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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem minha do Momentos e Olhares
A noticia é do Público, que se baseou num jornal inglês, que se terá baseado num italiano... antes as histórias passavam de boca em boca, agora passam de página online em página online... e ainda bem, porque o que se perde em objectividade ganha-se em conhecimento... mas vamos ao que interessa.
Ele chama-se António e tem 99 anos, ela chama-se Rosa e tem 96, estão juntos desde 1934, qualquer coisa como 77 anos, uma longa vida inteira de alegrias e tristezas da que resultaram cinco filhos, doze netos e até um bisneto. Por estes dias António decidiu dar uma olhadela numas coisas antigas que encontrou num velho móvel lá de casa e descobriu que Rosa guardava cartas de amor que datam dos anos 40 do século passado... cartas que não eram dele e sim de outro homem, cartas que mostravam que algures, há 60 anos atrás, Rosa o teria traído.
Apesar da confissão e do arrependimento de Rosa, António não perdoa e o casal está em processo de divórcio.
Eu tenho uma máxima, só sabemos como vamos reagir ante qualquer situação da vida quando passamos por ela, a vida já me ensinou muitas coisas e nem sempre me deixou bem na fotografia. Visto desde aqui, sem saber muito mais que o que li nas poucas linhas da notícia do público, custa-me a crer que 77 anos de vida em conjunto não possam pesar mais que algo que aconteceu há 60 anos.... se aturar alguém durante mais de 70 anos não nos fazem merecedores do céu e do perdão por algo que aconteceu há tanto tempo, o que poderá fazer?
Não deixa de ser engraçado ler os comentários à notícia e a alguns posts da blogosfera, há quem fale da honra vingada, há quem ache que o facto de a senhora guardar as cartas durante tanto tempo é sinal de que continuava a amar o outro, há quem ache uma parvoíce e que não merece que duas pessoas terminem a vida em solidão, há quem jura que perdoaria e quem garanta a pés juntos que não... e claro, nunca falta alguém que ache que o senhor não tinha nada que andar a bisbilhotar os papeis antigos... então e o direito à privacidade da senhora?...
Está visto que para os crimes do coração não há prescrição... haverá direito ao perdão? vocês acham que perdoavam?
Jorge Soares