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Hiperactividade e défice de atenção

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

O texto seguinte foi retirado do Energia a mais, é a carta de uma mãe para a escola do seu filho, é um texto duro, é comprido e custa a ler... a mim custou-me, no fim ficou-me uma sensação de revolta, tristeza e muita raiva... há coisas que esta mãe conta que já aconteceram com o meu filho, de algumas já falei aqui... outras ainda não aconteceram... mas podem muito bem acontecer....

 

Tenho imenso respeito por quem quem é professor, mas há coisas que não tem nome... 

 

«Carta à escola e professores do meu filho, A.(...)

Estou desiludida, triste e magoada com a forma como alguns professores têm tratado o meu filho dentro da escola.


Sempre fui defensora dos professores, afinal são eles que nos ensinam a ser adultos, que ensinam os futuros políticos, engenheiros, doutores, carpinteiros, electricistas e todas essas profissões tão dignas que farão com que o nosso mundo funcione e melhor…


Eu tive professores assim, que me faziam sentir feliz e segura dentro da escola, que me motivavam e elogiavam, que salientavam os meus pontos positivos e ajudavam a aceitar e ultrapassar os negativos…


Que tinham como objectivo a inclusão, o respeito mútuo mas acima de tudo o amor pelo ensino e pelos seus alunos, o prazer de ensinar e a capacidade de fazer a diferença.


Quando o meu filho iniciou a vida escolar fiquei feliz, ele sempre foi um menino inteligente e perspicaz…muito activo, é verdade, mas sempre com resultados excelentes…talvez porque também teve o privilégio e a sorte de ter professores excelentes!


Sempre senti que havia algo de diferente com o André, nunca o escondi e várias vezes pedi ajuda à escola e aos professores para estarem atentos e verem se viam o mesmo que eu, tanto é que o André teve a sua primeira avaliação psicológica na escola aos 8 anos e a partir daí nunca mais deixei de tentar “descobrir” o que se passava com o meu filho!


Desde que iniciou o segundo ciclo tudo se complicou…passou a ser mais ansioso, desorganizado e desmotivado, auto-estima baixa, crises de choro, acompanhadas muitas vezes de cólicas, vómitos e até diarreia! 


Na minha inocência de mãe, achava que eram apenas desculpas para não ir à escola e sempre, repito : SEMPRE o obriguei a ir à escola, mesmo quando ele me liga da casa de banho da escola a chorar e a implorar: “ Mãe, por favor tira-me daqui, tu não sabes o que seu sofro!” – nunca o fui buscar e, apesar de ficar arrasada por dentro e com o meu coração apertado, sempre o obrigo a ir à aula e lhe desligo o telefone…


Agora dou por mim a pensar que contribuí para isto tudo, que não protegi devidamente o meu filho!


Outras mães teriam ido imediatamente à escola, discutiam com os professores e protegiam os seus filhos…eu não, limitei-me a acreditar que ele era o culpado de tudo – pois a verdade é que ele não consegue mesmo estar quieto e assumo que se me faz perder a mim a cabeça, melhor fará perder a cabeça de quem não o “pariu” como eu e não o ama como eu, de quem não se habituou já a ser mais tolerante como eu…venceu-me pelo cansaço…admito…


Tantos recados na caderneta, tantas queixas do A., SEMPRE O A. 


Eu própria acabei por permitir que o rotulassem…porque não gritei, não briguei, não o defendi, não exigi! 


Mas eu não sabia tudo, ele não me conta, podem não acreditar, mas como ele acha que eu estou sempre “do lado dos professores”, deixou de me contar…e como a primeira vez que eu reclamei em relação ao Senhor Professor de Música, ele ainda foi mais penalizado, humilhado e maltratado na sala de aula, passando a ter sempre negativa, independentemente daquilo que faça na aula a ir mais vezes para a rua ou simplesmente a não o deixarem entrar na aula, ficando à porta um tempinho e só entrando mais tarde que os colegas, vai-se lá saber porquê! Sei estas coisas porque os colegas me contam… 


Então deixei de ir à escola, impotente e com a esperança que ele recuperasse o interesse que tinha tão grande em aprender. Sim, ele ADORAVA a escola, absorvia tudo…e era feliz lá.


Agora não é, tem sofrido humilhações e maus tratos psicológicos, situações graves que o têm afectado imenso, que o fazem sofrer e estar revoltado…perdeu a confiança e eu também.


