jogo!...

 

Sou uma pessoa que não cultiva expectativas, às vezes quando a R. diz que quer ser escritora, ou o N. policia, eu fico a pensar que não me lembro de alguma vez ter querido ser algo....acho que nunca tive tempo para isso.....estava ocupado a crescer entre os carinhos da minha mãe e o mau feitio do meu pai. Quando era adolescente era tão tímido que me lembro de sonhar com ter uma namorada, ou em querer ser o Mandrake e resolver tudo com um passe de magia. Não me lembro de sonhar com ser nada, desde o liceu que tentava conjugar os estudos com o trabalho, nunca sonhei ser engenheiro, que agora sou, nem o Matemático que não cheguei a ser porque claramente estava no curso errado na altura errada da minha vida.

 

Lembro-me de entre os 16 e os 20 anos escrever muito, muitos poemas, textos, cartas, não me resta um único desses escritos porque simplesmente nunca sonhei ser escritor.... ainda que agora tenha a leve esperança de voltar a conseguir escrever assim.... não, não sonho ser escritor.

 

Talvez não me lembre do sonho dos três filhos, porque foi tão difícil ter o primeiro que simplesmente se apagou o sonho. Lembro-me de uma tarde numa esplanada da Avenida de Roma, a P., então minha namorada, me ter falado do seu sonho de adoptar uma criança, a mim isso nunca me tinha passado pela mente, mas no dia em que decidimos ir à segurança social apresentar a candidatura, eu estava perfeitamente ciente de que aquele era o nosso projecto de vida.

 

Atingi aquela fase da minha vida em que vivo a vida dia a dia, sem esquecer que o futuro existe, mas sem fazer desse futuro uma obsessão, simplesmente vivo, tento ser feliz.

 

Se tenho sonhos?, claro, todos temos sonhos, mas não faço deles expectativas de vida, os sonhos vão aparecendo e desaparecendo à medida que vão sendo realizados ou não. Vão nascendo e morrendo todos os dias, e nós vamos vivendo com eles... ou apesar deles.

 

De que são feitos os meus sonhos?, são feitos de pequenos momentos, de pequenas coisas, da felicidade e dos sonhos dos meus filhos e da P., de ajudar os meus amigos, de conhecer pessoas, de ter amigos, de ler muitos livros.

 

Quanto ao desafio... bom, já sabem, são 8 sonhos,  sintam-se todos desafiados.

 

Jorge

PS:Imagem retirada da interne

PS2:Mieepe e Estupefacta, desculpem, mas os meus sonhos são assim.

 

publicado às 21:51

...a vida, ela toda, é um extenso nascimento.

por Jorge Soares, em 29.11.08

 

Africana

Imagem retirada da internet

 

 ..... ela contou sua história, seus episódios. Variantes  de verdade, me davam o doce gosto do fingimento. Me apetecia o infinito tal igual as crianças que sempre perguntam: e depois?


Mas a estranha notou em si uma ausência. Devia ir. prometeu que regressava logo. Já, o mais tardar.  No umbral da porta, soprou um beijo a modos de antiquíssima esposa. Saiu, penumbrou-se.


Não sei o quanto demorou. Talvez umas tantas noites. Ou escassos instantes. Nem sei. Porque adormeci, ansioso por me suprimir. Doeu-me acordar, malvorei-me. Nesse custo, entendi:  acordar não é a simples passagem do sono para a vigília. É mais, um lentíssimo envelhecimento, cada despertar somando o cansaço da inteira humanidade. E concluí: a vida, ela toda, é um extenso nascimento.


Então me  recordei do antecedente sonho, sabendo a verdade que só ela em delírio se revela. Afinal: os mortos, os viventes e os seres que ainda esperam por nascer formam uma única tela. A fronteira entre os seus territórios se resume frágil, movente.  Nos sonhos todos nos encontramos num mesmo recinto, ali onde o tempo se despromove à omniausência. Nossos sonhos são senão visitas  a essas vidas  outras, passadas e futuras, conversa com nascituros e falecidos, na irrazoável língua que nos é comum.......


