Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
Vivemos numa sociedade em que, independentemente das restrições orçamentais, não é possível em termos de cuidados de saúde todos terem acesso a tudo
Será que mais dois meses de vida, independentemente dessa qualidade de vida, justifica uma terapêutica de 50 mil, 100 mil ou 200 mil euros?
As frases acima fazem parte de um parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) que foi elaborado a pedido do Ministério da Saúde e incidiu principalmente sobre três grupos de medicamentos: para o VIH/sida, para os doentes oncológicos e para os doentes com artrite reumatóide.
Traduzindo por miúdos, o parecer que recorde-se é de uma comissão Nacional de Ética, permite que a partir de agora o ministério da Saúde , os hospitais, ou os médicos, possam decidir por exemplo se um doente com cancro em estado terminal vai ou não ter direito a tratamentos que sirvam para lhe prolongar a vida.
Na pratica, este parecer dá às autoridades de saúde o direito a decidir quem vai viver e quem vai morrer, quem vai ter direito aos medicamentos mais caros e quem só tem direito aos mais baratos, quem vai ser tratado atá ao ultimo momento e quem vai ser abandonado quando chegar a um estado em que a doença seja incurável.
Onde está a ética em passar para as mãos dos médicos a decisão de quem tem direito a morrer e quem tem direito a viver?
Há algo nisto tudo que me faz imensa confusão, existem neste país leis contra a eutanásia e o suicidio assistido, um doente ou os seus familiares não podem decidir quando parar o seu sofrimento ou o dos seus seres queridos, mas agora acha-se ético que em nome de interesses económicos os médicos e hospitais possam decidir por eles.... e chamam a isto Ética?
Jorge Soares