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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem da Sábado
As palavras são da Bastonária da ordem dos enfermeiros e foi dita no programa "Em nome da Lei", da Rádio Renascença, palavras fortes, que levantaram um enorme alvoroço. Acho que a senhora não mediu o peso do que estava a dizer e as consequências da afirmação, durante o dia tentou desdramatizar e até desdizer... já era tarde.
Pessoalmente acho que a senhora sabe do que fala, os médicos são humanos e como humanos não serão indiferentes ao sofrimento de outros seres humanos e já seja por pedido do doente ou por simples misericórdia, haverá de certeza quem já seja por acção ou omissão, ajude ao fim desse sofrimento.
A meio da tarde via facebook chegou-me uma reportagem da revista Sábado, o titulo é por mais esclarecedor;
Sim, matei quatro pessoas e defendo a eutanásia
O artigo é longo e inclui um vídeo, ao longo do texto o médico conta em primeira pessoa e com detalhes a forma como em 4 oportunidades diferentes não conseguiu resistir ao apelo de amigos, conhecidos e até de um doente.
"Não há dilema: ter uma pessoa de quem gosto perto de mim a sofrer? Isso é condená-la. Todas as pessoas que me pediram ajuda estavam em profundo sofrimento, sem esperança de vida que valesse a pena viver. Mantê-las vivas, isso sim seria uma maldade horrorosa."
Imagino que cada um de nós terá a sua opinião sobre o assunto e reagirá de uma forma diferente,mas não me parece que seja possível ficar indiferente ao que ali é dito.
No fim, o médico, que tem uma doença terminal, reclama para si o direito a uma morte digna e sem sofrimento,... será que não deveríamos todos ter esse direito?
É verdade que nenhum destes 4 casos aconteceu no serviço nacional de saúde, mas alguém acredita que o relatado neste artigo seja caso único?
Jorge Soares
Imagem de Esquerda Net
Disclaimer, eu sou ateu, Deus não existe, ponto final (vão ler o post), dito isto, vamos ao que interessa.
Gosto muito mais do cartaz do Outdoor do que deste, é de igualdade que se fala, a promulgação da lei que permite a adopção por casais do mesmo sexo é um marco, todos gostaríamos que fosse o fim da desigualdade e da discriminação, sabemos que é só mais um passo, um passo muito importante, mas também que falta muito por fazer.
É assim que entendo o cartaz com a imagem de Jesus Cristo: é uma pedrada no charco, uma forma de chamar a atenção.. e não há dúvida que o conseguiu, com esta imagem e todo a poeira e o barulho levantados, não há forma que o país passe ao lado do assunto.
Evidentemente há por aí muita gente que se sente ofendida, não percebo porquê, pensei que a indignação com os infiéis era coisa de muçulmanos radicais... vai-se a ver e há católicos radicais por cá... esperemos que não tenham armas debaixo das batinas.
A meio da tarde, num comentário do Facebook sobre a imagem li o seguinte:
"O mundo será um dia melhor quando a maioria das pessoas perceber que a ofensa é da responsabilidade de quem se sente ofendido. Se uma pessoa não se sentir ofendida, não existe ofensa... e qualquer pessoa se pode sentir ofendida com qualquer coisa, tenha ou não tenha havido intenção de a ofender! A dificuldade de aceitar críticas e a falta de sentido de humor é demasiadamente limitativa e uma coisa muito triste."
Para quem é crente, Cristo deveria representar a fé e a tolerância, não é nada de novo, mas hoje, uma vez mais, ficou à vista que 2000 anos de religião católica conseguiram que esses princípios sejam letra morta, bastou uma imagem e uma frase para percebermos isso.
Ainda por cima é suposto ser verdade, para quem acredita, ele teve mesmo dois pais... e uma mãe ... virgem!
Jorge Soares
Não sabias ainda o que ia suceder.
Não podias prever.
Preparavas um caldo de osso de borrego com nabiça e tinhas ouvido a porta de entrada e, já nem davas por isso, tinha-se-te descompassado o modo de sorver o ar que respiravas.