Mia Couto in cada homem é uma raça

publicado às 21:49

Hoje de manhã saí muito cedo

por Jorge Soares, em 28.11.08

 

Criança

 

 

Há algo que me anda a chatear, algo que me irrita profundamente... um destes dias escrevo uma historia de natal, uma historia triste,... mas não é hoje.. porque hoje, não consigo escrever nada de jeito.


Gosto de Pessoa, porque tem sempre palavras para mim... hoje também

 

Hoje de manhã saí muito cedo

Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...

Não sabia que caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.

Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre --
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.

                    Alberto Caeiro

publicado às 22:50

O amor é real

por Jorge Soares, em 27.11.08

 O prémio

 

 

Vivemos na era das comunicações, há pessoas que estão a poucos metros umas das outras e só comunicam pelo messenger, a maioria de nós tem amigos que só conhece da internet, todas as minhas reuniões são marcadas por email, os meus colegas fazem-me chegar os pedidos de ajuda ou de resolução de problemas através de aplicações informáticas. 

 

No sábado fui a Lisboa, uma das minhas histórias reais foi publicada num livro real, ouvi outras histórias reais contadas por actores que só conhecia da televisão mas que estavam ali, e podíamos falar com eles.....  

 

Tirei esta fotografia no sábado em Lisboa,  hoje quando a passei para o computador olhei para ela e pensei.... afinal, há esperança, o amor é real!

 

Jorge

 

publicado às 22:59

Feitio ou falta de educação?

por Jorge Soares, em 26.11.08

 

Desbocado 

Imagem retirada da internet

 

Por vezes há coisas na vida que nos marcam, eu tenho muitas memórias, mas hoje não é de memórias que se trata, ainda que eu vá começar por uma.

 

Fui para a Venezuela com 10 anos, cheguei lá em Agosto e em Setembro entrei para a escola publica, num mês aprendi a língua, é claro que as primeiras palavras que aprendi foram as asneiras. Já ia bem entrado o ano escolar e eu já falava e escrevia fluentemente, na cadeira ao lado da minha sentava-se a Ligia, er a uma miúda pequenina e muito gira. De vez em quando lá metíamos conversa, mas ela era muito mais educada que eu. Lembro-me perfeitamente de um dia em que a meio da conversa disse uma asneira, uma asneira inocente, mas ela reagiu de imediato:

 

-Maestra, Jorge digo una groseria.

 

A professora era compreensiva e eu era bom aluno, devo ter escapado com uma reprimenda leve. Mas a mim serviu-me de lição, e como bom latino que passei a ser, as asneiras foram banidas do meu vocabulário, principalmente porque as miúdas não gostavam

 

Sou uma pessoa que não digo asneiras, não digo e não gosto de ouvir, acho que é feio e fica mal, principalmente quando ditas por senhoras.... apesar dos quase 20 anos em Portugal continuo latino em algumas coisas, e desculpem lá, mas a minha educação de cavalheiro diz que as senhoras não dizem asneiras, e eu não gosto de ouvir...nem a senhoras nem ninguém, é uma questão de educação.

 

Vem isto a propósito de quê? de que parece que existe a ideia de que o pessoal do Norte diz asneiras, e de que isso não é mal visto, não é defeito, é feitio. Vamos lá por partes, eu sou do Norte... bom, Oliveira de Azeméis é Norte?... e não me lembro de por lá se dizerem asneiras assim...e alguém me contava que os transmontanos não dizem asneiras, portanto...vamos lá ver, a coisa não é  no norte, é no Porto e arredores. 

 

Pronto, o pessoal do Porto diz asneiras, e isso é evidente até em alguns blogs, e eles acham bem, acham que não tem nada de mal, escudam-se na ideia que a malta do norte diz asneiras e isso é normal,.... acham eles, porque eu não acho...e pelos vistos o resto do país também não, porque no resto do País não fala assim.

