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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Hoje é dia de São Martinho, dia de comer castanhas e de provar o vinho, não guardo grande memória de magustos, na Venezuela não havia castanhas e num país em que é verão o ano inteiro, nunca ninguém ouviu falar do verão de São Martinho.
Na verdade, para mim este dia recorda-me uma enorme solidão, estava em Lisboa, vivia num quarto, lembro-me de ser dia de São Martinho e ir do IST para São Bento a pé. Não sei porquê, mas recordo-me de uma Rua de São Bento completamente deserta, talvez por isso dei por mim a pensar que naquele momento os meus pais estariam em casa a festejar o dia e a comer castanhas. Senti uma enorme solidão, uma sensação de não ser de ali, nem de lá, de não ser de lado nenhum.
Este é um dia de lendas, há a lenda do Santo, que no inicio era soldado e que um dia de Novembro, muito frio e chuvoso, estando em França ao serviço do Imperador, ia Martinho no seu cavalo a caminho da cidade de Amiens quando, de repente, começou uma terrível tempestade. A certa altura surgiu à beira da estrada um pobre homem a pedir esmola.
Como nada tivesse, Martinho, sem hesitar, pegou na espada e cortou a sua capa de soldado ao meio, dando uma das metades ao pobre para que este se protegesse do frio. Nessa altura a chuva parou e o Sol começou a brilhar, ficando, inexplicavelmente, um tempo quase de Verão.
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Hoje a notícia do dia veio da Pfizer, os testes da vacina para o Covid 19 estão a correr muito bem, no meio de tanta tristeza e tanta crise, uma noticia boa e muita gente ficou feliz. Vamos mesmo ter uma vacina? Vamos! Quando? Pois, aí a coisa já não corre tão bem.
Eu trabalho na industria farmaceutica, a semana passada em convera com um dos meus colegas ele dizia que era público que a Pfizer está a fabricar vacinas, muitas vacinas, já à algum tempo. É lógico, a vacina só pode ser vendida depois de ser aprovada, não quer dizer que não possa ser fabricada antes.
A mesma noticia que fala do sucesso dos testes, diz que eles contam ter 50 milhões de doses até ao fim do ano, isso significa que 25 milhões de pessoas vão poder ser vacinadas no inicio do ano, são necessárias duas doses para se ficar imunizado.... 25 milhões de pessoas é muito menos que 1% da população mundial...ou seja, nada... Também dizem que até ao fim de 2021 contam fabricar mil milhões de doses, 500 milhões de pessoas... não sei qual será o limiar da imunidade de grupo, há quem diga que pelo menos 50% das pessoas precisam de ficar imunes, 3 mil e 500 milhões de pessoas.... sete anos de produção da vacina.
O melhor mesmo é esperar que venham mais noticias destas e que a vacina da Rússia e as da China e as da Europa também corram assim tão bem, acreditem ,vamos precisar delas todas ...e mesmo assim, duvido muito que a generalidade da população tenha acesso à mesma antes de 2021
Há pouco li algures numa rede social que afinal o Trump tinha razão, afinal há uma vacina em Novembro.... há até quem diga que se a noticia tivesse chegado uma semana antes.... pois, há Trumpistas onde menos se espera... e há quem continue a acreditar no que ele diz.
Vamos ter mesmo uma vacina? Vamos! Mas vai demorar algum tempo a chegar a todos, o melhor mesmo é continuar com o bom senso, fazer a nossa parte, manter a distância social, evitar ajuntamentos, lavar as mãos e sobretudo não estar à espera que o governo ou a OMS ou alguém, faça o trabalho por nós, está nas nossas mãos, não nas de mais ninguém.
Cuidem-se e fiquem bem.
Jorge Soares
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Andei durante 24 anos a fazer pelo menos 110 Kms por dia, Setúbal - Lisboa - Setúbal, não vou fazer as contas aos milhares de Euros em Gasóleo que gastei durante todo este tempo, mas devia ser coisa para comprar uma boa casa.... Tenho um eléctrico igualzinho ao da fotografia, Nissan Leaf de 40 Kw, desde o dia 1 de Abril, não é meu, é da empresa, podia ter escolhido um Diesel Mercedes , mas escolhi um eléctrico, já explico porquê.
Desde que saíram os primeiros carros eléctricos eu comecei a fazer contas, anos a fazer contas. As contas nunca deram, primeiro não tinham autonomia suficiente, depois o preço não compensava, mesmo quando o carregamento na rua era gratuito.
Hoje em dia para quem tem que comprar o carro, a autonomia, apesar de já dar para ir (devagar) a Lisboa e voltar, não compensa, o preço não compensa e o carregamento na rua, na maior parte dos casos, não compensa.... mas eu não tive que o comprar.
Vou fazer alguns posts sobre carros eléctricos desde o ponto de vista de quem não tem um eléctrico porque é giro e está na moda, mais um gadget, ou porque é verde, não foi nenhum desses motivos que me levou a escolher o eléctrico, acreditem ou não, há quem escolha um eléctrico como quem escolhe o topo de gama dos telemóveis, se não acreditam dêem uma olhadela aos grupos do Facebook onde se juntam os donos dos eléctricos.
Porque é que escolhi o eléctrico? Por vários motivos:
Em primeiro lugar porque posso carregar grátis no trabalho, em situação normal de ir a Lisboa e voltar, o carro tem que ser carregado todos os dias. Os Carregadores da empresa são de 22 Kw e em teoria em duas horas deve dar para carregar, em teoria.
Em segundo lugar porque tenho garagem e consigo carregar em casa quando não carrego na empresa, curiosamente entrei em teletrabalho a 13 de Março e recebi o carro a 1 de Abril, até agora só carregou em casa e duas ou três vezes em postos de carregamento rápido na auto estrada. Numa tomada normal em casa a carga desde zero demora perto de 14 horas.... estando a 50% demora entre seis e sete horas, eu tenho tarifa EDP bi-horária e o carro está programado para carregar entre a meia noite e as sete da manhã, quando é mais barato.
Convém dizer que em Setúbal não há nenhum posto de carregamento rápido, e todos os que conheço carregam à mesma velocidade que qualquer tomada de casa, logo, não há cá urgências, na rua também demora 14 horas a carregar.
É claro que também escolhi porque (supostamente) é verde e ecológico, na utilização no dia a dia os carros a combustão contaminam muito mais e isso também nos deve preocupar, mas para o comum dos portugueses antes dessa preocupação há várias outras que entendo devem ser ponderadas, como o facto a maioria dos eléctricos terem preços de carro de luxo e na prática funcionarem como pouco mais que citadinos, ou tendo em conta o funcionamento actual da rede de carregadores em Portugal, ser quase impossível ter um eléctrico sem se ter um segundo carro para quando se quer fazer uma viagem ou ir de férias.
O post já está longo e vou deixar mais para os próximos dias, também não quero confundir ninguém, eu gosto do carro, a minha meia laranja adora-o, a condução é fantástica, é super espaçoso, é confortável, silencioso e carregando em casa ou no trabalho, super económico.
Fiquem bem e cuidem-se do vírus
Jorge Soares