O corpo dele ficou a ocupar a porta que da cozinha levava à salinha de entrada que servia também de sala de jantar e sala de ver televisão, e que era onde deitavas a mais velhinha que, quando tinham alugado o T1, nem tinham pensado em fazer família, que a bem dizer nem tu nem ele nunca tinham pensado coisa nenhuma, apaixonados, doidos de quererem o corpo um do outro, e casaram poucos meses depois da noite em que se tinham visto pela primeira vez e tu nunca tinhas ouvido dizer dele, e havia tantos outros no grupo de colegas de trabalho e amigos, mas ou seria o destino a comandar-te ou terá sido o modo de ele te ter olhado, ou terás sido tu insinuante e ele nem mais te deixou, que assim to repetiria: “essas mamas redondas deram comigo em doido”; e tu embevecida do seu porte atlético, do cabelo já a ficar grisalho nas fontes apesar de tão jovem; ou terá sido o modo como te colocou a mão no ombro a pedir, soprando-te desasossegos em cada sílaba, a boca bem chegada ao lóbulo da tua orelha esquerda: “passas-me esse copo, por favor”. Ficaram nesse transe de estar apaixonados, ainda, e ainda mais, depois de terem passado juntos o início desse dia e o dia inteiro que era um dia de trabalho e ele terá dito: ”que se lixe” e disseste também tu, ou nenhum disse, ficaram sem sequer dar acordo do nascer do sol nem do cair da noite, tu e ele a rebolar desejos no tugúrio que era o quarto onde ele vivia emigrante de uma outra zona do país a fazer um serviço para a empresa onde era soldador.
E depois passaram a encontrar-se, a viver juntos quase sempre, até ao dia em que disseram um ao outro: “e se juntássemos os haveres que não temos?” e a rirem alto para o ar quente dum final de Maio. E tu terás olhado as casas que assomavam na outra margem a esconderem o bairro em que tinhas vivido até seres a namorada dele: tu a querer esquecer, a querer lembrar apenas que agora serias tu a comandar a tua vida.
Casaram sem cerimónia nem padrinhos nem convidados: “apenas eu e tu” tinhas dito, e em casa participaste que não voltavas num bilhete que deixaste na sala, e nenhum deles, mãe e padrasto, terá acreditado, tanto que nunca te procuraram, nem quando deixaste uma mensagem em que dizias: nasceu uma menina, nem quando escreveste num SMS: nasceu outra menina.
Fátima Santos
Retirado de Sanizdat
Imagem do Record
Fernando Madureira esteve esta segunda-feira com amigos na taberna do pai de Jorge Ferreira, juiz que apitou o jogo no Capital do Móvel entre o Paços de Ferreira e o Benfica. O líder dos Super Dragões surgiu no estabelecimento cerca das 21H30, já para lá da hora de fecho do mesmo e o progenitor de Jorge Ferreira negou-se a servir o grupo que terá questionado "onde está o gatuno?". As autoridades não tardaram em chegar ao local, de acordo com o "Jornal de Notícias".
Não vi o jogo do Benfica, não faço ideia se o árbitro errou muito ou pouco, não sei se era penalty ou não, sei sim que o que está a acontecer com o árbitro Jorge Ferreira não é digno do futebol. Sou e serei sempre adepto do Porto, já era antes de haver claques organizadas e espero continuar a ser depois de alguém as banir definitivamente do estádio do Dragão.
Como adepto do Porto e do futebol não me posso rever em comportamentos deste tipo, tal como não me revejo nos comentários de hoje de Pinto da Costa sobre tudo isto. Não me posso rever na cobertura que é dada às claques em comportamentos deste tipo, que tanto podem acontecer com árbitros e com jogadores ou adeptos de equipas adversárias, como com adeptos, treinadores e jogadores da própria equipa.
Visto de fora o que parece é que se criou e alimentou um enorme monstro, monstro que é muitas vezes utilizado em prol dos supostos interesses do clube (?) e de alguns. Mais tarde ou mais cedo o monstro vai-se virar contra os seus criadores, pode demorar mais ou menos tempo, mas chegará o dia em que por qualquer motivo as vitimas da intimidação serão os dirigentes da SAD ou do Clube.. talvez nessa altura quem de direito perceba que há muito já se foi longe demais.
O futebol português já foi uma festa familiar em que os pais levavam os filhos ao futebol, hoje há jogos da primeira liga em que os espectadores não chegam aos milhares, os estádios estão cada vez mais às moscas, há muitos jogos em que os únicos apoiantes das esquipas são mesmo as claques e muito pouca gente se atreve a levar os filhos ao futebol nos jogos em que possa haver alguma rivalidade.
É claro que tudo isto faz com que os clubes não tenham apoio nem receitas e na maior parte dos casos vivam de esquemas e da falta de pagamento a atletas e fornecedores, o que converte a competição numa enorme mentira onde quem é honesto não consegue competir com quem vive de mentiras e ilusões.
