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Clube das esposas obedientes

Imagem do DN

 

O mundo não deixa de me surpreender, esta vez a noticia é do El País e vem da Malásia, onde um grupo de mulheres (??) acaba de criar o "Clube das esposas obedientes". O objectivo de tão singular associação passa por ".. ensinar as mulheres a ser submissas e obedientes para desta forma proporcionar felicidade aos seus maridos.. "

 

Maznah Taufik, uma das fundadoras do grupo diz que este foi formado para através da educação das mulheres se diminuir a violência doméstica e os divórcios que são recorrentes e culpa de esposas que não são obedientes e não sabem servir os seus maridos. (sic)

 

A mesma senhora diz o seguinte:

 

" O sexo é um tabu na sociedade asiática .. uma boa esposa é uma boa sexo-servidora do seu marido, que é que tem de mau ser uma prostituta para o teu marido?"

 

A Malasia é um país com 38 milhões de habitantes onde 60% da população é muçulmana, a sociedade muçulmana é completamente patriarcal, sendo que às mulheres é reservado um papel menor, quero crer que este tipo de pensamento e visão do mundo seja a de uma minoria, mas não deixa de ser preocupante.

 

Estamos no século XXI e notícias como esta, ou como a que há uns dias nos dava conta de manifestações na Arábia Saudita pelo direito das mulheres a conduzir os seus carros, fazem-nos pensar em como o mundo evolui a várias velocidades, enquanto no mundo que conhecemos as mulheres cada vez mais trabalham e vivem de igual para igual com os homens, há países, sociedades, religiões, que vivem uma realidade completamente diferente. Uma realidade na que não existe igualdade e está-se muito longe de que esta venha a existir.... deveria existir um limite para a estupidez humana... e uma forma qualquer de evitar estas coisas, o direito à dignidade e à igualdade deveria ser obrigatório, em qualquer lado.

 

Jorge Soares

publicado às 21:58


17 comentários

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De Maria a 18.07.2011 às 10:35

É o que eu costumo dizer: em muitos casos são as mulheres as primeiras causadoras da discriminação. Pela postura que desenvolvem, pelo que permitem que aconteça nas suas relações, pela forma como se relacionam... E em Portugal isso acontece. Não são casos tão flagrantes como o relatato aqui mas são outros "pequenos nadas" que, todos somados, apoiam e fundamentam a discriminação ainda existente.
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De Jorge Soares a 19.07.2011 às 23:36

De vez em quando quando se fala deste assunto e as mulheres se queixam dos homens, costumo perguntar de quem é a culpa?, quem educa os homens?, quem lhes ensina a serem machistas?,

Não são as mães as que primeiro educam os filhos?, não serão elas a principais culpadas?

Os pequenos nadas começam cedo, muito cedo...

Jorge
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De lagoa_azul a 18.07.2011 às 10:49

Cada vez que leio noticias dessas fico estupidificada, e tenho que regredir mentalmente e situar-me na condição de animal irracional para, e só assim, compreender e enquadrar no meu discernimento tais assuntos.

Realmente em pleno século XXI faz-me pensar que a raça humana ainda não saiu toda das cavernas, acho eu que já nem é bem uma questão de crenças religiosas.

Cpms

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De Jorge Soares a 19.07.2011 às 23:37

Não é só uma questão de crenças religiosas... mas é muitas vezes uma questão de crenças religiosas, porque na maioria dos casos são as religiões as que atribuem um papel menor às mulheres... religião católica incluída.

Jorge

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De DyDa/Flordeliz a 18.07.2011 às 16:06

... há gente que gosta de apanhar porrada!!!
Uns gostam de mandar...
Outros que se sentem bem a ser mandados...

Isto é como o casamento.
Primeiro casa-se e depois vê-se se dá certo.
Elas fazem o clube...
Depois rasgam o cartão de sócias se a coisa der para o torto.

Deixa-me brincar ok?!

Abraço
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De Jorge Soares a 19.07.2011 às 23:40

Não percebeste nada... elas casam, depois entram para o clube para aprenderem a comportar-se para que a coisa corra bem... acho que a parte de rasgar o cartão de sócias não está incluída nos direitos do clube...

Jorge
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De DyDa/Flordeliz a 20.07.2011 às 00:49

Mas afinal quem cria o bendito do clube dos obedientes eles ou elas?
Claro que não percebo nada.

Ordenado? - Sabe bem se vier ao fim de cada mês.
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De sentaqui a 18.07.2011 às 18:17

Fico chocada com estas ideias e procedimentos, mas ao mesmo tempo penso que elas se soubessem o que nós achamos normal , ou seja, respeito e igualdade, possivelmente ficariam tão chocadas como nós.
O que para a grande maioria é correcto para estas mentes deformadas seria um ultraje.
Ainda bem que não nasci na Malásia
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De Jorge Soares a 19.07.2011 às 23:42

São coisas que chocam.. porque apesar de por cá as coisas ainda estarem longe de serem perfeitas, a visão do mundo que temos é muito diferente.. felizmente para melhor.

