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O que significa acção cívica?

por Jorge Soares, em 15.05.12

Moradores ocupam com relva lugar roubado à praça

Imagem do Público 

 

cívico 

adj.
1. De cidadão ou dos cidadãos.
2. Patriótico.
3. Em que só entra o elemento civil.

 

 

Por vezes temos dificuldades em perceber o verdadeiro significado das palavras, civismo é uma daquelas que de tão pouco ser utilizada, para além de que parece ser completamente desconhecida para muita gente, corre sérios riscos de entrar em extinção.

 

Felizmente ainda restam alguns exemplos dos que nos podemos socorrer para explicar do que se trata, a história conta-se aqui e trata disso, de civismo, de uma acção civil que partindo de um cidadão, conseguiu arrastar outros em defesa de um objectivo que no fim trará algo de positivo para o resto da comunidade.

 

É claro que não é um pouco de relva em lugar de mais um carro estacionado que irá mudar o mundo, mas o mundo é feito de muitas destas pequenas coisas, se cada um de nós ao ver algo errado em vez do acostumado encolher de ombros que nada resolve reagisse da mesma forma em que reagiu o Ricardo Sobral, de certeza que teríamos um mundo muito melhor.

 

Civismo é isso, é pensar também nos outros em lugar de unicamente no nosso umbigo, é olhar para o mundo que nos rodeia e ser capaz de deixarmos a nossa marca pela positiva.

 

Jorge Soares

PS:E não, o facto de ser difícil arranjar onde estacionar em Lisboa não é desculpa para não estar lá a relva.

publicado às 14:38

Os mensageiros

 

Para assinalar 125 anos do nascimento de Fernando Pessoa, é editado dia 14 de Maio o livro/disco Os Mensageiros.

 


 

Letra

 

Segue o teu destino, 
Rega as tuas plantas, 
Ama as tuas rosas. 
O resto é a sombra 
De árvores alheias. 

A realidade 
Sempre é mais ou menos 
Do que nos queremos. 
Só nós somos sempre 
Iguais a nós-proprios. 

 

Segue o teu destino, 
Ama as tuas rosas. 

Segue o teu destino, 

no teu coração

 

Suave é viver só. 
Grande e nobre é sempre 
Viver simplesmente. 
Deixa a dor nas aras 
Como ex-voto aos deuses. 

Vê de longe a vida. 
Nunca a interrogues. 
Ela nada pode 
Dizer-te. A resposta 
Está além dos deuses. 

 

Segue o teu destino, 
Ama as tuas rosas. 
Segue o teu destino, 
no teu coração

Mas serenamente 
Imita o Olimpo 
No teu coração. 
Os deuses são deuses 
Porque não se pensam. 

 

Segue o teu destino, 
Ama as tuas rosas. 

Segue o teu destino, 

no teu coração



publicado às 21:59

Vende-se submarino quase novo, motivo à vista!

por Jorge Soares, em 14.05.12

Submarino parado por falta de dinheiro para combustível

Imagem do Público 

 

Hoje ficamos a saber que devido à falta de dinheiro provocada pelos cortes efectuados no orçamento da Marinha tem havido um reajustamento na realização de exercícios militares, envolvendo a utilização de combustível 

 

Convém recordar que o submarino em questão foi comprado na época em que Paulo Portas era o responsável pela pasta da defesa e que custou 500 milhões de Euros, mais coisa menos coisa.

 

Era bom que aqueles que defenderam com unhas e dentes o gasto de mil milhões na compra dos submarinos e a sua importância para a protecção e defesa das nossas costas, nos explicassem que tipo de missões de defesa e protecção conseguem eles efectuar sem que esteja envolvida a utilização de combustíveis.... 

 

Jorge Soares

PS:Já agora, alguém sabe por onde anda o Paulo Portas?

publicado às 13:20

Mas os senhores da UEFA não leem a Bola?

por Jorge Soares, em 13.05.12

Pedro Proença

Imagem do Público 

 

Soube-se hoje que Pedro Proença foi nomeado pela UEFA para apitar a Final da Liga dos campeões que se joga a 20 de Maio no Estádio Arena de Munique.

