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Monumento à Restauração

Monumento à restauração na Praça dos restauradores em Lisboa

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

"Os Burgueses estavam muito desiludidos e empobrecidos com os ataques aos territórios portugueses e aos navios que transportavam os produtos que vinham dessas regiões. A concorrência dos Holandeses, Ingleses e Franceses diminuía-lhes o negócio e os lucros.

 

Os nobres descontentes viam os seus cargos ocupados pelos Espanhóis, tinham perdido privilégios, eram obrigados a alistar-se no exército espanhol e a suportar todas as despesas. Também eles empobreciam e era quase sempre desvalorizada a sua qualidade ou capacidade! A corte estava em Madrid e mesmo a principal gestão da governação do reino de Portugal, que era obrigatoriamente exigida de ser realizada "in loco", era entregue a nobres castelhanos e não portugueses. Estes últimos viram-se afastados da vida da corte e acabaram por se retirar para a província, onde viviam nos seus palácios ou casas senhoriais, para poderem sobreviver com alguma dignidade imposta pela sua classe social.

 

Portugal, na prática, era como se fosse uma província espanhola, governada de longe. Os que ali viviam eram obrigados a pagar impostos que ajudavam a custear as despesas do Império Espanhol que também já estava em declínio.

 

Foi então que um grupo de nobres - cerca de 40 conjurados- se começou a reunir, secretamente, procurando analisar a melhor forma de organizar uma revolta contra Filipe IV de Espanha. Uma revolta que pudesse ter êxito.

 

Começava a organizar-se uma conspiração para derrubar os representantes do rei em Portugal. Sabiam já que teriam apoio do povo e também do clero.

 

Apenas um nobre tinha todas as condições para ser reconhecido e aceite como candidato legítimo ao trono de Portugal. Era ele D. João, Duque de Bragança, neto de D. Catarina de Bragança, candidata ao trono, em 1580.

 

Faltava escolher o dia certo. Aproximava-se o Natal do ano 1640 e muita gente partiu para Espanha. Em Lisboa, ficaram a Duquesa de Mântua, espanhola e Vice-rei de Portugal (desde 1634), e o português seu Secretário de Estado, Miguel de Vasconcelos.

 

Os nobres revoltosos convenceram D. João Duque de Bragança, que vivia no seu palácio de Vila Viçosa, a aderir à conspiração.

 

No dia 1 de Dezembro, desse ano, invadiram de surpresa o Palácio real (Paço da Ribeira), que estava no Terreiro do Paço, prenderam a Duquesa, obrigando-a a dar ordens às suas tropas para se renderem - e mataram Miguel de Vasconcelos."

 

É assim que na Wikipédia se conta em meia dúzia de linhas a história da restauração da independência de Portugal, foi em 1640, a guerra que se seguiu durou mais uns 20 anos até que os espanhóis se convenceram  e desistiram. 

 

É o feriado mais antigo que se festeja em Portugal, desde a segunda metade do século 19 e a julgar pelas promessas do governo, este ano será a última vez que se festeja, já que é um dos 4 feriados que se propõe a eliminar em nome da produtividade e, espera-se, da prosperidade do país.

 

Há quem diga que por cada feriado o país deixa de produzir 37 milhões de Euros, não imagino como se fazem estas contas, mas acredito que assim seja. Pessoalmente acho que era muito mais produtivo eliminar pontes e tolerâncias de ponto da função pública, essas sim altamente penalizadoras... passava-se todos os feriados para uma segunda ou uma sexta feira ... mas a  mim ninguém me perguntou nada.

 

Já sabem, aproveitem bem o dia porque o próximo será passado a trabalhar ... para o fim da crise... esperamos nós.

 

Jorge Soares

PS: A imagem é minha, o monumento à restauração em Lisboa no natal de há dois anos.. quando ainda havia dinheiro para iluminações festivas.

publicado às 22:39

Quanto vale a vida de uma criança?

por Jorge Soares, em 29.11.11

Quanto vale a vida de uma criança?Imagem do Público 

 

"....para fazer transplantes de fígados em crianças, algo que não se faz em Portugal desde Julho. Desde aí, que os mais pequenos são encaminhados para Madrid. O Governo anúnciou que o país voltará a ter uma solução para estes casos em breve." 

