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No fim, a greve serviu para quê?

por Jorge Soares, em 24.11.10

 

Greve?.. para quê?

 

Imagem do Público

 

Não fosse porque estive mais ou menos todo o dia ligado às noticias e não daria porque hoje houve uma greve geral em Portugal, por onde passei era um dia normal, desde a Bomba de gasolina em Setúbal até ao café em Loures, passando pelo transito de um dia normal e pelas portagens da Brisa e da Lusoponte, tudo em funcionamento normal. Na empresa onde trabalho a aderência à greve foi de 0%.

 

Há muito que as greves, as gerais ou as outras, são coisas de funcionário público, assim como o são as tolerâncias de ponto e algumas outras coisas. Alguém que como eu trabalha no sector privado pensa duas vezes antes de aderir a uma greve. No meu caso, aderir a uma greve significa logo à entrada ter um dia de absentismo, na empresa onde trabalho um dia de absentismo significa que no ano a seguir, em lugar dos 25 dias de férias passamos a ter 22, para além disso, leva 50% do valor do prémio anual de produtividade, sendo que o resto fica ao critério do chefe... e está-se mesmo a ver que a maioria dos chefes gosta mesmo de quem faz greve não é?.

 

É claro que no meu caso eu dava de barato os 3 dias de férias, o dinheiro do prémio ia custar um pouco mais, que qualquer coisa que venha a mais e ajude a amortizar dividas sabe sempre bem... mas para isso tinha que acreditar que esta greve fazia algum sentido ou teria algum efeito. Eu teria aderido com todo o gosto, se ela tivesse acontecido há uns dois meses atrás, quando o governo se preparava para cortar a direito e o PSD para fazer de conta que era contra, agora, depois do orçamento aprovado e das medidas decididas, esta greve serve para quê?

 

Dizem os sindicatos que foram 3 milhões, diz o governo que não foram não senhor, e no fim eu fico com a sensação que tudo se resume a uma guerra de números, retirando todo o sumo dos números, não resta mais nada..,. porque o número de milhões que o país perdeu com tudo isto, ninguém conta, Euros, milhões de Euros.. não deve interessar para nada.

 

Esta greve faria sentido se daqui a uns meses quando forem as eleições, toda esta gente que fez hoje greve chegasse lá e mostrasse o seu descontentamento não votando nos culpados, PS e PSD, isso é que era uma greve de jeito...

 

Jorge Soares

 

PS: Na Autoeuropa a adesão foi de 98%... pelos vistos 4% de aumento é pouco.. depois estranhem que as empresas se querem mudar para outros paises

publicado às 21:49


26 comentários

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De Sandra Cunha a 24.11.2010 às 22:52

Jorge,

O sector privado não aderiu grandemente, como é evidente. Maioritariamente pelas razões que referes em relação a ti próprio. Daí não teres 'sentido' a greve. Mas ela esteve aí. Por todo o país. Transportes, recolha do lixo, hospitais, escolas, serviços públicos, empresas diversas.
Só na Qta . Conde: Escolas (TODAS!): 100% - completamente encerradas. Câmara e Junta: encerradas: Distribuição CTT: 100% - encerrado. Atendimento ao Público: 50%. Centro Saúde: Médicos: 100%. Enfermagem: 50%. Fui eu, pessoalmente, local a local, saber como estava a adesão.

Cada um age como quer. Afinal, estamos em democracia e todos têm o direito de achar que esta greve não leva a lado nenhum e de não aderirem. Cada um age coerentemente com as suas convicções. Gostava era que muitos, agissem sempre coerentemente com as suas convicções, isto é, recusar toda e qualquer benesse oriunda da "reivindicação grevista" feita com os sacrifícios e o suor dos outros.

Quanto à AutoEuropa , todos aqueles trabalhadores deviam receber um louvor de todos os Portugueses!!! Como é evidente, não fizeram a Grave por eles (que tiveram aumento de ordenado e mais uma série de regalias negociadas). Fizeram a Greve por solidariedade, pelos outros que não têm a mesma sorte. Pelo seu país. Pelo futuro dos seus filhos. Estes trabalhadores também perderam o dia de trabalho e mais uma série de coisas, mas deram a cara (o dinheiro, as férias e as regalias) pelo seu país, pelos seus concidadãos! Estes trabalhadores mereciam uma ovação! Se todos tivessem a coragem e consciência cívica deles, talvez não tivéssemos o país que temos hoje.