 

Está à vista que os senhores da UEFA não leem os jornais desportivos portugueses nem são espectadores de nenhum dos muitos programas de televisão em que jornalistas, comentadores e ex-árbitros se esforçam semana sim, semana também, em mostrar que qualquer derrota de qualquer clube não é culpa de :

 

a) A aselhice dos avançados,

 

b) Os frangos dos guarda redes,

 

c) As fifías dos defesas,

 

d) A incompetência tantas vezes gritante dos treinadores

 

e) A absoluta falta de tino de dirigentes que em lugar de aproveitar os bons jogadores que se formam por cá, mandam vir carradas de pernas de pau de outros países só porque alguém os viu marcar um golo no Youtube.

 

Não, para jornalistas, comentadores e  ex-árbitros a culpa é quase sempre do árbitro.

 

E claro que se a culpa é sempre do árbitro, isto só pode significar que os árbitros portugueses não tem a mínima categoria. O facto de os nossos árbitros fazerem quase sempre excelentes trabalhos quando apitam nas competições da UEFA e da FIFA deve ser uma mera coincidência.

 

Pedro Proença é neste momento um dos melhores árbitros do Mundo, a sua nomeação para a final da liga dos campeões além de ser mais que merecida pelo excelente desempenho que ele teve o longo da época, é um motivo de orgulho para todos os portugueses que gostamos de futebol e é claramente a prova de que a nossa arbitragem está ao nível de qualquer outra.

 

Parabéns para o Pedro Proença, bem haja para o nosso futebol.

 

Jorge Soares

publicado às 21:51

Conto - Dona Clara

por Jorge Soares, em 12.05.12

ler faz a solidão ser menos dolorosa e é uma espécie de um não estar sozinho de verdade

 

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Perco-me entre os títulos de sua biblioteca. Patrick Mercer, Joathan Kellerman, Kerry Jamieson, Patricia Cornwell, Christina Jones e tantos outros outros autores que nunca ouvi falar, que talvez nunca venha a ler. Não gosto muito de leituras, mas gosto de estar na presença de livros, gosto quando ela narra-me as historias. Ela não saia muito de casa, apenas para fazer compras para casa ou ir ao cinema. Conheci Dona Clara em uma segunda-feira cinzenta, ela fazia as compras da semana e um dia pediu ajuda para levá-las para casa. Se Chico chamou-me para ajudá-la. Ajudei-a mais algumas vezes.


Um dia ela ofereceu-me um copo de suco. Eu aceitei. Entrei em sua casa e tudo mudou. Esqueci do trabalho, esqueci dos problemas, dislumbrado com aquela quantidade de livros nas estantes, procurava prolongar ao máximo aquele suco, queria que aquele momento durasse para sempre. Eu queria ficar lá, entre eles, apenas ouvindo seus susurros. Dona Clara percebeu o que eu não havia percebido, percebeu vida onde eu achava que não tinha mais. Mesmo sem os óculos que lhe permitia enxergar, ela viu mais do que eu. Ela viu o brilho nos meus olhos. Mas eu percebi que estava demorando muito e resolvi voltar ao trabalho. 


Toda a semana ela ia ao mercadinho e toda a semana eu me oferecia para ajudá-la, aos poucos, fiquei sabendo que ela era solteira. Nunca fora casada, embora tivera um grande amor na juventude. Por muitos anos lecionou literatura na faculdade, mas um dia ficou cansada e foi viajar, quando voltou lecionou por alguns anos e resolveu se aposentar. De vez em quando ainda ensinava em aulas particulares, inglês, francês ou português, mas tinha perdido a paciência de uma sala de aula. E ela ficou sabendo que eu não tinha nem pai e nem mãe. Quando meus pais morreram fui para a casa da tia Janice, mas ela não gostava de mim e não me tratava bem, então quando consegui um emprego no mercadinho do seu Chico, procurei um lugar para mudar. Foi o seu Chico mesmo que me conseguiu um quarto na pensão da Dona Isolda. Ela, a Dona Clara, também descobriu que eu não tinha completado os estudos, mas que eu sabia ler um pouco. 


