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Encontrei  este vídeo no Minha Essência, todo ele é mais ou menos surreal, que alguém chegue ao 8º ano de escolaridade sem saber ler uma frase é surreal, que alguém com 15 anos não saiba sequer dizer o dia em que nasceu é surreal, ouvir as tentativas de explicação por parte da directora do agrupamento, para além de triste é surreal.

 

Ouvir alguém que quando questionado sobre se sabe ler e escrever responde que sabe assinar o nome, é algo que achava eu fazia parte do passado deste país, era algo que eu quando era criança ouvia às pessoas idosas lá na aldeia

 

A realidade é que o vídeo é de Março deste ano, não é de há 30 ou 40 anos atrás e o Marco não é uma velhinha de xaile e lenço na cabeça que nunca teve oportunidade de ir à escola. Quero acreditar que esta seja uma excepção, mas a verdade é que ela existe. Há alguém que andou na escola dos 6 aos 15 anos e chegou até ao 8º ano sem nunca ter aprendido sequer a ler uma frase. Como é que uma criança passa todo o primeiro ciclo, transita para o segundo e faz 4 anos deste sem saber ler?

 

A mim o que mais me chocou no meio de tudo isto é a atitude da directora do agrupamento a tentar explicar o inexplicável, pelos vistos para esta professora é suficiente com aparecer de vez em quando na escola, o que importa não é se o aluno sabe ler e escrever, é a sua satisfação e integração.... o que quer que isso signifique.

 

A mim apetece-me perguntar qual é neste momento o papel da escola na nossa sociedade?, é suposto mandarmos os nossos filhos para lá  para que esta os ensine, para que saiam de lá minimamente preparados para enfrentar o mundo. Ora, no caso do Marco o sistema falhou completamente, a escola não soube ou não foi capaz de ensinar ao Marco o que quer que fosse. A julgar pelas palavras daquela professora, o papel da escola passou a ser o de um depósito de crianças, um lugar para onde elas vão não para serem formadas mas sim para passar o tempo.

 

Acho que como sociedade nós não podemos aceitar que este tipo de coisas aconteça, o papel da escola deve ser claro, nós queremos uma escola que forme, não um depósito de crianças.

 

Jorge Soares

publicado às 21:48


1 comentário

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De Fátima Velez de Castro a 31.10.2011 às 20:19

Eu não vi o vídeo porque não tive coragem...

Durante os anos (foram apenas 4) que dei aulas no ensino Básico e Secundário deparei-me com situações arrepiantes que nem gosto de recordar!
Apenas dois pontos que gostaria de destacar:

1) Sim, é verdade, muitos pais encaram a escola como um depósito de crianças e jovens. Não lhes interessa saber se os filhos de facto aprendem ou progridem. O que pretendem é um espaço "onde possam deixar os filhos durante o dia, mesmo que não aprendam nada ou sequer vão às aulas" (uma encarregada de educação disse isto a um director de turma, numa das escolas em que trabalhei).

2) Sorte a da R., do N. e da D. pelos pais que têm, aliás, pela família que têm, porque sabem que o melhor legado que se pode deixar a um filho é a instrução e a educação.

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