E é claro que a Greve não tem efeito nenhum imediato. Mas é o pano de fundo que trará a queda do Governo. A mudança. É o tapete que lhes começa a fugir debaixo dos pés. Uma greve nunca tem efeitos imediatos. Uma revolução sim, mas nós agora vivemos em democracia e já não se podem fazer revoluções. E não me venhas com a quebra de produtividade e os milhões que se perdem. Os milhões que se perdem, perdem-se todos os dias e cada vez mais. Este é um dia é certo, mas significa muitos, muitos mais. Significa vidas inteiras. Há quem ache que vale a pena perder um dia das suas vidas a troco de uma vida cheia de dias. Para si e para os seus filhos. Há quem ache que vale a pena gritar Basta! Mesmo aqueles (tantos) que ao perderem um dia de salário, significa que durante a próxima semana não comerão nenhuma refeição de carne. Mesmo assim, acham que vale a pena. Uma grande saudação a todos os Grevistas que lutam por si, pelos seus mas também por todos, inclusive aqueles que os condenam, que os criticam ou que lhes apontam o dedo. E o argumento que muitos usam de que estamos em crise e que é contraproducente fazer greves, que é nestas alturas que se deve produzir mais, é simplesmente...parvo. Então se não estivéssemos em crise, se estivesse tudo bem é que íamos fazer uma greve?!! Para reclamar contra o quê?! As greves só fazem sentido e só têm legitimidade quando as coisas estão mal. Muito mal. Quando se está em crise. De outra forma não fazem sentido. Duh!

Pronto, já estou mais aliviada (não muito). Tu é que vieste falar da Greve Geral e já sabes que eu não sou pessoa de me calar. Deixo-te com mais umas palavras de uma amiga.

"A Greve foi contra o ataque brutal aos direitos de quem trabalha, contra o corte dos salários, os aumentos dos preços, o congelamento das pensões, o corte no abono de família e nas prestações sociais, contra o desemprego. Foi contra este Orçamento de desgraça. Foi contra as benesses à finança, à banca e aos lucros fabulosos que utilizam todos os estratagemas para fugir ao pagamento de impostos e continuam a lucrar com a crise.

Mas a Greve uniu tanta gente porque foi um grito pelo resgate da dignidade individual e colectiva."
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De Jorge Soares a 24.11.2010 às 23:15

Sandra, cada um olha para as coisas da forma que acha que deve olhar, tu olhas dessa forma e tens todo o direito, tudo o que dizes é muito bonito, mas a verdade é que no fim, este governo vai cair e a seguir a maioria dos que fizeram greve hoje vão ir votar para que tudo continue igual

Já agora e pegando nas tuas palavras, quais eram as benesses que se reivindicavam hoje? Quando a greve foi convocada era contra o orçamento e as medidas que ele veio trazer... que sentido faz isso quando sabemos que o orçamento está aprovado e as medidas são para ir em frente? Além disso que sentido faz um sindicato convocar uma greve e o seu secretário geral vir dias depois dizer que achava que o orçamento deveria ser aprovado?

É claro que a greve não tem efeito nenhum imediato, nem tem efeito nenhum.. positivo, porque os negativos já os sabemos,.. este governo está a prazo, só não caiu ainda porque ao PSD não lhe dá jeito que caia agora.. mas é um governo a prazo.. que cai quando der jeito ao PPC...e não é por ter havido uma greve.

Quanto aos milhões que se perderam, para ti podem não ser importantes... mas se os juntarmos a todos os outros que se foram com tolerâncias de ponto, cimeiras, visitas do papa... todos juntos davam uma ajuda..., muito grande..e eu acho que são mesmo importantes.

Quanto à tua ultima frase, a diferença entre mim e a maioria das pessoas, é que eu não preciso de uma greve para lutar pela minha e pela dignidade colectiva.. eu faço isso todos os dias, basta ler aqui o blog.... não o faço é de acordo com as normas de nenhum partido, cor ou religião, faço-o de acordo com o que me diz a minha consciência.. que é o que devíamos fazer todos.