 

O Governo anúnciou?... anúnciou para quando?, quantas crianças terão de morrer para que o anúncio se torne realidade, ou para que seja disponibilizado o dinheiro para tal seja possivel?

 

Infelizmente o anúncio não vai servir de muito à família do Tiago, a criança de dois anos que morreu em Madrid enquanto estava na lista de espera do hospital espanhol para onde foi encaminhado, o que vai dizer o governo à família desta criança?, que era para breve?

 

Desde Julho quem não se fazem transplantes hepáticos pediátricos em Portugal, na altura o assunto foi notícia, e ninguém ouviu nenhum anúncio do governo, foi preciso que morresse uma criança para que alguém pensasse no assunto e para que se façam promessas? Quantas vidas de crianças serão necessárias para que o anúncio se torne realidade? Desde Julho até agora não foi tempo suficiente para se pensar e implementar a solução? e que tal arranjar dinheiro para que em Coimbra as coisas voltem a funcionar e se voltem a salvar vidas?

 

O centro de transplantes de Coimbra encerrou porque não estavam asseguradas as condições para que funcionasse como deve ser, quanto vale a vida de uma criança? Quanto vale a vida do Tiago, quanto valem para o estado a saúde e as vidas dos nossos filhos?

 

Noticia da RTP sobre a morte do Tiago:

 

 

Jorge Soares

 

publicado às 21:54

O estádio da luz a arder

Imagem do Público

 

Desde há muito que o meu filho me pede que o leve ao futebol, tenho resistido, a última vez fomos aqui em Setúbal ver um jogo da taça com o Boavista e a verdade é que não guardo boas recordações. Com o Euro e a construção dos novos estádios com melhores condições, pensei que as coisas iriam melhorar, os novos estádios deveriam ser um incentivo para captar adeptos e para tornar este desporto no espectáculo que ele é em muitos lugares do mundo.

 

O Dragão é muito longe e eu gostava de ir a Alvalade ou ao novo estádio da luz, sentar-me e ver um espectáculo, como estão as coisas afigura-se uma missão impossível e nem é por falta de espectáculo, que eu sou dos que gosta de futebol bem jogado e sem olhar a cores das camisolas, não vou porque sozinho não me apetece e nem me atrevo a pensar em levar os meus filhos para o meio das estranhas tribos que se formam nas bancadas destes estádios.

 

Deve haver um motivo qualquer para que os clubes grandes não gostem de receber adeptos que não sejam os seus, O Benfica preferia ter jogado só para os seus adeptos, tal como o Sporting e o Porto preferem não ter adeptos dos outros clubes e só disponibilizam os bilhetes para os outros porque a isso são obrigados... a história da caixa de rede e acrílico não tem a ver com segurança, tem a ver com desincentivar a ida dos adeptos do Sporting... ninguém gosta de se sentir encerrado numa jaula... e é isso que se pretende.

 

Outra coisa que não entendo é o fenómeno das claques, seria capaz de apostar que quem incendiou as cadeiras da luz entrou para  estádio com bilhetes disponibilizados pelo Sporting. O que ganha o Sporting com o apoio moral e monetário às suas claques? o que ganha o Porto com o apoio a claques que no fim dos jogos se dedicam a insultar e a ameaçar os jogadores e treinadores?, sendo que inclusivamente já houve quem tenha preferido ir jogar para a Rússia a ser ameaçado por energúmenos que se dizem adeptos? O que ganha o Benfica em manter claques cujos dirigentes e membros já foram detidos nas suas sedes no próprio estádio por venda de drogas e negócios de armas?

 

Será que é assim tão difícil perceber que são as claques e os seus comportamentos quem está a destruir o futebol? que  me impedem de ir ao futebol com os meus filhos?