 

E não pensem que se reduz ao povo, nada disso, um destes dias uma amiga aqui do Sul esteve numa reunião com pessoas do norte, gente fina e supostamente com cultura e educação, ela veio de lá escandalizada, porque a meio da reunião estalou o verniz e desataram a insultar-se uns aos outros e a utilizar o melhor do vernáculo para isso. 

 

É claro que todo o mundo acha normal, mas será?, vejamos, utilizam o vernáculo em casa com os filhos? e na escola?, os professores e alunos utilizam esse vocabulário entre si e é aceite? e quando estas pessoas aparecem na televisão?, falam assim? Não, pois não?, Pois

 

Será feitio e forma de falar, ou falta de educação?

 

Jorge

PS:Pronto, agora é que fico sem leitores!

publicado às 22:32

 

Na estrada que vai da Bemposta para Oliveira de Azemeis e que passa por Palmaz, antes de chegar ao cruzamento para Alviães, há uma quinta com castanheiros, disse há, porque ela ainda lá está, é um lugar de uma beleza rara com uma vista incrível sobre a Ria de Aveiro, que vai desde o farol da Barra até o Furadouro.  Uns metros mais acima havia um terreno com dois castanheiros de melhor qualidade, as castanhas eram maiores, assim como o muro que era necessário subir para lá chegar.

 

Não consigo precisar que idade teria na altura, imagino que 7 ou 8 anos, a minha idade da liberdade. Tínhamos aulas de manhã  e tirando uma ou outra ajuda no amanho dos campos, a tarde era por nossa conta, andávamos livres por ali. No Outono era certo e sabido que as incursões aos castanheiros eram obrigatórias.

 

O grupo era o do costume, o Quim Faianca, o meu primo Rogério e eu, a estratégia também era mais ou menos a do costume e já utilizada muitas vezes por outros reguilas de ocasião. Alguém levou os sacos plásticos no bolso, entramos pela parte de trás, onde está a capela do São Gonçalo, fizemos uma surtida pelos ouriços espalhados pelo chão e saímos pela parte da frente, directamente para a estrada, sacos na mão bem pesados das castanhas.

 

Correu bem a coisa, entramos e saímos sem que ninguém desse por nós. Já na estrada passamos pelos outros castanheiros, como a coisa estava a correr bem, decidimos brincar com a sorte, afinal ali as castanhas eram maiores.... com maior (eu) ou menor dificuldade (eles), lá subimos mais um muro e toca a apanhar mais castanhas.

 

Estávamos tão concentrados na apanha e nos ouriços que nem demos pela chegada do Mário dos pés tortos, o caseiro do terreno, que de repente desata a gritar connosco, larápios de ocasião. O homem tinha os pés tortos, mas ou porque estava muito perto, ou porque estávamos mesmo distraídos, quando demos por ele estava em cima de nós, arrancamos a correr..... eu sempre fui lento, e com o saco na mão ainda mais, parece que me estou a ver, quando achei que estava quase a ser caçado, larguei o saco e as castanhas e só parei em casa, nem me lembro como saltei o alto muro.

 

O homem ficou com as castanhas e passado um ou dois dias já a minha mãe sabia a historia, à custa de que as castanhas não eram todas dali lá me safei da coça... mas ainda hoje não posso ver o raio do homem dos pés tortos, que não tinha nada que ficar com as castanhas que eram da outra quinta.

 

Jorge

PS:Fotografia minha, vista do são Gonçalo para a Ria, do lado direito estão os castanheiros... que ainda existem

publicado às 22:04

 

Um post são palavras lançadas ao vento, palavras que por norma tem validade limitada e tempo de vida útil muito curto, a noticia do dia, o livro que li, algo que me aconteceu, etc. Há posts neste blog que teimam em se manter vivos. Talvez porque há muitas pessoas que pensam como eu, ou que sentem o que eu já senti, ou porque estão a passar por aquilo que já passei... nem sei.