Jorge
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De Jorge Soares a 25.11.2010 às 12:28

Sandra, com respeito à Autoeuropa, vale o que vale, mas acabo de ler o seguinte nos comentários de um blog

"Tenho um conhecido que trabalha na AutoEuropa ... foi-lhes pedido que metessem um dia de férias, ou um dia por conta das horas que têm.
Aderiram em massa à greve? Pois..."

Eu diria que isto é o cúmulo da desfaçatez, porque isso não é fazer greve, é pousar para a fotografia e fazer de quem foi para lá para a Porta, Louçâ incluído, uns perfeitos idiotas.

Jorge
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De Sandra Cunha a 25.11.2010 às 12:59

Vou saber o que se passou. De qualquer modo, 'foi-lhes pedido'. Se acederam, é porque estavam de acordo com a ideologia da greve e acharam que faz sentido sacrificar-se pelo todo.

Muitos, não fizeram greve (reformados, estudantes, mas apoiaram da forma que puderam. Não me parece que tenha sido para pousar para a fotografia já que a coisa passou completamente despercebida nestas áreas. Fizeram-no por convicção. Foram para junto de familiares nos piquetes de greve, etc... Parece-me que agiram de acordo com a sua consciência. Não vejo onde está a desfaçatez.
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De Jorge Soares a 25.11.2010 às 13:20

Deesculpa Sandra, mas não estou de acordo, se 98% dos empregados meteram um dia de férias, então a adesão à greve foi de 0%.. um dia de férias não é um dia de greve.

Estás a meter no mesmo saco as pessoas que fizeram greve e as que conheço que por exemplo não tinham onde deixar os filhos e meteram um dia de férias para ficarem com eles.. isso não é fazer greve... porque se essas pessoas tivessem alternativas para so filhos tinham ido trabalhar.

E sim, eu acho uma desfaçatez, porque se estamos em greve não estamos de férias, nem estamos no portão da fábrica a aparecer nas fotografias com os famosos.

Ter consciência para a greve teria feito com que não accedessem ao pedido e terem feito greve mesmo, e depois aceitar as consequências disso.. isto é uam falta de respeito para quem fez greve e vai receber menso esse dia no fim do mês.

Jorge Soares
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De Sandra Cunha a 25.11.2010 às 22:36

Bom, ainda não consegui saber como se processou realmente a coisa, mas garanto-te desde já que não foram 98% a meter um dia de férias, porque muitos fizeram mesmo greve (o dia foi justificado com greve e consequente perda de vendimento). Pelo menos todos os dirigentes sindicais (que são uns quantos) mais uma carrada de trabalhadores.

Quanto aos outros vou tentar perceber como foi.
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De Sandra Cunha a 24.11.2010 às 22:59

Estava tão entusiasmada a não concordar com o que dizes no teu post, que me esqueci de referir que a única parte com a qual concordo totalmente é evidentemente, o último parágrafo!
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De António Manuel Dias a 24.11.2010 às 23:18

1. Como devia ser evidente, o país perde muito pouco com um dia de greve geral -- e não, dividir o PIB pelo número de dias úteis e depois multiplicar pela percentagem de adesão à greve não é um indicador fiável. Quando ouvi isso ontem num dos telejornais não sabia se havia de rir, pela estupidez da afirmação, se chorar, porque percebo bem que muita gente irá mais uma vez emprenhar pelos ouvidos e espalhar mais essa barbaridade.

2. Tens razão, a greve é apenas uma guerra de números e não vai mudar nada... já. Mas nenhuma greve muda alguma coisa, no momento. No entanto, uma greve participada, como uma manifestação ou outra qualquer forma de luta, muda as coisas a médio prazo, porque quem lá está passa a saber até onde pode esticar a corda. É por isso que os números são importantes. E é por isso que as greves não se podem fazer antes das coisas acontecerem -- se já assim a mobilização é difícil, dessa forma seria impossível.

