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Desafios de ser pai, as birras

por Jorge Soares, em 12.09.12

Birras

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

É daquelas coisas que achamos sempre que só acontece com os filhos dos outros... connosco essas coisas nunca aconteciam... a verdade é que com os dois primeiros não aconteceu muito, a R. não era nada de birras, o N. tinha algumas, mas a verdade ao pé do resto, esse era mesmo o menor dos problemas... de resto, eu sempre achei que existe uma cura mesmo eficaz para as birras... continuo a achar.

 

Quem me lê desde os tempos dos diários de um pai em licença parental, deve lembrar-se como naquela altura a D. era quase a criança perfeita, amorosa, super meiga, simpática, bem disposta, tão querida e adaptada que durante muito tempo a minha frase preferida era: "Eles já deviam vir todos com dois anos e meio".. pelos vistos, também deveriam ficar para sempre nos dois anos e meio.

 

De então para cá, a miúda para além de crescer e ficar cada vez mais senhora de si e dona do seu nariz, também tem ganho alguns novos hábitos... sendo que o de fazer birras que levam qualquer ser humano normal ao desespero, é um dos piores.

 

Felizmente eu não sou um ser humano normal, e esperta como é, já percebeu que comigo ela não leva a melhor, além de que se sujeita a provar a cura 100 % eficaz para as birras... mas já seja com a mãe, com os irmãos ou com as educadoras e auxiliares da escolinha, a coisa está completamente descontrolada.

 

Um destes dias, ante o terrível relato do que tinha sido o dia na escolinha, dei comigo a pensar em que é que teríamos falhado para fazer com que aquela criança amorosa se tenha convertido num protótipo de rufia que teima em só querer fazer o que lhe apetece... não encontrei a resposta... quer dizer... há coisas que são evidentes.

 

O facto de ser a mais nova de três explica algumas coisas, a situação piora sempre que estamos a falar ou a prestar atenção aos irmãos, ou seja, ela descobriu que as birras são uma forma perfeita de chamar a atenção..e de uma forma ou outra, funciona sempre.

 

Por outro lado o facto de durante o ano passado ela ter tido uma educadora que lhe dava toda a atenção que ela queria, todos os dias quando eu a ia buscar ela estava sentada ao colo da senhora e os coleguinhas só tinham direito quando ela se ia embora... talvez também não tenha ajudado muito.

 

Este ano a educadora é outra e os afectos são mais repartidos... e a coisa não está  ser fácil.

 

Ontem decidi ter uma conversa séria com ela,... começou por ser uma conversa de surdos, porque um dos direitos que ela se atribui é o de não falar de coisas de que não gosta...e definitivamente ela não gosta de falar das birras ou dos comportamentos na escola.... sentei-a numa cadeira no quarto e tentei o diálogo. Em vão, porque ela olhava para mim e simplesmente não me respondia.

 

Disse-lhe que ela não saía dali sem falar comigo, ficou a olhar para mim e nem pestanejou.. deixei-a no quarto e fui tratar do jantar. Voltei passado um bom bocado, estava sentada no mesmo sitio... mas a vontade de falar era a mesma. 

 

Mais meia hora e voltei... acho que tinha percebido a ideia, porque apesar de não falar muito, acedeu a assentir com a cabeça e a trocar meia dúzia de palavras comigo.

 

Expliquei-lhe que as coisas não podiam continuar assim, e que as birras não podiam continuar... ela concordou e disse que não, que não gostava de birras e não fazia mais.... 

 

Hoje teve um comportamento exemplar na escola, não sei quanto tempo irá durar, mas é um principio... vamos ver.

 

Jorge Soares

publicado às 22:12


1 comentário

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De Sandra Cunha a 13.09.2012 às 02:52

Bom, há uma coisa que se percebe mesmo sem ser psicólogo ou educador ou ter uma carrada de cursos sobre desenvolvimento infantil.

Basta perceber um bocadinho sobre comportamento humano (ou animal). Se as birras funcionam, são para continuar. Logo, se as birras continuam...é porque funcionam.

Bjs

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