Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Amor: presta-se a múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atracção, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objecto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e alimentar as estimulações sensoriais e psicológicas necessárias para a sua manutenção e motivação.
Passou um ano desde aquele dia em Cabo Verde em que conhecemos a D., um ano em que ela cresceu, em que passou da menina mais calma e doce do mundo à terrorista mais teimosa e alegre que já conhecemos.
Adoptar uma criança é sempre um momento de ruptura, para ela que deixa para trás o mundo em que até então viveu e para nós, que vemos como de um momento para o outro nos entra pela casa dentro um estranho, pode ser um processo muito complicado e com adaptações difíceis e dolorosas, ou como no nosso caso, muito simples. A D. adoptou-nos de imediato, a nós, aos irmão, à nova casa, ao novo país, tudo. Passados poucos dias ninguém dizia que aquela criança meiga e alegre alguma vez tinha vivido noutro lado e com outra família.
Desde então algumas coisas mudaram, ela mudou, a criança amorosa e dada dos primeiros dias, pouco a pouco foi-se tornando numa reguila, que adora música e dançar, a alegria continua ali, mas agora é muito senhora de si e do seu nariz. Teimosa como só ela, mas obediente e super organizada como nunca foi nenhum dos irmãos... um amor de criança, uma filha amorosa que veio encher esta casa de alegria e felicidade.
Não há raças, há seres
Não há religiões, há crenças
Há fome, muita fome
Há doenças imensas
Sem nome
Não há seres, não há raças
Não há crenças nem religiões
Há fome, muita fome
Há doenças imensas
Sem nome
Há tantos seres de todas as raças
Cheios de fome
Armas imensas sem nome
Doenças e tantas desgraças
Com nome
(Poema de João Sevivas)
Jorge Soares