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Dress Code, viva o bom senso

 

Todos os anos mais ou menos por esta altura a empresa em que trabalho é invadida por jovens adolescentes, finalizadas as aulas os filhos dos funcionários com mais de 16 anos convertem-se em estagiários, ganham uns cobres, fazem um monte de trabalhos chatos que a a malta vai acumulando durante o ano e vão aprendendo o que custa a vida.

 

Há uns dois ou três anos uma jovem morena alta e formosa, filha de uma das secretárias,  chamava a atenção pela sua beleza e sobretudo, pela (pouca) roupa que insistia em passear pela fábrica. Passados poucos dias foram distribuídos pólos da empresa por todos os jovens e de uma forma mais ou menos discreta, ficou claro que não podia haver mais tops justos, mini- saias ou calças no meio do rabo  a mostrar a roupa interior.

 

Hoje, lembrei-me disto ao ver o reboliço que causou esta noticia do Público. Viver em sociedade implica a aceitação das regras da mesma, nem todos temos a mesma forma de olhar para a vida, cada um tem os seus gostos e a sua própria forma de entender e interpretar alguns conceitos.

 

É evidente que num mundo em que cada vez mais cada cabeça sua sentença, terá que existir um mínimo de bom senso para que cada um de nós possa viver dentro do seu espaço próprio e das suas ideias sem invadir o espaço do vizinho mais próximo e sobretudo, sem ferir susceptibilidades.

 

Quando o bom senso não é suficiente a sociedade tende a criar regras que sirvam de equilíbrio, foi isso que fez a empresa onde trabalho e penso que terá sido isso que tentou fazer a Universidade Católica.

 

O Dress Code é algo que existe na maioria das empresas e instituições. Bancos, seguradoras, consultoras, ministérios, .. instituem regras sobre a forma como se devem vestir os seus funcionários, são normas comuns e aceites por todos sem muitas reclamações... se calhar porque precisamos do salário no fim do mês. 

 

Se aceitamos que as empresas imponham regras de vestuário porque nos choca tanto que uma universidade o faça?, se adultos formados e responsáveis  precisam de regras que vão para além do bom senso, porque não as podem necessitar os jovens estudantes?

 

Ia falar da ministra da agricultura e das gravatas..mas fica para outro post que este já vai longo.

 

Jorge Soares

publicado às 22:27


18 comentários

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De sentaqui a 19.07.2011 às 23:58

Ao ler o que escreveste lembrei-me do meu tempo de escola em que o uso de bata branca era obrigatório, não para esconder certas ousadias, mas para que não houvesse distinção entre bem vestidos e mal vestidos. Mais tarde surgiu a mini saia e as freiras no colégio viram-se obrigadas a exigir uniforme.
Já se fala que os deputados não vão ser obrigados a usar gravata, acho muito bem, porque não é isso que faz um bom profissional e andar esganado com essa coisa ao pescoço não deve ser lá muito confortável.
Aqui a questão é saber encontrar um equilíbrio que deve ser pautado com o mínimo de bom senso. Acredito que uma sereia a andar de um lado para o outro na fábrica onde trabalhas, cause uma certa distracção, mas resolveram a situação de uma maneira bem airosa.
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De Jorge Soares a 20.07.2011 às 22:23

Pois eu lembrei-me dos meus tempos de liceu na Venezuela, lá há uniforme até ao fim do secundário, Na primária as crianças vestem uma camisa branca e calças de ganga, até ao nono ano todos vestem um pólo azul e calças de ganga, depois até ao 12 ano todos vestem um pólo creme e calças de ganga. Não há marcas, nem roupas mais finas, todos vestem igual, sem chatices, sem problemas.. Não imaginas a quantidade de vezes que cá em casa falamos disso e pensamos no dinheiro e nas chatices que se poupava...