Era suposto o meu filho estar em segurança dentro da escola, não ser vítima de ninguém, muito menos de professores!


Era suposto eu estar despreocupada e não ter necessidade de escrever esta carta à escola a pedir, como MÃE : POR FAVOR, NÂO MALTRATEM O MEU FILHO!!


Não o vou permitir mais, nunca o devia ter permitido! Mas como podia eu saber? Como podia eu imaginar sequer que um professor, neste caso até são mais iria discriminar desta forma o meu filho? 


Então fala-se tanto de EDUCAÇÃO INCLUSIVA e estão a excluir o meu filho?


Apenas porque não o compreendem? Porque não sabiam lidar com a situação? Porque ele é diferente e dá mais “trabalho” que os outros?


O Professor de EVT dava-lhe sempre 2, agora passou para 1 ?!


Ele tem os trabalhos na pasta, eu até acho que estão muito bons tendo em conta a dificuldade que ele tem a nível de motricidade e destreza manual, que é típico em crianças com PHDA (hiperactividade com défice de atenção)…


1 é para quem não faz NADA! 1 é para lhe dizer tu não vales nada, para o desmotivar e lhe “destruir” a auto-estima! 1 é para o chumbar!


Não vou permitir…CHEGA! O ano passado foi igual com EVT e Musica, teve sempre 2 e no final do ano passou com 3! Para quê? Porque o maltrataram o ano todo para depois lhe darem o 3?


Nem merece nota pelo esforço? Por tentar? Até lhe deram negativa em trabalhos que fez comigo!


Considero isso um “ataque” ao meu filho e agora, depois de tantos relatórios e psicólogos, sim, porque o meu filho anda no psicólogo, eu ainda não desisti dele, nem vou desistir ao contrário do que estes professores fizeram, depois de toda esta caminhada venho a saber que afinal o meu filho sofre de maus tratos na escola?


Também fiquei a saber o nome do problema dele PHDA…afinal o meu filho não é um mal-educado, afinal e não sou “uma tonta que devia dar mais educação ao meu filho em vez de tanto mimo”, como disse a professora de Inglês/Português…


Afinal estávamos TODOS errados…também assumo a minha culpa, pois fiz muita asneira antes de descobrir o que passa com o meu filho, mas também fiz uma promessa: Vou fazer tudo o que me for possível para que ele volte a ser feliz na escola e a recuperar o gosto por aprender que ele tinha.


Mas para isso preciso de ajuda, não posso andar a medicar o meu filho e ir às consultas de psicologia se depois o continuarem a maltratar na escola.


Senhora professora de EVT: NÂO QUERO mais o meu filho na arrecadação a fazer cópias e tabuadas! De pé, encostado ao lavatório toda a aula? Quem lhe deu esse direito? E ainda foi dizer ao meu filho que quer marcar um dia para falarmos sobre o facto de a senhora achar que o meu filho não FAZ NADA nas aulas de EVT?


Ainda pretende assustá-lo mais? Porquê? Decidiu entrar em “guerra” com uma criança?


É ridículo…ele tem 11 anos e os professores supostamente são os adultos dentro da sala de aula e como tal devem ser os primeiros a dar o exemplo, a mostrarem valores…como podem exigir respeito de uma criança depois de o maltratarem e de o humilharem? 


Se ele está a fazer cópias e tabuadas é normal que não faça trabalhos de EVT…Mas marque o dia que eu terei muito gosto em ir visitar a arrecadação para ver como a senhora teve a coragem de humilhar e descriminar o meu filho dessa forma! Uma professora? Se os professores de EVT não estão em condições psicológicas de dar aulas que metam baixa ou atestado e que fiquem o lugar disponível para professores interessados em ensinar!


Estes professores têm prejudicado a vida e a saúde do meu filho, ao ponto de ele vomitar e ter cólicas antes destas aulas!


Agora já têm um diagnóstico, agora cabe a vocês senhores professores decidirem se vão continuar a prejudicar o meu filho ou se aceitam que erraram, como eu também já aceitei. Se estão dispostos a começar de novo e a colaborarem na minha luta pela recuperação da felicidade e auto-estima do meu filho e ajudá-lo a acreditar que os professores não vão voltar a tratá-lo mal.


Apenas pretendo saber: o meu filho está realmente seguro na vossa escola? Acho que ele merece um pedido de desculpas por parte destes professores e merece ser avaliado correctamente e com justiça, pois existe muita diferença entre os “favoritos” e os “indesejados” e uma coisa eu garanto : não o vou permitir mais! 


