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Depois da geração à rasca, o que se segue?

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Há coisas na nossa sociedade que não deixam de me admirar, cá em casa somos muito pouco dados às novas tecnologias, para além de que raramente cá entra um gadget, compramos as coisas quando elas são necessárias, e isso aplica-se a computadores, televisores, jogos e consolas e claro, telemóveis.

 

Quando temos dois filhos pré-adolescentes isto causa alguns embraraços, sobretudo porque segundo a minha filha mais velha, todas as colegas dela tem telemoveis MUITO... e coloquem lá muito nisso, melhores que o meu, não é que o dela, é mesmo que o meu, e na sua maioria trocam de aparelho pelo menos duas vezes por ano. É claro que desde o alto dos seus 11 anos, ela não consegue entender porque é que com ela não pode acontecer o mesmo.

 

Tudo isto porque neste momento ela está mesmo sem telemóvel, vergonha das vergonhas e mais quando as colegas não conseguem entender como pode isso ser possível. E porque não tem telemóvel?, porque como é uma despassarada, lembram-se daquele post  quem sai aos seus?, perdeu o último, que tinha sido prenda de natal após uma estranha e oportuna avaria do anterior.

 

Para mim o telemóvel serve para falar e enviar uma que outra mensagem, não é máquina fotográfica, não é computador, não é consola de jogos, as minhas contas mensais raramente chegam à dezena de Euros, é claro que eu sou uma aberração. Tenho um colega que tem o último Iphone, um Ipad, vários computadores, todas as consolas da Sony, uma wii,e quem sabe quantas coisas mais... custa-me entender como uma só pessoa consegue utilizar todas estas coisas, sobretudo porque está o dia inteiro frente ao computador.. mas ele é adulto e faz com o seu dinheiro o que entende. 

 

Quando falamos de crianças as coisas deveriam ser diferentes, em primeiro lugar, para que quer uma criança todas as funcionalidades de um télemóvel da última geração, eu não duvido que as consigam utilizar, mas serão mesmo necessárias?..e não será até perigoso?

 

A julgar pelo ranking dos telemóveis, a minha filha sente-se a mais pobre da escola e acreditem, na época em que vivemos é muito difícil explicar que a pobreza não se mede pelo tamanho do telemóvel, nem pelo preço da roupa de marca. E não vale a pena explicar que há ali pessoas que pelo menos aparentemente tem muito menos que ela, realmente o único que tem a mais é o telemóvel, que quem sabe com que sacrifício dos pais terá sido comprado.

 

Tudo isto não deixa de ser deveras preocupante, todos sabemos as dificuldades porque está a passar a geração que chegou agora ao mercado de trabalho, deveríamos saber as dificuldades porque passa o país e que em grande parte se devem ao consumismo desenfreado em que vivemos. Olho à minha volta e o que vejo é que após 3 anos de crise muito pouco mudou nos hábitos das pessoas, na sua grande maioria continuam a viver como se tudo na vida fosse garantido e a educar os seus filhos como se estes tivessem sempre direito a tudo e ao melhor, alguém me consegue dizer como se irá chamar a geração seguinte?

 

Jorge Soares

publicado às 22:17


20 comentários

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De Anónimo a 08.05.2011 às 23:22

A próxima deve ser a geração roscof..
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De Anónimo a 08.05.2011 às 23:48

“Reencontro”

À sombra duma bananeira
Viveu uma geração inteira
Todos viram a bandalheira
Tapando o sol com a peneira

Não há sombra nem bananas
Vamos construir as cabanas
E calçamos umas havaianas
Serão vidas mais espartanas

Se nos habituámos a viajar
Vamos reaprender a passear
Não às catedrais do consumo

Onde nos vamos desencontrar
Tentemos valores reencontrar
Noutras catedrais há um rumo.
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De Fátima Velez de Castro a 09.05.2011 às 09:19

A grande maioria das pessoas vive de aparências, esse é que é o problema. E ainda bem que estão a educar os vossos filhos para aquilo que é de facto importante, que não são de todo os telemóveis e as roupas de marca (bem, de marca são todas, acho eu...).
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De José a 09.05.2011 às 14:24

Saí da empresa com indemnização e pensei que gerindo bem o dinheiro compensaria o “corte” na reforma, dado que ia ser penalizado por causa da idade. Cerca de um mês depois, aquando de uma visita aos colegas que tinham ficado, disseram-me que um outro, que tinha saído na mesma altura, tinha comprado um Mercedes novinho. E lembrei-me… lembrei-me que na casa dele, os móveis eram do mais modesto que existia – teriam sido apanhados junto ao contentor do lixo? – o sofá, em napa, mostrava bem onde estavam as molas, que faziam toinnn toinnn quando eu tentava manter-me sentado na vertical… Ai as aparências…

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De Jorge Soares a 09.05.2011 às 22:52

Aparências e viver como se não existisse amanhã.. há tantas histórias como a que conta...as pessoas não fazem contas, vivem como se na vida tudo fosse garantido ..e mostrar que se tem é muito mais importante que o futuro.

Jorge
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De Mário Gomes a 09.05.2011 às 21:35

Ora aí está a grande verdade.

