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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
Voltando ao tema referendo, parece que na Grécia perceberam que nem sempre uma fuga para a frente é a melhor saída, hoje a coisa já vai em veremos.... alguém ganhou juízo... ou já estava a ver o poder por um canudo, o que é sempre um excelente motivo para se ganhar juízo.
Entretanto os comentários ao meu post de ontem deram pano para mangas... a mim deixaram-me a pensar. Eu não gosto nada de referendos, talvez porque nos últimos tempos há um grupo de gente que teima em encher-me a mailbox com pedidos e esclarecimentos sobre um novo referendo que pretendem para um assunto que já foi referendado duas vezes. São os mesmos que há pouco queriam um referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, agora querem outro para que sejam de novo permitidas as mortes de mulheres em vãos de escada.
Temos tendência a associar um referendo a um acto democrático, isto não tem porque ser verdade, basta com pensar que foi um método utilizado muitas vezes por mais que um ditador para se perpetuar no poder, o próprio Hugo Chavez utilizou-o mais que uma vez para alterar uma constituição que tinha sido pensada em 1960 para evitar precisamente que alguém tentasse perpetuar-se no poder. Se não tivessem havido essas alterações, ele desde 2004 que não podia estar no governo, já que estava limitado a no máximo duas eleições.. e conste que eu já escrevi aqui mais que um post a defender o senhor.
O referendo é uma ferramenta de consulta ao povo que deve ser utilizado só em último caso, não pode de modo algum servir para que os governos se desresponsabilizem das suas obrigações, que foi o que tentou o primeiro ministro grego, nem pode servir para retirar poder de decisão a quem elegemos para que nos governe e à assembleia da República. Não vamos agora convocar um referendo cada vez que um governo tome uma decisão de que não gostamos, como estão as coisas não fazíamos mais nada que ir votar todos os dias.
Como dizia no post de ontem, entendo que por cá o referendo foi feito em Junho, todos tivemos ocasião de ouvir as diversas propostas dos partidos, quando fomos votar, ou quando decidimos não lá ir, fizemos a nossa opção. Democraticamente a maioria escolheu um partido e o seu projecto e é com isso que temos que viver.
Quanto aos senhores do movimento pró vida... dêem lá uma olhadela aqui pelo blog, deve haver uns 10 posts sobre a liberdade de escolha das mulheres... parem de me enviar os vossos mails.
Jorge Soares