O meu filho merece uma avaliação justa e merece ser bem tratado dentro da escola e a partir do momento em que foram informados do diagnóstico dele tinham “obrigação moral” de olharem para as avaliações dele e verem o tão injustos que têm sido, tanto no desempenho escolar, como no comportamento, pois ele não está quieto porque não consegue mesmo, se bem que agora que está medicado e tenho a certeza que isso já está a mudar!


Tirem o rótulo ao meu filho de mal-educado, não o descriminem mais e por favor ajudem-me a faze-lo feliz e a voltar a acreditar que as pessoas erram, mas que também assumem que erraram e sabem pedir desculpa por isso…


Apenas quero agradecer à professora e directora de turma F. R., pois sei que nunca desistiu do A., ele respeita-a, confia em si e vê-a como uma amiga.


Agradecer também à Psicóloga P. P. que apesar de tanto trabalho tem sido o meu apoio.

Obrigada!

(...), 7 de Março de 2012»

 

publicado às 21:35


19 comentários

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De Kok a 16.03.2012 às 22:22

O que me ocorre dizer é que há muitos professores que necessitam de aprender mais do que aprenderam.
Mas o senso comum não se aprende...
Se um aluno, por ser diferente dos alunos "normais", não deve ser discriminado tem também o direito de ter um acompanhamento especial para não sentir essa mesma discriminação.
Não são todos os professores que têm capacidades para lidarem com esses meninos, mas pergunta-se: porque os agridem assim? não perceberão que estão a piorar em vez de ajudar? Não? Não mesmo?

Li a carta desta mãe até ao fim e não deixei de sentir a sua revolta, a sua frustração, mas também a sua esperança num futuro que lhe mostre o caminho para uma solução mais do que desejada.
Que o consiga é o meu desejo!

1 abraço!
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De Marta M a 17.03.2012 às 00:14

Jorge:
Os teus últimos dois posts levantaram questões que conheço (infelizmente) e que sempre me incomodaram, acredita-me.
Em tempos dei aqui o meu testemunho eo meu sentir sobre e sobre a responsabilidade e sentido pedagógico que deve sempre presidir o trabalho docente que trabalha com uma criança hiperactiva .
Inaceitável igualmente que se projecte um filme, sem se haver pensado sobre a sua utilidade pedagógica (ou cívica) e que o mesmo não esteja acompanhado de um diálogo prévio e de uma guião de visualização (ainda que oral, por exemplo).
Fico triste com estes desempenhos menos cuidados numa profissão que implica profundas responsabilidades científicas e pessoais..
Levo a minha profissão, muito, muito a sério.
E aos meus alunos mais ainda :)
Abraço e bom fim de semana
Marta M
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De Jorge Soares a 20.03.2012 às 00:08

Sabes Marta.. tenho pena que estes posts não sejam destacados.. porque esta carta devia mesmo chegar a todos os professores e todas as escolas...

É verdade que há muitos professores preocupados... mas a minha experiência é que cada vez mais são uma minoria..e quem sofre são as crianças.

Jorge
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De miilay a 17.03.2012 às 19:18

Jorge li a carta e fico triste por saber que os que mais precisam de atenção são postos de parte e nada se faz , como currículo alternativo, um currículo que lhes dê sucesso é meio caminho andado para o sucesso. E com estes alunos tem que ser trabalhos que lhes digam alguma coisa emocionalmente, que eles sintam satisfação em fazer, até em quererem fazer. Sei do que falo, trabalhei muitos anos com crianças e jovens especiais. A Mãe tem razão e até a achei muito meiga e diplomata,com os professores.
Bom Fim de Semana
miilay
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De Jorge Soares a 20.03.2012 às 00:09

Olá

Pois..eu de certeza que não seria tão meigo.. aliás... eu até tenho medo de passar por uma situação destas.. porque acho que perdia a cabeça..colocar a criança na arrecadação?

Jorge
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De Spawn a 17.03.2012 às 21:14

Boa noite,
Antes de mais, uma declaração de princípio: não creio que o conceito de Hiperatividade deva ser a sustentação para um diagnóstico de saúde mental. Será na melhor das hipóteses um aglomerado de sintomas, que são tratados como doença devido à disponibilidade de uma solução farmacológica.
Segundo, a medicação não trata nem melhora o comportamento. Na verdade, o que faz é tentar suprimir os sintomas, sendo que é falsa a ideia de que a medicação "reequilibra" a química cerebral. Assim, os sintomas tipicamente apresentados por estas crianças irrequietas devem ser devidamente enquadrados na sua história de vida pessoal e familiar (o que engloba necessariamente os pais). Acredito sobretudo que a irrequietude (a insistência no agir) é o recurso privilegiado por estas crianças para lidarem com as suas angústias, e estas sim, devem ser identificadas e trabalhadas.