Em tudo na vida deve imperar o bom senso... o problema é que cada vez mais faltando

Jorge
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De Fátima Velez de Castro a 20.07.2011 às 09:30

Aqui há uns anos, quando dei aulas no Básico/Secundário, tive ocasião de assistir a um episódio bizarro. Era final de ano lectivo e eu com os meus colegas estávamos a fazer matrículas. Alguns alunos, mal acabaram os testes, foram divertir-se para a piscina municipal, que era mesmo ao lado da escola, esquecendo que tinham de realizar a matrícula. Resultado: os pais, contactados por pais de outros alunos que foram fazer a matrícula normalmente, foram buscar os seus filhos à piscina e trouxeram-nos pelo braço, embrulhados na toalhinha, alguns descalços, a PINGAR pelos corredores da escola até chegar à sala das matrículas (juro que o episódio é verídico!!!). Qual é a moral da história?
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De Jorge Soares a 20.07.2011 às 22:24

Está visto que a falta de bom senso começa mesmo em casa.. no exemplo que os pais dão aos filhos.

Jorge
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De Maria a 20.07.2011 às 11:56

Pois eu tenho sérias reservas em relação a esta lei. Não só porque me parece que corta a liberdade de cada um, como também porque instiga ao controle de uns por outros (o que é péssimo). O bom senso deve imperar e se assim não for, dar uma chamadinha de atenção às pessoas. Alunos enrolados em toalhas, a pingar, numa escola, naturalmente que não pode acontecer. Mas também não me parece que isso seja a norma. Agora, não me parece que a forma como cada um se veste seja relevante. Estamos a esquecer o mais importante: nunca ouvi falar de nenhuma entidade que tenha proibido a entrada nas suas instalações de pessoas mal formadas. E isso deveria ser aquilo que é verdadeiramente relevante.
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De Jorge Soares a 20.07.2011 às 22:30

Vamos lá por partes, não é uma lei, é uma serie de recomendações.

Eu concordo contigo, o bom senso deve imperar e uma chamada de atenção devia ser suficiente... mas sabes, há muito que as chamadas de atenção não servem para muito e o bom senso anda fugido em parte incerta. A minha meia laranja é professora universitária e as coisas que ela conta são de bradar aos céus ..e já mais que uma vez teve uma resposta torta a uma chamada de atenção sobre comportamentos nas aulas.

Não podia concordar mais contigo, a forma de vestir não é relevante nem faz bons ou maus profissionais, mas há o mínimo dos mínimos... e a verdade é que como eu digo no post, quando chega a hora de procurar emprego, ninguém questiona as exigências das entidades patronais... há até quem pague cirurgias para tapar furos de orelhas.... será porque os bons empregos escasseiam ou porque quando passamos a ter responsabilidades passamos a pensar de outra forma?

Eu não vejo nada de mau na existência de normas, sempre que estas sejam justas e aplicadas da forma correcta.

Jorge
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De Maria a 21.07.2011 às 10:39

Eu também acredito que devem haver normas. Mas tenho sérias reservas quando as normas ou regras são decretadas por uma entidade como a Universidade Católica ou outra de cariz cristão, porque me parece sempre que não se trata de manter o bom senso mas sim de tentar manter certas posturas e tradições que me parecem ridículas e que não contribuem em nada para o desenvolvimento mental e civico do país...
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De Bianca a 20.07.2011 às 12:49

Esta notícia só me deixou perplexa pela indignação que o dress code parece ter gerado, apenas me ocorre a voracidade com que os alunos do superior público acorrem às lojas de trajes académicos e não reclamam nadinha por andar de fato e gravata, colete, capa e batina (mesmo no pico do calor) e que mais trapos lhes impinjam a preço de ouro...é vê-los de peito inchado e cerveja na mão! E se os trajes académicos foram pensados para nivelar a aparência de ricos e pobres, tornando-os iguais na condição de estudantes, então porque não hão-de servir para uniformizar modos de vestir?
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De Jorge Soares a 20.07.2011 às 22:32

Já passei duas vezes pela faculdade, nunca tive traje académico, sempre achei tudo aquilo ridículo e uma forma estúpida de gastar muito dinheiro.

Nesta altura da vida os trajes académicos servem para quê?