Enquanto carregava as compras, Dona Clara contava-me histórias dos livros, historias de dragões, de cavaleiros, de donzelas, de homens valentes, de crimes, de guerras e também historias da sua vida e de suas viagens. Toda a semana era assim: ela contava-me uma historia, e enquanto eu terminava de tomar o suco, ela mostrava-me o livro da história. E ela perguntava se eu gostaria de levá-lo para casa, eu dizia não. Não sei porque, mas não era só não gostar de ler, eu também tinha um pouco de medo. 


Continuamos nessa amizade por mais de um ano. Um dia, ao invés de começar a contar uma das histórias, ela perguntou “Você gosta de ler?”, “Na verdade não, mas gosto de histórias e gosto da companhia dos livros. Acho chato ler”. Disse aquilo com cabeça baixa, esperando um sermão. Mas juro que não falei por mal. Para minha surpresa ela apenas riu e disse “meu pai costumava dizer que ler faz a solidão ser menos dolorosa e é uma espécie de um não estar sozinho de verdade. Eu era muito nova para entender aquilo, mas acabei aprendendo. Aprendi muitas coisas com meu pai, aprendi a gostar de historias por exemplo. Assim como você eu também não gostava de ler, mas então um dia, quando já estava na escola, meu pai faleceu. Eu me senti muito só, fiquei semanas em casa, sem vontade de fazer nada. Ia para o escritório dele, mexia em suas coisas e um dia achei um livro. Era as historias dos Irmãos Grimm. Eu sentei e por alguma razão eu comecei a ler e chorei, chorei e chorei. Percebi que não tinha mais meu pai para contar historias para mim, mas também percebi que ler era como fazer uma oração de agradecimento para ele, por tudo que ele tinha me ensinado. Não sei como aconteceu ao certo, mas desde essa data eu ia todo dia ao escritorio dele e lia alguma coisa. Então chegou um dia que percebi que eu gostava de ler. Estranho como as coisas acontecem com a gente, mesmo morto meu pai me mostrou uma porta para o mundo”. Eu não soube o que dizer e fiquei quieto até chegarmos a sua casa, mas dessa vez eu não aceitei o suco. Não sei porque, mas aquela conversa tinha me deixado desconfortável. Não sei, mas eu não queria ficar mais perto da Dona Clara. Uma dor estranha estava no meu peito, uma espécie de medo, uma sensação ruim. 


Não vi a Dona Clara por semanas e um dia resolvi visitá-la. Eu queria saber como ela estava e porque ela não ia mais fazer compras. Cheguei em sua casa e uma moça abriu a porta. Fiquei meio sem saber o que falar no início então perguntei:
- A Dona Rosa está?
- Não. Ela faleceu faz uma semana. Engolindo o choro, fiquei quieto. E pedi desculpas. Quando estava indo embora, ela perguntou quem eu era. Sou Machado, do mercadinho do seu Chico. Eu gostumava... “Eu sei quem você é. Ela falou de você antes de morrer e pediu que lhe entregasse um pacote.” Ela entrou no apartamento, trouxe-me o pacote e entregou-me. “Obrigado” eu disse e sem saber mais o que dizer, eu falei “sinto muito que ela tenha morrido. Eu gostava de conversar com ela. Desculpe, eu preciso ir. Tchau”, “Tchau”. A porta não fechou, sei que a menina me olhava enquanto eu saia, mas não quis olhar para trás.


Voltei para casa com uma dor que eu não sabia explicar. Entrei em em meu quarto e me tranquei. Eu queria chorar, mas não conseguia. Então lembrei do pacote. Era o livro dos Irmãos Grimm. Nele estava escrito “Machadinho, Espero que esse livro te ajude como um dia ele me ajudou. Nele tem um monte de histórias que eu gostaria de ter te contado. Se quiser descobri-lás, so depende de você. Dona Clara”. As lágrimas rolavam pelo meu rosto, enquanto eu começava a ler a primeira historia.

