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Crianças em risco

 

Imagem do Público

 

Li a noticia no DN à hora do almoço,  um país não é mais que o reflexo do seu povo, da sua cultura.. ou da falta dela. Haverá quem questione até que ponto o que se passa numa aldeia perdida de Covilhã poderá ser o espelho em que nos vemos reflectidos todos os dias... talvez sim, talvez não, mas depois do que li hoje, depois de  na sexta feira ter ouvido uma assistente social a queixar-se de que um Juiz não decide uma medida de protecção a uma criança e prolonga o limbo em que esta vive,  porque tem medo que os pais vão para a comunicação social..., eu já não sei qual será mesmo o país real.

 

"A GNR da Covilhã retirou esta segunda-feira da aldeia de Verdelhos, Covilhã, três assistentes sociais e uma professora, depois de terem sido ameaçadas pela população .."

 

Tinham lá ido " para encaminhar para a instituição duas filhas de uma residente, com 4 e 7 anos, na sequência de queixas por maus tratos e abandono."

 

Partimos do principio que a decisão de institucionalizar uma criança não é tomada de ânimo leve, imagino que antes de chegar a este ponto, teve que haver uma denuncia à CPCJ,  houve uma investigação, visitas à família e só após se ter concluído que existia perigo real para as crianças, se decidiu pela medida de protecção.  Quero acreditar que uma medida destas não se toma em cima do joelho e que é sempre em beneficio das crianças.

 

Já nem questiono o facto de a mãe tentar impedir que levem as crianças, quem maltrata e abandona os filhos não costuma ter consciência do que faz, mas a atitude do resto da população deixa-me a pensar. Estamos a falar de uma aldeia, onde as pessoas se conhecem e sabem o que se passa, não estamos a falar dos vizinhos a anónimos que mal se  encontram no elevador. Quem tenta impedir a aplicação de uma medida de protecção a uma criança, não só é irresponsável, como é conivente com o que de mal se passa com a criança.

 

Mas quanto a mim, tão grave como os factos é o desfecho de tudo isso, porque após todo o barulho formado e a intervenção da GNR, as crianças que iam ser institucionalizadas, "ficaram ao cuidado «de uma família idónea em Verdelhos» que se ofereceu para cuidar delas"

 

Ficaram?, por decisão de quem? como é que se retiram as crianças aos pais e se entregam aos vizinhos?, quem decide pela idoneidade desta família?, quem garante que os pais que as maltratavam não as vão continuar a maltratar mal as assistentes sociais saiam da aldeia protegidas pela GNR? Mas este tipo de decisões é tomada em arraial popular?, não deveria ser tomada pela CPCJ após a verificação das condições da família idónea?

 

Que conclusão podemos tirar de tudo isto?, é assim que se protegem as crianças em risco em Portugal?

 

Jorge Soares

publicado às 22:09


28 comentários

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De Jorge Soares a 17.11.2010 às 22:33

Olá Rosinda

Eu não diria que estamos a regredir... a mim parece-me que há é muita falta de informação, muitas ideias feitas.. e sobretudo que temos um pais a várias velocidades...

Gostei do seu comentário, nada como exemplos reais para termos a noção do que estamos a falar.

Jorge
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De São a 25.11.2010 às 13:19

Ah, sim, Sr. Jorge, então o caso que a Rosinda apresenta tem mais valor do que os que apresentei? Porquê? Tem algum conhecimento de causa? Se tivesse, não seria necessário a Rosinda falar do caso. Tem tanto conhecimento desse caso, como tem dos que eu relatei. A diferença é que este é a seu favor... Pois, é típico... Falta de imparcialidade!

Estive a reler todos os comentários com atenção... A falta de imparcilidade das pessoas smpre foi algo que me revoltou. Hoje, para dizer a verdade, já nem revolta, causa um sentimento de ironia. As pessoas só vão buscar como válido aquilo que é a seu favor, o resto ignoram ou ainda combatem. Quando foquei aqui casos reais, de que tenho conhecimemto, enquanto professora (que fui) e cidadã (que penso ainda ser), o Jorge respondeu-me que não tinha nada que ir buscar outros casos, que inumerar casos estava errado, pois estavamos a falar de um caso específico, etc, etc, etc... Mas eis que aparece a comentadora Rosinda que diz "Não, as instituições são irrepreensíveis! Eu própria já denunciei! Os pais são todos umas bestas!!!" e então a reacção do Sr. Jorge, agora sem exageros é esta: "Gostei do seu comentário, nada como exemplos reais para termos a noção do que estamos a falar."

Um conselho, Sr. Jorge: Se quer ser credível, tente ser mais imparcial. É uma virtude que poucas pessoas têm, mas é uma virtude.

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