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Adopção, a felicidade é algo que se constroi

 

Há bocado eu e a minha meia laranja decidimos aproveitar a verdadeira noite de verão que temos hoje e fomos a pé tomar café, levamos a D. connosco. Ela foi e veio a dançar e a cantarolar, esta criança é a  alegria em pessoa .. é claro que de vez em quando faz uma ou outra birra, mas é consensual até na escolinha, que para além de uma gozona, ela é a imagem da boa disposição e da felicidade.

 

Dei por mim a pensar várias coisas, estes dias fez seis meses que ela nos foi entregue, no mesmo dia em que em Cabo Verde  a conhecemos e a vimos pela primeira vez. Hoje olhamos para ela e dificilmente diríamos que alguma vez teve outra realidade de vida, que teve outros pais ou outra família. Não sei se haverá um exemplo perfeito adaptação de uma criança adoptada, mas se existe, ele está aqui. Sei que seis meses é muito pouco tempo, que no futuro e tal como aconteceu com o N., haverá outras fases, que haverá perguntas, reflexões, negações, tudo coisas pelas que já passamos e que de certeza estamos muito melhor preparados para enfrentar que da primeira vez. Mas tenho a certeza que a D. será sempre uma criança alegre e feliz, disso não me restam nenhumas dúvidas.

 

Mas os meus pensamentos levaram-me mais atrás no tempo, até às trocas de emails no grupo de discussão nos adoptamos em que se falava de adopção de crianças de outras raças. Centenas de emails com discussões muito mais que acaloradas em que se esgrimiam argumentos, se debatiam os prós e os contras, e  invariavelmente se terminava a falar de racismo, com pessoas ofendidas e a abandonar o grupo.

 

Um dos argumentos que mais se debatia era o da adaptação a uns pais com uma cultura e um tom de pele diferente, uma dessas discussões deu origem a um dos posts mais discutidos e ainda hoje mais visitados neste blog, o das diferenças culturais.

 

Sempre achei que as crianças não querem saber de culturas ou de tons de pele, e a prova é que das dezenas de crianças que conheci até hoje e que vieram da adopção internacional, crianças que na sua grande maioria tem pais com cor de pele diferente e com uma cultura que pouco tem a ver com a sua origem, crianças que não passaram por períodos de adaptação e que em muitíssimos casos saíram dos braços dos pais biológicos para os dos pais adoptivos, não conheço um único caso que não tenha corrido bem, nunca ouvi falar de crianças inadaptadas, ou de casos dificieis.

 

Cada um retirará as suas conclusões, as minhas são, as crianças querem é ser felizes...e para que o sejam, basta que exista alguém disposto a abrir o seu coração e a dar felicidade, o resto vem por si só.

 

Jorge Soares

publicado às 22:41


20 comentários

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De Oficinas RANHA a 05.07.2010 às 22:54

Eu não sou mãe, nem biológica nem adoptiva (ainda), mas concordo plenamente que ser mãe ou pai é respeitar a individualidade dos filhos, da sua história, das suas características pessoais, das suas necessidades. E isso passa, concerteza , por permitir que os filhos podem querer procurar as suas raízes biológicas...

E também acho que as crianças procuram acima de tudo ser felizes, lutando por vezes com mau feitio e birras, por ela.

Ana Cristina
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De Jorge Soares a 05.07.2010 às 23:46

Olá

Acho que já falei sobre isto algures no passado.. mas vou voltar a falar.

Tens razão, as crianças só procuram ser felizes..e isso é válido para todas, adoptadas ou não
Jorge

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