Posto isto, infelizmente, e apesar de muitos professores serem honrosas excepções, na maioria das vezes, o acesso da escola à informação de que a criança possui um diagnóstico de hiperactividade (muitas vezes exigido pelos professores) cria tipicamente uma série de equívocos e reacções indesejadas, sendo que muitas das práticas "educativas" dos professores descritas por esta mãe são absolutamente reprováveis, fosse a criança irrequieta ou não.

Assim, aconselho os pais de crianças irrequietas a procurarem ajuda psicológica de quem tenha conhecimentos e formação para enquadrar os sintomas, reconstruindo com os pais a história da criança e da família, e não apenas uma ajuda para delinear estratégias de controlo comportamental.
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De DyDa/Flordeliz a 17.03.2012 às 23:56

Quando não se consegue vencer com inteligência a arma que está mais à mão é a da violência - física ou psicológica.

Depois é muito fácil colocar um rótulo e com isso desculpar tudo e mais alguma coisa. A criança aceita e usa-o. Os educadores usam e abusam.

Tentar perceber, entender e respeitar é assunto que dá trabalho e faz perder tempo. E normalmente fica sempre para OS OUTROS...

Nada como colocar a criança que perturba a sala de aula na rua e resolve-se o assunto com uma falta disciplinar...que se vão acumulando...que vai causando mais danos em vez de os remediar.
Esta senhora (mãe) parece uma pessoa ponderada e calma, mas nem todos são assim, nem todos reagem desta forma, com cautela, com bom senso...
Há pais nervosos e muito mais reativos.
E depois quem padece? A criança!

O professor pode pôr e dispor. Ser justo ou praticar justiça "à sua maneira", impondo regras e conceitos gerais, esquecendo que nem todos têm um comportamento que se enquadre no dito "comportamento normal".
Se têm tarefa fácil? Não, não têm! Cansa e não é pouco.
Mas com alguma tolerância, com alguma dose de prudência, conseguiam ultrapassar muitos dos problemas sem levarem alguns assuntos (às vezes são ninharias) a extremos de discriminação.
Na arrecadação, metem-se os materiais. Talvez uma saída da sala de aula com uma tarefa inventada para o aluno esfriar a cabeça fosse muito mais simples do que um castigo perante os colegas.
Mas...
Compreendo o sentimento desta mãe, porque ainda ontem assisti à revolta de um pai com uma situação idêntica.

Perde-se o tino, perde-se o senso, perde-se muitas vezes até a cabeça com reações inadequadas na impotência de se não conseguir encontrar em conjunto um rumo assertivo a dar à vida dos nossos filhos.

Conto-te apenas uma situação:
Criança esteve doente, com princípio de pneumonia.
Como é óbvio ficou impossibilitado de frequentar as aulas e faltou a um teste.
Na primeira aula a que assistiu perguntou ao professor se o mesmo seria na aula seguinte.
Professor respondeu que não, que irá marcar.
Na aula seguinte apresenta o teste para o aluno fazer, revoltado a criança recusa fazer o teste e o professor mando-o para fora da sala com falta disciplinar.

Eu chamo a isto, prepotência. Até porque o professor conhecendo o aluno já adivinhava a sua reação.
Haveria necessidade de usar este tipo de comportamento. Quem está certo o adulto ou a criança? Eu até pergunto: Quem neste caso foi o mais infantil?

Estamos a falar de casos especiais. Todos sabemos que há professores especiais - para o bem e para o mal.

BFDS
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De TS a 14.05.2016 às 13:04

"Na aula seguinte apresenta o teste para o aluno fazer, revoltado a criança recusa fazer o teste e o professor mando-o para fora da sala com falta disciplinar." A sério?
Um aluno meu faltou uma vez para ir a um campeonato e eu marquei o teste com antecedência e perguntei-lhe se 2 dias chegariam para descansar das viagens ou se precisava de mais tempo...
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De golimix a 18.03.2012 às 14:57

Li com o coração apertado toda esta carta.
Estamos na moda dos rótulos é triste ver que existem adultos a "comprar" guerras com crianças! É triste ver como se aniquila um ser desprotegido, como se deixa que ele sofra, como se humilha, como não se ajuda, como não se protege, não se dá valor ao que se faz!!