 

CARLOS CARREIRO

 

Retirado de SAMIZDAT

publicado às 21:19

Passos coelho vive noutro mundo

 

Imagem de aqui 

 

 

"... Passos Coelho referiu-se em especial aos portugueses que estão sem emprego: “Estar desempregado não pode ser, para muita gente, como é ainda hoje em Portugal, um sinal negativo. Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida”.

 

 

E eu que pensei que já tinha ouvido tudo, sinceramente já não sei se o homem só tem falta de tacto ou se vive num mundo paralelo, existem neste momento em Portugal qualquer coisa como 700 mil desempregados, será que ele acredita mesmo que toda esta gente vai conseguir mudar de vida e reconverter-se de um dia para o outro?... ou será que ainda estão à espera que todos emigrem?

 

Então e mandarem o senhor para o desemprego para que ele agarre uma oportunidade e deixe de nos chatear com as suas ideias, as suas politicas e as suas bocas tristes?

 

Jorge Soares

publicado às 22:54

 

Letra

 

Eu fui ver a minha amada 
Lá p'rós baixos dum jardim 
Dei-lhe uma rosa encarnada 
Para se lembrar de mim 

Eu fui ver o meu benzinho 
Lá p'rós lados dum passal 
Dei-lhe o meu lenço de linho 
Que é do mais fino bragal 


Minha mãe quando eu morrer 
Ai chore por quem muito amargou 
Para então dizer ao mundo 
Ai Deus mo deu Ai Deus mo levou 

Eu fui ver uma donzela 
Numa barquinha a dormir 
Dei-lhe uma colcha de seda 
Para nela se cobrir 

Eu fui ver uma solteira 
Numa salinha a fiar 
Dei-lhe uma rosa vermelha 
Para de mim se encantar 

Minha mãe quando eu morrer 
Ai chore por quem muito amargou 
Para então dizer ao mundo 
Ai Deus mo deu Ai Deus mo levou 

Eu fui ver a minha amada 
Lá nos campos eu fui ver 
Dei-lhe uma rosa encarnada 
Para de mim se prender 

Verdes prados, verdes campos 
Onde está minha paixão 
As andorinhas não param 
Umas voltam outras não 

Minha mãe quando eu morrer 
Ai chore por quem muito amargou 
Para então dizer ao mundo 
Ai Deus mo deu Ai Deus mo levou

 

Ainda agora aqui estavas... já sentimos saudade 

 

Jorge Soares

publicado às 22:25

Bernardo Sasseti

Imagem do Público 

 

Morreu o pianista e compositor português Bernardo Sasseti, aos 41 anos. O músico estava a fotografar numa falésia, no Guincho, e caiu. A morte foi confirmada às 13h desta sexta-feira pela família. 

 

Um dia muito triste para a música e cultura portuguesas, morreu um enorme talento, um grande compositor e um excelente músico.

 


Jorge Soares

publicado às 14:10

Como entrego o meu bebé para adopção?

por Jorge Soares, em 10.05.12

Como dar o meu bebé para adopção?

Imagem de aqui

 

"Gostaria de  obter informações sobre dar o meu bebé para adopção.

Mas estive a ler e as coisas levam muito tempo a ser tratadas, não quero mesmo que o bebé esteja numa instituição.

Gostava de encontrar uma família e ser eu a escolher."

 

Esta vez foi por mail, mas também já foi nos comentários deste blog ou no Nós adoptamos, já é a terceira ou quarta vez... e eu fico sempre de rastos, porque de uma forma ou outra eu sinto nas palavras destas futuras mães o desespero de quem está a tomar uma decisão que as marcará para a vida,  a elas e ao filho que levam no ventre.