 

O que aconteceu no Estádio da Luz no fim do jogo de Sábado passado não tem nada de estranho, estranho é que só agora tenha tomado estas proporções, esta vez alguém puxou dos fósforos, mas os verdadeiros incendiários não estavam lá, esses estavam nos camarotes vips, na tribuna de honra ou na de imprensa, passaram a semana anterior a arranjar desculpas para incendiar o ambiente e agora vão passar as próximas a deitar gasolina para a fogueira que atearam...e pouco a pouco vão matando a galinha dos ovos de ouro, porque sem incentivo e sem paz os meus filhos e os filhos de muitos como eu, nunca vão aprender a gostar de futebol.

 

Jorge Soares

 

PS: Não deixem de ler este relato na primeira pessoa de quem lá esteve e as reflexões de quem escreve.

publicado às 21:42

O que quer dizer imaterial?
Imagem do Público

- Pai, o que quer dizer imaterial?

 

De tanto ouvir a estranha palavra, o N. terminou por querer saber o significado, também não é assim tão fácil de explicar... mas nos dias de hoje, como estão as coisas, como está o país e a nossa autoestima, noticias destas são realmente bem vindas... pode não servir para muito mais, mas é quase como quando joga a selecção, nestas alturas somos todos patriotas e orgulhosos do país em que nascemos que (ainda) é capaz destas pequenas coisas.

 

Curiosamente esta distinção vem numa altura em que o Fado vive uma especie de segunda vida, dizia alguém estes dias no Facebook, não me lembro quem, que vivemos a época das fadista boazonas, não concordo, basta ver os filmes da Amália para percebermos que as fadistas sempre foram boazonas. Acho sim que vivemos uma época em que sabemos aproveitar melhor as excelentes vozes femininas: Mariza, Carminho, Cristina Branco, Ana Moura, Ana Sofia Varela, Joana Amendoeira, e tantas outras, contribuem todos os dias, não só para manter vivo e com muita força este género musical tão nosso, como para o levar cada vez mais longe pelo mundo.

 

Também já li por aí quem se pergunta qual a verdadeira importância de tudo isto, vale o que vale, mas não deixa de ser um motivo de orgulho e uma prova, mais uma, de que conseguimos ser bons em algo... e se não acreditam, ouçam o vídeo da Mariza e vejam se conseguem ficar indiferentes.

 

Jorge Soares

publicado às 22:04

Conto: Aquela noite mágica da Bahia

por Jorge Soares, em 26.11.11

Noite Mágica

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Pelo jeito, aquela ia ser noite memorável, inesquecível: Quincas Berro Dágua estava num dos seus melhores dias. Um entusiasmo incomum apossara-se da turma, sentiam-se donos daquela noite fantástica, quando a Lua cheia envolvia o mistério da cidade da Bahia. Na Ladeira do Pelourinho, casais escondiam-se nos portais centenários, gatos miavam nos telhados, violões gemiam serenatas. Era uma noite de encantamento, toques de atabaques ressoavam longe, o Pelourinho parecia um cenário fantasmagórico.

Quincas Berro Dágua, divertidíssimo, tentava passar rasteiras no Cabo e no Negro, estendia a língua para os transeuntes, enfiou a cabeça por uma porta para espiar, malicioso, um casal de namorados, pretendia, a cada passo, estirar-se na rua. A pressa abandonara os cinco amigos, era como se o tempo lhes pertencesse por inteiro, como se estivessem mais além do calendário, e aquela noite mágica da Bahia devesse prolongar-se pelo menos por uma semana. Porque, segundo afirmava Negro Pastinha aniversário de Quincas Berro Dágua não podia ser comemorado no curto prazo de algumas horas. Não negou Quincas que fosse seu aniversário, apesar de não recordarem os outros havê-lo comemorado em anos anteriores. Comemoravam, isso sim, os múltiplos noivados de Curió, os aniversários de Maria Calar, de Quitéria e, certa vez, a descoberta científica realizada por um dos fregueses de Pé-de-Vento. Na alegria da façanha, o cientista soltara na mão do seu “humilde colaborador” uma pelega de quinhos. Aniversário de Quincas, era a primeira vez que o festejavam, deviam fazê-lo convenientemente. Iam pela Ladeira do Pelourinho, em busca da casa de Quitéria.