3. No sector público quem faz greve, como quem protesta, também tem problemas. Também vêm a carreira estagnada e roubam horas à família, e não recebem os prémios e, por vezes, até são castigados (ou até presos). Mas, como se costuma dizer, quem corre por gosto não cansa e, no fim, a única mágoa que fica é, na hora de contar espingardas, ver que a maioria dos camaradas ficou a olhar para o umbigo e a inventar desculpas para não estar ao seu lado na trincheira. É a sina do povo português -- ficar sempre à espera que sejam os outros a lutar para resolver os seus problemas.

PS: se não notaste os efeitos da greve deves ter andado por locais muito estranhos...
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De Jorge Soares a 25.11.2010 às 22:42

1-António, um dia de greve é um dia em que não há produção, não se fazem consultas nos hospitais, as operações marcadas há anos são adiadas para daqui a quem sabe quanto tempo, os processo em tribunal são adiados e lá se atrasa mais a justiça, é um dia em que não chegam turistas, em que há imensa gente que não produz.. explica lá porque dizes que o país perde muito pouco.

2-Pontos de vista, o orçamento esteve muito tempo em discussão pública, andou para trás e para a frente na guerra de faz de conta entre PS e PSD, aí era onde devia ter sido a greve, para que ambos partidos sentissem a pressão do povo, mas não, deixaram a coisa andar, deixaram que Sócrates e Passo Coelho se sentissem donos do país..e fazem uma greve quando está tudo decidido.. não seria mais lógico fazer a pressão na altura em que ela podia ter um efeito real.

3. Pois, é verdade.. mas convenhamos que aquela parte em que as pessoas não podem perder o emprego, tem um enorme peso.

Por fim, eu fui de Setúbal a Loures, e voltei..e não dei pela greve.. mesmo.

Jorge
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De xana a 25.11.2010 às 00:15

Essa coisa de perderes um dia de trabalho e retirarem logo os três dias de férias é abuso da tua empresa, porque a lei diz que se desconta um dia se houverem três faltas, dois de forem quatro faltas, e então retiram-se os três dias a mais de férias se houverem mais de quatro dias de faltas não justificadas. (isto dogo eu que andei a ler e consultar, e que não faltei e também não sei onde andam o meus três dias de férias, que não mos deram e nem vão dar... lá diz o diatado..."diz o roto para o nú...").
Eu também sou da opinião que esta greve em nada veio ajudar, mas também digo que como eu muito milhares de portugueses não fizeram greve, porque mesmo tendo um trabalho efectivo, fazer greve era assinar a própria sentença de morte. Na minha empresa (não falo por mim, eu fui aumentada em 2009) ninguém viu auemntos desde que abriu portas em 2008, e nem vai ser no próximo ano que vão haver aumentos de ordenado, e o lucro não se pode dizer que tenha diminuido, bem pelo contrário. Toda a gente está insatisfeira, mas ninguém diz nada por medo de serem postos na rua, porque ali, é sem justificação mesmo, à minima contestação, nem que seja simplesmnet perguntares pelos por algo que te prometeram quando te contrataram, e não te estão a dar. Quando se contratam as pessoas prometem-se coisas, que depois não se cumprem, e se depois te dizem que estão muito satisfeitos contigo, que gostam muito do teu trabalho, e se tens a "ousadia" de perguntar pelo que te prometeram, visto que estão satisfeitos, és posto no desemprego, que é para não fazeres perguntas incómodas. Ali, é pedido que se faça trabalho suplementar que nunca é pago como tal, cada hora que fazes, é acomulada em horas, que são as mesmas que podes depois gozar noutra altura, se der jeito à empresa. Os minutos de pausa que o contracto colectivo de trabalho contempla, e mais a outra pausa que a empresa dava, ou seja, eram já de si direitos adquiridos foram retirados, e agora entra-se 15 minutos mais cedo, e sai-se 15 minutos mais tarde, para se fazerem uma pausa no periodo da manhã, e outra no da tarde. As duas pausas existiam desde sempre no horário do patrão, a primeira que era a que o contracto colectivo contempla, a outra era dada pela empresa, e eu só fazia metade da da manhã para beber um café, e agora tenho de dar meia hora à empresa, por nos retirarem algo que já era um direito. Isto foi discutido com todos os empregados, e poucos falaram que eram contra, logo ficou assente que vencia a maioria e que pagava o justo pelo pecador, no entanto os que disseram que sim, passam o tempo a reclamar às escondidas, e só o fizeram com medo de serem postos na rua... Isto digo eu, é TORTURA! Temo o futuro, temo o Passos Coelho no Governo, e temo cometer algum erro que seja, porque sei que me custará o posto de trabalho... Somos expiados de várais formas, sendo que até nos PCs somos expiados "secretamente", e se fizesses ideias dos inquéritos em segredo que me fizeram, para saber se o meu chefe é "corrupto"...
Enfim, acho que antes do famoso 25 de Abril, era semelhante a isto...
E pronto, isto foi tudo dito em segredo, e vocês não sabem onde eu trabalho, tá???
bjks
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De Sandra Cunha a 25.11.2010 às 10:10

