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Pai solteiro

 

Imagem de aqui

 

A conversa começou a propósito do Cristiano Ronaldo e do seu "aparecido" filho, a minha amiga acreditou na historia da barriga de aluguer e achava incrível que alguma mulher se submetesse a tal coisa.... estávamos no messenger a a coisa estendeu-se, a páginas tantas estava assim:

 

M. diz: pensei que se fazia por capricho..estilo..quero ter uma criança

Jorge diz: não,  é claro que há homens solteiros que o fazem

M. diz:como se fosse a mesma coisa que querer um carro ou uma casa

Jorge diz: mas é porque acham que não vão ter com quem ter filhos

M. diz: são doidos..se não sabem relacionar-se com uma mulher, achas que vão saber fazê-lo com um filho?

Jorge diz: hahahahahahaha.. e achas que a vida é assim tão fácil?

M. diz: não é para ninguém, mas o melhor da vida são os desafios esses são comodistas...mas esquecem-se que os filhos crescem e também terão problemas com eles o melhor treino é viver com alguém

Jorge diz: mas nem sempre se consegue esse alguém e por vezes as pessoas escolhem viver sozinhos

M. diz: Se querem viver sozinhas também acho estranho quererem um filho, agora..se não encontraram ninguém, aí já é diferente

Jorge diz: são coisas diferentes

M. diz: conheço muita gente que optou por viver sozinha e nunca lhes passaria pela Cabeça terem um filho, são do género de não quererem chatices

Jorge diz: Pois eu conheço muita gente que vive sozinha e quis ter filhos e são excelentes pais

M. diz: pois...eu nunca conheci caso desses mas acredito que os haja, acho até que já li num comentário um homem sozinho com filhos..estou enganada?

Jorge diz: claro que há, eu conheço dois que adoptaram, um já adoptou dois, conheço mais que querem adoptar e  estão à espera

 

Curiosamente no dia a seguir saiu um enorme artigo no DN em que se falava dos 43000 homens que são pais solteiros em Portugal, podem ler aqui uma parte.

 

Conheço a M. há relativamente pouco tempo, mas do pouco que vou conhecendo, não a tenho por preconceituosa, bem pelo contrário, é uma pessoa de mente aberta. Só posso concluir que esta visão pessimista sobre os pais sozinhos tenha a ver com os preconceitos que a sociedade ainda tem sobre este assunto.

 

Curiosamente os dois únicos pais solteiros que conheço são ambos por adopção, são-no portanto por verdadeira opção, eles escolheram ser pais e criar os seus filhos sozinhos. Sendo que no caso do que tem dois filhos, foi em processos separados, não só decidiu que queria ser pai solteiro, como depois de já ter o primeiro há uns anos, decidiu que queria ter outro....e acho que é um dos melhores pais de família que alguma vez conheci.

 

Os dois tem filhos rapazes, nunca me vou esquecer de um mail delicioso em que o Luís explicava o motivo pelo que tinha limitado a sua candidatura à adopção de um menino, ele tinha pensado em tudo...  "Como é que um pai vai com a sua filha à casa de banho numa estação de serviço?" ... Ouvi dizer que o Luis também vai adoptar o segundo, vamos ver se ele consegue vencer os preconceitos de muita gente na segurança social... porque tenho a certeza que mais uma criança será muito feliz.

 

No nosso país a adopção singular é olhada de lado, ainda há pouco tempo uma candidata do Norte do País nos contava que a equipa de adopção lhe tinha dito que o facto de ser solteira a atirava directamente para o fundo da lista. Agora imaginem como serão tratados os candidatos homens.

 

Este facto faz com que os candidatos singulares terminem por adoptar as crianças que sobram, crianças com problemas de saúde, crianças mais velhas, crianças de outras etnias. As próprias equipas de adopção, utilizam o facto de estes serem os candidatos  que para elas estão no fim da lista, para lhes propor os casos mais complicados, não será isto um contra-senso?  Porque propor os casos mais difíceis precisamente aos candidatos que pela sua condição de solteiros, terão menor apoio?, não deveria ser ao contrário?