Hoje em dia educa-se totalmente ao contrário daquilo que nos ensinaram, esquecendo todos os sacrifícios que os nossos pais e, mesmo nós próprios fizemos, para podermos construir o que de pouco temos hoje!

Mas o regresso a esses tempos está perto e a nossa, pelo menos falo por por mim, vantagem de rapidamente e facilmente conseguir abdicar de algumas coisas supérfluas que fomos trazendo para casa. Mas será que 90% da população estará preparada para isso?

Sinceramente? Não acredito!
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De Jorge Soares a 09.05.2011 às 23:09

Mário

O primeiro problema está em que a maioria das pessoas nunca percebeu o sacrifício dos pais, não são capazes de olhar para o passado e sentir que se chegaram a algum lado é porque esse sacrifício existiu.

Eu não tenho tanta certeza que a maioria das pessoas consiga assimilar a realidade da economia em que vivemos... que consiga viver sem os bancos e os créditos por perto....

Jorge
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De Jorge Soares a 09.05.2011 às 22:50

Sim, esse será sem dúvida o maior problema.

Educar filhos nesta altura não é nada fácil, a pressão que vem da sociedade é enorme, roupa, telemóveis, jogos, tudo menos o essencial, a maioria nem se preocupa muito com o aproveitamento escolar, mas estão sempre prontos a satisfazer qualquer capricho das criancinhas....

Jorge
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De José a 09.05.2011 às 14:26

Caro Jorge, que tal o nome de "Filhos da Geração sem Tino"?
Saudações
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De Jorge Soares a 09.05.2011 às 22:50

Olá

Acho uma excelente escolha... porque falta de tino é o que mais se vê por aí.

Jorge
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De Anónimo a 09.05.2011 às 17:43

Pois é José!...
Nós, aqueles que pensamos no dia de amanhã, temos as contas em dia. Os outros, como o seu amigo, podem andar de rastos, mas sobressaem ao sistema. É um sistema de maiorias que têm as minorias a pagar pelos descalabros dos outros.
É o país que temos, os governantes que nunca sonhámos ter e os dirigentes que cada vez mais se enchem à nossa custa e nada podemos dizer nem fazer para obrigar estes f da p a não desperdiçar, porque se o fizermos ainda somo condenados, mesmo que toda a gente nos dê a razão(ver caixa de 4-5-2011,na pág 4-Ribas)
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De Jorge Soares a 09.05.2011 às 23:18

A maioria não pensa no amanhã, é por isso que há tanta gente a viver do crédito e a entregar os bens aos bancos...

Mas a culpa não é só dos governantes, criou-se a ideia do crédito fácil, do acesso fácil a tudo, esquecemos que o dinheiro não cai do céu e de que os bancos para emprestar tem que ir buscar o dinheiro a algum lado... agora estamos a pagar a factura... a culpa é de todos nós.

Jorge
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De Ladrão de açucar a 09.05.2011 às 17:50

Olá jorge; serão de certeza filhos da geração sem juizo.
O problema é que eu acho que a culpa nem é deles, mas sim da nossa geração que cresceu até uma certa idade com muito pouco, e derepente teve acesso a tudo e não querem que os filhos passem pelas mesmas dificuldades. Desta forma os miudos não dão valor a nada, andam na onda do " tenho de ter" até á proxima novidade!!!
A nossa geração não sabe é o quanto erra neste momento ao dar tudo mesmo que não possa.
Belo post.
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De Mário Gomes a 09.05.2011 às 21:40

Está na nossa mão não lhes dar tudo.

Eu sou como o Jorge, não dou tudo e, para além disso, tem de aprender a esperar pelo tempo certo de forma a poder valorizar o esforço e perceber se é supérfluo ou necessário.
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De Jorge Soares a 09.05.2011 às 23:24

O problema Mário, é que se olharmos à volta, a maioria das pessoas não se apercebe sequer do problema.. logo, não há solução
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De Jorge Soares a 09.05.2011 às 23:22

Concordo, a culpa é dos país que não sabem ou não querem saber... e tenho medo do que vai acontecer se a crise apertar mesmo.

Jorge
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De Oficinas RANHA a 09.05.2011 às 21:01

Os quarenta anos de fascismo que a nossa população viveu ainda reflecte este comportamento quase generalizada e que se observava nos indivíduos de muito baixas condições económicas que conseguiam subir de nível...
Acho que este problema começou há muito. Eu já o senti na minha adolescência mas muito menos intensamente do que se faz sentir hoje em dia. Imagino que a pressão dos dias de hoje para se ser fixe ou cool ou lá o que é será imensa mas acho que os pais conscienciosos têm de tentar incutir nos seus filhos os valores que acreditam, e que passam por distinguir as futilidades do necessário...
Um tema que daria para longas dissertações...
Ana Cristina
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De Jorge Soares a 09.05.2011 às 23:23

Sim, é um tema com muito pano para mangas, sem dúvida.

Concordo com a tua análise.. há muitos factores a pesar e cheira-me que o resultado não vai ser animador
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De Anónimo a 09.05.2011 às 22:43


Se és jogador(a) de Wii, envia os teus records para o site:

www.wii-records.com

e ajuda Portugal a subir no ranking.
Divulga pelos teus amigos.

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