Será que por um dia, um minuto, não se pára para pensar?
Será que já não se sabe ser gente?
Estes professores são os agressores para este tipo de bulling, sim! Porque isto é bulling! O que fazer com estes agressores?

Horrível, incrivelmente triste e muito pertinente.
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De Carlos Gonçalves a 17.05.2012 às 05:14

Este blog parece feito por um amigo de Sócrates, o tal dirigente do PS que mandava professoras com cancro trabalhar. Agora, a propósito de hioeratividade: 1. As psicólogas adoram esse termo e dão-lhe todo o carinho e mais algum. PUDERA! Sem ele, metade estava no desemprego. É graças a ele que, durante o Governo do PS, receberam o seu salário, o qual, como agora se sabe, era pago com dinheiro que vinha emprestado. Pela minha experiência, hiperatividade é sinónimo de má educação. Essas mães carpideiras que escrevem neste blog ofendem a classe, a eficiência, a retidão e a sabedoria de muitas mães e pais que eu conheço. Estas exigem diariamente dos filhos atitude digna nas aulas, nas visitas de estudo, na catequese, no café, etc. Estas mães e estes pais, que, graças a Deus, constituem a maioria, nunca permitiram que os seus filhos se tornassem engraçadinhos, exibicionistas, como hoje vemos por aí, desde pequeninos. Recentemente, tive uma violenta discussão com uma dessas mães. O filho, com 3 anos, estava na caixa do supermercado a mexer em tudo o que estava à volta... até que resolve fazer o impensável: pôs-se a falar para mim. «A tua mãe não te ensinou a não falares com estranhos?». Diz ela: «O sr. é ordinário! O meu filho é muito comunicativo... BLÁ...».
Termino deixando um enorme OBRIGADO a muitos pais que conheci, cujo amor pelos filhos é bem maior do que o dessas mães dos chamados hiperativos. Não liguem a estes casos de pseudopsicologia, pois os vossos filhos, criados no amor e natitude, vão ter um percurso escolar sempre BOM. Os outros, quando chegarem à adolescência... quem sabe, talvez batam nas mães. Ah, é verdade, estão perdoados, são hiperativos...



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De Jorge Soares a 17.05.2012 às 08:36

Sabe uma coisa, eu também já pensei como o senhor, também já achei que era tudo uma questão de educação e que bastava ter mão firme... mas não há nada como passar pelas coisas para percebermos que afinal não dabemos tudo....

De resto, as suas palavras são a prova que esta mãe tem razão, há neste mundo muita gente que se acha dono do conhecimento e que sabe sempre tudo, mesmo que nunca tenha passado pelas coisas.

Jorge Soares
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De Ana a 28.06.2012 às 12:58


Tenho três filhos.
O mais velho, agora com 18 anos era, e é, hiperativo.
Sei do que falo, não dormia antes das 3h da madrugada, não se entretinha com brincadeiras e brinquedos e a agitação, confronto e irreverncia, era 24h por dia,. Cheguei a ser rotulada pelos maus pais de não ter mão nele.
O filho do meio é normal.
A menina, mais nova, tem défice de atenção e hiperatividade.
È horrivel.
Mais numa menina, é excluida pelas amigas nas brincadeiras pois não consegue acompanhar uma sequencia.
Só funciona com medicação.
Agora nas férias está com pausa na medicação, e, fiquei a saber que numa festa de anos que foi nste fim de semana andou por cima das mesas.
Passo a vida a temer pelo que ela sofre por ser diferente e inevitávelmente ealguma exclusão e pela imagem com que ficam dela.
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De estadodealmanonordeste a 09.07.2012 às 11:32

se fosse tudo tão simples...espero sinceramente que os seus filhos só lhe tragam felicidade e coisas boas ....ao contrario do que julga não controlamos todas as variáveis. A hiperactividade pode ser um rótulo para disfarçar a má educação, mas a forma como cataloga as mãe no seu post denota na minha opinião uma falta de respeito e má educação que vindo de alguém que suponho não seja hiperactivo é preocupante.
AH não tenho nenhum filho hiperactivo....
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De Maria a 10.06.2014 às 15:28