 

O sentimento de querer ser pai ou mãe é muito difícil de explicar, até porque varia de pessoa para pessoa, mas quem já passou por ele sabe que é real..e não amiga M., não é por capricho...

 

Gostei especialmente desta parte do artigo no jornal:

 

Mas será que existem diferenças na forma de educar dos homens e das mulheres? Sim. "Os pais tendem a ser mais descontraídos do que as mães", aponta Catarina Mexia. A especialista elogia também o "equilíbrio bastante bom" na forma de educar dos pais. "Sabem impor regras, e na hora de brincar são mais companheiros do que a mãe", ....

 

Quanto ao Cristiano Ronaldo e ao seu "filho"... quem sabe e um destes dias é assunto aqui neste mesmo canal 

 

Jorge Soares

publicado às 21:24


5 comentários

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De Ana adelaide a 21.07.2010 às 22:45

Eu ando a procura de uma bebe de 4 meses para adoptar obrigada e urgente
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De Jorge Soares a 21.07.2010 às 23:34

Ana... pode parar de procurar, mesmo que a criança seja entregue no hospital para adopção, há um período de tempo em que as mães se podem arrepender, não me lembro ao certo quanto tempo é, mas ainda é bastante, durante esse período a criança não pode ser entregue a ninguém, passado esse tempo mínimo, é considerado abandono e o caso é encaminhado para o tribunal de família... çomo deve imaginar nos tribunais os casos arrastam-se... muito tempo, a maioria dos juízes volta a convocar a mãe e a família alargada para que digam expressamente à frente dele que efectivamente não querem a criança.

Dificilmente alguma criança irá para adopção pela via legal antes de ter um ano de idade... com 4 meses é impossível... e se alguém lhe disser o contrário, desconfie.

Jorge Soares
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De Cristina a 22.07.2010 às 09:21

Jorge,

Julgo que são seis semanas. O consentimento para a adopção só pode ser dado seis semanas após o parto.

Têm surgido casos de bebés muito pequenos para a adopçao (3, 6 meses).

Quanto à Ana...aconselho a informar-se melhor sobre como se processa a adopção em Portugal.

Cristina M.


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De Jorge Soares a 22.07.2010 às 10:15

Olá Cristina

Obrigado pelo esclarecimento.

Sim, sei que tem aparecido um ou outro caso de crianças que são entregues com poucos meses, mas a mim faz-me muita confusão... porque 3 meses e descontando as seis semanas de que falas, implica que o projecto de vida da criança e o processo no tribunal de família se resolveram em 6 semanas... que me desculpem as instituições e os tribunais, mas não me parece que isso seja possível.... nem em 6 semanas nem em seis meses...

Será que estas crianças estão a ser entregues aos candidatos com todo o processo concluído?.. duvido, e será que os candidatos que recebem esses bebés estão conscientes do que significa estarem a receber uma criança cujo projecto de vida não está completamente definido?
A nós o N. foi-nos entregue com um ano e com o projecto definido em tribunal.. e mesmo assim um ano depois vimos a coisa negra quando a juíza decidiu que o pai ainda tinha uma palavra a dizer.

Jorge
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De Existe um Olhar a 22.07.2010 às 22:18

Olá Jorge
Não tinha previsto vir aqui visitar-te hoje, não fosse a conversa que tive hoje com os meus amigos da Suiça.
Falei-lhes do tema deste teu post e qual não foi o meu espanto, quando me disseram que na Suiça, país que eu tenho como muito á frente, ainda é impensável uma pessoa só, adoptar uma criança, muito menos lésbicas ou gays. Está agora a começar a ser debatido o assunto, mas não parece que tão cedo haja a abertura que já existe por aqui.
Falta abolir a descriminação que é feita quando a candidatos como os que referes aqui, sejam colocados no fim da lista. Se já avançámos tanto espero que um dia se reponha a justiça e passe a haver igualdade.

Beijos
Manu

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