Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
Ouvi falar do assunto durante a semana na Rádio Espanhola, na altura mais que a noticia, eles comentavam o facto de se ter passado um mês desde o assassinato de Trayvon Martin, até que a pressão da sociedade fez com que fosse aberta uma investigação... e isto só aconteceu depois de Spike Lee e outras figuras importantes da comunidade negra (desculpem mas eu não gosto do termo Afro-Americano) terem vindo para a rua e os meios de comunicação, clamar por justiça.
A história é simples, num dia de chuva, um jovem com um capuz na cabeça volta a pé para casa, é interpelado na rua por um senhor armado que não se sabe bem porquê, o mata com um tiro no peito. Chamada a policia, esta deixa ir George Zimmerman, o assassino, em liberdade com base numa lei que prevê que nos Estados Unidos qualquer pessoa ao sentir-se ameaçada, pode puxar de uma arma e disparar.
De mais está dizer que o morto é negro e quem matou é branco. Alguém tem alguma dúvida que caso fosse ao contrário, a polícia americana não teria o menor pejo em prender o negro que matou o branco e não haveria lei ou alegação que o protegesse?
Apesar de que os brancos são cada vez mais uma minoria nos Estados Unidos, a sociedade americana continua a ser profundamente racista onde negros e hispânicos continuam a ser olhados de lado. Não importa muito o que irá resultar das várias investigações que a pressão pública obrigou a que se abrissem, a realidade é que Trayvon morreu porque era negro e teve a infeliz ideia de andar a pé à noite por um bairro de brancos... morreu porque em pleno século XXI, mesmo com um presidente negro nos Estados Unidos, o país que é suposto servir de exemplo para a Democracia, não há uma verdadeira igualdade, continua a haver uma enorme segregação e qualquer jovem negro é visto como um potencial delincuente.
Infelizmente, em pleno século XXI, esta é a sociedade que construímos e da que fazemos parte, uma sociedade em que não há uma verdadeira justiça e igualdade e em que ainda há quem acredite que existe uma coisa chamada raça, como se não fossemos todos seres humanos...
Jorge Soares