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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem minha do Momentos e Olhares
Cá em casa temos uma longa experiência em alimentação infantil, desde a R. que aos seis meses foi colocada a dieta pelo pediatra tal a voracidade com que engolia tudo o que lhe aparecia em frente, passando pelo N. que tal como expliquei neste post, durante muito tempo quase nos levava à loucura e ao divorcio tal a fita que fazia para comer o que quer que fosse, até à D, que desde o primeiro dia que a conhecemos nos espantou com a habilidade e facilidade com que comia à mesa... e de que já falei neste outro post.
Entretanto já vai fazer dois anos desde que ela chegou à nossa vida. Aquela fase inicial em que tentava comer o mais possível enquanto houvesse comida à vista foi acalmando com o tempo, imagino que terá interiorizado que por cá a comida chega para todos e com o tempo passou a ser menos comilona. De resto, tanto em casa como na escola não há queixas, come tudo o que lhe aparece e sem muitas queixas.... bom, tudo não, tudo menos a Sopa.
Cá em casa a Sopa é sempre o primeiro prato e tal como dizia num dos posts que referi, ninguém é obrigado a comer o que quer que seja, desde que pare a refeição por ali, não vá alguém não ter mais espaço para o prato principal para depois querer duas doses de sobremesa.
Desde o inicio que percebemos que a sopa não é dos pratos preferidos dela, não era muito do seu agrado mas ia comendo, ultimamente a coisa tem vindo a piorar, sentamo-la à mesa, colocamos a sopa à frente dela e na maior parte dos dias ela fica ali a olhar, comemos a sopa, o prato principal, a sobremesa e ela a olhar.
Já tentamos um pouco de tudo, o único que resulta é ser um de nós a pegar na colher e dar-lhe a sopa à boca. O problema não é ela não gostar das sopas, quando somos nós a dar-lha ela come-a num abrir e fechar de olhos e sem reclamar, de seguida senta-se e despacha o resto da refeição num instante.
Acho que num contexto em que ela é a mais pequena, arranjou um estratagema para chamar a atenção, esta sua aparente aversão à sopa faz dela o centro das atenções, como para além de mais é de antes quebrar que torcer, mesmo ante a iminência de ir para a cama sem jantar, não cede.
Isto é o que eu chamo o factor mimo, se ela não gostasse mesmo das sopas não as comia nem pela mão dela nem pela nossa, e confesso que é algo para o que pelo menos até agora não conseguimos encontrar uma resposta. Tentamos que a hora de jantar não se torne numa guerra entre ela e nós, mas também não queremos ceder, ela tem que comer a sopa, isso é um dado adquirido.
Mas o factor mimo às vezes manifesta-se de outras formas à hora de jantar e eu não consigo deixar de lhe achar graça quando ela pega no garfo, o enche de comida, o levanta do prato, se vira para um de nós e diz: quero ajuda, dando-nos o garfo para que lhe levemos a comida à boca.
Jorge Soares