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Manuais escolares caros

Imagem do Expresso

 

Há coisas que não terminam de me fazer confusão, lembro-me de há uns anos atrás o anterior governo ter feito um despacho que obrigava os manuais escolares a serem utilizados pelo menos em 3 anos consecutivos... imagino que terá sido mais uma daquelas leis que são feitas na hora porque ficam bem na fotografia, mas que não são para levar a sério... mais uma de tantas outras.

 

Cá em casa há duas crianças com meses de diferença de idades, durante muito tempo andaram na mesma escola com um ano de diferença, agora são dois anos, certo é que não me lembro de alguma vez algum dos manuais escolares ter servido de um para o outro. Mesmo na mesma escola, todos os anos os livros e manuais são diferentes do ano anterior e não há forma nenhuma de se evitar ter de comprar novos e de se gastar centenas de Euros.

 

Eu e o meu irmão levamo-nos 4 anos de diferença, mesmo assim, lembro-me perfeitamente de que a maioria dos meus livros do secundário na Venezuela deram para mim e para ele.. .porque apesarv dos 4 anos de diferença, eram os mesmos.

 

Estes dias alguém me fez chegar o link para uma noticia que alguém relata em primeira mão como são as coisas na Holanda, chamou-me a atenção o seguinte:

 

"Em primeiro lugar, os livros são gratuitos. São entregues a cada aluno no início do ano lectivo, com um autocolante que atesta o estado do livro. Pode ser novo ou já ter sido anteriormente usado por outros alunos. No final do ano, os livros são devolvidos à escola e de novo avaliados quanto ao seu estado. Se por qualquer razão foram entregues em bom estado e devolvidos já muito mal tratados, o aluno poderá ter de pagá-los, no todo ou em parte.

 

Obviamente que as lojas estão, a partir de Julho/Agosto, inundadas de artigos apelativos mas nas escolas a política é a de poupar e aproveitar ao máximo." 

 

Ora, por cá faz-se precisamente o contrário, todos os anos as escolas escolhem manuais escolares diferentes, todos os professores fornecem listas intermináveis de materiais que para além de serem diferentes para cada disciplina, numa pedem uma régua de 30 cms e noutra uma de 40, em muitos casos nem chegam a ser utilizados. Será que era assim tão difícil que no início do ano os professores se juntassem e fizessem uma lista razoável de materiais que pudesse servir para todas as disciplinas e permitisse poupar dinheiro aos pais?

 

O Caso dos livros e manuais escolares é gritante, se pegarmos num manual de há dois anos da R. e o compararmos com o actual do N., que até são de editoras diferentes, o que verificamos é que o conteúdo e até muitas das imagens são os mesmos, mas é claro que o professor exige o novo e aí do aluno que não o comprar.. porquê? e o que foi feito da lei que exigia a manutenção dos manuais em anos consecutivos?

 

Como diz o artigo, em Portugal cada início de um ano escolar é uma dor de cabeça para os pais que sabem que uma boa parte do seu salário terá que ser guardado para livros e material escolar, mas será que tem mesmo que ser assim?, não digo que se passe para um sistema como o Holandês, eu já ficava contente com o da Venezuela, será que com o país em crise não haverá forma de obrigar escolas e editoras de livros a cumprir a lei? Senhor ministro da educação, em nome da poupança, em nome da austeridade, não haverá forma de enfrentar os lobys e toda a gente que ganha muito dinheiro com a educação dos nossos filhos?

 

Jorge Soares

publicado às 23:13


1 comentário

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De sentaqui a 11.01.2012 às 00:11

Tive oportunidade de ver um exemplo igual ao da Holanda, mas na Finlândia, há uns anos atrás. Entrei nas salas de aula e vi que os livros não eram novos , mas estavam impecáveis, já por aqui , aparecem sempre novidades que por vezes são-no só na capa.
Quanto ao material o desplante é ainda maior, porque sei de professores que exigem algum material de marca.
Penso que algumas editoras até fazem de propósito para que se tenha de escrever nos livros e assim ficarem à partida fora de serviço no ano a seguir.
Enfim, até parece que vivemos no país das maravilhas e que nadamos em dinheiro para alimentarmos umas quantas editoras.
Será que os nossos governantes não se apercebem destas coisas?
Um post oportuno Jorge, espero que as tuas palavras surtam o efeito desejado.

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