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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
Passei o fim de semana no Alentejo, praia, sol, Calor, estive um pouco a leste, algures numa das idas da praia para o Parque de Campismo, falava-se da Grécia e do desastre iminente, a seguir falava-se de corrupção, das comissões, da assembleia da República. Por entre as conversas dentro do carro não dei pela mudança de assunto, e dei por mim a pensar que era iso que tinha levado a Grécia até ao estado em que se encontra.
Há pouco estava a ler o Shark e caí em mim, a noticia não era da Grécia, segundo a Lusa, um tal de Paulo Morais disse o seguinte:
"o centro de corrupção em Portugal tem sido a Assembleia da República"
Nunca na vida tinha ouvido falar deste senhor, mas espero sinceramente voltar a ouvir em breve, porque uma afirmação como esta não pode simplesmente cair no esquecimento, seria mau demais.
O que este senhor disse é grave demais para passar impune, a assembleia da Republica é o órgão máximo da Democracia em Portugal, os deputados são eleitos por todos nós e estão lá para nos representar. Se há deputados que para além de não cumprirem com o seu papel de representantes, ainda prejudicam o país então devem ser denunciados.
Sr. Paulo Morais, eu, cidadão e votante exijo que concretize com factos, nomes e apelidos, quem e como prejudicou o país, o que o Sr. disse é grave demais e não pode ficar assim.
Jorge Soares
Retirado de Mulheres que Pecam
Imagem minha do Momentos e Olhares
POEMA DAS CORES
Quando as cores
se misturam o negro vira branco,
e o branco vira preto sem tanta
tinta misturar.
O verde fica vermelho
dependendo unicamente
de cada modo de olhar.
Mas se o olhar
for alegre ou mesmo triste
aonde tanta cor eu terei que buscar...
Portanto nem sequer
mesmo me preocupo se nada mais tenho
com que me preocupar. Se enquanto as cores
tornem dentre elas a se misturar.
Pois que seja da cor preta
ou de cor branca, a cada cor eu
pretendo logo amar.
Alexandre Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 15/10/2009
Jorge Soares
Imagem do Público
Já passei duas vezes pela faculdade, em ambas vivi as situações mais estranhas, desde o exame de electromagnetismo do Brotas de que havia 4 versões há uma carrada de anos e que se repetiam todos os anos, um exame de teoria dos jogos que ninguém conseguiu resolver, que pudemos levar para casa e entregar na semana a seguir e mesmo assim a melhor nota foi 13. Fiz um exame de electrónica com perguntas para 40 valores, das que podíamos escolher as que quiséssemos num máximo de 30 valores, em que o professor entregou os enunciados, saiu da sala e voltou duas horas depois para os recolher.
Vi muita gente copiar, desde os cábulas até aos melhores alunos e não me vou armar em inocente, também copiei algumas vezes. Não vou dizer que atire a primeira pedra quem nunca copiou, porque sei que há pessoas mesmo honestas que nunca o fizeram ....
Mesmo assim, não consigo de deixar de ficar chocado ao ler que no Centro de estudos judiciários 137 futuros magistrados foram apanhados a copiar num teste de cruzinhas e como prémio tiveram todos passagem administrativa com 10 valores.
Note-se que não estamos a falar de alunos normais, estamos a falar de advogados, pessoas adultas, formadas e presume-se com uma noção da justiça e da honestidade, que após a conclusão do curso irão fazer justiça e com as suas decisões decidir a vida de muita gente.
Não sei o que me choca mais, se perceber que o futuro da nossa justiça está nas mãos de um grupo de pessoas que não prima pela honestidade e sim pelo chico espertismo, ou que mesmo na justiça, o crime compensa, quanto a mim era 0 valores para todos e para o ano há mais. Afinal, a justiça e o exemplo devem começar por casa.
Entretanto hoje uma outra notícia fala de uma nova avaliação e do fim dos exames de cruzinhas ... então e uma cadeira sobre honestidade e ética na formação, não se arranjará?