Xana, fiquei aterrorizada ao ler o teu comentário.

Isto é como o bulliyng nos putos ou a violência doméstica. A partir do momento que deixam que aconteça uma vez ou duas estão f******.

E então a solução é comer e calar? É viver na repressão e no medo?! É isso que querem transmitir e ensinar aos vossos filhos?! Pisam-vos, humilham-vos, roubam-vos, desprezam-vos e vocês ainda agradecem?! Um ou dois dificilmente mudam as coisas, mas muitos juntos, sim. O mesmo se passa no país. O que fazem na tua empresa é o que está a ocorrer por todo o país. Mas é mais fácil as pessoas queixarem-se em surdina e olharam apenas para o seu umbigo. Assobiarem para o lado...

Boa sorte
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De Jorge Soares a 25.11.2010 às 22:50

Sandra, eu conheci a Xana há uns 3 anos atrás, quando ela estava desempregada há muito..e sei o desespero que ela sentia. Lembro-me de quando apareceu este emprego e da forma como o festejou.. porque mesmo com um salário de miséria era um emprego.

Talvez para ti isto seja inadmissível, talvez para todos nós seja difícil de acreditar que as pessoas suportem as coisas e não reclamem, não se queixem.. mas para quem esteve anos desempregado, para quem sentiu o que é querer trabalhar e não ter onde, se calhar as coisas não são assim tão claras.

Tu achas que eles assobiam para o lado, eu acho que eles aguentam porque há algo que se chama instinto de sobrevivência..e é melhor engolir alguns sapos e ter com que comer e pagar as contas no fim do mês que estar desempregado e viver da caridade de amigos e familiares.

Sabes Sandra, as coisas não são sempre a preto e branco.. há muitos tons de cinzento pelo meio..

Não Sandra, solução não é calar..a solução é sobreviver, tentar arranjar algo melhor.. mas entretanto, há que comer em casa.

Jorge Soares
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De Sandra Cunha a 25.11.2010 às 23:45

Eu sei Jorge. Infelizmente conheço muitas, muitas Xanas. Tantas por esse país fora. E não posso aceitar isso. Sufoca-me. Não o admito. Estas Xanas são as Nessas no futuro, os N. e as R. e as D. Não posso tolerar isto. E precisamente por saber disso e ter consciência que há gente tão desesperada que não pode sequer emitir um gemido quanto mais um grito, é que acho que só com a intervenção, com o apoio de todos, com a solidariedade daqueles que ainda podem soltar uns gritos, se pode tentar fazer algo por esta gente. Por eles, a greve foi e é importante.

Se uns não podem porque estão em completo desespero e os que (ainda) podem, se calarem também...como vamos acabar?!! Não vês?! Vamos acabar TODOS como as Xanas deste país. Não posso admitir isso. Não posso admitir que exista gente no meu país que viva subjugada, espezinhada e humilhada desta maneira. Não o admito para eles, não o admito para mim, não o admito para a minha filha. Por isso, resta-me lutar de todas as formas que possa, enquanto posso. E garanto-te que muitos dos que fazem as greves e vão às manifestações e denunciam situações e se metem em apuros, não estão nestas situações desesperadas. Mas não as suportam também. Alguém tem que fazer algo. Se todos assobiarmos para o lado, já perdemos.
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De Sandra Cunha a 26.11.2010 às 00:26

