Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Anda meio mundo embasbacado com este vídeo, o Miguel Gonçalves fala pelos cotovelos, parece que as pessoas gostam de quem fala pelos cotovelos... é por isso que o povo adora o paulinho das feiras, metade não percebe o que ele diz, mas não importa, ele fala bonito e diz o que a malta quer ouvir.
Eu vi e ouvi, duas vezes, meia hora da minha vida a tentar aprender alguma coisa, o que é meia hora na minha vida se no fim vou estar mais sábio, mais empreendedor, pronto a bater o punho? ... estarei?.
O Miguel não tem papas na lingua, fala, muito e muito depressa, debita ideias ao metro... muitas coisas... que serão muito uteis.. mas .. para quem? Não faço ideia qual o curso superior do Miguel, o que faz, onde ou para quem trabalha... mas a mim o discurso do Miguel diz-me pouco, como dirá pouco à maioria dos dos jovens licenciados portugueses.
O Miguel acha que as universidades não ensinam os jovens a vender o seu produto, concordo, mas será que tem que ensinar?, as universidades servem antes de mais para aprendermos a pensar, a pegar nos problemas do dia a dia e encontrar as melhores soluções, ninguém sai da universidade preparado para enfrentar o mundo... porque não é suposto sair.
Esta parte do discurso do Miguel faz-me lembrar a maioria dos técnicos de hardware que tenho conhecido, quase todos abandonaram engenharia informática no primeiro ou segundo ano, porque eles queriam era aprender a mexer nos computadores chave de parafusos em punho.. e o raio do curso só ensinava a programar e teorias parvas...
Conheço muitíssima gente que tirou cursos superiores e trabalha com sucesso em áreas completamente diferentes daquelas para as que se prepararam, de onde vem esse sucesso?, da sua capacidade de aprender, de se adaptar, porque foi isso que aprenderam na universidade.
O empreendorismo do Miguel é de louvar, fazem falta pessoas empreendedoras, pessoas capazes de pegar numa ideia e fazer dela um projecto e uma empresa... mas o mundo não tem assim tantas oportunidades e tantas ideias brilhantes por explorar, e convenhamos, nem todos os jovens que se formam todos os anos podem terminar a desenvolver trabalhos brilhantes e inovadores.... porque para além da inovação e do desenvolvimento de ideias, fazem falta pessoas que consigam entrar para uma empresa e com o eu conhecimento e a sua capacidade de aprender garantir que esta continue a funcionar, pessoas que sejam capazes de aprender a liderar outras pessoas, pessoas que num mundo em constante mudança, sejam capazes de garantir que o que damos por certo para a nossa vida, continue a existir.
Acredito que o discurso do Miguel se adeque perfeitamente a alguymas áreas de negócio, ao marketing, à publicidade, talvez às novas tecnologias.. mas dificilmente se aplica ao mundo industrial... ninguém chega à empresa em que eu trabalho e diz, eu tenho aqui um projecto de um novo medicamento que vai salvar o mundo, contratem-me!!!... isso não existe.
É claro que todos podemos ser empreendedores e todos deveríamos ter a garra do Miguel, infelizmente no mundo em que vivemos isso não é possível, porque somos todos diferentes e porque o mundo precisa de pessoas diferentes.
"ninguém sai da universidade preparado para enfrentar o mundo... porque não é suposto sair" E nem do ensino secundário, se sai preparado para trabalhar... Quase todos os cursos em Portugal são na sua essência teóricos, e é isso que se aprende nas escolas e universidades, teoria pura e dura. Exlcuem-se os cursos que tem componente prática como enfermagem e medicina, entre outros e os cursos profissionais do secundário que mesmo assim em muito deles a prática é diminuta. É no dia-a-dia, que se ganha experiência e calo, e não é com tanta conversa como o Miguel quer fazer parecer. Lá está, a conversa é para a malta do Marketing, para o pessoal das vendas, e para os políticos... eu simplesmente acho que ele é como uma Sra. com quem tenho que contactar de vez em quando (vezes demais diga-se em abono da verdade), do cliente banca com quem temos parceria, que vence não pelas boas práticas negociais, mas pela persistência dela, e exaustão... nossa (da minha empresa). Os próprios colaboradores dela, dizem que é abominável e intragável. Um camionista que hoje teve de contactar com ela, chegou ao parque a pedir para nunca mais lhe darmos serviço para aquele local. Eu chamo a isto curso de Marketing, quase um MBA, e muito discurso e conversa da tanga. E blá, blá, blá, rebéu, béu, béu... nada de novo. É o vencer pelo cansaço, pela exaustão, que de resto podemos ir de entrevista em entrevista, que se não se tiver boas referências, um curriculo com bons trunfos, de nada adianta tanta conversa... ninguém contracta um empregado com tamanho discurso, por mais que ele diga que é muito bom no que faz... se não estiver mesmo a precisar de um papagaio...