 

Apesar de que conheço muita gente que está há muito tempo à espera para adoptar e que receberiam estas crianças de braços abertos e com todo o amor do mundo, a minha resposta é sempre a mesma:

 

Em Portugal legalmente não há nenhuma forma de que uma mãe entregue o seu bebé para adopção directamente a quem o vai adoptar.

 

A única forma de se entregar um filho para adopção é manifestando essa vontade antes ou no momento do parto, e isto deve ser expresso de forma clara e por escrito. Quando assim acontece, o bebé é levado no momento do nascimento e a mãe não o volta a ver.

 

Como há um prazo de seis semanas em que a mãe pode voltar atrás, o bebé é encaminhado para um centro de emergência infantil, findo este prazo o processo é entregue ao tribunal de família e segue os tramites normais até que é decretada a adopção.

 

Muitas vezes o juiz que recebe o processo quer tirar todas as duvidas e exige que a mãe vá ao tribunal dizer em viva voz que mantém a sua decisão... por vezes passam-se anos até que conseguem encontrar a mãe ou até que desistem...entretanto a criança que já podia estar com uma família, continua institucionalizada....

 

Repito, legalmente e sem esquemas pelo meio que depois levam  a casos como o da Esmeralda e o da Miúda Russa, esta é a única forma legal de entregar um bebé para adopção.

 

Jorge Soares

publicado às 22:15

D'Avonte Meadows

 

Imagem de aqui 

 

Foi a minha meia laranja que foi à reunião na escolinha da D., o principal acontecimento da reunião foram as queixas da mãe da mais matulona da turma que jurava a pés juntos que a sua filha era maltratada violentamente quase todos os dias. Entre os muitos malfeitores que supostamente martirizavam a pobre criancinha, estava como não podia deixar de ser a D., que compensa largamente o seu pequeno tamanho com doses  extra de traquinice... na verdade eu acho que ela é a líder dos malfeitores... mas não digam nada à senhora.

 

Hoje lembrei-me disto quando li o seguinte: Um aluno de seis anos foi acusado de assédio sexual por ter cantado a música "I'm sexy and I know it", da banda LMFAO, a uma colega. 

 

Não, não é a gozar, o pequeno D'Avonte Meadows  tem seis anos, ouviu uma música na rádio e enquanto esperava na fila para almoço decidiu que era uma boa altura para mostrar aos colegas que tinha ouvido uma musica fixe... de aí a ser acusado de assédio sexual, foi o tempo de uma das coleguinhas ter ido fazer queixas...e disto até à suspensão de 3 dias foi o tempo da direcção da escola se ter reunido para deliberar que há "políticas e protocolos em vigor para evitar qualquer perturbação no ambiente de aprendizagem".

 

Que a coleguinha do D'Avonte se tenha escandalizado com o "I'm sexy and I know it" do refrão da música, já é de estranhar, mas que o grupo de adultos que forma a direcção da escola não se tenha simplesmente rido da situação como faria qualquer pessoa normal, já é no mínimo de bradar aos céus.

 

Como é que estas alminhas conseguem ver malícia numa criança de seis anos como para falar de assédio sexual?, como é que a nossa sociedade chegou a este ponto para que alguém olhe para uma brincadeira entre crianças de seis anos e veja cariz sexual?

 

Lembro-me que tinha o N. seis anos e havia uma miúda loirinha que o perseguia pelo jardim de Vanicelos à caça de beijinhos na boca, evidentemente ele fugia a sete pés... mas alguém é capaz de ver ali assédio sexual? mas estas coisas não fazem parte do crescimento e da aprendizagem para a convivência? Como é que se explica a uma criança de seis anos o que é o assédio sexual e que sexy é uma palavra proibida?

 

A última da D. é andar o tempo todo a cantar e a saracotear-se ao som do  "ai si eu ti pego"... que aprendeu na escola que cá em casa nunca se ouviu tal coisa.... será que algum dos coleguinhas se vai sentir intimidado? 

 

Jorge Soares

publicado às 21:32



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