Estranho: não havia a habitual barulheira dos botequins e casas de mulheres de São Miguel. Tudo naquela noite era diferente. Teria havido uma batida inesperada da polícia, fechando os castelos, clausurando os bares? Teriam os investigadores levado Quitéria, Carmela, Doralice, Ernestina, a gorda Margarida? Não iriam eles cair numa cilada? Cabo Martim assumiu o comando das operações, Curió foi dar uma espiada.

- Vai de batedor – esclareceu o Cabo.

Sentaram-se nos degraus da Igreja do Largo, enquanto esperavam. Havia uma garrafa por acabar. Quincas deitou-se, olhava o céu, sorria sob o luar.

Curió voltou acompanhado por um grupo ruidoso, a dar vias e hurras. Reconhecia-se facilmente, à frente do grupo, a figura majestosa de Quitéria do Olho Arregalado, toda de negro, mantilha na cabeça, inconsolável viúva, sustentada por duas mulheres.

- Cadê ele? Cadê ele? – gritava, exaltada.

Curió apressou-se, trepou nos degraus da escadaria, parecia um orador de comício com seu fraque ruçado, explicando:

- Tinha corrido a notícia de que Berro Dágua bateu as botas, tava tudo de luto. – Quincas e os amigos riram. – Ele tá aqui, minha gente, é dia do aniversário dele, tamos festejando, vai ter peixada no saveiro de Mestre Manuel.

Quitéria do Olho Arregalado libertou-se dos braços solidários de Doralice e da gorda Margô, tentava precipitar-se em direção a Quincas, agora sentado junto ao Negro Pastinha, num degrau da Igreja. Mas, devido, sem dúvida, à emoção daquele momento supremo, Quitéria desequilibrou-se e caiu de bunda nas pedras. Logo a levantaram e ajudaram-na a aproximar-se:

- Bandido! Cachorro! Desgraçado! Que é que tu fez pra espalhar que tava morto, dando susto na gente?

Sentava-se ao lado de Quincas sorridente, tomava-lhe a mão, colocando-a sobre o seio pujante para que ele sentisse o palpitar do seu coração aflito:

- Quase morri com a notícia e tu na farra, desgraçado. Quem pode com tu, Berrito, diabo de homem cheio de invenção? Tu não tem jeito, tu não tem jeito, Berrito, tu ia me matando...

O grupo comentava entre risos; nos botequins a barulheira recomeçava, a vida voltara à Ladeira de São Miguel. Foram andando para a casa de Quitéria. Ela estava formosa, assim de negro vestida, jamais tantos a haviam desejado.

(A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua)

 

Retirado de Trapiche dos Outros

 

Jorge Amado

publicado às 23:20

Gritos mudos

Imagem minha do Momentos e olhares

 

Hoje é o dia internacional para a erradicação da violência doméstica, o ano passado morreram no nosso país 43 mulheres vitimas de violência doméstica, quase uma  por semana, este ano e até agora, morreram 23 mulheres vitimas de violência doméstica, de quantas ouvimos falar?, basta que alguém morra vitima de um assalto para  ouvirmos falar do assunto durante semanas, porque não ouvimos falar destas mulheres que morrem às mãos das pessoas com quem decidiram partilhar a sua vida? porque é que a nossa sociedade que discute atá à exaustão temas como o do casamento homossexual, simplesmente decide olhar para o lado nestes casos?

 

O Crime de violência doméstica é considerado um crime público, qualquer pessoa pode fazer a denuncia quando suspeita  da existência de violência familiar, não olhe para o lado, não espere que seja tarde, denuncie!!!!!!! 

