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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
Chamou-me a atenção para o assunto um email dos senhores do PPV (Portugal Pro Vida), eles insistem em enviar-me estas coisas. O Bloco de esquerda vai entregar na assembleia da República uma petição para que se legalize em Portugal a maternidade de substituição. Há pouco foi noticia no Público um estudo que mostra que ... mais de 80% dos jovens inquiridos considera que é importante ter uma lei que permita às pessoas aceder à maternidade de substituição.
O assunto já passou por aqui mais que uma vez, neste post e neste, não é um tema fácil e nunca será consensual. Todo o mundo sabe que existe muita gente em Portugal que recorre a este método para ter filhos, casais heterossexuais e homossexuais, não foi há muito tempo que uma reportagem da RTP explicava direitinho como se fazem as coisas nos Estados Unidos e como há muita gente que lá vai para ter filhos. A grande maioria dos casos será através de esquemas mais ou menos legais, mas basta ver os comentários deste post do A ver o Mundo para se perceber que haverá muita gente que se sujeita quem sabe a que esquemas e ilegalidades para ter filhos.
Não tenho uma posição completamente formada sobre o assunto, mas tal como com o aborto, acho que olhar para o lado é garantir o negócio a muita gente e fomentar a ilegalidade. Sou pai adoptivo e evidentemente acho que antes de se ir por este caminho todos os casais deveriam optar pela adopção, mas tenho consciência que o número de crianças para adoptar no nosso país nunca será suficiente para tornar os processos de adopção céleres e/ou justos. Eu tive que ir buscar a minha filha mais nova a outro país, os meus dois filhos mais novos nasceram de outras mães, haverá assim tanta diferença entre uns casos e outros, não será a adopção um caso especifico de maternidade de substituição?
Por outro lado, qual é a diferença entre a maternidade de substituição e os milhentos métodos de procriação assistida que existem no mercado e que na sua grande maioria custam milhares e milhares de Euros e são física e psicologicamente desgastantes para quem envereda por esses caminhos?
É evidente que ninguém quer fazer disto um negócio, mas será licito fazer as pessoas passarem por processos de adopção que duram anos e anos e que no caso da adopção internacional podem custar milhares de Euros a quem quer ter filhos?
Não sei se o Bloco de Esquerda irá ter ou não sucesso com a iniciativa parlamentar, mas era bom que o tema fosse discutido e a sociedade portuguesa fosse devidamente esclarecida.
Já agora, passem pelo blog dos senhores do PPV e votem no inquérito deles, ao contrário do estudo de que fala o Público, por lá o "Não" leva a vantagem... mas é claro que isso não é nada estranho.
Jorge Soares