Deixo-te aqui um texto que explica muito melhor o que quis dizer no meu último comentário.

http://www.esquerda.net/opiniao/n%C3%A3o-%C3%A9-f%C3%A1cil-fazer-greve
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De aespumadosdias a 25.11.2010 às 06:53

Pelos mesmos motivos não fiz greve. Quem sentiu a greve foi quem anda de transportes públicos. Os trabalhadores dessas empresas de transportes não trabajham para o estado. Na Auto Europa mostrou-se o descontentamento face ao governo e poucos serão os que vão votar PS e PSD nas proximas eleições.
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De Jorge Soares a 25.11.2010 às 22:58

Li algures que na Autoeuropa a maioria meteu um dia de férias.. e depois brincou às greves... a ser verdade é uma falta de respeito para quem realmente fez greve e perdeu um dia de vencimento
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De Sara a 25.11.2010 às 07:00

Olá Jorge,

referindo esta tua frase: "Na Autoeuropa a adesão foi de 98%... pelos vistos 4% de aumento é pouco.. depois estranhem que as empresas se querem mudar para outros paises", pensas tu que no estrangeiro nao há greves?? Em países desenvolvidos como aquele em vivo agora, também há greves!! E nao têm tao pouco impacto como isso, antes pelo contrário... o facto de muitas empresas estrangeiras saírem daí nao reside apenas nas greves... e isso sabe-lo tu tao bem como eu!

Grüß,
Sara


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De Jorge Soares a 25.11.2010 às 23:00

Olá Sara

Eu sei que no estrangeiro há greves como cá.. o meu comentário tem a ver com o facto de ser uma empresa em que o aumento vai ser de 4%..e os trabalhadores e a empresa se entendem perfeitamente.

De todos modos, li algures que a maioria dos trabalhadores não fez greve, meteu um dia de férias... uma palhaçada.

Jorge
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De Leamar a 25.11.2010 às 09:26

Bom dia Jorge.

O que me chateia mesmo é pensar que quando houver eleições, o povo elega PS ou PSD....isso é que me enerva!!! Perdoa-me as palavras mas: um é cocó e outro é cagalhão!...e o pessoal das greves anda sempre a escolher a mesma mer... Entendes??
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De Jorge Soares a 25.11.2010 às 23:01

É o mesmo que me enerva a mim, para quê tanto barulho e tanta greve se depois votam nos mesmos?
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De Anónimo a 25.11.2010 às 10:13

Jorge, esqueci-me de referir outra coisa.

O orçamento ainda está a ser votado na especialidade (nos próximos dias). Diploma a diploma.

Beijos

PS: Eu sei bem que tu exerces a tua pressão, a tua cidadania, todos os dias, informando, sensibilizando, discutindo com quem te ouve ou lê. Eu também o faço ou tento. Só acho que isso não chega.
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De Sandra Cunha a 25.11.2010 às 10:14

Jorge, o Anónimo sou eu! Não bebo mais nada.
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De Jorge Soares a 25.11.2010 às 23:03

E tu às 10 da manhã já tinhas bebido o quê?
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De Oficinas RANHA a 25.11.2010 às 22:55

Eu fiz greve, garanti no seu serviço os chamados serviços mínimos e ainda tive uns aborrecimentos. Mas mostrei que não estava de acordo com grande parte das medidas implementadas para o combate ao deficit.
Serviu fundamentalmente para mostrar que não sou indiferente às decisões políticas actuais do governo, compactuadas com o maior partido da oposição.
Ana Cristina
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De Jorge Soares a 25.11.2010 às 23:03

E fizeste muito bem.. a greve é um direito.. assim como o não aderir.

Jorge
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De São a 27.11.2010 às 17:50

Exactamente... E isso é muito trsite, tendo em conta que houve pessoas que foram obrigadas a fazer greve porque mesmo que quisessem trabalhar, não poderiam, visto que as empresas (mais propriamente repartições públicas) não abriram... Ora, pessoas contratadas não lhes faz jeito nenhum fazer greve... Não sei como fica a situação dessas pessoas. Serão consideradas como se tivessem feito greve ou não?

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