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Helicóptero do Inem

Imagem da RTP

 

 

Foi em Chaves, mas podia ter sido em muitas outras localidades do interior do país e até em algumas do litoral, no Sábado uma mulher de 79 anos sentiu-se mal em plena rua em Chaves, chamado o INEM, os médicos contactaram o hospital de Chaves que recusou a doente já que desde o início do ano não dispõe do serviço de cardiologia. De seguida foi contactado o hospital de Vila Real que também recusou a doente por não dispor de vagas. Tudo isto enquanto a senhora estava a ter um ataque cardíaco em plena rua.

 

Entretanto foi transportada para o hospital de Chaves onde dada a gravidade do ataque cardíaco se decidiu que tinha mesmo que ir para Vila Real, foi chamado o helicóptero para fazer o transporte, este chegou quando a idosa já tinha falecido duas horas depois do primeiro alerta.

 

As poupanças na saúde tem um preço, neste caso o facto de não haver cardiologia em Chaves pagou esse preço na forma de uma vida humana.

 

Como é que se encerra um serviço num hospital sem garantir que os mais próximos tem capacidade suficiente para atender todos os casos? Quando em Vila Real dizem que não aceitam uma emergência cardíaca porque não há vagas, esperam o quê?, que transportem o doente para o Porto?, para Bragança?, para Braga?... e por acaso um doente cardíaco pode esperar até chegar de Chaves ao Porto?

 

Haverá de certeza muitos outros casos como este por todo o país,  casos que custarão muitas mais vidas, quem assume as responsabilidades?, onde estão os que decidiram que ao retirar a cardiologia de Chaves esta senhora não podía viver? vão asumir as suas responsabilidades neste caso?...será que era disto que o Primeiro ministro falava quando disse "Vamos cumprir as metas custe o que custar"? quantas vidas humanas estão encerradas nesta frase?

 

Jorge Soares

publicado às 21:23


18 comentários

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De miilay a 14.03.2012 às 22:05

Tens toda a razão, Jorge. Não haverá nada pior do que nos tirarem o direito a sermos ajudados quando precisamos mesmo! Isto tem-se repetido em várias circunstâncias. O que poderemos fazer?
Uma Boa Noite
miilay
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De Jorge Soares a 15.03.2012 às 23:26

O que poderemos fazer?... em primeiro lugar não deixar estas coisas passem em branco, em segundo lugar, na hora de escolher quem nos governa pensar muito bem se realmente é isto que queremos para o nosso país... votar com consciência.. sempre

Jorge
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De xana a 14.03.2012 às 22:50

"...será que era disto que o Primeiro ministro falava quando disse "Vamos cumprir as metas custe o que custar"?
Exactamente... já viste o que o SNS poupou? Não há lugar a pagamento de internamento na ala de cardiologia, não há medicação, e não mais se pagará um único mês de reforma a esta senhora. Se alguém da família requerer o subsídio de funeral, isso para o SNS é uma gota de água, comparado com o que gastariam mantendo a sra a viver. As coisas estão deste modo, e se fosse uma criança seria igual, para quê dar assistência a um futuro contribuinte, se ainda recebe abono de família, ainda vai andar numa escola estatal, e quem garante que amanhã não será um delinquente, para quê ir a correr salvar???
Para eles a assistência é imediata, e no privado...
Como é que se chegam às metas, sem derrubar alguém no caminho???
:-)
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De Jorge Soares a 15.03.2012 às 23:31

Olá Xana

Há sempre uma forma de ver tudo pela positiva .... :-)

O problema amiga.. é que se seguimos assim, no fim seremos um país rico e sem dívidas.. mas não estará cá ninguém para se aperceber disso.

Jorge
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De lagoa_azul a 14.03.2012 às 22:55

Olá Jorge,

Senti na pele no fim de semana que passou, tive uma enxaqueca daquelas monumentais e assim que acabei de jantar regressei ao hotel, pois não havia nem farmácia aberta nem hospital. Felizmente o hotel tinha o medicamento, mas por precaução perguntei onde ficava o hospital mais próximo e a resposta foi que ficava a cerca de uma hora de carro

Quando é uma coisa mais grave acredito que muitas pessoas não irão conseguir chegar a tempo, infelizmente a frase deveria ser mais "Vamos cumprir as metas custe a quem custar”.E se forem idosos melhor ainda na óptica do PM assim alem de poupar em cuidados de saúde poupa também em reformas.

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De Jorge Soares a 15.03.2012 às 23:33

É o que já está a acontecer... e tal como diz a Golimix.. eles ainda querem que o helicóptero não funcione durante a noite.. ou seja, vai morrer muita gente por falta de cuidados a tempo.

Jorge
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De António Manuel Dias a 14.03.2012 às 23:43

Perguntas "quem assume as responsabilidades?". Na minha modesta opinião, dois tipos de pessoas: quem votou nestas políticas e quem, com a sua abstenção, permitiu que elas chegassem ao poder.