 

 

Gritos mudos

 

 

Neons vazios num excesso de consumo

Derramam cores pelas pedras do passeio

A cidade passa por nós adormecida

Esgotam-se as drogas p'ra sarar a grande ferida

 

Gritos mudos chamando a atenção

P'ra vida que se joga sem nenhuma razão

 

E o coração aperta-se e o estômago sobe à boca

Aquecem-nos os ouvidos com uma canção rouca

E o perigo é grande e a tensão enorme

Afinam-se os nervos até que tudo acorde

 

Gritos mudos chamando a atenção

P'ra vida que se joga sem nenhuma razão

 

E a noite avança, e esgotam-se as forças

Secam como o vinho que enchia as taças

E pára-se o carro num baldio qualquer

E juntam-se as bocas até morrer

 

Gritos mudos chamando a atenção

P'ra vida que se joga com toda a razão

 

Xutos e pontapés

 

Jorge Soares

publicado às 20:46

Porque não fiz greve?!

por Jorge Soares, em 24.11.11

Não queremos esta?, queremos qual?

 

Imagem do Público

 

Imagino que muita gente irá achar isto um contra-senso, eu que passo a vida a dizer que somos nós que devemos fazer as coisas acontecer, que não nos podemos calar, hoje, eu fui do contra e fui trabalhar.

 

Na verdade, não foi bem ser do contra, na empresa em que trabalho a adesão foi de zero por cento, não dei pela falta de ninguém. Não sei quais os motivos dos meus colegas, a greve não foi motivo de conversa, nem hoje nem durante os dias anteriores... mas vamos ao que ia:

 

Porque não fiz greve?

 

Em primeiro lugar porque acho que a empresa em que trabalho não merece que eu faça greve, é uma empresa Portuguesa que exporta 100% da produção, que se preocupa com os empregados, que paga religiosamente dois dias antes do fim do Mês, e que na maior parte dos 15 anos em que lá trabalhei até agora, pagou 15 e até mais salários aos seus empregados. Uma empresa que cumpre com os seus funcionários, com o país e com os clientes e que ia ser a única prejudicada com um dia de paragem.

 

Em segundo lugar, há muito que deixei de acreditar em sindicatos e em greves, acho que só há um lugar em que podemos fazer a diferença, é nas urnas.  Onde estava no dia das eleições  a maiora das pessoas que hoje fez greve?, porque não foram votar?...e se foram, porque é que os três partidos que governaram o país nos últmos 35 anos, somaram mais de 80% dos votos? De que serve ir para a rua fazer manifestações, fazer greves, atirar pedras à policia, tentar queimar repartições públicas, se depois temos 50% de abstenção e quem vai votar vota nos mesmos de sempre? Olhamos ali para a fotografia e pensamos, não queremos esta Democracia?, queremos qual?, mas se não vamos votar podemos aspirar a quê?

 

Depois há algo que não percebo nem vou perceber, qual o papel dos piquetes de greve?, se a greve é um direito, o não a fazer também o é, porque é que há pessoas que utilizam o direito à greve, muitas vezes o vandalismo a violência e até a destruição, para não deixar que outras pessoas  utilizem o seu direito a não fazer greve?.. que sentido tem tudo isto?

 

Eu não sou dos que acha que não há alternativas às medidas que anunciou o governo, há alternativas, não são é aplicáveis por quem está no poder, porque em primeiro lugar não acreditam nelas, em segundo lugar sentem-se com a legitimidade de quem foi eleito com maioria absoluta, e em terceiro lugar, tem as mãos atadas por um acordo que assinaram com quem vai cá meter o dinheiro..... 

 

Como eu vejo as coisas há tempos para tudo, e estes não são tempos para greves... lamento se desiludi alguém, mas antes isso que meter um dia de férias ou vir para a rua falar de greves em empresas que na realidade utilizaram subterfúgios para dar um dia de folga que vai ser trabalhado noutra altura. E, sinceramente, eu acho que faço mais pelo país aqui neste cantinho todos os dias, que não indo trabalhar um dia... e agora estou a ser convencido, eu sei.

 

Já agora, aconselho uma visão algo diferente da mesma coisa, é da Suspeita, aqui

 

Jorge Soares

publicado às 22:49

Ele não sabia que era impossível ....

por Jorge Soares, em 24.11.11

Ele não sabia que era impossível, foi lá e fez!!!!

