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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
O Luís Figo é o contrário do estereotipo do jogador de futebol Português, é uma pessoa inteligente que sabe muito bem o que quer, que sempre fez uma gestão séria e sóbria da sua carreira e que mesmo numa situação como a que o levou a trocar o Barcelona e a Catalunha pleo Real e Madrid e a viver na primeira vez que jogou contra o Barcelona pelo Real Madrid, um dos momentos de maior tensão que algum jogador de futebol terá sentido, conseguiu sair por cima e seguir em frente.
Li com alguma atenção a versão em papel da entrevista do Figo ao Público, uma entrevista sóbria e em que como quase sempre, o ex jogador não se fica pelas meias palavras, muito ao seu jeito encara todos os assuntos com frontalidade, incluindo os mais melindrosos como a sua suposta entrada na politica nacional com o seu apoio a José Sócrates.
De toda a entrevista destaco 3 pontos fortes:
-Nunca ninguém obrigou a quem lhe fez ganhar muito dinheiro a assinar os contratos.
-José Sócrates enganou-o muito bem, tal como enganou muitos milhões de portugueses
-Está farto do país e quer vender tudo o que tem por cá.
Sendo que em grande parte a última deriva da segunda, o Figo está farto das consequências do seu apoio a Sócrates e da forma como este apoio surgiu.
Desde que deixou de jogar o Figo faz da sua vida um negócio, muita gente vê aquele pequeno almoço com Sócrates como uma entrada na política, nesta entrevista o Figo tenta alimentar essa forma de ver o assunto, na realidade ele sabe que não se trata de nada disso. Aquele pequeno almoço não foi para o Figo mais que um negócio, não deixou de ser mais um contrato em que alguém lhe deu a ganhar dinheiro, muito dinheiro.
Ora, usando as palavras dele, ninguém o obrigou a assinar esse contrato, ele só o assinou porque viu que para além do negócio imediato, isso lhe poderia ter trazido muitas vantagens no futuro, acontece que o Sócrates passou à história e essas vantagens esfumaram-se... e Figo sente-se enganado, não porque Sócrates tenha sido um mau governante ou porque deixou o país na ruína, mas sim porque com a mudança de côr politica, o Figo passou a ter menos portas abertas.
Para o Figo a vida é um negócio, mas nem o país deve ao Figo mais que agradecimento e admiração porque como ele diz muito bem, fez parte de um grupo de jogadores que levou o nome de Portugal muito longe, nem ele precisa de ser ingrato ao ponto de culpar Portugal e todos os portugueses pela má opção de negócios que ele fez no momento em que assinou o contrato de muitos zeros com os responsáveis da campanha do José Sócrates...
Jorge Soares