De jorge simões a 23.02.2012 às 08:58
Exma Srª Suzana,é impossível generalizar e estarmos convencidos qual a melhor educação para os nossos filhos, vou lhe falar por experiência própria, trabalhei num centro para desintoxicação de toxicodependentes como psicólogo durante quatro anos, passaram pelo centro centenas de jovens, e pasmem-se estes jovens vinham de todos os extractos sociais, filhos de pais jovens, de pais mais velhos, filhos de deputados e de pedreiros, com educação militar, liberal, etc....
sabe qual a única diferença entre eles? uns consumiam heroína/álcool e os outros cocaína, apenas a diferença de preço, uns após terem roubado tudo que tinham em casa para comprar assaltavam para consumir, os outros apenas se limitavam a usar os cartões de créditos dos pais ou a desviar umas joias ou relógios.
Concluindo, apenas está livre quem não vive na sociedade acutal, onde a oferta é extremamente elevada comparada com os nossos tempos, e se falarmos naqueles que viviam na aldeia nem se fala,
o mundo da droga é uma lotaria, quanto mais vezes se joga mais hipóteses há de ganhar.
o que é importante que os pais saibam é que este processo potencia-se na adolescência, é nesta fase que os pais devem estar vigilantes e não se afastarem demasiado dos seus filhos, pois é nessa idade que eles vacilam deixando de ter como modelo os pais e procurando modelos fora de casa, é uma situação que faz parte do crescimento e da formação da nossa personalidade, é uma procura pela marca de território, pelo desafiar.
De Susana Carvalho a 23.02.2012 às 11:03
Concordo com o que o senhor disse e não ponho nada disso em causa.
Ao contrário do que algumas pessoas devem pensar, eu não sou assim tão velha, na verdade ainda sou do tempo dos "Morangos com açúcar" e é por ver "na primeira fila" como muitos dos pais "educam" os filhos que teci os comentários que teci. Infelizmente nem todos os pais querem dizer não aos filhos ou não tentam ensinar aos filhos que há mais coisas que a fama, o facilitismo e os bens materiais... Conheço muita gente da minha idade que nunca fazem a cama, para comer, se souberem fazer um ovo mexido, já é um milagre e incomodam-se mais com o quanto vale o que têm vestido do que se calhar deviam incomodar-se com outras coisas. Tiraram cursos superiores e não sabem nada de cultura geral, não vêm documentários, mas a novela vêem religiosamente e dizem que gostam de música e filmes e não sabem dizer o nome de um filme.
Infelizmente, nem a "fazer tudo certo" (seja lá o que isso for) é possível que o resultado final da educação seja um jovem adulto responsável e com capacidades para a vida (não só laborial). Mesmo que se faça "tudo certo", há sempre as opções do próprio jovem, o que decide fazer, as companhias que decide ter... enfim, uma série de coisas.
Ainda assim, acredito que quanto melhor se prepararem os jovens (pais, professores ou até o vizinho simpático e velhote do andar de baixo), há menos probabilidades dos jovens cometerem graves decisões nas suas vidas, embora não isentos.
De Anónimo a 23.02.2012 às 12:54
Boa tarde, vejo aqui mts comentários acerca de como deve ser isto ou aquilo ou aqueloutro.. Mas alguém sabe exactamente como deve ser um jovem do séc. XXI? existe algum manual escrito que diga os critérios de um jovem saudável física e mentalmente bem preparado do séc. XXI.
Depois observei um certo saudosismo (que a todos os niveis me parece deprimente á boa maneira portuguesa, do Antigamente é que era bom). As pessoas pelo que vejo aqui, só falam mal do país, mas depois tem uma mania geral de elogiar um passado que na altura em que o viveram só falavam mal tal e qual cm no presente em que vivemos.
A única conclusão que chego, na pouca experiência de vida que tenho, e são trinta e poucos anos, é que devo é dar valor ao que tenho no presente, porque o passado já passou, e as escolhas que as faço, independentemente de como as faço, são minhas e de mais ninguem. O direito á liberdade, até de se ser "estupido" é um direito adquirido, e felizmente cm o 25 de Abril. Se os jovens de hoje, quiserem ser rascas (porque a minha geraçao, foi denominada como tal) é um direito de cada um. Não sou ninguem para julgar os valores morais de terceiros. A liberdade de um começa e acaba com a liberdade de outro. Se fulano só quer ver novelas, é um direito seu, acho que faz mt bem se o faz feliz, se quiser só ligar a marcas, optimo, viva cm as suas opções.