(até eu pareço um papagaio... com estes longos comentários... bjks)
Durante muitos anos, o meu obejectivo era um curso de Marketing, e na minha altura até era novidade, algo que era aliciante, e um curso com muitas vagas, porque ainda era algo quase desconhecido. A vida, não deu as voltas que eu queria, não terminei o secundário quando deveria, e a universidade começou a ficar para um plano futuro... futuro esse que se foi distanciando da vida e das voltas da mesma. Fiz algumas formações na área, e hoje ainda guardo os ensinamentos do Marketing, mas vamos crescendo, e um dia algo muda, algo na vida nos transforma e muda a direcção da vida e dos sonhos. O sonho da universidade nunca se esbateu de todo, mas mudou de direcção, para Ciência Política e Relações Internacionais, este sim, o sonho adulto, já com os pés no Chão. O Marketing, ficou lá atrás. Mas tudo isto porque o que o Miguel diz, transmite, é tão somente o discurso de Marketing, e a formação tipo lavagem cerebral em Técnicas de Vendas, e claro a enorme vocação para as duas vertentes, que estão geralmente interligadas. E eu sei do que falo, onde é que achas que eu fui buscar tanto palavreado, tanto à vontade, senão à formação em Marketing, e Técnicas de Vendas, algumas com tentativas severas de lavagem cerebral!? É um mundo agressivo, e nele só prosperam as pessoas como o Miguel, mas foi essa agressividade necessária para se vingar nesse mundo, e que eu não tenho, que me levou a mudar de direcção, embora ainda me fascine toda a envolvência do Marketing verdadeiro, não daquilo que hoje é, e do caminho que está a seguir. Sinceramente gosto mesmo mais da política, e das relações internacionais, até porque hoje eu não seria uma boa Marketeer, mas se calhar está-se a perder uma boa deputada??... ahahah! bjks
Sem pretender tirar valor às ideias do Miguel (porque quero acreditar que têm), ele faz-me lembrar aquela máxima: cantas bem mas não me alegras! Come tu referes as universidades ensinam a pensar. Calculo que dos empresários que assistiram à sua intervenção, algum tenha ficado com curiosidade de o ouvir pessoalmente. Talvez até dar-lhe uma oportunidade para desenvolver o que ele apregoa. Talvez tenha sido esta a intenção do Miguel. Não sei! Não conheço! Espero que consiga os seus objectivos e tenha sucesso. Pelo menos em teoria...
Eu concordo com o teu post mas isso não invalida também o que eu escrevi no meu estaminé. Até porque eu encarei o discurso do Miguel como algo genérico. Como uma atitude que deve ser seguida mas que não terá, certamente, aplicabilidade prática em todos os casos. Ele fala do seu trabalho desenvolvido em Braga, onde há "quantidades biblícas" de empresas, de jovens, de oportunidades... Na zona onde resido não é assim. Logo, não é assim tão fácil. Mas há muita coisa que tem que ser mudada do ponto de vista dos empresários e dos candidatos. Da sua atitude. Da sua postura...
Em relação às universidades, só acho que têm obrigação de fazer mais do que aquilo que fazem. Falo pelo curso que tirei e pelos docentes que tive. Não sei como está agora (imagino que pior) mas na altura, mais de metade do currículo do curso já pedia reestruturação. Assim como uma reciclagem dos "dinossauros" docentes que por aqueles corredores andavam há anos, só a dar aulas, só a ler livros, a discutir teorias, muitos deles sem nunca terem trabalhado no terreno. Sem nunca terem tido qualquer contacto com uma associação de desenvolvimento local, uma empresa... E isso faz toda a diferença.
Não é só em Braga que existem muitas empresas da área da innovação, aliás, muito antes de existirem em Braga já as havia em Lisboa e no Porto, o Inesc, a NovaBase e as muitas empresas que andam à volta destas nasceram das universidades e aproveitaram muito bem os jovens com capacidades.
Mas é evidente que longe das grandes universidades não há nada. De resto concordo contigo quando dizes que há muitas gente nas universidades que não lá está a fazer nada, eu já fiz duas licenciaturas..e a minha mulher é professora, sei bem o que se passa por lá..
Reconheço algum mérito neste discurso 1º- O rapaz tem jeito para liderar audiências e se mais não conseguir pode muito bem liderar uma dessas igrejas que proliferam por aí. 2º-Para os mais desanimados, viram ali uma mensagem de esperança, nem que tivesse durado apenas o tempo em que esteve a falar. 3º- Os empresários que o ouviram, devem ter pensado que estava ali um potencial vendedor de aspiradores, colchões, viagens, ou mesmo produtos de beleza, tipo o último modelo de máquinas de barbear. 4º-A conclusão mais optimista...acredito que o Miguel com aquela garra toda vai mesmo conseguir um lugar ao sol. Que apareçam mais migués!
O rapaz tem jeito... e boa fala, mas duvido que os licenciados deste país queiram ir vender aspiradores... o discurso é empolgante, mas não serve para nada... ou seja, ele devia era estar no parlamento.
Se foi para vender alguma coisa, a mim não me convenceu. Nem o discurso, nem o tratamento por "tu", nem os dois relógios (um em cada pulso), nem o punho sempre a bater. Gosto de pessoas que falam (muito) menos e fazem (Muito) mais.