Voltando ao inicio, não vi o jogo do Benfica nem nenhum dos lances de que é acusado o árbitro, mas vi o resumo do jogo do Porto e sinceramente tenho muitas dúvidas no penalty sobre o Maxi que iniciou a reviravolta do resultado... A mim o que me parece é que o árbitro errou tal como terá errado o do Benfica, e como irão de certeza errar outros árbitros a favor e contra o Porto... O árbitro faz parte do jogo, é humano e portanto erra, tal como erram os avançados, os defesas e os guarda redes... E tal como erram os dirigentes, ou alguém tem dúvida que dar uma segunda época ao Lopetegui foi um enorme erro?...
E será que não contratar um defesa central em Janeiro e ainda por cima mandar o Maicon para o Brasil, não foi outro enorme erro que poderá custar muito caro? Quanto irão custar estes erros dos dirigentes ao Porto? Mas é claro que isso não interessa nada e se começar a interessar, arranja-se forma de usar a claque a desviar as atenções.
Assim não somos Porto, e sobretudo, assim não somos futebol,
Jorge Soares
Foi no início de Fevereiro que no Post "A MEO e a falta de respeito pelos clientes" relatei a insólita situação que me aconteceu quando tentei retirar o terceiro telemóvel do pacote M4O de que sou cliente na MEO.
Na manhã do dia em que escrevi o post tinha sido contactado por alguém da MEO em resposta a uma reclamação, nesse telefonema, que foi mais ou menos surreal e que me deixou ao borde de um ataque de nervos, foi-me explicado que ao contrário do que me tinha sido dito e prometido em três ocasiões diferentes, não era possível retirar o número e que utilizasse ou não, teria que continuar a pagar os sete euros e meio para sempre.... ou até que o período de fidelização terminasse e eu me mudasse com os serviços todos para outro operador.
Evidentemente não era uma conversa telefónica de surdos que me iria fazer desistir de reclamar, decidi dar-me um tempo para acalmar a raiva. A seguir ia ir ir com o meu mau feitio a uma loja da PT pedir o livro de reclamações e esta vez fazer a reclamação por escrito, não é um telefonema parvo que me derrota.
No início da semana passada chegou-me uma carta da MEO, para minha grande surpresa, afinal, pelo menos quando o cliente reclama, parece que por vezes o impossível se torna possível. A carta era para me informar que conforme o meu pedido, o número tinha sido retirado do contrato e seriam feitos os acertos financeiros na seguinte factura.
Como já estou na fase ver para crer, decidi esperar a dita factura antes de ir reclamar, que chegou no fim da semana passada e onde efectivamente não constava o número em causa e constavam acertos relativos a períodos facturados indevidamente com anterioridade....
Está visto que ter mau feitio compensa, reclamar compensa, juro que quando me lembro da conversa telefónica com a senhora que me respondeu à queixa, ainda fico nervoso... Dá trabalho e cabelos brancos, mas pelo menos com a MEO, ainda conseguimos fazer com que o impossível se torne possível.
Uma das coisas que fiz foi pegar no post e colá-lo na página do Facebook da MEO, passados dez minutos alguém da gestão da página, não vou divulgar aqui o nome da pessoa em causa mas o comentário ainda lá está, respondeu ao meu post lamentando o facto de eu estar insatisfeito e pedindo mais dados para irem averiguar a situação, com a garantia de que me contactariam para dar novidades à posteriori. Dados que eu facultei de imediato. Ainda estou à espera desse contacto.... antes de receber a carta tinha lá passado a perguntar se sempre me iriam responder... até hoje.
Percebo que fique bonito no Facebook responder aos clientes, mas convém que depois cumpram com o que lá escrevem, não é pelo facto de o post desaparecer da primeira página do mural que os clientes se esquecem do que lá foi escrito.... o que mostram com isto é mais falta de profissionalismo e de respeito pelos clientes.
Evidentemente a carta era do estilo curo e grosso, continuo sem perceber como é que em três ocasiões me foi garantido que o número tinha sido retirado do contrato, me foi enviada uma nota de crédito e depois há alguém que me diz que isso não é possível e que os funcionários do atendimento telefónico andam a mentir aos clientes... mas pronto, o que interessa é que está resolvido.
Jorge Soares
Imagem de Precário Inflexíveis
Ana Nicolau será presente a julgamento no próximo dia 2 de Março, 3º aniversário da manifestação Que Se Lixe a Troika – O Povo é Quem Mais Ordena, por ter protestado nas galerias da Assembleia da República e por ter exigido a demissão de Passos Coelho.