SInceramente fico triste por observar que tem de haver valores morais que estabelecem um jovem bem preparado para a vida. O que é um jovem bem preparado para a vida? ir á missa todos os domingos, e ser bonito e estudar mt, e nunca reclamar? por amor de deus, eu sou mais velho que a senhora do comentario anterior, e não penso nada assim. Aproveitei a vida como acho que devem cada um de vós. Quanto á Sara Norte, acho que nao tenho de a culpar, pk nao sou ninguem para tal, ela esta a responder pelas acções e escolhas que tomou. Apenas desejo e espero que daqui para a frente ela encontre um caminho mais feliz para si e para os que a amam!
boa tarde a todos
De Susana Carvalho a 23.02.2012 às 13:38
Na verdade não estou a dizer que antigamente é que era bom. Sou da opinião de que os bons valores devem ser preservados. E tem de haver um meio termo: não como era antigamente que era tudo muito à base da porrada e escola, pouco ou nada, mas também não acho que se deva deixar a miudagem na libertinagem.
Também reclamei dos meus pais, mas nunca lhes gritei, nem lhes faltei ao respeito, por sua vez, eles também não me deram as sovas que os meus avós lhes deram.
Os meus pais não me deixavam ir para discotecas (e sinceramente também não são ambientes que me interessem muito), concertos só fui depois dos 18 anos e drogas e tabaco nunca lhes toquei. Por um lado, já tinha os avisos e chamadas de atenção dos meus pais, mas por outro, eu mesma tomei a decisão de não ir por certos caminhos, apesar da pressão e influência de colegas, como muito acontece na escola.
Tudo conta para a educação e formação de uma pessoa, inclusivé a própria pessoa, que no final das contas é que faz as suas opções de vida. Continuo a achar que na via das dúvidas, deve-se tentar formar os jovens e crianças o mais possível, falar com eles sobre a vida, dar exemplos (ou mostrar exemplos), mas no final, a decisão do que fazer com a sua vida cabe a cada um.
Só digo que nem oito nem oitenta. Eu cresci nos anos 80, quando esfolava um joelho, se calhar ainda punha mais terra por cima, para o sangue não andar a escorrer pela perna abaixo e podia brincar na rua sem me preocupar muito se vinha alguém para me levar, mas já havia problemas de drogas e meninos mal comportados, como sempre houve. Há sempre coisas más e boas em todas as épocas e na actual, fazer tudo pelos jovens que se pretende educar, não é necessariamente o mais benéfico, mas temos precisamente, mais ferramentas para os encaminhar para o melhor caminho. A obrigação de um educador é precisamente formar e mostrar os caminhos disponíveis e cabe a cada um decidir que caminho quer percorrer. Isto não tem nada a ver com ter nascido nos anos 50, 70 ou 90...
De Susana Carvalho a 23.02.2012 às 13:46
Respondendo à sua pergunta, o que é um jovem preparado para a vida? Será que alguém sabe realmente o que é isso? A gente sabe lá que vida vai ter um jovem. Precisamente por isso, se deve preparar os jovens. Não vejo mal nenhum em habituá-los a ajudar nas limpezas da casa se também sujam, não vejo porque não hão-de aprender a cozinhar, se também comem e um dia vão precisar de saber isso, não percebo qual é o mal de um ter estudos... não percebo seguramente essa do jovem ser bonito. Quem é que falou que era preciso um jovem ser bonito para estar preparado para o futuro?
Agora pergunto, acha que é preferível um jovem não ter estudos ou não ter pais vigilantes e preocupados com os filhos (sem exageros). Não digo que as crianças não se possam sujar e fazer disparates, porque isso faz parte; não digo que um jovem não posso ir a um concerto com um grupo de amigos, mas digo sim, que os pais devem preparar os filhos para mais do que uma vida de facilitismos ou de ser famoso. Isso pode resultar com alguns, mas não resulta com muitos.
Quanto à missa aos Domingos, também não referi nada em relação a esse assunto. Falei em formar boas pessoas (com valores e respeito pelos outros) e para isso não é preciso ir à missa. É uma questão de senso comum.