 

Já escrevi muitos posts sobre adopção, tantos que começo a achar que o pessoal deve começar a estar farto de me "ouvir" falar do mesmo. Em Janeiro deste ano escrevi um post chamado A adopção em Portugal, que teima em estar vivo, pelo menos uma vez por mês recebe um comentário. Esta semana voltou a acontecer, um comentário que merece um post... este post: Aqui está o comentário:

 

"Antes de mais gostaria de o felicitar por este blog.

Há algum tempo que penso em adoptar uma criança, no entanto a verdade é que tenho alguns receios de o fazer, por isso gostaria expor as minhas preocupações e talvez alguém me possa falar da sua experiência.

No processo de adopção preocupa-me o tempo de espera e a possibilidade de nos afeiçoarmos a uma criança e esta no final de todo o processo poder acabar por não ser dada para adopção.

Eu tenho um filho biológico e não me preocupa nada vir a optar pela adopção internacional, adoptando assim uma criança de outra raça. No entanto, preocupa-me que a criança adoptada se possa sentir fora ou estranha ao seio familiar.

Preocupa-me ainda o facto de eu não ser casada mas apenas viver com o meu namorado e pai do meu filho, será que isso não vai dificultar o processo de adopção.

Gostaria que partilhassem comigo as vossas experiências e que me esclarecessem se os meus receios têm razão de ser ou não.

Obrigada a todos.

Margarida"

 

Olá Margarida, vamos por partes:

 

1-A possibilidade de se afeiçoar a uma criança que depois não seja dada para adopção, não deveria existir, isto porque como já disse aqui antes, só as crianças que tem como projecto de vida a adopção são apresentadas aos candidatos, e por lei estes não podem ser família amiga ou família de acolhimento de crianças institucionalizadas, portanto o receio é infundado. Quanto ao tempo de espera, bom, eu conheço casos de processos que duraram dois ou três meses e casos que duraram quase 10 anos, não é nada linear, depende muito das caracteristicas que definimos para a criança, do distrito, de as assistentes sociais engravidarem ou não, de elas irem ou não com a nossa cara... depende de tantas coisas que até parece incrivel.....

 

2-A possibilidade de qualquer criança adoptada se sentir estranha no meio da família que a adopta é real, mas não tem a ver com a cor da pele, tem a ver com o facto de ser adoptada. Eu tenho uma filha biológica branca e um filho adoptado na adopção nacional mulato. Ele está connosco há 8 anos e até hoje nunca se sentiu estranho no ambiente familiar e conheço casos de pessoas que adoptaram crianças brancas que simplesmente tiveram que optar por quebrar os laços com algumas pessoas da sua família, porque estas se negam a aceitar crianças adoptadas, quaisquer crianças. O facto de uma criança se sentir aceite ou não não tem a ver com a cor da pele ou com a sua cultura de origem, tem a ver connosco e com o nosso ambiente familiar, ou somos capazes ou não somos, e isso aplica-se a qualquer criança de qualquer origem.

 

3- O facto de não ser casada não deveria afectar em nada o processo de adopção, a lei diz casados ou a viver em união de facto há mais de 4 anos.. e basta o comprovativo da junta de freguesia.

 

Margarida, obrigado pelo seu comentário, e deixo o convite para que se inscreva no grupo de email nos adoptamos, uma lista de email onde se discutem os temas da adopção e se partilham experiências de vida. é aqui: http://groups.yahoo.com/group/nos-adoptamos/

 

Jorge

 

PS:Imagem retirada da internet

publicado às 22:21

 

Nem me guiei:Já as minhas carícias se desenrolavam em seu colo. Ela se deitou, imitando a terra em estado de gestação. Seu corpo se me entreabria. Mais fôssemos, no seguinte, e chegaríamos a vias do facto. Mas, nos avanços, me tremurei. Vozes ocultas me seguravam: não, eu não podia ceder.

 

Mas a estranha me atentava, descendo do seu decote, seu peito me espreitava, subornando meus intentos. As lendas antigas me avisaram: virá uma que acenderá a lua. Se resistires, merecerás o nome da gente guerreira, o povo de quem descendes. Nem eu bem decifrava a lendável mensagem. Certo era que ali, naquele quarto, se executava a prova de mim, o quanto valiam meus mandos.

