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Destino

por Jorge Soares, em 16.02.11

 

Detalhes

 

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Profecia

 

Nem me disseram ainda 
para o que vim. 
Se logro ou verdade, 
se filho amado ou rejeitado. 
Mas sei 
que quando cheguei 
os meus olhos viram tudo 
e tontos de gula ou espanto 
renegaram tudo 
— e no meu sangue veias se abriram 
noutro sangue... 
A ele obedeço, 
sempre, 
a esse incitamento mudo. 
Também sei 
que hei-de perecer, exangue, 
de excesso de desejar; 
mas sinto, 
sempre, 
que não posso recuar. 

Hei-de ir contigo 
bebendo fel, sorvendo pragas, 
ultrajado e temido, 
abandonado aos corvos, 
com o pus dos bolores 
e o fogo das lavas. 
Hei-de assustar os rebanhos dos montes 
ser bandoleiro de estradas. 
— Negro fado, feia sina, 
mas não sei trocar a minha sorte! 

Não venham dizer-me 
com frases adocicadas 
(não venham que os não oiço) 
que levo caminho errado, 
que tenho os caminhos cerrados 
à minha febre! 
Hei-de gritar, 
cair, sofrer 
— eu sei. 
Mas não quero ter outra lei, 
outro fado, outro viver. 
Não importa lá chegar... 
O que eu quero é ir em frente 
sem loas, ópios ou afagos 
dos lábios que mentem. 

É esta, não é outra, a minha crença. 
Raios vos partam, vós que duvidais, 
raios vos partam, cegos de nascença! 

Fernando Namora, in "Relevos"

publicado às 23:15


9 comentários

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De Anónimo a 16.02.2011 às 22:31

“Impossível”

Sem saber que era impossível
Ele não se coibiu foi lá e fez
E não apenas um, mas sim dez
Para que a todos fosse visível

E anunciou ao comum mortal
Executar o normal é imediato
Pr’o impossível é só um hiato
E os milagres então era banal

A malta ficou de olhos virados
Com a capacidade de realização
Nunca haviam sido agraciados

Com tanto milagre de supetão
Todos eles foram baptizados
Do Sol à Terra e no final Plutão.
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De Jorge Soares a 17.02.2011 às 00:25

Sabes que podias fazer dinheiro com estes poemas?... é pena que se percam para aqui no meio de posts que nem tem comentários... que tal criares o teu blog e mostrares esta tua arte ao mundo?
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De Anónimo a 17.02.2011 às 07:38

Obrigado pelo cumprimento, mas não é arte é passatempo, já pensei em tal mas não sou muito dotado em informática.
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De DyDa/Flordeliz a 17.02.2011 às 04:01

Remate sombrio
Pútrido e cavernoso
Ninguém dele escapa
Rico ou desgraçado
Não há que enganar
O fim vem traçado
Não há compadrio
Não há corrupção
Mais tarde ou mais cedo
Tudo é podridão


Não sei se é destino
Ou pedra no caminho
Falar de má sorte
De vida ou de morte

Nunca me disseram também porque vim
Talvez a resposta ficasse sem um fim
Cedo me convenci que cá não ficava
Para nada guardar, pois nada levava

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De Jorge Soares a 18.02.2011 às 00:07

Agora devia responder em verso não era?

Desculpa amiga, mas a inspiração anda fugida para parte incerta.... mas gostei... mesmo

Beijinho
Jorge
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De Anónimo a 17.02.2011 às 07:38

“Engenheiro”

O Brotas é candidato
É uma notícia porreira
Não é por ser quinta-feira
Mas isto cheira-me a pato

Cheira a pato no churrasco
Queira Deus não se confirme
Mas já ouvi quem o afirme
Sabes o Brotas é um fiasco

Vamos esperar pr’a cheirar
O bendito do churrasquinho
Acompanha o pão e o vinho

E depois vai-se tudo deitar
E em vez de pato na eleição
Sai engenheiro pois então.
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De Jorge Soares a 17.02.2011 às 11:23

Tive que ir investigar.... se era o mesmo Brotas que há uns 20 anos atrás foi meu professor de electromagnetismo... o único professor que tive que vi começar uma demonstração pelo canto inferior direito do quadro e depois encher o o resto a partir dali... ou o que estando o mesmo cheio, terminou o raciocínio no tampo da mesa do anfiteatro e ante o nosso espanto disse... podem vir aqui copiar....

Agora é candidato à liderança do PS.... vou ali chorar ao canto e já volto.

Jorge
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De manuel a 17.02.2011 às 16:06

"Rosa negra"


Rosa negra de saudade,
Como é triste o teu fado.
Repousas o teu olhar
Nessa imensidão de mar!

Pois teu radioso fulgor,
Não o queira apagar.
Brilhante é a maresia
Poisada nas tuas pétalas.
E assim disfarçada,
Mesmo não querendo és amada…

Pesar teu encoberto
Com pingos da tua lágrima
Gotejam livres,
Soltas nessa tua cor de mágoa.
E sorrio sempre a teu lado
Em nossas meditações,
Não anseia o teu destino
Derrotada nostalgia…

Salpico-te de vida,
Devolvo-te novo esplendor.
Por meus olhos vês o belo,
Do vil não tenciono saber.
A alegria que emanas
Ao permitires te contemplar…

Lindíssima rosa negra pois te sei
E decifro te na alma
Exultação dos sentidos.
Com vida inundada de cor
Que saudades do teu fado,
Pressinto em ti ver amor! …


....

É no silencio da observação da mais bela imagem que escrevo o mais triste dos poemas, não que o belo me entristeça…mas só acompanhada de beleza é que a tristeza se revela lindíssima…e a imagem é linda mas a poesia encerra o mais melancólico dos significados…


- E não, nada é "roubado" ...lol
-é tudo meu!

Abraço
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De Jorge Soares a 18.02.2011 às 00:06

Ontem não estava nos meus melhores momentos.... por vezes acontece.

O seu poema é excelente, tomei a liberdade de o utilizar aqui: http://momentoseolhares.blogs.sapo.pt/421180.html

Espero que não se importe

Obrigado
Jorge Soares

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