Jorge
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De xana a 18.07.2011 às 23:59

Eu estou a ler o segundo livro de uma escritora malaia, onde as descrições das pessoas, da vida, da mentalidade, das crenças é feita de uma forma muito intensa, com muitos pormenores, que nos transportam para os cenários. Um e outro livro retratam épocas diferentes, e este segundo tem outros personagens de diferentes nacionalidades, e parte da história passa-se em Inglaterra, embora as personagens principais sejam malaias, e tudo gira á volta delas. Num e noutro livro, as relações entre homens e mulheres são descritas com muito pormenor, e se há essa tal de submissão em algumas personagens, a maior parte mostra a natureza forte, decidida, e a força das mulheres no comando das famílias e das relações familiares, incluindo as relações amorosas. Claro que são livros ficcionados, mas dá para retirar algumas lições sobre a história da Malásia e das suas gentes, as suas crenças, a sua cultura, a sua visão do mundo Ocidental, que para eles em muitos casos é desconcertante, levando-os a achar estranho, e noutros desperta curiosidade.
Essa submisão das mulheres, não tem nada a ver com a visão que nós temos, porque funciona de uma forma completamente diferente. A submissão das mulheres é só mesmo no que toca a lides domésticas, tendo tudo em ordem, e comida pronta, no sexo não há submissão, há consentimento e respeito, e há o amor que por cá se faz, onde o papel da mulher é tudo menos submisso. O que não pode haver é traição por parte da mulher, o que no caso do homem já não é totalmente assim, se bem que a maioria não o faz porque em casa se sente realizado, o que na sociedade ocidental se passa de igual modo, ou é até bem pior no que toca a traição, porque o homem ocidental trai, só porque se sente desafiado, e não quer ser chamado de fraco, mesmo que em casa tenha tudo.
Eu é que ainda fico espantada, por tu ainda te espantares com estas e outras coisas, quando nesta altura do campeonato já tudo é possivel.
bjks
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De Jorge Soares a 19.07.2011 às 23:47

Xana.. o problema é que a estas alturas do campeonato, este tipo de coisas já não era suposto existir. Vivemos numa sociedade global, as pessoas tem educação, informação, que se sujeitem a viver de uma forma que as anula por completo faz-me impressão, que abdiquem de ser pessoas, de pensar, de fazer coisas só porque são mulheres, faz-me confusão.. que se juntem num clube onde se ensina a ser assim, choca-me.

Jorge
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De xana a 20.07.2011 às 00:22

Jorge, este caso, pode-se comparar com o dress-code. Neste caso é um behave-code, que tem de se visto á luz da cultura e educação do país onde está a ser usado. O que estas mulheres passam ao exterior, é em tudo diferente da realidade interior. Elas não deixam de ser femininas, de se maquilhar, de vestir bem por baixo das enormes túnicas e lenços com que vem para a rua. E não deixam de viver uma sexualidade igual às mulheres ocidentais, o facto de falarem em serem prostitutas para os maridos, não siginifica que o façam como submissão, sendo capacho dos maridos. Quando falam em ser prostitutas para os maridos, falam na mentalidade aberta perante o sexo, na vivência do sexo de forma mais abragente. E não ouvimos nós portuguesas, muitas vezes os homens comentarem entre si, e até as nossas avós a dizerem-nos que a mulher deve ser uma lady na mesa... e uma prostituta na cama...??? Claro que nós interpretamos tudo isto, à luz da sociedade em que vievemos, da experiência de vida que temos, e daquilo que achamos por certo, mas isso, não invalida que noutra ponta deste enorme globo as coisas sejam vista de um modo diferente, ainda que isso nos deixe a pensar. Além disso, Jorge, sociedade global, é um mito, isso é coisa do Ocidente, e pouco mais... Muito pior que tudo isto, eu acho que é o que se passa em África com a mutilação genital das raparigas, isso sim, é preocupante, e muito pior que a era das cavernas...
bjks
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De Kok a 19.07.2011 às 00:40

Lendo o teu post e lendo o comentário da Xana, tudo (tudo? nada de exageros...), se compreende melhor.
Há imensas diferenças neste mundo porque há imensas culturas e diversas formas de estar!
Numa perspectiva ocidental (diga-se assim) situações como a que relatas não se compreende nem se aceita.
Mas (neste caso) as malaias entendem ser a melhor forma de estar.
Todas as malaias? Não creio!

1 abraço.
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De Fátima Velez de Castro a 19.07.2011 às 18:28

Eu também concordo. Conheço o caso de colegas minhas malaias que nem sequer usam lenço, vestem jeans . Quando lá estive, pareceu-me um país relativamente aberto... mas não sei avaliar se estas minhas colegas avant-garde " são a tendência futura ou apenas uma minoria.
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De Jorge Soares a 20.07.2011 às 00:35

Os muçulmanos são 60% da população na Malásia.. imagino que estas mulheres serão parte de uma minoria, mas há países bem piores, na Arábia Saudita as mulheres não podem conduzir... e mesmo as ocidentais tem que cobrir a cabeça ....

Jorge
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De Jorge Soares a 20.07.2011 às 00:32

Não me parece que seja assim tão simples, haveria que ir e falar com as mulheres uma a uma..e ver na realidade quantas aceitam assim tão facilmente , quantas não desejariam viver de outra forma, ter direitos, poderem pensar e exprimir-se

Acredito que haverão algumas que acreditem que é o seu destino, mas quantas haverá que desejariam viver doutra forma e não o podem fazer?

Jorge
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De Cláudia a 22.07.2011 às 11:41

Infelizmente é assim. Já tive bastante contacto com esta cultura e (muit)os homens nunca aceitaram que eu debatesse algum tema com eles. Se a minha opinião fosse diferente, só me diziam que eu era mais nova e por isso não tinha nada a dizer, ou então acusavam-me de os estar a insultar (sem que estivesse) só por ter uma opinião contrária.

Também conheci outros muito simpáticos com a mentalidade muito mais aberta. E reparei que este comportamento se reflectia nas esposas. Homens de mente aberta tinham, no geral, mulheres mais inteligentes.

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