Os Precários Inflexíveis exigiram, em Março de 2015, a demissão de Pedro Passos Coelho, durante várias semanas, quando foi tornado público que o então Primeiro Ministro não havia cumprido com o pagamento das suas contribuições à Segurança Social, enquanto trabalhador a recibos verdes durante 5 anos, tendo depois visto essa dívida ser ilegalmente reestruturada, parcialmente paga e posteriormente desculpada pelo então ministro Pedro Mota Soares.
Na altura foram vários os posts que escrevi sobre o assunto, de certeza que mais que uma vez terei dito que Passos Coelho se devia demitir. Para mim não é aceitável ter como primeiro ministro alguém que não cumpre com os seus deveres de cidadão, como é que alguém que não cumpre com os seus deveres legais pode exigir ao resto do país que o faça? Como é que o senhor pode ter estado à frente do governo que em toda a história da democracia mais exigiu dos portugueses se ele próprio contribuiu para o estado a que chegou o país ao não cumprir com as suas obrigações fiscais?
No dia 2 de Março será Ana Nicolau quem, estará no banco dos réus, mas podia ser qualquer um de nós, eu pessoalmente não conheço ninguém que na altura não achasse que toda aquela história era uma vergonha para o governo e o país.
Mo dia 2 de Março quem está a julgamento não é a Ana Nicolau, somos todos os portugueses que temos opinião e a conseguimos expressar.
Jorge Soares
Imagem do Expresso
"Tribunal Europeu dos Direitos do Homem condenou o Estado português por violação dos Direitos Humanos no caso da cabo-verdiana Liliana Melo. A mãe, que viu os tribunais portugueses retirarem-lhe os sete filhos", é assim que começa a noticia do Expresso.
Neste caso o estado foi condenado pelo suposto excesso de zelo ao achar que esta mãe não tinha condições para manter e educar sete filhos , tendo estes sido retirados, institucionalizados e posteriormente encaminhados para a adopção.
Hoje, e sobre o caso da mãe que decidiu atirar-se ao Tejo juntamente com as suas duas filhas, o mesmo estado está a ser condenado por muita gente por ter tido a mão leve ao deixar as crianças, que estariam sinalizadas por supostamente terem sido vitimas de abuso sexual e maus tratos, a viver com a mãe. Mãe que seria ela própria vitima de violência familiar pela mesma pessoa que supostamente abusou das crianças e estaria a sofrer uma profunda depressão.
Quando há duas crianças mortas é fácil concluir que o estado deveria ter feito mais, há uma série de instituições que só existem para proteger e zelar pelo bem estar das crianças. Não sabemos a história toda, não sabemos que medidas protecção terão sido tomadas, não sabemos porque se tomou a decisão de deixar as crianças à guarda de uma mãe, que se sabe agora, não teria condições psicológicas para tal... mesmo assim é fácil concluir que algures alguém falhou.
No caso de Liliana Melo, de que na altura falei neste e neste post, é fácil condenar o estado, as crianças foram institucionalizadas, pelo menos o seu bem estar físico foi garantido, algumas terão ido para adopção e em principio terão famílias que lhes dão amor e carinho.... E alguém pode garantir que caso o estado não tivesse actuado estas crianças estariam todas bem? Estamos a falar de uma mãe com sete filhos, uma das quais até já estaria grávida também, que na altura não tinha emprego e que claramente não tinha condições económicas para os manter. Mesmo assim o estado foi na altura condenado na praça pública e agora nas instituições europeias, por ter feito o seu papel.
Faz sentido o estado ser condenado pelo seu suposto excesso de zelo ou fará sentido o estado vir a ser condenado pela morte das duas crianças desta semana? Ninguém tem dúvidas que neste caso o estado deveria ter feito muito mais... será que são os mesmos que acharam que no outro caso as crianças deveriam ter ficado com a mãe?
Será que devido à condenação publica do outro caso, não terão as instituições passado a ser menos zelosas e por isso estas crianças foram entregues à mãe?
A única coisa certa é que nestes casos o estado não tem por onde fugir, faça o que faça, vai sempre ser preso por ter cão e por não ter.
