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e quem se importa com os alunos?

 

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A Noticia é do DN, em apenas 4 meses, de Outubro a Janeiro passados, terão sido passados 70031 atestados médicos a professores.  O fenómeno é transversal a todo o país e há inclusive noticia de uma médica que passou atestados a professores de lugares tão distantes como Moura ou Mafra... médica esta que ela própria estava de licença prolongada.

 

Todos sabemos que a vida de professor não é fácil, as crianças estão cada vez mais difíceis, os pais não querem saber e as escolas são cada vez mais depósitos de crianças, 70000 atestados num universo de 350000 professores representam 1 quinto, 20% dos professores.

 

Para além do mal que se estão a fazer às crianças, que em muitos casos tem 3 ou 4 professores diferentes durante o ano, toda esta gente que se candidata para depois apresentar atestado médico, está a ocupar um lugar no concurso de alguém que realmente se interessa por ensinar.

 

Este ano os concursos foi o que se viu, há mais de 30000 professores por colocar, quantos destes foram preteridos porque alguém se candidatou só para depois apresentar um atestado médico? Já repararam que se estes 70000 não fossem a concurso, em lugar de sobrarem 30000, faltavam 40000 professores?

 

Entretanto ... "até agora foram instaurados 19 processos disciplinares pelo Ministério da Educação e um caso vai ser apreciado pela Ordem dos Médicos..." fantástico, agora só falta ver o que se passou com os restantes 70012 professores e com os outros milhares de médicos que andaram a brincar às baixas... bem que podiam brincar aos médicos, as nossas crianças e os nossos impostos agradeciam

 

Desculpem lá. mas isto é um escândalo e uma falta de vergonha de médicos e professores, é caso para perguntar: Quem se importa com os alunos?

 

Jorge Soares

publicado às 21:39


11 comentários

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De xana a 27.09.2011 às 23:03

Não é à toa que este país está como está... e não é só com os professores, que estas coisas se passam... vai muito para além dos atestados dos professores.
bjks
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De Jorge Soares a 29.09.2011 às 22:47

Olá Xana

Infelizmente tens razão, é por coisas como esta que estamos como estamos....

Jorge
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De Kok a 28.09.2011 às 15:26

Òh Jorge, num país (que é o nosso) onde aparentemente a excepção é quando alguma coisa corre bem, tem pés e cabeça, porque é que com os professores deveria ser diferente?
Não sei porque "metem" baixa!
Estão doentes? Todos?
Não gostam de onde foram colocados? Todos?
Não... ? Sei lá?
Com tantas queixas pelas mais variadas razões que os professores apresentam, já estou a entrar naquela fase de: cada vez percebo menos disto...

E os alunos?, referes tu no texto.
Ora, os alunos que esperem pois algum professor chegará, mais tarde ou mais cedo!
E as associações de pais o que dizem? E fazem?

1 abraço!
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De Jorge Soares a 29.09.2011 às 22:49

É difícil perceber não é, sobretudo porque quando não são colocados fazem um barulho terrível... mas destas coisas não falam.. eu acho que é falta de profissionalismo, falta de brio e chico espertismo ... tudo coisas que nos levaram onde estamos.. num buraco.

Abraço
Jorge
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De sentaqui a 28.09.2011 às 16:32

70 000 baixas é muita baixa para apenas um sector..agora imagino o que não vai por aí noutros sítios. A ser assim pouca gente anda a dar no duro.
Dos professores sei que estão descontentes, deprimidos, sem entusiasmo e não vêem luz ao fundo do túnel, de maneira que é fácil arranjar um depressãozita, umas noites sem dormir, lágrimas que se soltam por tudo e por nada, são motivos mais que suficientes para impressionar um psiquiatra e sai um atestado que até dá hipótese a que os professores andem na rua porque o que precisam é de arejar.
Aqui tão culpados são os docentes como os médicos que passam atestados por dá cá aquela palha.
Quanto ao que dizes sobre começarem a dar aulas já a fazer conta de ir embora uns dias depois, é que assim não perdem certas regalias.
Quantos aos alunos, pois há ainda 30 000 professores à espera de os receberem...como? não interessa, aliás pouca coisa é importante no sector da educação, a não ser poupar uns milhões.
Quanto ao futuro?..pois na altura arranjam-se umas estatísticas manhosas que digam que somos um país
com baixa taxa de insucesso escolar, como já aconteceu no passado.
O melhor mesmo é serem os pais a gerirem o ensino dos filhos, sobretudo os que têm hipótese de o fazer, pelo menos enquanto continuar esta rebaldaria.
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De Jorge Soares a 29.09.2011 às 22:52