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
O Medo é uma manifestação mais ou menos irracional da expressão de um sentimento de receio que manifestamos ante uma determinada situação da vida.
De uma forma ou outra todos temos medos, há quem tenha medo dos aviões ou de voar, quem tenha medo das alturas, de andar à noite, dos fantasmas, dos mortos, dos vivos. Eu tenho medo, pavor, impressão, chamem-lhe o que quiserem, das cobras. Cresci numa aldeia e no verão andava livre pelo campo, mais que uma vez tive encontros imediatos com elas e até hoje, até quando aparecem na televisão mudo de canal.
Cá em casa há medos para todos os gostos, a minha meia laranja tem medo de ratos e roedores, o N. tem um pavor terrível dos cães, é mais forte que ele, qualquer bola de pelo de poucos centímetros o deixa em pânico. Até à pouco a D. era uma miúda destemida e sem medo de nada, ultimamente deu em ter medo de tudo o que seja insecto, mal vê uma mosca desata aos berros:
- Medo do bicho!
Mas não tem medo de todos os bichos. Não sei de que modo descobriu que a R. tem medo de caracóis, vai daí entre ela e o irmão, arranjaram maneira de numa das saídas ao jardim trazerem para casa uns dois ou três caracóis que foram estrategicamente guardados num dos vasos de orquídeas da varanda.
Num destes dias, estava a R. a ver televisão e aparece a D. com um caracol na mão:
-Olha mana!
A outra quando viu o que era desatou a gritar e a correr pela casa, e de repente tínhamos uma matulona de 12 anos que está mais alta que a mãe, a correr entre a sala e a cozinha aos gritos com uma pirralha de três anos atrás dela morta de riso e a gozar o prato.
Fizemos desaparecer os caracóis.. não serviu de muito, este fim de semana na visita ao Castelo de Penela, o diabinho encontrou um caracol e lá tivemos a repetição da cena para gáudio de miúdos e graúdos ...
Jorge Soares
"O parque de campismo existe há dez anos e é especialmente dedicado para pessoas que gostem da natureza e tranquilidade, mas também para crianças que se podem divertir muito neste lugar maravilhoso. A nossa intenção ao criarmos o parque de campismo foi de mantê-lo pequeno e acolhedor para assim podermos dispensar a devida atenção com os nossos hóspedes.Existem aproximadamente 60 lugares ....."
É esta descrição que podemos encontrar no site do Parque de Campismo o Moinho, e é exactamente o que encontrámos quando lá chegámos, um camping rodeado de natureza, um lugar tranquilo, simpático e acolhedor. É claro que ao nível dos serviços tem o mínimo indispensável: casas de banho limpas e funcionais, um pequeno bar e pouco mais.
Mas estando no meio da natureza tem tudo o que é necessário à volta: um restaurante com bar e esplanada à porta, um café com mercearia a 300 metros e a excelente praia fluvial de Poço Corga composta por várias piscinas no rio Pêra, com direito a nadador salvador e tudo e que fica a 10 metros do parque.
Este será talvez o parque de campismo mais calmo e mais bucólico em que já estive. Fica a 3 Kms da Vila de Castanheira de Pêra, nas margens do Rio Pêra. É um parque sem residentes, onde tudo à volta é verde e natural, tem imensas sombras e mesmo em época alta tem preços bastante acessíveis, incluindo os Bungalows e grandes tendas.
De realçar a simpatia do seu proprietário e pelo menos nesta altura, único funcionário, sempre bem disposto e disponível....
Está mais que visto que fiquei cliente e já está decidido que para o ano por esta altura vamos voltar, para conhecer novas trilhos na natureza e outras das muitas praias fluviais que há nos arredores.
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Somos um país pequeno, mas mesmo assim cheio de enormes assimetrias, por muito que se diga que cada vez mais estamos de costas para o mar, a verdade é que a grande maioria da população vive numa pequena faixa do litoral a menos de 30 Kms do Mar, é lá que se concentram as indústrias, os centros comerciais, os eventos culturais, e sobretudo, o Poder. Um país de costas para o mar que vive praticamente com os pés na Areia.