 

Porém. Por artes da intrusa, eu desaparecia, intermitente, da existência. Me irrealizava. E quando me apelava, rumo à razão, nem sequer eu chegava a meu cérebro, o austero juiz. Por causa a voz dessa mulher: lembrava o mumurinho das fontes, a sedução do regresso a dantes quando não havia antes. Ela me queria meninar, conduzir-me às primitivas dormências. Avemente, se ninhou em meu peito. Procurava em mim espelho para o suave luar? Deixie-me, sem estatura. Aqueles círculos negros, seus olhos redondos de não terem fim, me surgiam como dois soluços, fossem partes de mim saudosos, que me espreitassem.

 

Mia Couto in Cada homem é uma raça

publicado às 23:11

Assim vão as coisas nas nossas escolas!

por Jorge Soares, em 20.11.08

 

 
Ontem nos meus 45 minutos de viagem de volta para casa, ouvi uma noticia que me deixou pasmado, uma mãe de uma criança de 12 anos queixava-se de que numa escola da zona de Sintra, uma das operadoras de telemóvel tinha entrado na escola a oferecer cartões aos alunos. Inclusive deixaram cartões a alguns professores para que estes os entregassem nas aulas.
 
Pelo resto da notícia fiquei a perceber que isto é prática habitual, as diversas operadoras de telemóvel costumam entrar nas escolas a oferecer cartões, apesar de na maioria destes estabelecimentos de ensino ser proibida a utilização dos telemóveis.  
 
Mas há coisas que me espantam mesmo, há umas semanas atrás  a P. foi falar com a professora do meu filho para ver se era possível esta dar um medicamento ao miúdo à hora do almoço, a professora disse que não sabia se podia dar o medicamento e que tinha que pedir autorização para isso... isto apesar do N. dizer que ela dá sem problemas os medicamentos a outras crianças... mas adiante. No dia a seguir a P. voltou à escola para ver se a senhora já tinha pedido a autorização. Qual foi o seu espanto quando não a deixaram entrar no recinto, alguém tinha ido puxar as orelhas à auxiliar por ter deixado entrar a P. a falar com a senhora professora, porque ela não tinha nada que deixar entrar os pais na escola, se queriam algo que mandassem recado.
 
Quer dizer, aqui não deixam entrar os pais a falar com as professoras, e depois as operadoras de telemóvel entram pelas escolas dentro a oferecer cartões aos miúdos, e se necessário os professores fazem a distribuição.
 
Por outro lado, os professores queixam-se que actualmente os pais não se preocupam, e depois impedem a entrada na escola aos preocupados.... é justo.
 
E assim vai a educação neste país.
 
Jorge
PS:Imagem retirada da internet

 

publicado às 22:50

À atenção de Vieira da Silva, Ministro

por Jorge Soares, em 19.11.08

Adopção

 

 

Segundo esta noticia do Diário Digital, hoje o ministro do trabalho e da Solidariedade disse o seguinte :


"As Listas Nacionais de Adopção, em vigor desde Junho de 2006, estão a permitir maior rapidez nas adopções de crianças"


Não sei onde foi o ministro buscar esta ideia, mas eu recordo muito bem que mais ou menos há um mês atrás, aqui em minha casa, uma assistente social e uma psicóloga que fazem parte da equipa responsável pelas adopções no distrito de Setúbal, me disseram que elas não estavam a utilizar as listas nacionais, e que tinham orientações dos serviços centrais de adopção para não o fazerem.

 

Portanto, se alguém conhece, ou tem acesso a alguém que conheça o Sr. ministro Vieira da Silva, mandem-lhe dizer de minha parte que é feio mentir ao país.... e que o que os candidatos à adopção achamos é que as listas nacionais não passam de conversa fiada para enganar o povo.

 

 

Jorge

publicado às 22:40

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