Filhos e pais discutirem, é normal; filhos a fazerem disparates é normal... não acho normal é os pais não darem a devida atenção aos seus filhos, mas preocuparem-se em que estes estejam bem vestidos, só para os manterem por perto...
De Anónimo a 23.02.2012 às 14:53
Cara comentadora, não projecte nos outros o seu modelo de vida, ou de educação. O que pode ser bom para si, pode não ser bom para os outros. Cada pessoa tem a sua forma de estar na vida. Seja mais "aberta" e não veja somente a sociedade pela sua forma de estar ou como foi educada. O modelo de vida ocidental nem sempre é o mais feliz, e não é por ter mais estudos ou educação, ou estar habituada desde cedo a tarefas domésticas, que as pessoas são mais felizes ou melhor preparadas. O importante é cada um dentro das "liberdades" adquiridas com o 25 Abril fazerem e decidirem de acordo com a sua felicidade, respeitando-se a si e aos outros. E quando não se respeitarem e tiverem um comportamento menos aceitável, tb é um direito de cada um, desde que assume as suas consequencias. Afinal o objectivo de qualquer pessoa, (pelo menos a arte, a musica, smp falaram), é ser feliz...seja jovem, adulto ou velho.
fique bem
De anonimo 2 a 23.02.2012 às 18:26
tens toda a razão assim como a Susana o problema é que és um em cem porque a maioria dos jovens que acham que o 25 de Abril foi a libertação e como tal tem "direitos e liberdades" adquiridas quando chega a altura de se darem ao respeito e respeitarem quem os circunda inclusive a família , passa-lhes uma branca, e quem trabalha e cumpre e respeita o espaço de cada um não tem que andar todos os dias a desculpar comportamentos menos aceitáveis , agora um aparte tem um programa na SIC aos sábados com o DANIEL OLIVEIRA que vale a pena ver, é onde alguns dos vossos ídolos dão a cara e explicam aquilo que acabei de dizer contando pormenores da sua vivencia, mas a meu ver não estás no mau caminho mas se calhar ainda podes melhorar e seres mais feliz, afinal isso é o melhor que levamos desta vida.
De pedro a 23.02.2012 às 20:50
Penso que, a chamada geracao rasca é, hj em dia, a geracao que tem mais mao de obra qualificada desde sempre em portugal...acho que o adjectivo rasca nao é o mais adequado...bem qto acho que nao nos compete a nos julgar a educacao das pessoas cuja nao temos conhecimento. ela e uma pessoa adulta...e pagara pelos seus crimes perante a decisao de 1 juiz!!! julgem outros casos que o 25 de abril permitiu e que nos levam a ficar mais pobres tds os dias!!! corrupcao na sociedade...e na politica!! e esses é da sua educacao???? dos valores??? ou pq teem uma ambicao desmedida???? NAO ABRAM OS OLHOS...
De Hana a 23.02.2012 às 20:50
Jorge Simões, sublinho todas as suas palavras. São factos que a sociedade não pode negar, ora porque somos vítimas das atitudes dos toxicodependentes que não deixam de ser SERES HUMANOS, ora porque pode haver em qualquer família um ou mais do que um caso de toxicodependência. A D. Susana refere e insiste causando-me náuseas na educação do NÃO! Eu só gostaria de ler as respostas que ela lhe daria. Se esta senhora está preparada com testes em casa para os filhos (se os tem) ou se pensa estar futuramente (quando os tiver). Se ela sabe o sofrimento que causa a toxicodependência num seio familiar (seja rico ou pobre), se ela está apta a dar a mão a uma pessoa que sai de um Centro de Reabilitação. Pelos vistos, parece que NÃO! Se a D. Susana tem consciência que os jovens necessitam de ajuda após o tratamento para que não haja recaída; se ela tem a noção da verdadeira palavra TOXICODEPÊNCIA; se ela como uma senhora tão SÁBIA já leu algum livro sobre o referido assunto; se ela vê programas na televisão em que se debruçam sobre este tema.
Creio que esta senhora deve ter um Q.R. bastante fraco o que faz com que o Q.R.R. tenha um aceleramento impensado.
É que eu tenho vindo a reparar que ela está a fazer uma miscelânia com tudo isso...vai desde a FAMA até ao "NÃO" saber mexer ovos....
Se tiver tempo e quiser fazer o obséquio, explique à D. Susana a doutrina do NÃO e a doutrina do SIM!
Com os melhores cumprimentos,
Hana