Amiga, que anda muito pouca gente a dar no duro a malta já sabe, é por isso que estamos assim... mas este tipo de coisas não deixa de me chocar, até porque os professores são dos que mais reclamam, pelas colocações, pelas deslocações, pela avaliação, pelas crianças... deviam reclamar por isto, principalmente os que não estão colocados... mas não, com isto ninguém reclama.

Mas somos o país das estatísticas... normalmente das que nos colocam no vagão de trás do comboio... é claro que coisas como esta nunca nos levarão ao vagão da frente

Jorge
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De Maria Rodrigues a 11.05.2015 às 12:02

Jorge Soares
Há professores que metem atestados pelos filhos porque estes não descontam na remuneração mensal.
Há professores que são colocados a muitos km de casa e decidem deslocar-se todos os dias e chega a um altura que o corpo já não aguenta mais.
Há professores que mesmo que descontem o que a lei refere por estar de atestado, concorrem sempre porque sempre recebem algum e não perdem tempo de serviço.
Há professores que são mais espertos que os outros todos.
Há pessoas desonestas e muitas delas são professores.
Eu sou professora, sofro de doença incapacitante e nunca faltei mais de 30 dias seguidos ou interpolados por atestado médico. Fui sempre trabalhar sabe Deus a que custo mas pensei nas crianças.
Fui prejudicada pelo egoísmo incomensurável de colegas meus/minhas que pediram destacamento por razões falsas. Por puro comodismo.
Tem razão no que diz.
Mas, por por professores como eu, que se dedicam, não generalize.
Eu sou professora e cumpro.
O mal não está em ser professor: o mal está na desonestidade das pessoas que exercem esta profissão.
Mas, e terminando, é uma das mais duras que há hoje em dia, acredite em mim. Tente lidar com 30 alunos, como eles são educados agora, e depois sinta aquilo que muitos sentem: um cansaço sem limite porque é um dos locais mais barulhentos para se trabalhar e que exije uma paciência sem limites.
Eu gosto de ensinar mas a maior parte do tempo estou a lidar com siotuações de indisciplina e não saber estar. O Inglês ensino quando sobra tempo depois de gerir a indisciplina. É fruto da sociedade que obriga os pais a trabalhar e não terem tempo para educar os filhos.
E o pior de tudo: as crianças chegam a estar 9 horas seguidas sempre em "modo aluno". Raramente estão em "modo criança" naturalmente. E quando se estica o elástico ao limite, ele rebenta. As crianças fartam-se. Toda a construção social está errada! Trabalhar para viver e não viver para trabalhar, devia ser o lema.
Os meus cumprimentos.
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De Maria Rodrigues a 11.05.2015 às 12:04

Errata: onde se lê "exije" deve ler-se "exige".
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De aniuska a 30.09.2011 às 14:53