Jean Cocteau

 

Roubei do blog da Flor, ela diz que vale a pena..e vale mesmo... um enorme exemplo para todos nós que tantas vezes nos acanhamos ante as mais pequenas dificuldades da vida, somos do tamanho daquilo que quisermos enfrentar, nem mais, nem menos.

 

Jorge Soares

publicado às 21:31

Afegã violada e obrigada a casar com o violador

 

Imagem do Público

 

Há coisas que não têm nome, estou para aqui às voltas à procura de um título para o post e não consigo, porque há coisas que simplesmente são tão difíceis sequer de imaginar que dificilmente há palavras que as possam explicar.

 

Gulnaz tem 21 anos e é Afegã, está presa desde os 19, tem uma filha de dois anos, a sua pena? adultério, sexo com um homem casado. Gulnaz estava um dia em sua casa, o marido de uma das suas primas entrou, fechou portas e janelas e violou-a. Dessa violação resultou uma gravidez, ela foi julgada e condenada a 12 anos por ter tido sexo com um homem casado... e é na prisão que ela e a sua filha vivem.

 

Para sair, só tem uma solução: casar-se com o seu agressor. A única forma de uma mulher afegã ultrapassar a desonra de ter sido violada, ou de ter incorrido em adultério, é casar-se com o seu atacante.

 

Por vezes temos a tendência a esquecer que existem muitos mundos no mundo em que vivemos, damos por garantidas tantas coisas que esquecemos que há quem viva noutros mundos, noutras realidades.

 

É difícil entender que em pleno século XXI existam realidades destas no mundo, mas a verdade é que elas existem mesmo, segundo a notícia do Público .... "casos como o de Gulnaz são comuns no Afeganistão mas este tornou-se notícia após uma disputa entre a UE e uma equipa de realizadores contratados pela própria União Europeia para levarem a cabo uma série de documentários sobre os direitos das mulheres no Afeganistão."

 

O Afeganistão é um país em guerra desde há muito tempo, um país onde a cultura e a religião relegam a mulher para um papel completamente secundário na sociedade e onde casos como estes são comuns..... porque neste país as mulheres não são pessoas, não são coisas, não são nada ...e  nós desde aqui, desde a nossa zona de conforto onde damos tudo por adquirido e definitivo, continuamos a olhar para o lado.

 

Gulnaz vai aceitar o seu destino e casar-se com o homem que a violou.. porque essa é a única forma de que ela e a sua filha vivam juntas e em liberdade... dá que pensar sobre o significado da vida.

 

Jorge Soares

publicado às 22:46

Na madeira 1=25

Imagem do Público 

 

Na Madeira acabam de descobrir a pólvora, se o PSD tem maioria e se como todos sabemos os deputados (e não é só lá) votam como os carnerinhos, todos sempre na mesma direcção, para que tem que lá ir os 25?, o voto de um é mais que suficiente.

 

Pensando bem, nem é assim uma ideia tão estapafúrdia, já viram a quantidade de dinheiro que se poupava se em lugar de 47 salários e mordomias só se pagasse a um deputado por cada partido? para as votações ponderava-se os votos de acordo com as percentagens de cada partido e já estava.

 

É claro que para um parlamento com 5 ou 6 deputados não é necessária uma sala enorme, qualquer vão de escada com uma mesa e umas cadeiras chega e sobra, além de que não precisa de funcionários, motoristas, carros... é só poupar. Então e aplicarmos a lógica cá aos deputados cubanos que são mais que muitos?.... quanto é que é mesmo o orçamento da nossa assembleia da República? 

 

Ironias à parte, é claro que esta ideia nunca teria pés para andar... é que  só é preciso o voto de um, mas no fim do mês o salário é  para os 25.. . mesmo que só lá tenha ido um em cada votação.

 

Será que por lá alguém já ouviu falar de uma coisa chamada democracia?

 

Jorge Soares

publicado às 14:25

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