Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
... o medo foi, afinal, o mestre que mais me fez desaprender. Quando deixei a minha casa natal, uma invisível mão roubava-me a coragem de viver e a audácia de ser eu mesmo. No horizonte, vislumbravam-se mais muros do que estradas. Nessa altura, algo me sugeriu o seguinte: que há neste mundo mais medo de coisas más do que coisas más propriamente ditas....
.... há neste mundo mais medo de coisas más que coisas más propriamente ditas ....
... para fabricar armas é necessário fabricar inimigos, para produzir inimigos é imperioso inventar fantasmas ....
... porque razão os que hoje tentam proteger os civis na Líbia são precisamente os que mais armas venderam a Kadafhi?
... em pleno século XXI um de cada seis seres humanos passa fome, o custo para superar a fome mundial seria uma fracção muita pequena do que se gasta em armamento, a fome será sem dúvida a maior forma de insegurança do nosso tempo...
O medo é como uma enorme corrente que nos prende ao que somos e que muitas vezes nos impede de sermos mais e melhores.... as palavras do Mia Couto deixam-nos a pensar.
Ouvi e tornei a ouvir...há pessoas que têm o dom de com um discurso simples descodificam verdades que o mundo faz questão de complicar e durante estes minutos eu pude questionar-me, parar, reflectir e concluir que afinal temos medo do medo e isso impede-nos de viver plenamente e em conformidade com a essência do ser humano. Não prometo que vou conseguir deixar de ter medo depois de ouvir Mia Couto, mas certamente hoje fiquei mais consciente dos meus medos, talvez assim e com pequenos gestos de audácia deixe de os ter e possa apenas SER, com o objectivo de jamais ter medo que o medo acabe. Fiquei comovida!