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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
Sempre me fez confusão que exista este tipo de jornalismo, jornais feitos de boatos, meias palavras, meias verdades, completas mentiras ... faz-me espécie que existam pessoas que façam deste tipo de escrita modo de vida, assim como me faz especie que existam pessoas que mesmo sabendo que na maior parte das vezes o que lá vem escrito não passa de mais um episódio da imaginação de um qualquer escriba de ocasião, as comprem.
O News Of the World era um jornal com 168 anos, não sei quantos haverá no mundo mais antigos, de certeza que serão poucos, também não sei desde quando enveredou por este tipo de jornalismo de sarjeta. Hoje foi a sua última edição, em qualquer outro caso seria de lamentar a morte de mais um jornal, e para mais um jornal com esta idade, neste caso, só podemos lamentar que tenha demorado tanto tempo.
O sucesso deste tipo de de jornalismo mostra como somos cada vez mais uma sociedade voyeur, uma sociedade que dá cada vez mais importância ao acessório, ao fútil, ao que não deveria interessar a ninguém. Num mundo em que os jornais sérios, os que vivem de vender informação e noticias, tem cada vez mais dificuldades em sobreviver, as revistas cor de rosa e este tipo de jornais florescem como cogumelos a seguir às chuvas do Outono.
Curiosamente há muito que eram conhecidos os métodos deste jornal, há muito que se sabia que se faziam noticias com base em métodos ilegais, até agora as vitimas era só famosos, imagino que até agora se partiu do principio que ser vitima destes senhores era parte do preço a pagar por ser ser rico e/ou famoso. O escândalo e o encerramento do jornal só chegaram quando se percebeu que os métodos ilegais afinal servem para todos, ninguém está livre, é pena, se tivessem tomado medidas logo na primeira vez, não se teria chegado tão longe.
Mas o News of the Worls não é o único a viver deste tipo de jornalismo, há mais, muitos mais, esperemos que tenham rápidamente o mesmo fim.
Jorge Soares