O meu pai era daqueles professores que além das aulas tinha clubes, mobilizava e interessava os miúdos. Uma vez cheguei atendi o telefone num sábado de manhã, pouquíssimo depois das 9h - eram alunos a perguntar por ele; estranhavam o atraso. Outra, num 30 de Dezembro não muito longínquo, foi à noite para a escola com os miúdos do clube de aeromodelismo; antes de os levar a casa,passou por nossa casa para comerem bolo-rei saidinho do forno... Nunca o vi queixar-se do trabalho, até ao governo de Sócrates. Nunca lhe tinha visto tal desânimo e tristeza no olhar. Em Dezembro de 2010 desistiu e pediu a reforma antecipada. Informaram-no na altura que a aposentação demoraria 6 ou 7 meses a ser atribuída. Em 30 de Agosto de 2011, contra todas as expectativas, o processo ainda não estava concluído. Na CGA informam que já não tarda: 1 ou 2 meses, no máximo. O meu pai, devia, assim começar a dar aulas a x turmas, reformar-se dali a dois meses, e depois a escola iniciaria um processo de contratação de alguém para o substituir. Prejudicados? Os alunos, apenas. Acho que o meu pai nunca tinha metido uma baixa na vida e foi uma trabalheira convencê-lo (e está de baixa psiquiátrica, que nem é de todo descabida se olhássemos para o estado dele). Acreditem que foi acima de tudo pelos alunos. O Estado estará um ou dois meses a pagar-lhe 65% do ordenado, que não será mais que o que receberá de pensão de aposentação. Onde está a fraude?
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De Jorge Soares a 30.09.2011 às 15:05

Aniuska, é evidente que entre 70000 casos haverá evidentemente de tudo... mas não há de certeza 70000 casos como o do seu pai.

Jorge Soares
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De pai a 14.11.2011 às 11:19

Após a leitura deste artigo, deduzo que ainda há muitos incultos ressabiados por cá que precisam seriamente de pensar, saber e porque não estudar antes de falar. Estes 70031 atestados representam faltas por DOENÇA, ora qualquer cidadão, e professor também o é, tem o DIREITO conferido por Lei a ser assistido, tratado e a ausentar-se do seu serviço por DOENÇA. Professor também adoece é verdade, tal como qualquer outro trabalhador dos setores público e privado. Lamento que não haja tamanha transparência e divulgação de dados relativamente aos atestados acumulados, particularmente no setor privado, durante o mesmo período de tempo. Julgo que os números seriam surpreendentes...É de considerar ainda que grande parte destes 70031 atestados médicos correspondeu a 1 só dia ou a um período curto de tempo, onde não houve prejuízo da aprendizagem das criancinhas por os professores terem reposto, voluntariamente e gratuitamente, as suas aulas sem terem obrigação de o fazerem, por existirem substituições com um Plano de Aula aplicado por outro docente ou por, quando necessário, serem substituídos (a longo prazo) por outro docente da mesma área colocado para esse efeito, também ele profissionalizado e competente para tal função.Entende-se contudo a preocupação de quem é pai/ mãe, pois professor também o é e, por vezes, necessita ( tem obrigação de) faltar para tratar e apoiar os seus descendentes, tal como um bom pai o deve fazer, pois filho de professor não é descartável, e não existe, ainda, em território nacional, um depósito para filhos de docentes, quando as escolas, infantários e ATL's os mandam para casa por estarem doentes. Seria bom que acabasse esta "perseguição" feita aos professores e que calassem estes comentários descabidos e improdutivos, pois julgo que existem temas educacionais/ escolares bem mais interessantes e bem mais preocupantes a serem discutidos e tratados para o bem da comunidade educativa em geral, e aí sim, para o bem dos nossos alunos e filhos! Quanto ao comentário, cito "Este ano os concursos foi o que se viu, há mais de 30000 professores por colocar, quantos destes foram preteridos porque alguém se candidatou só para depois apresentar um atestado médico? Já repararam que se estes 70000 não fossem a concurso, em lugar de sobrarem 30000, faltavam 40000 professores?"não merece qualquer resposta por se tratar de tamanha aberração , pois segundo o dito, estes 70000 professores sabiam que iriam adoecer após terem sido colocados, e por consequente premeditaram essa curta/ breve/ longa ausência por DOENÇA ( todos!?como !?!)e que os restantes 30000, infelizmente não colocados, nunca iriam, garantidamente, faltar por DOENÇA (todos!? como!?!)...absurdo e demasiado surreal!!!

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