Jorge
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De Rosinda a 20.07.2011 às 14:53

Acho muito bem que seja criadas algumas regras, pois penso que no que toca a vestuário, impera a moda e o dar nas vistas, nunca o bom senso!
É para mim muito desagradável ver uma mulher toda "descascada" a ocupar certos postos de trabalho. Por exemplo eu vivi uma situação de divórcio amigavel há pouco mais de um ano. O Conservador do Registo Civil era uma mulher e a quando da reunião para o dito divórcio a senhora apresentou-se com um decote quase até á barriga, conclusão; A reunião acabou e pedi licença para sair, mas o meu ex ainda por lá ficou todo entusiasmado... eu achei a situação ridícula!
Penso que se as pessoas não têm o senso, devem ser impostas as regras. Não considero isso um atentado à liberdade, mas sim um chamado de atenção necessário. Para sermos respeitados, temos que nos dar ao respeito.
Um abraço
Rosinda
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De Jorge Soares a 20.07.2011 às 22:34

Olá Rosinda

esse teu ex marido estava com pressa em voltar a dar o nó

De resto, as pessoas devem ter noção do seu lugar no mundo e da sua importância e apresentar-se de acordo com esta .. infelizmente há muita gente que não faz ideia de nada disto...e não tem a noção do ridículo.

Jorge
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De Marta M a 20.07.2011 às 15:39

Jorge:
Este medo de criar regras sensatas equilibradas, esse "proibido proibir" levado à exaustão, essa tolerância em excesso, apenas serviu a alguns -aos abusadores.
Onde existem duas pessoas já são precisas regras claras, como não numa universidade?
Sou muito ecléctica na forma como entendo o vestuário e a liberdade de cada um, mas existem espaços em que temos obrigação de apresentar/mostrar uma certa formalidade e inspirar uma certa elevação e confiança...
Não gostaria de deixar o meu dinheiro à guarda de uma instituição bancária onde os funcionários estivesse de havaianas... ;)
Abraço
Marta M
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De Cristina a 20.07.2011 às 17:17

Não me parece que no BPN andassem de havaianas...
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De Jorge Soares a 20.07.2011 às 22:37

Para entrar nos bancos há muito menino que faz cirurgias para tapar buracos nas orelhas .... acho que isso diz tudo.

Jorge
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De Jorge Soares a 20.07.2011 às 22:36

Como digo no post, uma coisa é a liberdade de cada um e outra é a forma como respeitamos ou não a sociedade que nos rodeia... de resto, o exemplo que apresentas é perfeito.

Jorge
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De Cristina a 20.07.2011 às 17:20

Estive a ler os comentários e a pergunta que faço é se haverá assim tanta falta de bom senso ou se não é mesmo uma atitude de conservadorismo da Católica.

Quanto à gravata e ar condicionada...Trata-se da ´minha' ministra, pelo que recebemos logo a nota de serviço com essa indicação. Claro que aqui ninguém é obrigado a usar gravata, mas o nosso edificio não tem ar condicionada! Apenas ventoinhas, algumas compradas pelos funcionários, e morre-se de calor no Verão.

Acredito que a medida seja boa em termos económicos e ambientais, mas bastava tê-la tomado. Não era necessário o mediatismo à sua volta.
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De Jorge Soares a 20.07.2011 às 22:39

Cristina, eu tenho outra pergunta, será que se não fosse a católica , se fosse outra universidade teria sido levantada tanta poeira?

Em todos os lados há que não cumpra os limites do bom senso, este tipo de coisas não deveria ser necessária... mas a infelizmente é.

Quanto à ministra.. eu acho que é uma medida positiva ... concordo que também não era preciso tanto barulho.

Jorge
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De poetazarolho a 20.07.2011 às 21:57

“Um novo olhar”

Há outro mundo possível
Em gestação dentro deste
O seu parto será agreste
Mas não será impossível

Ganhar ou perder afinal
Não importa nesse mundo
De viver mais profundo
Que neste mundo animal

Neste mundo do dinheiro
Que ameaça a humanidade
Furtas pr’a comer é o calvário

Se arruinas um país inteiro
Tornas-te numa celebridade
Este é o mundo ao contrário.


Inspirado em,
http://www.youtube.com/watch?v=mdY64TdriJk

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