Há pessoas que gostam é de aparecer e comentar quanto mais não seja para "vomitar" disparates formatados e balofos.
Realmente há diferença entre ser hiperativo e mal educado, bem como ter habilitações académicas e ser mal formado, o que me parece ser o seu caso.
Desejo que tenha muitos filhinhos mas que nenhum seja hiperativo, pois não desejo mal aos outros. Quanto ao serem bem educados,... com um pai como você já tenho as minhas dúvidas.
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De Maria a 10.06.2014 às 15:30

Onde se lê mal formado dever-se-á ler bem formado
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De Ana a 11.06.2014 às 01:19

Sou mãe e encarregada de educação. estou Muito ligada ao meio escolar e já vi de tudo: Mal criação extrema rotulada de hiper atividade ; hiperativos crónicos ao abandono; pais super protetores que acham que os filhos são vitimas; filhos que tudo se desculpa. Pais modernos que medicam; pais modernos que acham que o moderno é não medicar. Crianças que não sabem o seu lugar; que não sabem regras; que vivem no planeta delas e destroem o lugar dos outros; Crianças que não sabem socializar; ... Crianças profundamente frustradas e violentas. Alguém já pensou como as outras crianças se sente com um colega assim, Também elas não têm direito a uma escola segura, com professores a dar-lhes atenção. Ou será que só o lado do rebelde é que tem que ser visto? E os pais dos meninos educados, que cuidam carinhosamente dos seus filhos e os levam para a escola todos os dias, depois de os arrancar da cama quentinha? Será que podem ter o direito de querer "não ter um aluno deste na sala do filho?".
E quando os meninos hiperativos são medicados começam a ter sucesso académico e a perceber que são capazes? Será que não é gratificante? Pinguem tem culpa dos filhos que tem, mas a manutenção de um aluno diferente na sala de aula é uma coisa desgastante quer para os professores, quer para os colegas quer para os encarregados de educação. A minha filha tem uma colega hiperativa na sala. Estou farta (e os outros pais também) de a ver chegar a casa toda arranhada, esfolada, com roupas riscadas e cadernos rasgados da dita colega. A minha filha não tem direito a ser respeitada na sua infância?
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De Marta Godinho a 16.02.2016 às 13:03

Então e os pais destas crianças também não são carinhosos? Os meninos não são mal educados, precisam de acompanhamento, pode culpar sim os pais que não se importam!! E os que se importam e não podem dar condições aos meninos com PHDA? Ainda bem que não tem nenhum filho com este problema pois assim não tem que passar pelo que os pais destes meninos passam. E se em vez de criticar tentasse arranjar uma solução que ajudasse a menina hiperativa? E se os pais em vez de criticarem ajudassem?
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De Marta Godinho a 16.02.2016 às 12:58

É incrível como ainda existem pessoas que não se preocupam com as crianças... ao ler esta carta vieram-me as lágrimas aos olhos... descobri exactamente há um ano que o meu filho tem PHDA, foi muito difícil para mim e para a professora percebermos o que se passava... eu ralhava tanto com o meu menino... também discuti com a professora, pois ela antes de ser professora também era mãe... ele nem era mal educado, simplesmente não parava quieto nem se conseguia concentrar, a professora colocava-o na rua e pedia a uma auxiliar para tomar conta dele pois ela tinha que continuar com a aula...percebo muito bem o que esta mãe passou e passa...pedi ajuda a uma psicóloga que foi incansável, fizeram o diagnostico ao meu filho e propôs ir à escola falar com quem fosse preciso para orientar a forma como se lida com um menino com esta tipologia e assim foi, mas mesmo assim sinto que na escola, dentro da sala de aula, o meu filho não é estimulado, desde que não incomode está tudo bem. Eu luto muito, o meu menino está medicado, está ser seguido por uma psicóloga, está inserido no ensino especial, tem explicações e ainda tem hipoterapia, é muito dispendioso, mas enquanto eu puder vou dar tudo o que tiver ao meu alcance para o meu filho.
Sabem o que a professora me disse? Que eu ainda não interiorizei que o meu filho tem um problema! E eu respondi-lhe que o que eu não aceito é que já esgotei todas as possibilidades de ajudar o meu filho, tanto na escola como em casa e que também não aceito que os professores não levem a sério o problema destes meninos. A verdade disto tudo é que criar um filho com PHDA é muito mas muito desafiante e cansativo mas eles não têm culpa, passo por cima de tudo e de todos para dar o melhor que posso ao meu filho.

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