Jorge Soares
Imagem do Público
O Rendimento de Cidadania ou ainda Renda Básica, é uma quantia paga em dinheiro incondicionalmente a cada cidadão pertencente a uma determinada região. O valor é distribuído pelo poder público de forma igualitária, não importando o nível social ou disposição para o trabalho de quem recebe. A retribuição garante o direito inalienável de todos usufruírem de uma parte das riquezas produzidas na região. (in Wikipédia)
A primeira vez que ouvi falar deste conceito foi através do Podemos, partido político da esquerda anti-sistema espanhola, esta proposta está entre as linhas mestras do Partido e será de certeza um dos pontos que está neste momento em discussão entre Pablo Iglésias e Pedro Sanches, líder do partido Socialista. com vista à formação de um governo de alternativa de esquerda ao PP do actual primeiro ministro Rajoy.
Traduzindo por miúdos, a Renda básica seria uma quantia a distribuir pelo estado a todos os cidadãos independentemente da situação financeira, familiar ou profissional, e, idealmente, deveria dar para viver de forma digna.
É uma ideia que se encontra em discussão em alguns países e que segundo uma noticia do Público estará prestes a ser aplicada de forma experimental na Finlândia e em algumas cidades da Holanda. Em Macau os gigantescos lucros do jogo são utilizados para algo parecido.
Em Portugal a ideia foi hoje apresentada na assembleia da República pelo Deputado Jorge Silva do PAN.
O conceito não deixa de ser interessante, sobretudo se for levada à letra a parte "deveria dar para viver de forma digna", resta uma questão muito interessante, num país como Portugal,sem petróleo ou outros recursos naturais e sem os lucros do jogo de Macau, como seria possível financiar algo assim?
Ao fim do dia na Antena 1 alguém, não me lembro do nome do senhor, defendia o conceito e a sua aplicação, como forma de financiamento propunha o fim dos paraísos fiscais e o pagamento justo e sério de impostos por empresas e cidadãos. Mesmo que isto fosse possível, não sei se o dinheiro que de aí resultaria seria suficiente para manter a medida e a continuação do estado e das garantias tal como as conhecemos.
Não vou entrar na discussão sobre se uma medida destas faria ou não que as pessoas simplesmente deixassem de se preocupar por ter um emprego e um salário para além do que daqui receberiam, mas não há duvidas que esta medida resolveria muitos dos males que afligem a nossa sociedade....O meu bom senso diz-me que simplesmente é impossível de concretizar.
Com respeito ao PAN, está muito longe de ser o Podemos, assim como Jorge Siva nunca será Pablo e Iglesias, para o bem e para o mal.
Jorge Soares
Imagem da internet
O estudo é da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) e pode ser lido aqui. O primeiro sentimento que me ocorreu quando comecei a ouvir noticias que dizem que 22% dos jovens consultados aceitam como normal a violência sexual, foi a incredulidade. Estamos em 2016, vivemos num país europeu com educação e cultura ocidental... logo, não pode ser possível que quase um quarto dos jovens possa pensar assim.
É verdade que a violência doméstica continua a ser uma realidade em Portugal, todos os anos são assassinadas entre 30 e 40 mulheres. Apesar de haver uma maior consciência para o assunto e de aumentarem as denuncias, a verdade é que estes números não descem e o nível de violência se mantém... e a julgar pelos resultados deste estudo, irão manter-se por muito tempo.
Algures no século passado Portugal era um país em que os maridos podiam por e dispor sobre a vida das mulheres com quem casavam, todos temos a percepção de que esse tempo acabou há muito, como é que explicamos que 23% dos jovens pensem que pressionar para beijar e pressionar para ter relações sexuais não é violência no namoro? Ou que uma boa parte pense que pode dizer com quem pode ou não falar a namorado ou namorado?
É evidente que há algo que está a falhar na forma como educamos os jovens portugueses, os diversos números apresentados no estudo mostram que há uma clara falta da percepção do que é o respeito pela liberdade e privacidade dos outros. Vivemos no século XXI mas e há jovens que acham normal poder espreitar o telemóvel do namorado ou namorada, ou que podem usar a força física para obrigar alguém a beijar ou ser beijado, ou a ter relações sexuais.
Há uns tempos a tentativa de tornar a educação sexual uma disciplina escolar foi motivo de muita polémica, sendo que havia pais que se opunham terminantemente a tal coisa, o que pensarão estes pais dos resultados deste estudo? Será que falam com os seus filhos do assunto?
Os números agora apresentados deveriam ser objecto de uma profunda reflexão, algo está a falhar nas nossas casas e nas nossas escolas. Será que sabemos educar os nossos filhos para o respeito e o civismo?
Jorge Soares