Alguém pergunta acima "o que poderemos fazer?". Usar o poder (e direito, por enquanto) de manifestação. Dia 22 é dia de greve geral contra a política da austeridade, veremos quão descontentes com ela estão os portugueses.
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De Jorge Soares a 15.03.2012 às 23:34

Eu que tu não tinha muita esperança... não vejo muita gente com vontade de se manifestar.

Jorge
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De António Manuel Dias a 16.03.2012 às 09:27

Então a responsabilidade já se sabe de quem é. É que isto de atirar as culpas para os maus políticos que temos sem ligar aos que os lá puseram e que permitem que eles lá continuem costuma chamar-se "sacudir a água do capote".
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De Marão a 15.03.2012 às 08:32

O País está cheio e não há vagas no reino da estupidez. Tanto do lado de quem manda encerrar serviços essenciais, como de médicos que alegam não ter vagas para acudir numa emergência de máxima gravidade. Se um desses doutores fosse ocasionalmente a passar no local da ocorrência, era aceitável que não prestasse socorro no momento, fugindo dali aduzindo não ter vagar? Esta obrigação primária, não podendo nem devendo ser negada em plena rua, muito menos será aceitável numa unidade de saúde. Independentemente da contabilidade das vagas, uma intervenção de 1º apoio expedito, pode significar a diferença entre o cumprimento de uma elementar obrigação que pode salvar vidas, e um acto criminoso por omissão que ajuda na aviltante condenação á morte.
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De Jorge Soares a 15.03.2012 às 23:35

O reino da estupidez.. é nisso que ste país se está a converter e a passos largos.
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De Sofia a 15.03.2012 às 11:14

A política do cortar foi feita a torto a direito e o resultado está à vista. Deveriam ser pensados com cuidado os cortes que se fazem e ponderar as consequências que podem advir e procurar soluções para colmatar essas faltas. Neste caso são as vidas humanas que estão em causa e com isso não se brinca, todos temos direito a uma assistência de saúde digna!
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De Jorge Soares a 15.03.2012 às 23:36

Soluções Sofia... ninguém quer soluções.. metas, só importam as metas.. e nenhuma delas fala de número de vidas salvas.. só de dinheiro

É triste
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De Susana Carvalho a 15.03.2012 às 11:42

Estamos a caminho de sermos um país de terceiro mundo! Cada vez pagamos mais (muito mais) para ter menos! Como é possível?
Realmente, isto é o "custe o que custar", mas à custa da nossa saúde, do nosso bem-estar! Estas políticas são nitidamente criminosas!!!!!!
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De Jorge Soares a 15.03.2012 às 23:37

A caminho Susana?.. eu já estive me países do terceiro mundo bem mais avançados e funcionais que este...acho sinceramente que j´passamos esse nível.. o que há a seguir?

Jorge
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De golimix a 15.03.2012 às 13:02

Jorge finalmente tu falas disto, ainda bem! (o teu blogue sempre é mais concorrido que o meu...;))
Aqui no norte já não podemos nem nascer quanto mais viver?
Lembras de eu falar da acessibilidade aos cuidados de saúde aqui para o interior Norte?
Leste a entrevista com a Ex_ministra da Saúde a Drª Ana Jorge, no expresso? Ela falava destas decisões de encerrar serviços.
Lembras de eu ter falado que queriam retirar o serviço noturno do Helicóptero do INEM? Ainda não retiraram, mas estamos por um fio...

Vila Real ainda vai sendo um Hospital de referência, quanto a Chaves, Bragança e Mirandela a "coisa" não é tão florida. Aliás fecharam a Maternidade de Mirandela e entupiram a de Vila Real e Bragança, constando que o novo Hospital Privado que estão a construir lá possivelmente terá esse serviço! Ora se o vai ter é porque é viável. E alguém me explica porque nascem tantas crianças no IP4? Porquê correr esse risco? Até agora não houve nada de maior e quando houver já interessará a notícia e o alarde!
Pois é... terrível ver que o sol de facto não nasce para toda a gente. E aqui no nosso País ilumina mais uns que outros.

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De Jorge Soares a 15.03.2012 às 23:39

Olá

Se fosse só a Norte já era mau.. infelizmente é no país todo... quer dizer, Lisboa e Porto tem muitos hospitais... a paisagem é que não.. também, quando não restar lá ninguém eles não fazem falta.

Temos que falar destas coisas mais vezes.. quem sabe e alguém nos escuta.

Jorge
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De Kok a 16.03.2012 às 21:47

Ouvi hoje que o ministro da saúde (?) mandou instaurar um inquérito para apurar responsabilidades deste caso!
Será que pode? Então um "gajo" pode mandar instaurar um inquérito a ele mesmo? Isto não é passível de uma conflito de interesses?

Brincadeira à parte, porque a tristeza de tudo isto não é somente porque uma pessoa morreu por falta de assistência; é porque outras pessoas correm o risco de lhes acontecer o mesmo, e em diversas zonas do país!
E o sr. ministro mandará instaurar tantos inquéritos quantos os necessários para provar que...
Não sei o que eles provarão; mas certamente que nunca expressarão que foi por culpa, desleixo, incúria de um ministro que não teve capacidade de gerir a saúde dos seus cidadãos!

1 abraço!

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