Entretanto o resto do país vai definhando, no interior falta quase tudo, falta indústria, falta organização na agricultura arcaica e feita de minifúndios, faltam acessos, faltam perspectivas ... e com tudo isto, cada vez mais, faltam as pessoas.
Mas há quem teime em lutar contra a situação, quem saiba tirar partido do muito que o interior do país tem, quem saiba aproveitar muito bem o que mais sobra, natureza e beleza natural.
Este fim de semana estive em Castanheira de Pêra, uma pequena Vila bem no centro do País, longe do betão das auto-estradas, longe das praias, longe do litoral, o que por lá vi deixou-me deveras surpreendido.
Não sei de quem terá sido a ideia, mas se a praia fica muito longe para as gentes de Castanheira e arredores, nada como levar a Praia até Castanheira e constrói-se uma, magnifica, com ondas e nadadores salvadores e tudo. Dá pelo nome de Praia das Rocas e garanto que pelo menos em Junho é um local muito agradável de se estar.
Conjugando este magnifico equipamento, com o circuito das aldeias de Xisto, os inúmeros circuitos de passeios pedestres que se conjugam com as muitas praias fluviais em rios de águas límpidas e cristalinas, a gastronomia e a beleza natural, temos ali um excelente pólo do cada vez mais na moda, Turismo da natureza.
Ouvimos muitas vezes falar dos malefícios da interioridade, Castanheira de Pêra pareceu-me um excelente exemplo de como se contraria a interioridade, com ideias que privilegiam o aproveitamento da natureza, criam emprego e dinamizam a economia. Um exemplo a seguir, um local que aconselho vivamente a visitar e a revisitar.
Jorge Soares
Retirado de Mulheres que pecam
Imagem minha do Momentos e Olhares
Todos sabemos que hoje é feriado em Portugal, mas será que sabemos qual a verdadeira origem deste dia?, Desde quando se festeja e o porquê de se ter escolhido o dia em que se presume morreu Camões para o festejar? Eu não fazia a menor ideia.
O dia de Portugal só passou a ser festejado após a implantação da República em 1910. Na altura e num tentativa de se criar um estado mais laico foram eliminados alguns dos feriados religiosos e decretados os seguintes dias feriados nacionais:
1º de Janeiro, que era o dia da Fraternidade Universal;
31 de Janeiro, que evocava a revolução – aliás, falhada - do Porto, e que portanto era consagrado aos mártires da República;
5 de Outubro, vocacionado para louvar os heróis da República;
1º de Dezembro, que era o Dia da Autonomia e o Dia da Bandeira;
25 de Dezembro, que passou a ser considerado o Dia da Família, tentando também laicizar essa festa religiosa que era o Natal"
Para além destes dias, os municípios podiam escolher um dia do ano para evocar as suas festas tradicionais, os republicanos de Lisboa escolheram para feriado Municipal o dia 10 de Junho em que se festejava o dia de Camões.
Segundo Cecília Meireles "Camões representava justamente o génio da pátria, representava Portugal na sua dimensão mais esplendorosa e mais genial". Era essencialmente este o significado que os republicanos atribuíam ao 10 de Junho, isto "apesar de ser um feriado exclusivamente municipal no tempo da República". Os republicanos de Lisboa tentaram também com este feriado retirar alguma importância aos festejos do Santo António, de novo numa tentativa de afastamento das festas religiosas.
Com o advento do estado novo o dia passou a ser feriado nacional e adquiriu um sentido nacionalista em que se exaltava o império e a sua importância.
Fonte JPN
Jorge Soares
Imagem Minha do Momentos e Olhares
No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...
Mário Quintana
E de que é feita a vida senão de pequenas coisas?
Setúbal, Maio de 2011
Jorge Soares
PS:Quando estiver a ler isto estarei algures a gozar os feriados... bom Feriado e bom fim de semana