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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de Fátima Carvalho
"Tenho um marido maravilhoso e uma filha de 5 anos maravilhosa, mas .....Há 4 anos iniciamos o processo de adopção, e a seg. social exigiu-nos um quarto e foi feito um quarto com duas camas. A minha filha diz ás amigas que a irmã "morreu", sem nunca lhe falarmos nisso, pede a deus na sua oração "Jesus dá-me uma mana". E andamos nisto há quase 4 anos. Só queremos uma criança dos 3 aos 6 anos. A seg. Social diz que não há. Será possível? Isto é um desespero!"
O Texto acima chegou-me via email, é de facto um despero, eu sei, passei por isso duas vezes. Será possivel?, sim, é possivel, a verdade é que não há em Portugal crianças para adoptar, não há, e não vai haver...e as pessoas, o país todo tem que interiorizar essa ideia.
A ideia de que o problema da adopção é a muita burocracia é uma enorme mentira, a espera dos candidatos tem muito pouco a ver com a burocracia ou com a morosidade dos processos, tem sim a ver com o facto de haver de quatro mil candidatos à adopção e umas poucas centenas de crianças para adoptar.
No outro dia uma noticia fazia referência a que metade dos candidatos desiste do processo após a primeira sessão de formação, sempre tive alguma desconfiança sobre a formação para a adopção, é difícil entender que seja necessária formação para se ser pai, agora fiquei a pensar que se calhar esta faz mesmo sentido, mais não seja porque esclarece as pessoas sobre a realidade das coisas... e separará o trigo do joio, quem quer mesmo ser pai não desiste só porque tem que esperar muito tempo.
Falta à nossa sociedade esclarecimento a todos os niveis, há dezenas de programas sobre adopção, muitas tardes, muitas manhãs, muita lágrima fácil, muito coitadinho, muitas coisas, mas o esclarecimento é zero.... está na altura que a seguramça social, os jornalistas, os responsáveis dos programas, olhem para este assunto com olhos de ver... e que façam o seu papel de informadores, já é tempo de que terminem os gritos mudos e o desepero de tantas famílias.
Jorge Soares